A teologia da criação “Totalmente Dotada”, do darwinismo teísta, contradiz a si e a ciência.

Jonathan Witt | @JonathanRWittEvolution News

É fácil ver a teoria evolucionária moderna e o Cristianismo como mutuamente exclusivos. Afinal, a teoria da evolução atribui a origem de todas as espécies ao nosso redor a um processo cego alimentado por mutações genéticas acidentais. O Cristianismo ensina que uma inteligência criativa, Deus, criou tudo isso. No entanto, existem muitos cristãos sinceros que abraçam alguma forma de darwinismo e tentam reconciliá-lo com sua fé cristã. Eles diriam que o darwinismo e a fé no Deus da Bíblia são completamente compatíveis.

Eles são totalmente compatíveis? E há boas razões para os cristãos enxertarem o darwinismo moderno em sua cosmovisão cristã?

A visão “Totalmente Dotada”

Muitos evolucionistas cristãos argumentam que um modelo evolucionário darwiniano é, na verdade, teologicamente superior à ideia tradicional de Deus trabalhando diretamente para criar várias formas vegetais e animais. O argumento é o seguinte: Nosso Deus onisciente e onipotente poderia e teria manipulado o início do universo de forma tão inteligente que não precisaria intervir mais tarde para criar a vida. Em vez disso, tudo simplesmente se desenvolveria a partir dessa primeira semente cósmica. Somente quando Deus estava pronto para exaltar uma espécie semelhante a um macaco, investindo-a com uma alma imortal, ele precisou intervir. No meio disso, ele poderia simplesmente deixar seu maravilhoso universo fazer sua coisa evolutiva. 

Nesta visão, parece haver uma boa razão teológica para esperar apenas causas materiais ininterruptas ao estudar a natureza. Essa visão parece estar enraizada em dois princípios da doutrina cristã ortodoxa – a onipotência de Deus e sua sabedoria insuperável. Howard van Till chama essa visão evolucionária da criação de “criação totalmente dotada”. 1 É uma criação que não precisa de ajustes posteriores para gerar vida porque, bem, a criação é “totalmente dotada”. 

Observe que a frase “criação totalmente dotada” implica que a visão mais tradicional da atividade criativa de Deus em Gênesis envolve uma criação deficientemente dotada. Existem dois problemas com a compreensão de van Till: (1) o raciocínio teológico se quebra quando pressionado, e (2) a evidência científica aponta em uma direção diferente.

Uma inconsistência crucial

Em primeiro lugar, observe que esta “criação totalmente dotada” tem muito em comum com a visão do criador do antigo “relojoeiro”: Deus como o mestre artesão que criou o mecanismo cósmico perfeito e, portanto, foi capaz de deixá-lo funcionar sem ajustes adicionais. Isso é deísmo moderno, não teísmo cristão. No último, o Criador do céu e da terra não quer encerrar o mundo e deixá-lo como está. Ele quer ficar pessoalmente envolvido com sua criação. Ele quer sujar as mãos. Seu relacionamento com sua criação é mais parecido com o de um jardineiro com seu jardim, um pai amoroso com seus filhos ou um amante com sua amada. 

A metáfora do relojoeiro nos lembra de forma proveitosa as muitas regularidades matemáticas do mundo de Deus. Mas, como acontece com todas as metáforas teológicas, precisamos lembrar suas limitações e empregar metáforas adicionais que revelam outros aspectos da relação de Deus com sua criação. 

Alguns que defendem “uma criação totalmente dotada” objetariam que veem Deus não como um projetista distante, mas como alguém “em quem vivemos e nos movemos e temos nosso ser” 2, uma divindade imanente, mas nunca remexendo. Esta formulação também encontra dificuldades. Ele assume que um Deus que é simplesmente imanente é superior a um Deus que é imanente, mas também ativo de maneiras não redutíveis a regularidades matemáticas. Isso dificilmente é óbvio. 

A formulação também falha em remediar uma inconsistência crucial. O argumento “totalmente dotado” faz uso de um importante princípio do teísmo cristão tradicional em uma parte de seu argumento, mas rejeita o mesmo princípio em outra parte. 

De acordo com o teísmo cristão ortodoxo, Deus inventou e transcende o tempo em que existimos – passado, presente e futuro. A ideia de Deus transcendendo nosso continuum espaço-tempo é incompreensível, mas é bíblica. No Salmo 90, Moisés diz que para Deus um dia é como mil anos e mil anos é como um dia. Deus também se descreve como o Eu Sou. Ele de alguma forma conhece e prevê eventos centenas de anos no futuro. No livro do Apocalipse, Deus Filho se autodenomina o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. E no Evangelho de João, Jesus usa um surpreendente tempo verbal quando diz aos seus ouvintes: “Antes de Abraão nascer, Eu Sou!”

Podemos usar a ideia de Deus estar além do tempo deste universo para nos ajudar a começar a entender como ele poderia existir antes que o espaço e o tempo de nosso universo surgissem no Big Bang. Por enquanto, tudo bem. Muitos evolucionistas teístas também usam essa ideia para explicar como Deus poderia saber que seu novo universo perfeitamente ajustado iria um dia evoluir para gerar nosso Sol, planeta Terra, os primeiros seres vivos e, eventualmente, uma espécie adequada para uma alma imortal feita no imagem de Deus. Se Deus está fora do tempo e sabe de tudo, ele pode ver o passado, o presente e o futuro de todos os universos possíveis que possa criar, tudo em um único olhar celestial.

Novamente, até agora, tudo bem. Mas agora aqui está um problema: se concordarmos que Deus está acima do tempo passado, presente e futuro, por que criticar os teóricos do design que argumentam que o criador do universo parece ter feito parte de seu trabalho de design entre a origem do universo e a origem dos humanos? Se Deus está sobre o passado, o presente e o futuro, há um sentido em que todo o seu trabalho de design ocorreu no eterno presente do “Eu Sou”, quer esse trabalho tenha ocorrido “de uma só vez” 14 bilhões de anos atrás ou de outra forma, pontos, ao longo da história do universo. Os evolucionistas teístas tratam Deus como limitado no tempo quando convém ao seu argumento, e além do tempo quando convém ao seu argumento. Esse raciocínio é falho o tempo todo. 

Abordagem de Kepler

Agora vamos ao segundo problema. A humildade nos adverte contra colocar muita confiança em nossos julgamentos sobre como Deus teria feito as coisas. Nos séculos anteriores, muitas pessoas estavam convencidas de que um Deus perfeito construiria nosso sistema solar de forma que os planetas girassem em órbitas perfeitamente circulares. Descobriu-se que eles seguem um caminho elíptico – quase circular, mas não exatamente. Johannes Kepler (1571–1630) chegou a essa verdade em parte porque estava disposto a cogitar a possibilidade de não poder determinar dedutivamente como um Deus onisciente e todo-poderoso construiria o sistema solar. Ele teve que estudar a natureza, ouvir com grande atenção o que ela poderia lhe dizer e, a partir disso, tentar descobrir como um Deus livre e poderoso realmente o fazia. 

A abordagem de Kepler é representativa. Uma maneira pela qual a teologia cristã ajudou a dar origem à revolução científica foi insistindo que Deus era livre para criar como quisesse, dentro das diretrizes de sua própria natureza boa e razoável. Isso significava que os cientistas precisariam testar cuidadosamente suas idéias sobre como Deus projetou alguma característica particular da natureza para ver se eles haviam adivinhado corretamente. Eles não podiam simplesmente resolver o problema dedutivamente. Isso encorajou a observação e o teste. 

A Questão da Criação Progressiva

Alguns evolucionistas teístas insistem que o Criador não agiria progressivamente na história da Criação e, além disso, que ele não deixaria para trás evidências físicas poderosas de seu trabalho de design, para que não deixasse espaço para um salto de fé. Tal julgamento não combina com as passagens bíblicas, como encontramos em Gênesis 1, Salmo 19 e Romanos 1. 

Gênesis 1, quer se entenda literalmente ou mais poeticamente, sugere mais naturalmente um Deus que criou progressivamente, não simplesmente em uma explosão solitária de ação criativa no instante inicial do universo. O Salmo 19 diz claramente que os céus declaram a glória de Deus e, de fato, que a natureza derrama testemunho de seu poder e glória. Muitos séculos depois, o apóstolo Paulo confirmou isso em sua carta aos Romanos, onde escreve que os ímpios não têm desculpa, mesmo aqueles que nunca encontraram as Escrituras inspiradas, porque “o que se pode saber sobre Deus é claro para eles, porque Deus mostrou a eles. Desde a criação do mundo, sua natureza invisível, ou seja, seu eterno poder e divindade, foi claramente percebida nas coisas que foram feitas. ”

Devemos presumir que isso era verdade para Davi sob as estrelas e para os primeiros cristãos a quem Paulo escreveu, mas que de alguma forma é menos verdadeiro para cientistas que estudaram cuidadosamente a criação com microscópios e telescópios poderosos? Se a natureza, conforme observada a olho nu, aponta claramente para o poder e a divindade eterna de Deus, ela o faz ainda mais quando observada com as ferramentas da ciência. Essas ferramentas revelam-nos tudo, desde as constantes perfeitamente ajustadas da natureza para a vida até as muitas máquinas moleculares surpreendentes que encontramos iluminadas por nossos microscópios mais avançados, máquinas biológicas que desafiam a explicação evolucionária. E à medida que investigamos mais profundamente essas “máquinas”.3

O Passo Crucial da Fé

Mas tudo isso ainda nos deixa com a objeção de que tal evidência não deixa espaço para um salto de fé. Para judeus e cristãos que levam os milagres da Bíblia a sério, a objeção prova demais. Os israelitas que testemunharam as dez pragas e atravessaram o Mar Vermelho em solo seco – foram privados da capacidade de dar um “salto de fé”? De modo nenhum. Eles sabiam que havia poder sobrenatural lá fora, mas permaneceram livres para confiar ou desconfiar desse poder divino. Muitos deles optaram por desconfiar dela, por ver Deus tão inconstante e sem fé quanto eles próprios. 

Sua falta de fé custou-lhes a entrada na Terra Prometida. Como Tiago explica em sua carta do Novo Testamento, acreditar na existência de Deus não é o passo crucial da fé. “Até os demônios acreditam nisso”, ressalta. Mas eles não amam e não confiam em Deus. A fé, então, é muito mais do que simples assentimento intelectual à proposição de que Deus existe. E isso, por sua vez, significa que a evidência de Deus na natureza – mesmo uma evidência poderosa – não força ninguém a ter fé no Criador.

Além disso, está claro que, por mais poderosas que sejam as evidências na natureza de um criador cósmico, os humanos permanecem livres para negar essas evidências e, em vez disso, atender ao que quer que seus ouvidos queiram ouvir. Deus nos deu faculdades racionais, mas permanecemos livres para usar essas faculdades para buscar a verdade racionalmente, ou para racionalizar a verdade.

Diante de tudo o que foi dito acima, certamente é mais instável adivinhar como Deus teria criado as coisas, ou conjeturar sobre o que ele teria ou não escolhido revelar por meio da natureza, do que simplesmente ir até a natureza e ver o que ela realmente revela. Os grandes fundadores da ciência moderna, a maioria deles cristãos, e todos eles crentes em Deus, fizeram exatamente isso.

Nota do Editor : Este ensaio apareceu originalmente na Revista Salvo como “ Watching Our Maker ,” e é republicado aqui com permissão.

Notas

  1. Ver “The Fully Gifted Creation,” de Howard J. van Till, em Three Views of Creation and Evolution , ed. J. P. Moreland e John Mark Reynolds (Zondervan, 1999), 159–218.
  2. A citação, falada pelo apóstolo Paulo em Atos 17:28, é de um poema grego atribuído a Epimênides, o cretense. 
  3. Bill Gates, The Road Ahead (Nova York: Penguin, 1996), 228.

Homem, fantoche de Deus? O absurdo calvinismo.

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Pode parecer absurdo, mas essa é a implicação inevitável da interpretação calvinista sobre soberania de Deus e livre arbítrio.

Primeiro vamos ao básico do livre arbítrio, que realmente não é um conceito tão simples mas basicamente seria:

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Umas das justificativas mais frágeis contra o livre arbítrio, do ponto de vista religioso, é que o mesmo tiraria a soberania de Deus e colocaria Deus nas mãos dos homens, ou seja a salvação dependeria do homem e não de Deus, eu chamo isso de falsa dicotomia, ou seja, ou é uma coisa ou outra.

Mas suponhamos que isso seja verdade; então o homem, aliás homem algum teria livre arbítrio. Isso quer dizer que o homem não tem escolha, certo?

Dessa forma, essa cosmovisão absurda, isenta o homem de qualquer culpa! Vou dar-te um exemplo:

Chimpanzés costumam matar chimpanzés bebes que não são suas crias… Assim, você acha que um chimpanzé tem consciência moral de seu ato? Deveriam os chimpanzés enquadrar os infanticidas dentro de uma lei deles, criada por eles? Ou os humanos deveriam punir, educar os chimpanzés e punir os rebeldes?

Oras, chimpanzés não são pecadores, pois não possuem consciência de bem e mal e nem possuem a escolha entre o bem o mal….

E se o homem não possui a consciência do bem e do mal, e nem pode escolher entre o bem e o mal, qual a diferença entre um chimpanzé e um humano?

Assim, fica impossível sustentar que um ser , sem poder de escolha, sem consciência do bem e do mal, deve ser enquadrado no conceito de pecador merecedor de ser punido, e pior ainda, isto ser chamado de justa punição !

Isso coloca o Deus soberano como o verdadeiro autor do mal, do pecado [veja mais sobre isso aqui] e Ele mostra uma natureza perversa, cruel, cínica, sádica, afinal é Ele que controla o ser humano, decreta que o mesmo vai pecar, esse ser não possui o poder de negar o erro, ou nem mesmo de se opor ao erro, e ainda assim é considerado culpado pelos pecados que não o cometeu livremente jamais. Não consigo encontrar uma covardia maior que essa, senão o ato covarde de negar uma ação 100% eficiente, irresistível, levando este ser supostamente pecador ao arrependimento e a salvação da própria alma.

Sim porque dentro desta cosmovisão Deus poderia salvar todos homens mas em sua soberania decidiu salvar uns poucos, usando toda sua ação irresistível (nem sei porque precisaria gastar tanta energia) e deixar uma grande massa afundada em pecados (mas lembre-se eles não tem livre arbítrio) e assim, os irá condena-los ao terror eterno.

Eu fico pensando que tipo de julgamento seria esse! Seria como condenar chimpanzés ao terror eterno!

É um absurdo como mesmo assim, pessoas com acesso aos textos sagrados, inteligentes, não se incomodam nenhum um pouco com esse tipo de interpretação absurda, de fato é tão absurda que muitos chamam isso de mistério de Deus.

Eureka!!! O sofrimento eterno de uma massa gigantesca de pessoas, que poderiam ser graciosamente salvas, por uma ação irresistível, já que o homem não passa de um fantoche, não é um absurdo, não harmoniza com amor,misericórdia infinita, justiça, equidade, bondade; ao invés disso é apenas um mistério?

É tão absurdo que Deus teria dado seu filho por pecados que ele mesmo decretou! Quantas contradições! Paradoxos!

Mas o homem ter livre arbítrio e Deus ser ao mesmo tempo soberano não é mistério né? Seria uma contradição lógica, paradoxo! Faz o favor né???

Pois essa é a deturpação atribuída ao caráter de Deus, reduzindo-o a um deus estúpido, irracional, mentiroso, manipulador, fraco, sem nenhum senso de justiça.

Com referência a esse deus eu sou ateu!

Creio num Deus que criou homens com capacidades de discernir entre o bem e mal, são confrontados em sua mente, podem não ser totalmente livres do pecado, precisam sim da luz do evangelho, para, não serem salvos, mas sim decidir pessoalmente se crerão ou não no evangelho.

Não são fantoches! Possuem responsabilidade!

 

Cinco passos para alcançar intimidade com Deus

By Universal

 

Muitas pessoas até participam dos encontros na Igreja, porém ainda não compreenderam a natureza de Deus.

Isso acontece porque é preciso estar conectado com Ele não somente durante as reuniões, mas também em outros momentos do dia a dia. Dessa maneira é possível construir uma relação próxima com Ele.

 

oracao Minha Comunhão com Deus JUBASU PIBSU Consciencia Cristã 2012

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Veja abaixo cinco passos que vão lhe ajudar nesse processo:

1) Coloque Deus em primeiro lugar em sua vida

Há pessoas que até desejam conhecer a Deus, porém não estão dispostas a segui-Lo. Isso não é uma tarefa fácil, pois para se aproximar do Criador é necessário primeiro compreender que Ele é a coisa mais importante da nossa vida.

2) Não confie no seu coração

A Bíblia diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto…” Jeremias 17.9

A sociedade ensina que devemos seguir o nosso coração, mas é possível observar na prática que ele não sabe fazer escolhas sábias. Ele vai atrás do que deseja, mas não leva em consideração as consequências – que são muito perigosas. Por isso, confie somente no Espírito Santo.

3)   Aprenda a clamar a Deus

Por aprendermos com a sociedade que devemos seguir o nosso próprio coração, estamos acostumados a não consultar o Senhor sobre as coisas da vida. Portanto, converse com Ele diariamente e ouça o que Ele tem a dizer. Você perceberá que será uma experiência única e inestimável.

4)   Não caia em tentação

Os espíritos malignos a todo o momento colocam coisas que são agradáveis aos olhos em nosso caminho para nos desviar da condução do Senhor Jesus. Eles sabem que se seguirmos ao Altíssimo, nós teremos uma vida plena, e isso não é o que eles desejam. Por isso, afaste-se do que não convém.

5)   Alimente-se do que vem de Deus

Isso está relacionado com o quarto passo, pois se nós nos alimentarmos daquilo que vem do Espírito D’Ele, consequentemente não ficaremos acessíveis para os conteúdos sugeridos pelo mal.

Você está disposto a praticar esses passos?

Resposta ao materialismo ateu. Parte II

“Sua pergunta é um desvio do meu ponto, meu ponto foi: A natureza tem propósito (veja o que significa propósito) Você disse que não tem, e sua evidência contra propósito foi desastre (que posso entender como defeito) Ou seja, se algo apresenta defeito esse algo não tem NENHUM propósito.”

Veja bem, se no seu ponto de vista tem proposto ocorrer duas coisas:

Ou o propósito é danoso e portanto não têm desastres pois, faz parte do propósito da natureza fazer as coisas, ou têm desastres porque o propósito era bom mas a imperfeição da natureza e de deus levou a tais desastres. Então, se o propósito não é bom, então deus bom não existe, pois fez uma natureza sem o propósito de ser boa.

Se o propósito é o bem, deus perfeito não existe, pois têm desastres o que é uma falha da natureza, portanto deus perfeito não existe.

Sua inferência de danoso, perfeito ou imperfeito ignora o seu ateísmo, o seu naturalismo… É impossível ser ateu, materialista e argumentar sobre a realidade, sobre algo bom ou ruim, perfeito ou imperfeito, sobre moral.

 

Mas agora vou responder, rejeitando o materialismo e me baseando em design inteligente e teologia como forma de ver o mundo. Pois a forma materialista é TOTALMENTE INADEQUADA, ABSURDA.

 

DI: Um sistema com defeito não deixa de ser um sistema inteligentemente concebido por apresentar defeitos. 

Então você não tem uma evidência positiva contra design.

Teologia: Deus criou o universo perfeito, e o mesmo em um determinado ponto tornou se imperfeito pela própria vontade de Deus.

Gênesis  1 e 2, tudo quanto Deus fez ele viu que era bom.

A queda do homem :”E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, MALDITA É A TERRA por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.”
Gênesis 3:17

 

“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que TODA A CRIAÇÃO GEME E ESTÁ JUNTAMENTE COM DORES DE PARTO ATÉ AGORA”
Romanos 8:20-22

Portanto, seu argumento que não se baseia no materialismo, é falso.

Não existe nenhuma relação entre perfeição de Deus e perfeição da criação serem um paradoxo.

“Pois eu lhe disse, a natureza tem propósito: O sol, as estrelas… O Dna.  Oras o Dna tem seu propósito, o cérebro tem, a água tem… O proposito na natureza indica sua origem. Ausência de propósito na natureza tbm indica sua origem.”

O sol, as estrelas e o Dna não são propósitos da natureza, e sim produto da diversidade e grandeza do universo que, pela gravidade, produz estrelas que explodem, e produzem planetas que, pelos bilhões de combinações de matéria, produz a diversidade que produz a vida. Não há evidencia nenhuma de planejamento, se fosse assim não precisaria produzir trilhões de estrelas apenas para que 0,00000000000000000000001% delas pudesse aparecer vida, ou seja, se um criador precisa produzir 1 trilhão de estrelas, para que apenas, uma produza vida, esse criador é muito incompetente.

Mas você está usando a crença materialista para origem da vida, que não tem evidência alguma!

O sol não é qualquer estrela. As estrelas não são enfeites… O DNA tem SIM PROPÓSITO… Mais uma alegação absurda, visando defender o dogma materialista… Como alguém que nega propósito no DNA e crê que é um ser vivo, um ser racional????

Mas eu ei de concordar que o DNA, o sol, as estrelas, a água a lua e etc, não são propósitos da NATUREZA; mas sim daquele que as criou… Nisto concordo contigo.

 

“Isso é espantalho, na verdade o conceito objetivo de design não invoca beleza, existem bactérias, vírus que matam seres humanos, nem por isso eu nego que tais são um ID por que não vejo beleza nisso, vejo dor e sofrimento.”

Contradição à vista:

Mais uma prova que deus bom não existe. Se deus fosse bom não permitiria que vírus maléficos deixassem milhões de crianças incapacitadas, aleijadas, doentes e que morrem sofrendo. Não deixaria que vírus maléficos existissem, ou seja, se deus  existisse seria muito incompetente, pois projetaria pessoas e ao mesmo tempo armas biológicas letais e cruéis para matá-las. Como se assistisse a um videogame pra ver quem mata mais….

Mais uma vez você usa um argumento que assume a falsidade do materialismo, e assume uma visão metafísica para o que ocorre dentro do cosmos sem nenhum propósito.

 

 

Repito meu argumento teológico da imperfeição temporal… Todos pagarão por seus atos, e pior aqueles que permanecerem na injustiça. Olha sua contradição, você acha Deus mal por que não impede o mal, mas você nega o terror eterno; você nega o livre arbítrio também?

 

 

Bom mas deixa eu já citar os que irão sofrer o terrível dano da segunda morte:

“Porém, quanto aos covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que praticam imoralidade sexual, os bruxos e ocultistas, os idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago de fogo, que arde perpetuamente em meio ao enxofre. Esta é a segunda morte!”

Apocalipse 21:8

E se você acha que alguém pode dar um de espertinho fazendo mal aos outros podendo evita-los por conhecer a Deus e ser perdoado por ele caiu do cavalo:

 

 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.
Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

Hebreus 10:26-29

 

“Na verdade se o universo a vida NÃO PASSAM DE MOVIMENTOS AO ACASO DA ENERGIA E “MATÉRIA” (Na verdade matéria é um mito) então tais conceitos como ordem ou desordem, acidente ou propósito não possuem fundamento… Não se pode provar cientificamente nada sobre o “comportamento” da natureza.”

 

 

A ordem é uma forma do cérebro humano organizar e classificar coisas e acontecimentos para melhor entende-la, e tentar achar regras e leis na natureza. Não se pode dizer que a natureza é “ordenada” por si só. Apenas que aparentemente existem leis físicas que os objetos do universo obedecem. E estas leis foram compiladas pelo cérebro humano que cresceu e se desenvolveu num mundo darwiniano.

Ah sim ! Como diria Einstein:

“A coisa mais incompreensível sobre o universo é que ele é compreensível.”

 

 

""A coisa mais incompreensível sobre o universo é que ele é compreensível." Albert Einstein" 

Isso é um absurdo, dizer que o cérebro classifica isso ou aquilo para entender isso ou aquilo é uma extrapolação do materialismo. Ou você acha que o cérebro transcende o despropositado cosmos, a despropositada natureza. A natureza irracional criando organismos racionais? Como? Dê evidências!Assim como pedimos evidências para as estrelas guiarem meu destino segundo a astrologia… Só por que estrelas existem, eu existe, destino existe… Então as estrelas guiam meu destino???Afirmações sem evidências são refutadas sem evidências!  “Pior ainda, não passa de uma alegação absurdamente extraordinária dizer que tal energia e ‘matéria” dão origem a consciência, a mente… Mas eu tenho algo mais objetivo ainda contra essa crença absurda… A razão não é nem matéria nem energia, nem se encontra em algum lugar do tempo… A razão é absoluta. Todos querem apelar para a razão (incluindo eu), como se ela fosse um Deus.”

Qualquer biólogo em inicio de carreira sabe que a origem da vida proporcionou uma organização e estruturação cada vez mais complexas graças à seleção natural. A ciência e os fatos já descartam um ser pronto e acabado como adão e eva da bíblia. Tudo veio de uma lenta evolução com muito sofrimento, mortes, erros e muitas espécies extintas. Se a consciência fosse fruto de uma  mente com sabedoria infinita já deixava tudo pronto como adão e eva e não espécies mortas por tentativa e erro.

Completamente falso, os biólogos não tem a mínima ideia da origem materialista da vida… Como você acusa as pessoas de crer em ilusões e você mesmo tem as suas??? Isso, por definição, chama-se hipocrisia.E como sempre fazer afirmações sem evidências são refutadas sem evidências. Não há uma evidência que seres unicelulares evoluem para seres pluricelulares, nem que espécies extrapolem os tipos básicos.E por ultimo, não existe uma evidência de ter ocorrido alguma evolução despropositada ( leia aqui por exemplo ) “Essa ficou nebulosa, será que Baker está dizendo que o universo não requer uma explicação, uma causa? Ou ele admite que o universo requer explicações ad infinitum, negando entretanto Deus?”

 

Isso não  requer uma temporalidade e causas infinitas para requerer um criador, ou seja, é a teoria mais simples sobre a origem do universo, sem propriamente existir uma causa que supõem-se ser deus, não, isto é nulo.

 

Ah sim! Não requer a existência do tempo e causas infinitas… Mas quando dizemos que Deus é atemporal e causa máxima, Eterno NÃO CAUSADO o materialismo invoca uma causa para Deus. Um peso duas medidas, isso é uma mente seletiva, influenciada, escravizada por dissonância cognitiva. Ignoram parcimônia quanto é conveniente e invocam-a quando é conveniente.De longe um “explosão” é a melhor explicação para os ajustes rígidos do universo, para a origem da vida, para a mente humana… De longe a resposta está exclusivamente na física clássica. Esta justamente onde o materialismo, alem da mente humana o fazer, é COMPLETAMENTE DESTRUÍDO, está na mecânica  quântica! 

 

Resposta ao materialismo ateu. Parte I

“Que ilusões? O Argumento expõe sua invocação teológica e subjetiva. Ei, ei, espere aí, quando falo de proposito não existe invocação de moral…Oras é bem simples e bem definido: Propósito: Um alvo, um objetivo, uma intenção, um plano, uma meta.”

Alma, espírito, inferno, purgatório, deus, diabo entre outros. Você quer dizer que tudo isso é objetivo, concreto, medível, testável, observável?

Deus não está no mesmo plano que alma, espírito, diabo, demônios et al.

Deus é a causa eterna, qualquer coisa só pode vir a existência por intermédio D’Ele, quer direta ou indiretamente.

 

Isso chama-se falacia da falsa analogia.

 

Quanto ser observável, é mais observável que evolução darwiniana e a crença que o cérebro cria mente, isso, baseado em materialismo filosófico.

“Daí nem faz sentido atribuir catástrofe a certos eventos,NÃO EXISTEM CATÁSTROFES… São apenas eventos naturais… Mas você quer usar esses eventos contra propósito, se não existe NENHUM propósito na natureza como você usa as catástrofes contra propósito?”

As catástrofes não são propósitos, elas ocorrem de acordo com as ações da natureza que têm variações e modificações no tempo, e também podem ser atribuídas ao homem com os gases lançado no ar que aumentou o efeito estufa por ex, mas não quer dizer que o homem seja exclusivamente culpado pelas catástrofes naturais. Mesmo assim a natureza não obedece a um propósito, como eu disse, existe a adaptação à natureza.

Você não respondeu a questão, NADA na natureza tem propósito, sim ou não?… Sua argumentação contra propósito afirmando que não existe propósito é circular. Os ajustes que que qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento em cosmologia enxerga não pode simplesmente ser refutado porque existem catástrofes.

Isso é TOTALMENTE irrelevante.

E se você usar um argumento moral, então seu argumento torna-se mais frágil ainda.

 

“o universo está RIGOROSAMENTE ajustado PARA EXISTIR.”

E o passado, o anterior ao universo, o que existia para condicioná-lo a existir? Notou a sua falha.

Deixe eu acrescentar que a vida também atende a um ajuste rigoroso para passar a existir.

Oras,”existia” (Existe) uma causa eterna, suficiente, necessária para tal ajuste rigoroso. Nós chamamos essa causa de Deus.

Você pressupõe deus o criador de tudo, mas você não define deus a não ser pelo que ele criou, então fica a questão- Quem é deus, onde ele está?

Isso é uma questão de lógica, Deus afirma ser o criador deste universo… Oras, eu então, no mínimo vou conferir se existe alguma evidência de criação. Se Ele não se deixa ser visto como vemos os humanos, então como eu vou ter alguma pista de que Ele existe? Ou ainda, uma pista que Ele é mera ilusão?

Oras, as crianças fazem isso intuitivamente, elas olham pra natureza como se ela tivesse um designer, e um designer não humano (veja aqui) .

“Agora vc está invocando filosofia e teologia, então: O Deus bíblico não é apenas bom e perfeito, ele tbm é justo, ele é PODEROSO, onipresente e onisciente. Tem vontade própria, faz o que quer, mas sua ação livre (fazer o que quer sem influência externa) não pode conflitar com seus outros atributos, ou seja, bondade, amor, justiça.”

E permite que pessoas inocentes morram nas mãos de algozes, logo se ele é onipresente e onisciente, ele é responsável por não usar seu poder contra as maldades que ameaçam seus filhos. Aí você chama deus de irresponsável, ou seja, você ao mesmo tempo que diz dele ser poderoso, onipresente e onisciente, já anula suas qualidades.

1º  Você está invocando um argumento moral, metafísico, em outras palavras, você precisa pressupor que o materialismo é falso para fazer um argumento moral do bem e do mal. Isso é uma contradição materialista, pega-se emprestado valores morais objetivos para julgar eventos do mundo natural, que segundo o materialismo não tem nenhum propósito.

2° Você não pode simplesmente acusar Deus de irresponsabilidade, e negar o inferno. Se as pessoas obedecessem os dez mandamentos, não teríamos algozes, mas esse mundo é bem assim, bem distante de Deus, podem professar uma crença com lábios, mas o que vale é o que as pessoas fazem, seus pecados escondidos, suas pedofilias, perversidades e etc.

Ora, ora, ora, esse mundo não é o Reino de Deus e vai passar, e Deus irá julgar a todos, aí cada um dará conta de seus atos.

Deus não criou robozinhos, esse mundo é o que é por vontade própria. mas ninguém vai escapar dos efeitos, das consequências, ninguém, a não ser que Ele não exista, todos irão para a morada dos mortos, pedófilos, assassinos, corruptos, Mao Tse, Hitler, criancinhas, pessoas boazinhas, algozes, vítimas… Todos deixarão de existir para sempre. 

 

Então como você pode supor que seu argumento tenha alguma validade objetiva? 

Como o universo estava em equilíbrio na sua criação, se ele nem havia sido criado? Prestou bem atenção no erro? Segundo você o universo estava em equilíbrio- em sua criação. Quer dizer que algo criou o que já existia para depois ser criado ou recriado de novo?

O universo foi criado perfeito e perdeu sua perfeição. Esse universo como é, não existira mais futuramente.

“Oras, Deus deu ao homem livre arbítrio, mas tbm o sujeitou a consequências… Isso é causa e efeito. Falso, a natureza por si mesma é evidência que existe um criador, ou ela é evidência que não existe um criador… Ou vc tirou da onde a ideia que Deus não existe? Da sua percepção, intuição?”

Para esta questão, vou citar uma parte do livro de um amigo de SP, segue:

O livre-arbítrio é incompatível com a onisciência divina,

Falso, o fato de você saber minha escolha não quer dizer que a escolha não foi minha o.O

da mesma forma não precisaria ser deus que criou o universo. Se você diz que deus criou o Universo eu posso igualmente supor que não foi deus quem o criou, mas sim o “diabinho Azul” quem o criou.

Você vai precisar diferenciar o diabinho azul de Deus, pois se o diabinho azul criou este universo ele é NECESSARIAMENTE eterno, suficiente, necessário para causar o universo… Então não passa de um outro nome pra mesma causa específica.

Só que este diabinho não é todo poderoso como deus, não tem a onisciência de deus, não é bom como deus, não é perfeito como deus e, para criar o universo, ele acabou morrendo de tanto esforço que fez.

Esse é o problema dessa causa, ela é inferior a Deus e não pode ser a causa lógica do universo e da vida biológica.

Sendo meu diabinho muito mais simples e menos complexo que seu deus ele deve ser preferível em termos da “navalha de ocam” a deus!

Estás confundindo a navalha de ocam com simplismo. Uma explicação não ignora a característica do efeito, caso contrário qualquer coisa causou o universo, quer fadinhas, gnomos, o superman, multiversos.

Agora, sugiro o uso da parcimônia para o surgimento materialista do universo e da vida, fazendo ser tal qual ele é na realidade.  

Portanto, antes de invocar deus como criador do universo você deveria invocar o “diabinho azul”. Caso contrário você estaria sendo ilógico adicionando hipóteses desnecessárias ao “criador do Universo”.

Falso, o diabinho azul é uma péssima causa para o universo, tanto quanto o materialismo é, pode até ser uma hipótese, apenas isso, uma hipótese totalmente improvável. 

Não é necessário um criador com todas as propriedades de um “deus” para se criar o universo basta ter o poder suficiente para criá-lo. Assim a alegação de que é necessário um “deus” para o universo existir carece de fundamento lógico.

Isso se você ignorar a natureza do universo, ignorar sua magnitude, sua grandeza, sua ligação íntima com informação, se você negar a mecânica quântica, negar a característica de todos os organismos biológicos. 
Deus é onisciente, portanto sabe tudo o que aconteceu e o que vai acontecer.
Deus deu liberdade ao homem, portanto o homem é livre para escolher.

Se deus sabe tudo que o homem vai escolher (conhecimento factual) então o homem não tem liberdade de escolha. (Tudo estava previsto na mente de deus e o homem não poderia mudar).
Vamos supor a Existência de Deus Todo-Poderoso. Então, segue logicamente que:

1-Deus é Onisciente.

2-Sendo Onisciente sabe tudo que vai acontecer.

3-Sabendo tudo que vai acontecer, sabe tudo o que você vai fazer e escolher, mesmo antes de você existir.

4-Se Deus sabe tudo o que você vai fazer e escolher, então você não poderá fazer nada diferente da previsão de Deus.

A previsão de Deus, antes de eu nascer, não altera que minha escolha foi livre.
5-Se você não pode fazer nada diferente da previsão divina, você necessariamente e obrigatoriamente terá de segui-la.

Falso, Deus está não apenas consciente de minhas escolhas, mas do meu próprio nascimento, o fato dele saber as escolhas que EU FAREI, não implica que foi determinação, mas simplesmente existe um numero finito e pequeno de escolhas a serem feitas por humanos temporais, mortais. Deus não determinou nada mesmo sendo Ele presciente. 

6-Se você é obrigado a seguir a previsão de Deus, então é impossível para você escolher ou fazer qualquer outra coisa diferente da previsão divina.

Não existe obrigação, existem escolhas possíveis; Deus sabe qual escolha possível você vai fazer.

7-Se é impossível para você escolher ou fazer qualquer coisa diferente da previsão divina você, não tem livre-arbítrio!

Oras, isso é o mesmo que dizer que eu não tenho um número infinito de escolhas para fazer.

Oras, as escolhas do cotidiano são irrelevantes para Deus, o livre arbítrio que requer preocupação se existe ou não é com relação a vida eterna ou morte eterna ( a saber, arder eternamente num lago de fogo e enxofre) … São duas opções definitivas.

Desde antes de o homem nascer, mesmo antes dele se casar ou fazer quaisquer tipos de escolhas, seu destino já estaria previsto na mente onisciente de Deus. Então, nada do que o homem escolhesse seria diferente do caminho já previsto por Deus. Sendo assim, o chamado “Livre-Arbítrio” não passaria de uma ilusão. Isto quer dizer que: ou o homem não é livre para escolher, ou Deus não é onisciente. Esta é uma das mais contundentes provas lógicas contra a existência de Deus.

Mais uma vez, a previsão não tem relação com determinação… Deus determinou que o homem terá apenas Dois destinos possíveis: Vida eterna – Ou Terror eterno. Apesar dele saber a escolha de qualquer um, não é ele quem determina se vou escolher obedece-lo ou não. Isso implicaria em não existência da livre escolha e implicaria em um Deus injusto, pois ninguém pode ser acusado de algo que não fez livremente. 

Vamos sintetizar isso :

  1. Um ser com livre arbítrio, dada duas opções A e B, pode escolher livremente entre A e B.

  2. Deus é onisciente (tudo sabe).

  3. Deus sabe que eu vou escolher A.

  4. Deus não pode estar errado, já que um ser onisciente não pode ter conhecimento falso.

  5. De 3 e 4, vou escolher A e não posso escolher B.

  6. A partir de 1 e 5, a onisciência e livre-arbítrio não pode coexistir.

As premissas 1 e 2 no esboço acima são as principais premissas para o argumento e não são contestadas. A cosmovisão cristã defende que cada ser humano é um agente moral livre e é capaz de fazer escolhas, simplesmente exercendo a sua vontade, não sob compulsão ou por causa do instinto. Além disso, é uma doutrina muito clara do cristianismo que Deus é onisciente. A Bíblia diz que Deus sabe “o fim desde o princípio” (Isaías 46,10). Para a onisciência de ser verdadeiramente entendida deve ser de conhecimento correto, então a premissa 4 também é correta.

Contudo, o ponto número 5 é o lugar onde a lógica vacila. Aqueles que argumentam dessa maneira cometem o erro de pensar que, como Deus possui o conhecimento sobre um assunto específico, então ele influenciou sobre ele. Isso não significa nada. Só porque Deus pode prever que a escolha você vai fazer, não significa que você não pode ainda escolher livremente a outra opção.

 

Devo dizer também que a natureza divina não está reduzida a onisciência, e a que a própria onisciência é intrínseca a onipresença… Ou seja, Deus está em todos os lugares, ele esta no passado, presente e futuro.

Estado Islâmico decapita 4 crianças que disseram ‘Nós amamos Yeshua’

 

 

Por Deus Tube

 

Quatro crianças iraquianas deram um exemplo de amor por Jesus mesmo diante da possibilidade da morte. Quando os muçulmanos radicais do Estado Islâmico exigiram que elas se convertessem ao islamismo e negassem sua fé, elas se negaram.

Crianças cristãs são decapitadas por não negarem a JesusO relato vem sendo divulgado por Andrew White, pastor de uma Igreja anglicana em Bagdá. Ele gravou uma entrevista para o canal OCN, da Igreja Ortodoxa. Relatou diversas histórias sobre a perseguição que os cristãos enfrentam no Iraque e a bravura com que os cristãos estão defendendo sua fé, apesar das consequências.

Quando os soldados do EI disseram: “Repita que você irá seguir somente a Maomé”, lembra White, “As 4 crianças, todas menores de 15 anos, responderam: ‘Não, nós amamos Yesua [forma iraquiano do nome Jesus]. Sempre amamos Yesua e o temos seguido. Yesua sempre esteve com a gente”. Os homens insistiram, mas elas não mudaram de ideia.

Os muçulmanos, em seguida, então decapitaram as crianças diante de todos os moradores da aldeia. “Como você responde a isso?”, questiona o pastor. “Você só pode chorar. Eles são meus filhos… É isso que temos visto e que estamos passando”.

O pastor White relatou sobre a forma como os cristãos são perseguidos em todo o Iraque, especialmente em cidades como Bagdá e Nínive. Ele conta que o Estado Islâmico não tem poupado ninguém.

“Eles mataram um grande número de pessoas. Cortaram crianças ao meio. Cortaram suas cabeças. Multidões estão fugindo para o norte… é muito terrível o que aconteceu”, desabafa. Estima-se que restaram cerca de 250.000 cristãos na região, onde costumavam viver 1 milhão e meio anteriormente.

Relata que muitos cristãos acabam cedendo e afirmando que seguirão a Maomé. A pressão é muito grande. White acredita que não é possível que os cristãos vivam nas áreas sob domínio do EI.

 

Arminius sobre Deus: Entendimento e Onisciência

Artigo postado pelo site Deus Amou o Mundo… Este artigo você pode acessar aqui.

 

Keith Stanglin and Thomas McCall

Arminius é um intelectualista na tradição Tomista; dessa forma, o intelecto divino, ou entendimento, é o primeiro, no sentido de que tem prioridade sobre a vontade divina, a qual por sua vez regula o poder divino. [1] Arminius define o entendimento (intellectus/inttelectio) de Deus como “a faculdade de sua vida que é prioritária em natureza e ordem, e pela qual o Deus vivo entende distintamente todas as coisas e coisas singulares, as quais, de qualquer que seja a maneira, ou tem, terão, tiveram, podem ter, ou poderiam hipoteticamente ter, uma existência de algum tipo.” [2] O intelecto é a faculdade divina pela qual Deus “distintamente entende a ordem, conexão e relação de todas as coisas e de cada uma com as outras”. [3] Deus conhece tudo o que existe, e ele conhece tudo o que poderia existir. Deus não conhece as coisas como nós as conhecemos. Deus não conhece as coisas pelas “aparências”, nem as conhece por “similaridade”. Pelo contrário, ele conhece todas as coisas por “sua própria e exclusiva essência”. [4] Arminius insiste que o modo do conhecimento divino é diferente do nosso, e, como outros atributos, não pode ser compreendido “univocamente” com as formas humanas de conhecimento. [5] Ao passo que os humanos conhecem as coisas por raciocínio “discursivo” ou por raciocínio de uma coisa para outra (“se … então”), para Arminius, “o modo pelo qual Deus compreende não é por composição e divisão, nem por argumentação gradual (discursum), mas por simples e infinita intuição, de acordo com a sucessão de ordem e não de tempo.” [6] Muller explica que Arminius, seguindo Aquino, insiste que:

O conhecimento de Deus não é nem abstrato, nem discursivo, composto ou dialético. Em outras palavras, Deus não conhece as coisas por primeiro compreender a ideia ou espécies inteligíveis de coisas individuais e então as aplica ou as encontra em algo — tampouco pela aplicação de um conhecimento de coisas previamente entendidas para outras coisas, recentemente compreendidas. Ao invés disso, Deus conhece as coisas por uma simples, infinita e imediata compreensão. [7]

Ademais, Arminius se dispõem ir além e especular sobre a ordem dos objetos do conhecimento divino: primeiro, Deus conhece a si mesmo “inteiramente e apropriadamente”, e esse conhecimento é, novamente de acordo com a doutrina da divina simplicidade, apenas seu próprio ser (esse). Segundo, Deus “conhece todas as coisas possíveis na perfeição da própria essência delas”. Aqui ele apresenta distinções adicionais: ele conhece quais coisas podem existir estritamente e unicamente por sua própria ação; ele conhece todas as coisas (tanto possíveis quanto reais) que podem existir pela ação de suas criaturas (é claro, por sua própria “conservação, movimento, assistência, concorrência e permissão”); e ele conhece o que ele pode fazer sobre as ações de suas criaturas de forma que seja consistente com sua própria natureza e com a natureza contingente dessas ações das criaturas. Terceiro, “ele conhece todos as entidades [reais], ainda de acordo com a mesma ordem de prioridade conforme aquela que foi demonstrada em seu conhecimento das coisas possíveis”. [8]

É evidente que com respeito à onisciência (considerada de forma ampla), Arminius seguiu uma linha tradicional muito forte: Deus é onisciente, e seu conhecimento cobre o passado, o presente e o futuro. Em outras palavras, Deus possui presciência (praescientia), o que Arminius julgou ser o pressuposto dominante através da Escritura (que é unicamente pre-sciencia no sentido de que o conhecimento abrange aquilo que é futuro para nós). Arminius escreveu que Deus “conhece todas as coisas possíveis, estejam elas no domínio (potentia) de Deus ou no da criatura … Deus pode apropriadamente ser dito conhecer coisas infinitas”. [9] Conforme Muller, “Concedendo esse infinito auto conhecimento idêntico a si mesmo e concedendo que Deus é a primeira causa de todas as coisas, Deus deve conhecer todas as possibilidades e toda a realidade (que é o mesmo que dizer, possibilidades atualizadas) e conhece essas categorias exaustivamente”. [10] Deus conhece toda as as verdades — incluindo todas as verdades contingentes bem como todas as verdades necessárias — e Deus as conhece exaustivamente. O conhecimento divino não impõem necessidade às coisas conhecidas. Como onisciente, Deus conhece as coisas necessárias como necessárias, e ele conhece as coisas contingentes como contingentes. “Pois visto que ele conhece o próprio evento e o seu modo, se o modo do evento é contingente, ele deve conhecê-lo como tal, e portanto o evento permanece contingente em relação ao conhecimento divino”. [11] Em suas declarações gerais sobre a onisciência divina, Arminius é completamente consistente não somente com a mais ampla tradição patrística e medieval, mas também com os reformados predecessores e contemporâneos.

Arminius também acompanha a linha principal da tradição cristã em suas simultâneas declarações de presciência e negação do determinismo. Embora a maioria dos teólogos tenha reconhecido uma tensão potencial em defender estes dois conceitos simultaneamente, muitas soluções coerentes foram propostas ao longo dos séculos. Arminius baseia-se na distinção, tão comum entre os escolásticos medievais, entre a necessidade da consequência e a necessidade da consequente. [12] A necessidade da consequência é observada por declarações tais como, “necessariamente, se Deus conhece que Tom está comendo uma maçã, então Tom está comendo uma maçã”; enquanto que a necessidade da consequente pode ser vista em declarações tais como, “se Deus sabe que Tom está comento uma maça, então, necessariamente, Tom está comendo uma maçã”. A necessidade da consequente é requerida pelo determinismo, enquanto que a necessidade da consequência é tudo o que a presciência exige. Mas a necessidade da consequente não é implicada pela necessidade da consequência; dessa forma, é possível haver presciência sem determinismo. [13] Com essa distinção, Arminius afirma a presciência mas nega o determinismo. Certeza e infalibilidade de um lado, e necessidade de outro lado, não são a mesma coisa: “‘infalivelmente’, é dito com respeito à infinita presciência divina”; mas ‘necessariamente’, é dito com respeito  ao decreto de Deus e sua divina vontade”. [14] Deus, por sua presciência, assim conhece “quem pela sua graça haveria de crer, e que por sua própria culpa haveria de permanecer na incredulidade”. [15]

A certeza de um evento é própria da presciência (praescientia) de Deus; mas a necessidade advém da onipotência e ação irresistível de Deus que, de fato, pode ser a base da presciência de algum evento. Mas não é dessa forma [ação irresistível] que Deus decidiu salvar os crentes através da graça, mas através de uma doce e gentil persuasão, concordante ou congruente com a livre escolha deles (arbitrio); nem através de uma ação ou moção onipotente, a qual eles nem desejam, nem são capazes de resistir e nem mesmo podem desejar resistir. Tampouco a condenação de algumas pessoas procede de uma inescapável necessidade imposta por Deus. [16]

Da forma que Arminius vê as coisas, liberdade e determinismo são rigorosamente incompatíveis, mas presciência, que nem é igual nem implica necessidade, de fato é consistente com genuína liberdade. [17]

Onde Arminius difere bruscamente dos seus contemporâneos reformados é em sua defesa e sustentação da doutrina do conhecimento médio. A teoria do conhecimento médio (as vezes chamada de “Molinismo” após Luis de Molina) propõe três momentos lógicos dentro do conhecimento divino, dos quais dois deles eram comuns à maioria dos relatos escolásticos. O primeiro é o conhecimentonecessário/natural de Deus. Ou conhecimento de simples inteligência. Esse é o divino “conhecimento pré-volicional de todas as verdades necessárias”. [18] Muller define isso como “o não composto, não qualificado, absoluto, indefinido ou ilimitado conhecimento divino que Deus necessariamente tem de acordo com a sua natureza e pelo qual Deus conhece perfeitamente conhece a si mesmo e a completa gama de possibilidades.” [19] É o conhecimento simples de Deus de tudo o que deve ser  — é também o conhecimento de Deus de tudo o que poderia ser. Ele logicamente precede qualquer ato da vontade divina.  O segundo momento, conhecimento livre de Deus, ou conhecimento de visão, é o conhecimento daquilo que será, e ele segue e é logicamente dependente da vontade divina. É o divino “conhecimento voluntário dos fatos reais que trazidos à existência livremente pela vontade divina operando dentro da gama de possibilidades perfeitamente conhecidas por Deus”. [20] Através do conhecimento necessário, Deus sabe todas possibilidades, o que significa dizer que ele conhece tudo o que poderia ser; e pelo seu conhecimento livre ou voluntário ele conhece tudo o que será, devido à sua vontade ativa. 

Essas duas categorias não são, relativamente, alvo de polêmica dentro do escolasticismo reformado; mas é a terceira categoria, scientia media (“conhecimento médio”) que ocasiona debate. O filósofo jesuíta Luis de Molina notoriamente posicionou a scientia media “entre” o conhecimento necessário e o conhecimento livre de Deus. Nas palavras e Willian Lane Craig, conhecimento médio é “o aspecto da onisciência divina que compõem o conhecimento de Deus, anterior a qualquer determinação da vontade divina, em que eventos contingentes ocorreriam sob qualquer arranjo hipotético de circunstâncias”. [21] O próprio Molina afirmou, com respeito ao conhecimento médio de Deus:

em virtude da mais profunda e inescrutável compreensão de cada faculdade de livre escolha, ele viu em sua própria essência o que cada uma de tais faculdades fariam com sua liberdade inata quando fossem colocadas nesta, ou naquela, ou, na verdade, em infinitos arranjos de coisas — embora de fato fossem capaz, se assim desejado, de fazer o oposto. [22]

Assim, ao passo que o conhecimento natural de Deus lhe dá ciência das verdades que são necessárias e independentes da vontade divina, e o conhecimento livre lhe confere ciência das verdades que são contingentes e dependentes da vontade divina, o conhecimento médio compreende aquelas verdades que são contingentes e independentes das decisões da vontade de Deus. [23] Conhecimento natural inclui o conhecimento de tudo aquilo que deve ser (no sentido de necessidade lógica) tanto quanto o que poderia ser (no sentido de possibilidade lógica), enquanto que o conhecimento livre é o conhecimento de Deus daquilo que será. Entre esses, entretanto, está o conhecimento médio, que é o conhecimento divino daquilo que seria. “Assim, ao passo que Deus, através do seu conhecimento natural, sabe que, digamos, Pedro, quando colocado sob certas circunstâncias, poderia negar a Cristo ou não negar a Cristo, sendo livre para fazer ambos sob circunstâncias idênticas; através de seu conhecimento médio Deus sabe o que Pedro faria se fosse colocado sob aquelas circunstâncias”. [24] A doutrina do conhecimento médio foi vista como atraente porque promete conciliar dois aspectos que são muito importantes para os teólogos cristãos inclinados à visão tradicional: a demanda biblicamente embasada de uma forte doutrina da providência e a preocupação também biblicamente embasada da responsabilidade humana genuína, bem como a liberdade implicada por tal responsabilidade. [25] Pelo fato de Deus saber precisamente como cada indivíduo responderia sob quaisquer circunstâncias, Deus então atualiza um mundo particular com um arranjo particular de indivíduos e de circunstâncias no qual eles fazem escolhas livres. [26]

Não é de todo difícil discernir a própria visão de Arminius nesse assunto. Conforme ele mesmo explica:

Ademais, os escolásticos dizem que um aspecto do conhecimento de Deus é natural e necessário, outro é livre, e outro é médio (mediam). (1) Conhecimento natural ou necessário é aquele pelo qual Deus entende a si mesmo e todas as coisas possíveis. (2) Conhecimento livre é aquele pelo qual ele conhece todos os outros seres. (3) Conhecimento médio é aquele pelo qual ele sabe que “se tal coisa acontecer, aquilo acontecerá”. O primeiro precede qualquer ato livre da vontade divina; o segundo resulta da livre ação da vontade de Deus; e o último precede de fato a livre ação da vontade divina, mas hipoteticamente a partir dessa ação vê que alguma coisa particular ocorrerá (futurum)”. [27]

Arminius não apenas possuía a segunda edição de Concordia (1595) de Molina, mas ele também explicitamente endossou a ideia do “conhecimento médio”: embora o conhecimento necessário (ou natural) de Deus seja importante, “é necessário para isso o [conhecimento] ‘médio’ para intervir nas coisas que dependem da liberdade de escolha criada”. [28]

Se o endosso de Arminius com respeito ao conhecimento médio é claro, da mesma forma é seu desacordo com seus colegas reformados neste ponto. Conforme Muller pontua, “Nós finalmente temos um ponto de diferença com o ensino reformado que se relaciona diretamente com a substância do debate posterior”. [29] E esse é um ponto importante, pois Arminius usa essa visão para suportar sua doutrina da salvação: como Molina, Arminius usa a doutrina para argumentar que “Deus tem eternamente determinado distribuir a toda a humanidade a graça necessária para salvação. Assim, a graça não é igualmente distribuída, mas é suficiente para cada indivíduo. De acordo com a sua scientia media, Deus sabe como os indivíduos aceitarão ou resistirão à assistência de sua graça e pode destiná-los ou para a glória ou para a reprovação com base em suas livres escolhas”. [30] É notória á grande importância que a explicação Molinista tem para o relato de Arminius da predestinação e salvação em sua discussão sobre o decreto divino. Os primeiros três decretos lidam com a divina intenção de fazer de Cristo aquele quem media a salvação, enquanto que o quarto decreto é baseado no conhecimento médio de Deus. [31]

Como um protestante convicto, é claro, Arminius faz importantes mudanças no discurso de Molina: ele insiste, por exemplo, que a predestinação para justificação é pela prevista por Deus, não méritos. Mas aparte dessas sérias adaptações, a visão de Arminius aproxima-se da visão de Molina e, na verdade, depende dela. [32] Arminius não viveria para ver o desenvolvimento da controvérsia adicional sobre a doutrina do conhecimento médio, mas deve estar claro que sua teologia não apenas incorpora, mas também depende muito fortemente dela. Conforme Dekker coloca, scientia media ocupa um “lugar central” na doutrina de Arminius sobre o conhecimento de Deus. [33]

Tradução: Samuel Coutinho
Fonte: Jacobs Arminius: Theologian of Grace, pp. 62-69.

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[1] Muller. God, Creation and Providence, pp. 78, 144; Witt. “Creation, Redemption and Grace” p. 287.

[2] Disp. priv. XVII.1; Disp. pub. IV.30. Cf Muller, God, Creation and Providence, p. 146.

[3] Disp. priv. XII.1.

[4] Disp. priv. XII.2. Deus conhece as coisas más somente indiretamente (por privação).

[5] Witt. “Creation, Redemption and Grace” p. 337.

[6] Disp. priv. XVII.3; Cf Disp. pub. IV.33.

[7] Muller. God, Creation and Providence, pp. 147-148.

[8] Disp. priv. XVII.4; Cf Disp. pub. IV.34. Dado o comprometimento de Arminius com a doutrina da divina simplicidade, é importante ter em mente que essas distinções, enquanto úteis, são somente conceituais  ou, no máximo, formais. Deus não conhece as coisas discursivamente porque a onisciência de Deus é “de acordo com ela [divina simplicidade], de um mais puro ato”. Ver Disp. pub. IV.39.

[9] [Deus] conhece todas as coisas possíveis, mesmo se estiverem na capacidade (potentia) de Deus ou da criatura; em capacidade ativa ou passiva; na capacidade de operação, imaginação ou enunciação: ele conhece todas as coisas que poderiam existir (existerent posita) em alguma hipotese; ele conhece coisas que não ele mesmo, que são necessárias e contingentes, boas ou más, universais e particulares, futuras, presentes e passadas, excelentes e vís: [ele conhece] coisas substanciais e acidentais de todo o tipo, ações e paixões, os modos e circusntâncias de todas as coisas; palavras externas e ações, pensamentos ocultos, deliberações, conselhos e decretos; e entidades racionais complexas ou não complexas. Todas essas coisas, sendo juntamente atribuídas ao entendimento de Deus, parecem mostrar que Deus pode merecidamente ser dito conhecer coisas infinitas (At 15:18; Hb 4:13; Mt 11:21; Sl 147:4; Is 41:22, 23; 44:7; Mt 10:30; Sl 135:1; 1 Jo 3:20; 1 Sm 16:7; 1 Rs 8:39; Sl 94:11; Is 40:28; Sl 147:5; 139; 94:9-10; 10:13-14).

[10] Muller. God, Creation and Providence, pp. 146-147.

[11] Disp. priv. XVII.7; Cf Disp. pub. IV.38.

[12] Por exemplo, Exam. Perk., em Opera, pp. 704, 708; Works 3: 374-375, 381.

[13] Embora ele não tenha feito uso da mesma terminologia, essa conclusão é consistente com Agotinho,Cidade de Deus, livro V, v.1, p. 483: “ nem temos medo de poder fazer sem vontade o que voluntariamente fazemos, porque prevê o que havemos de fazer Aquele cuja presciência se não pode enganar.” Para uma discussão contemporânea útil sobre liberdade e presciência (em uma forma consistente com a visão de Arminius), ver Alvin Plantinga, “On Ockham’s Way Out”, Faith and Philosophy 3 (1986): 235-269.

[14] Exam. Perk., em Opera, pp. 704-705; Works 3: 375. Cf. Ibid., em Opera, p. 771; Works 3: 474.

[15] Exam. Perk., em Opera, p. 750; Works 3: 443.

[16] Exam. Perk., em Opera, p. 750; Works 3: 443.

[17] Por exemplo, Exam. Perk., em Opera, p. 713, 769-771; Works 3: 388, 473-474. É evidente que Arminius rejeitou (aquilo que é chamado de) “compatibilismo”, mas a medida em que ele se afaste de seus contemporâneos reformados não é tão clara. Por um lado, John Frame conflita determinismo com calvinismo e declara que “aqueles calvinistas que colocam grande peso na antiguidade e tradição terão de conceder … que as tradições extracanônicas mais antigas não favorecem sua posição”. John Frame,The Doctrine of God: A Theology of Lordship (Phillipsburg: P & R, 2002), p. 138, n.23. Mas para uma visão completamente diferente, ver Willem J. Van Asselt, et. al., eds., Reformed Thought on Freedom: The Concept of Free Choice in Early Modern Reformed Theology, Texts and Studies in Reformation and Post-Reformation Thought (Grand Rapids, MI: Baker Academic, 2010).

[18] Thomas P Flint, Divine Providence: The Molinist Account (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1998), p.41.

[19] Muller, Dictionary, p. 274.

[20] Muller, Dictionary, p. 274.

[21] Willian Lane Craig, “Middle Knowledge: A Calvinist-Arminian Reapprochement?” em The Grace of God and The Will of Man, ed. Clark H. Pinnock (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1989), p. 147. A teoria do conhecimento médio tem gozado de um ressurgimento de interesse e defesa, tanto quanto o criticismo, nos dias atuais. A “objeção fundamental” é muitas vezes reconhecida ser a mais forte objeção à teoria. Ver, por exemplo, Robert M. Adams, “Middle Knowledge and the Problem of Evil”, American Philosophical Quarterly 14 (1977): 109-117; idem, “An Anti-Molinist Argument”, Philosophical Perspectives 5 (1991), pp. 343-353. Willian Hasker, God, Time and Knowledge (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1989), pp. 29-52.; Timothy O’Connor, “The Impossibility of Middle Knowledge”, Philosophical Studies 66 (1992): 139-166; Thomas P. Flint, Divine Providence, pp.121-137; Edward R. Wierenga, The Nature of God: An Inquiry into the Divine Attributes (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1989), pp. 116-165; Richard Otte, “A Defense of Middle Knowledge”, International Journal of Philosophy of Religion 21 (1987): 161-189; Willian Lane Craig, “Middle Knowledge, Truth-Makers, and the ‘Grounding Objection’”, Faith and Philosophy 18 (2001): 337-352.

[22] Luis de Molina, On Divine Foreknowledge (Parte V da Concórdia), trans. Alfred J. Freddoso (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1988), IV.lii.9. p.168. Cf.a discussão em Alfred J. Freddoso, “Introduction”, em Molina, On Divine Foreknowledge, pp. 1-81; Craig, “Middle Knowledge”, pp. 147-148.

[23] Flint, Divine Providence, p. 42.

[24] Craig, “Middle Knowledge”, p. 147. Para outras breves descrições de conhecimento médio, ver Dekker, Rijker dan Midas, pp. 78-81; “Was Arminius a Molinist?” 338-341.

[25] Em adição ao (geralmente reconhecido) testemunho bíblico da providência divina, onisciência divina, e responsabilidade moral humana, o locus classicus bíblico da doutrina do conhecimento médio é 1 Sm 23.

[26] Cf. Craig, “Conhecimento Médio”, p. 152: “Enquanto é impossível, em um sentido composto, dado a presciência de Deus, para qualquer coisa acontecer diferentemente da forma que deseja, esse senso é irrelevante para contingência e liberdade. No que é relevante, em um sentido particular, nós somos como criaturas perfeitamente livres em nossas decisões e ações como se a presciência de Deus não existisse. O conhecimento médio portanto fornece não apenas a base para a presciência divina, mas também o meio para reconciliar essa presciência com a liberdade e contingência das criaturas”.

[27] Disp. pub. IV.43. Cf Disp. pub. IV.36. Disp. priv. XVII.11-12. Mesmo quando Arminius não usa o termo “scientia media”, está implicito em sua teologia e em muitas passagens. Por exemplo, ver Exam. Perk., em Opera, pp. 752-753; Works 3: 446.

[28] Disp. pub. IV.45. Disp. priv. XVIII.12.

[29] Muller. God, Creation and Providence, p. 154.

[30] Muller. God, Creation and Providence, p. 161.

[31] Dec. Sent., p. 106; Works 1: 653-654. Cf. Muller. God, Creation and Providence, pp. 162-163. Para mais sobre o decreto da predestinação, ver capítulo 3 neste volume.

[32] Muller. God, Creation and Providence, p. 163. fornece um competente resumo: “Como Driedo e Molina, Arminius assume uma determinação anterior geral para salvar a raça humana e fornecer os meios necessários para este fim — e, novamente como Molina, ele assume que Deus elege ou rejeita com base na presciência da resposta humana à graça. Portanto, o contorno básico é Molinista, visto que a presciência divina inclui conhecimento da rejeição bem com da aceitação da graça”.

[33] Dekker, Rijker dan Midas, p. 99. Cf. Muller, God, Creation and Providence, pp. 155-156; idem, “Was Arminius a Molinist?” 337-352. Mas contra Roger Olson, Arminian Theology: Myths and Realities (Downers Grove: IVP Academic, 2006), pp. 195-197; and Witt, “Creation, Redemption and Grace”, pp. 354-370. Alguns dos Remonstrantes posteriores também abraçaram a doutrina do conhecimento médio. Por exemplo, Episcópius, Institutiones Theologicae IV.ii.19, em Opera Theologica, pp. 303-304. Ver a discussão em Dennis W. Jowers, “Introduction”, em Four Views on Divine Providence, ed. Dennis W. Jowers (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2011), p. 17.

Anulando o sofisma da predestinação, eleição incondicional, graça irresistível – “Resposta de um arminiano ao Rev. Augustus Nicodemus acerca de Romanos 9”

Texto extraído do Blog do Jean Patrik

Augustus Nicodemus como a maiorias dos calvinistas começa logo de cara com aquela hermenêutica que todos conhecemos: selecionando textos aqui, forçando outros ali, empurrando outros, sempre tendo o objetivo final de mascarar esteticamente o determinismo calvinista e concluir assim que a melhor exegese soteriológica é a deles.

Selecionei os trechos que se segue para destrinchá-los.

“A chave para entendermos Romanos 9 é a intenção de Paulo, o que ele quer mostrar? A resposta está nos versículos iniciais, 1-5. Ele está triste porque Israel rejeitou Jesus Cristo. Este fato poderia levantar a questão de que a promessa de Deus havia falhado (verso 6). Paulo evita este problema explicando que a promessa foi feita aos descendentes espirituais de Abraão e não aos seus descendentes físicos. Nem todos de Israel são filhos de Deus (verso 6-7).”

Se realmente a chave está nos versículos iniciais, então não deveria ter usado o 2.  “Que tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.” Paulo teria tristeza  por saber que Deus tem seus eleitos para salvação(Judeu ou não) ou ele teria tristeza por ver que os judeus rejeitaram voluntariamente o Messias? Na primeira hipótese, segue-se que Paulo prega o determinismo,  mas tem tristeza, não aceita o que prega. Muito estranho considerando que estamos falando do Apóstolo Paulo que aceitava qualquer situação por amor ao evangelho. Ele segue dizendo: “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;”.  O motivo da  tristeza dele está claramente explicado, e de nenhuma forma é uma tristeza tendo em vista o plano de Deus e sim, por seus irmãos hebreus terem deliberadamente rejeitado o Messias e assim Deus ter concedido salvação aos gentios. De fato, o Messias, o Senhor Jesus Cristo, veio e os judeus não o reconheceram (Jo 1:11). Paulo afirmou esta mesma verdade em Romanos 10.16-21 . Em virtude da rejeição de Jesus como Messias, pensa-se que os judeus foram rejeitados, ou seja, perderam a oportunidade de serem salvos. Se esta for uma concepção correta, o que dizer das promessas de caráter eterno de que eles são povo e nação exclusiva de Deus? O contexto imediato que se segue é a demonstração que Deus não é infiel, ele é justo e cumpre suas promessas mesmo Israel o rejeitando. “Eles foram escolhidos enquanto indivíduos, embora, certamente, esta escolha venha a ter algum reflexo em seus descendentes (versos 8-13). O ponto de Paulo é que somente os escolhidos de entre a nação de Israel é que creram (e crerão) em Cristo. São indivíduos escolhidos de entre uma nação, para a salvação. Desta forma, Paulo mostra que as promessas de Deus a Israel não falharam, pois dentre a nação Deus sempre escolheu soberanamente, e não por obras, aqueles israelitas individuais que viriam a crer em Jesus Cristo, como o próprio Paulo.” (e item I)Aqui Nicodemus não leva em consideração entre tatas outas passagens a de João 1:12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome.” Certamente a escolha de cada um não foi predestinada, eles tiveram que receber o Messias, tiveram que crer, enquanto a maioria não quiseram aceitar e inclusive,  perseguiram Jesus, assim como perseguiram outros profetas. Isso fica bem claro em Lucas 13:34: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?”

“(2) A eleição de Jacó sobre Esaú (Romanos 9:10-13) pode ter implicações nacionais, mas começa com dois indivíduos. Não podemos esquecer este fato. (3) Jacó foi eleito e Esaú rejeitado antes que tivessem feito algo de bom ou ruim. O texto está falando de indivíduos que podem fazer o bem e o mal. Não fala de nações que sairiam deles e que fariam bem ou mal. O bem e o mal referido é de pessoas, indivíduos, chamados Jacó e Esaú.”

Sim, de fato começa com dois indivíduos, mas não tem relação nenhuma com eleição deles para salvação. É incluído no contexto um outro caso, o de Isamel, e em cada um,  Paulo demonstra a escolha de Deus para garantir a sua promessa de redenção, tendo uma nação separada para o nascimento do Messias. Não dá para dizer que Esaú ou Ismael foram predestinados para não serem salvos. Longe disso, o Anjo abençoa Hagar e Isael no deserto de Padã-Arã e Isaque abençoa igualmente a Esaú(ainda que com uma benção inferior a de Jacó). A forte expressão “odiei a Esaú” no versículo 13 deve ser vista como um típico exempo de hipérbole oriental, que expressa as coisas em termos de extremos. Além disso, na língua hebraica “amar” geralmente significa “favorecer”, e “odiar” pode significar “favorecer ou amar menos”. Observe, por exemplo, que em Gênesis 29.21, 33, a RSV traduz a palavra hebraica odiar literalmente, enquanto a NIV traduz a palavra como “não amada”. Essa versão reconhece, à luz de Gênesis 29.30, que Jacó amava Lia menos do que Raquel; ele não a “odiava”.  A  palavra hebraica para odiada é traduzida “não amada” na NIV e “desprezada” na RSV. Portanto, é sensato dizer que com tudo isso, a rejeição de Esaú por parte de Deus não significa necessariamente que este foi predestinado para não ter salvação. Ele foi rejeitado simplesmente para Jacó e seus descendentes serem  favorecido no plano de redenção. Ainda em relação às palavras “odeie a Esaú”, certamente que devem serem entendidas como ódio ao pecado que os descendentes dele cometeram, ou seja, Edom. A única coisa que faz com que Deus odei alguém é o pecado. Nicodemus parece não considerar outros versículos do capítulo,  p. ex,   12, que diz que o “maior servirá ao menor”. Isso nunca aconteceu com Esaú em relação a Jacó, mas com os povos descendentes deles.”(4) Rom. 9:15 enfatiza a soberania de Deus na escolha de indivíduos. “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.” O pronome “quem” é um singular masculino. Se Paulo estivesse falando de nações, poderia ter usado um pronome plural.

(5) Rom 9:16 está claramente lidando com pessoas: “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre”. “Quem quer” θέλοντος e “quem corre” τρέχοντος são dois singulares masculinos. É difícil ver implicações nacionais em tudo aqui. É sobre o desejo e esforço individual.”

Paulo mostra aqui que a aparente injustiça de Deus nas escolhas apenas indica que a  misericórdia e compaixão de Deus são absolutamente livres e estão ao seu soberano dispor. Ninguém pode obtê-las em troca de alguma coisa; ninguém as merece. Nem os judeus que aceitaram , nem os judeus que rejeitaram e nem os gentios. “Compadecer-me-ei de quem me compadecer” significa “Eu não exigirei obras,” v. 11, pois então nenhuma misericórdia jamais seria demonstrada, pois ninguém é capaz de prover as obras necessárias para a salvação. Em outras palavras, a eleição de Deus deriva de sua misericórdia e compaixão. Isso nos leva a crer que a vontade de Deus é “livre, porém não arbitrária”. Portanto, no versículo 16 é expresso que não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de Deus usar sua misericórdia. Isso coaduna com o versículo 11 onde diz que não é por obras, mas por aquele que chama. A extensão da misericórdia  é total e emana unicamente de Deus.  Tudo que é listado nos v. 4, 5 era pura misericórdia aos israelitas; tudo que os cristãos, judeus e gentios, agora têm é a mesma pura misericórdia. É interessante que Paulo emprega um passagem de Êx 33.19 que é uma  resposta a um pedido de Moisés de um alto privilégio(“Rogo-te que me mostres a tua glória!”). Deus concede, não porque ele o merece, mas de graça, porque ele “terá misericórdia de quem ele tiver misericórdia, e se compadecerá de quem ele se compadecer.” A passagem, conforme empregada por Paulo, afirma que Deus favorece nações de acordo com sua vontade, mas o apóstolo usa  explicitamente a pessoa de Moisés  como exemplo, o que justifica o pronome “quem” que Paulo usa. “

(6) Rom 9:18 fala do endurecimento de Faraó, um indivíduo. Não está tratando do endurecimento do Egito, mas da pessoa de seu rei, Faraó. Após falar do endurecimento, Paulo resume o que ele está tentando dizer usando pronomes singulares masculinos: “Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz”. Se Paulo estava falando de eleição e endurecimento de nações, ao terminar o exemplo pessoal e individual de Faraó ele deveria ter dito que ele endurece e tem misericórdia das nações que quer.”

Paulo nesses versículos usa Faraó como paradigma para Israel. Sempre questionei o porquê de usarem Faraó para defender que Deus queria mostrar seu poder e para isso precisaria necessarimente usar Faraó. Não haveria necessidades de tantas tentativas de alerta por parte de Moisés e Arão. Outra, chega ser óbvio que um imperador egipcio cercado de todo paganismo já era endurecido no sentido de não querer libertar Israel por natureza. Por outro lado, a presença de Israel e o testemunho do que José tinha feito no passado e mais as primeiras demonstrações do poder de Deus através de Moisés foram  suficente para que antes de ser endurecido ele tivesse oportunidades de se arrepender. Transcrevo aqui as palavras de Godet:  “O que não deve ser esquecido, e o que aparece claramente, de toda a narrativa em Êxodo, é que o endurecimento de Faraó, foi inicialmente um ato seu. Cinco vezes é dito dele que ele mesmo endureceu, ou tornou pesado seu coração (Êx 7.13; 7.22; 8.15; 8.32; 9.7), antes da vez quando é finalmente dito que Deus o endureceu (Êx 9.12), e mesmo depois disso é dito que ele endureceu a si mesmo (Êx 9.34). Assim ele inicialmente fechou seu próprio coração aos apelos de Deus; ficou mais firme pela resistência obstinada sob os julgamentos de Deus, até que finalmente Deus, como punição por sua rejeição obstinada do direito, entregou-o à sua louca insensatez e afastou seu julgamento.”. Como arminiano acredito piamente em endurecimento divino, certamente que sim, porém isso não significa que Deus os “endurecidos” são predestinados a condenação, o próprio termo endurecer denota uma ação iniciada em alguém antes não endurecido e não signifca que uma vez endurecido, endurecido para sempre. Mas forçar o exemplo de Faraó é a máxima da doutrina calvinista.”

(7) A objeção em Rom. 9:14, “Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus?” – faz pouco sentido se Paulo estivesse falando sobre a eleição corporativa ou nacional. A acusação de injustiça poderia facilmente ser respondida se Paulo estivesse dizendo que a eleição de Deus é apenas em relação às nações e não tem a intenção salvadora. (8) Da mesma forma, a objeção em Rom. 9:19 fica totalmente sem sentido se Paulo não estiver falando de eleição individual. “Algum de vocês vai me dizer: “Se é assim, como é que Deus pode encontrar culpa nas pessoas? Quem pode ir contra a vontade de Deus?” (NTLH). A questão que o opositor de Paulo está levantando é que Deus parece injusto com indivíduos, ao endurecer alguns e ter misericórdias de outro como lhe apraz, e não com nações.”

Mais uma vez ele força o texto para dizer aquilo que ele quer. A questão não é apenas do opositor,  é também de Paulo, desde o início do capítulo, Paulo também está triste. O endurecimento não é a causa da aparante injustiça de Deus e consequente tristeza de Paulo sim,  as tantas promessas feitas a Israel e que por conta deles terem rejeitado, essas bençãos terem passado para os gentios,  que não era o povo da promessa. Isso em primeira análise, parece ser injustiça, gentios terem parte na herença de Israel era inconcebível. Esta liberdade de Deus, em sua eleição de raças e não eleição de outras, ter escolhido Israel e depois ter acrescentado os gentios no plano de salvação não faz violência à sua justiça? Não é injusto que Deus escolha uma nação e rejeite outra? A resposta a esta questão é agora dada. Paulo mostra que as Escrituras reconhecem esta liberdade, e estas Escrituras, reverenciadas pelo objetor judeu a quem ele está escrevendo, não atribuiria injustiça a Deus.”

(10) Em Rom 9:24 Paulo diz que Deus chamou os “vasos de misericórdia”, que Ele preparou para glória “de antemão” (são os eleitos mencionados no capítulo todo) “não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios”. É difícil ver eleição nacional aqui, pois Deus chamou estas pessoas “dentre” todas as nações, ἐξ Ἰουδαίων (de entre os judeus) e também ἐξ ἐθνῶν (de entre os gentios). Os vasos de misericórdia, que são a descendência espiritual de Abraão, em quem se cumprem as promessas, são chamados por Deus de entre na nação de Israel e de entre as nações gentílicas.”

Aqui está o pivô da interpretação calvinista,  “vasos de misericórdia X vasos de ira”. Para eles, vasos de misericórdia são os predestinados para a salvação e os vasos de ira, os predestinados para condenação. Não é isso que Paulo quer concluir com essa analogia dos vasos. Me parece que os calvinistas acrescentam a esses versículos o seguinte: Vasos de ira serão vasos de ira eternamente e vasos de misericórdia serão vasos de misericórdia para sempre. Mas o texto não diz isso, posso tranquilamente interpretar a luz de outras analogias que Paulo fazia relacionando vasos, como é o caso de 2Tm 2.21: “De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra”. A afirmativa de Paulo não tem um caráter imutável e estático. O próprio Paulo antes de sua conversão era certamente um vaso de desonra. Qualquer eleito antes de ter um encontro pessoa com Cristo é um vaso de desonra. Alías Paulo sequer tem por fim, falar de salvação, antes, está exaltando a soberania divina, como bem frisou Jonh Wesley: ” E quanto mais não tem Deus direito sobre suas criaturas, para designar um vaso, a saber, o crente, para honra e um outro, a saber, o incrédulo, para desonra? Se examinar o direito que Deus tem sobre nós de um modo mais geral, no que tange às suas criaturas inteligentes, Deus pode ser considerado de dois ângulos diferentes: como criador, proprietário e Senhor de tudo, ou como seu governador e juiz.” Vasos de misericórdia não são os eleitos, são judeus e gentios que aceitaram as boas novas de salvação e vasos de desonra são os que rejeitam a salvação, a desonra é exatamente isso, o que mais seria? “

(11) Em Romanos 11:1-10, quando Paulo volta a falar da eleição de israelitas individuais de entre Israel étnico, fica claro que os eleitos são pessoas de entre a nação de Israel, os sete mil que não dobraram o joelho a Baal (Rm 11.4), aos quais Paulo se refere como “a eleição da graça” (Rm 11.5). Isso nos diz duas coisas: 1) eles são sete mil indivíduos que Deus tem mantido crentes dentro da nação de Israel, e não uma nova nação. 2) Esses indivíduos são mantidos por Deus na fé no Deus verdadeiro, não se curvando diante de Baal (ou seja, eles permaneceram fiéis a Deus). Ou seja, a eleição mencionada por Paulo é de indivíduos para a salvação”

Apelar para Romanos 11: 1-10  e a passagem de Elias e os sete mil não foi uma boa ideia.

“Esses indivíduos são mantidos por Deus na fé no Deus verdadeiro, não se curvando diante de Baal (ou seja, eles permaneceram fiéis a Deus). Ou seja, a eleição mencionada por Paulo é de indivíduos para a salvação.”

Esses indivíduos são mantidos por Deus na fé no Deus verdadeiro ou são mantidos POR TEREM FÉ e não terem se desviado?

Possíveis traduções de 1 Reis 19:18

Almeida corrigida e fiel: “Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.”

Versão católica: “Mas reservarei em Israel sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal, e cujos lábios não o beijaram.

NVI: “No entanto, fiz sobrar sete mil em Israel, todos aqueles cujos joelhos não se inclinaram diante de Baal e todos aqueles cujas bocas não o beijaram”

Vulgata: “Et relinquam mihi in Israel septem milia: universorum genua, quae non sunt incurvata ante Baal, et omne os, quod non osculatum est eum ”.

Onde ‘Et relinquam’ é traduzido por “Eu deixei”.

Pelo contexto que temos nos capítulos 16,17 e 18 percebe-se claramente que todos aqueles que se manteram fiel ao Deus de Israel foram perseguidos e muitos até deixaram Israel, outros se esconderam, o caso de Elias.  Todo os habitantes de Israel que haviam entrado para o caminho da adoração a Baal seriam destruídos e apenas seriam poupados aqueles que não haviam dobrado seus joelhos. Deus deixou ficar os sete mil fiéis em Israel. Ele não predestinou que eles fossem fiéis.

Como sempre, somente é possível chegar a conclusão que o Augustus Nicodemus e outros calvinistas chega, forçando o texto, o que é definitivamente típico dos calvinistas.

Fanerose, cair pelo poder de Deus, espírito do engano espalhado nas igrejas evangélicas no mundo inteiro.

Assista a estes vídeos, onde o pastor Paul, um (deduzo) dos fundadores do cai cai, revela a verdade, sobre esse comportamento que tem destruído a vida de milhões, senão (não o sei) mesmo de bilhões  de crentes pelo mundo todo.

 

 

 

 

 

A conversão de Andressa Urach.

Andressa Urach, modelo famosa, conta a história de sua vida, após ser internada, ele recebeu uma segunda chance de entregar sua vida a Cristo, em obediência, segundo dizem as ESCRITURAS SAGRADAS.

 

Veja o vídeo, e se você ainda não entregou sua vida a Cristo, entregue ela IMEDIATAMENTE! O tempo é agora!

 

Teísta, evangélico, católico, espírita, budista, religioso ou não, ateu, agnóstico… HUMANO. Ninguém escapará da morte! Cedo ou tarde você vai morrer.

O homem tem muitos assuntos importantes nesta vida… Trabalho, sucesso profissional, sonhos na vida sentimental, um lar harmonioso, enfim somos movidos por objetivos em nossa vida cotidiana.

 

A unica vez que pensamos na morte e quando vemos alguém morrer, quando vamos a um velório, ou quando nossas vidas passam a não ter sentido, e existem aqueles que almejam tirar a própria vida.

Mas a verdade é que o ser humano; no geral; a última coisa que ele pensa, esquadrinha, é sua própria morte.

Parece até algo negativo, ficar falando em morte… Mas ela é uma VERDADE ABSOLUTA… Ela é SIM, inevitável.

 

Nenhum homem escapara dela, eu não escaparei…

 

Estes vídeos ilustram e explicam essa condição inerente ao homem, e dá a dica de como escapar, não da morte, mas do que acontece com TODOS aqueles que morrem sem aceitarem, e se entregarem em obediência a Cristo Jesus conforme dizem as Escrituras Sagradas.

Cabe a você fazer sua escolha, o caminho é apertado, a escolha é difícil, mas você tem o poder da escolha.

Desperta ó tu que dormes e Cristo te iluminará!

 

 

Assista este:

 

 

 

 

 

E este vídeo e faça sua escolha! Aliás VOCÊ FARÁ INEVITAVELMENTE… LEMBRE-SE DISSO!

 

 

 

Deus procura sinceridade.

O que é sinceridade? Afinal é isso que Deus procura em nós, Jesus resistiu, foi extremamente duro com os HIPÓCRITAS.

 

Aliás, trago em mente o significado de hipócrita, que é oposto a sinceridade:

 

 

Hipócrita pode ser uma pessoa que tem atitudes hipócritas, ou ela mesma uma pessoa falsa, fingida, que faz coisas que na verdade não faria, em outra situação.

Relativamente à origem da palavra, ela vem do grego, e servia para qualificar o ato artístico de representar um papel, sendo que inicialmente descrevia um ator ou atriz.

Hipócrita é a pessoa que age como outra, que usa de hipocrisia, que não é leal, e principalmente que não é alguém confiável. Uma pessoa hipócrita é aquela que finge ser o que não é, seja através de religião, virtudes, características, idéias, sentimentos, e etc. A pessoa hipócrita finge ter algo que não tem, seja para agradar aos outros, se aproximar de um determinado grupo, ou até mesmo para melhorar a sua própria auto-estima.

Um ato hipócrita é quando alguém critica uma atitude de alguém, quando ela faz exatamente a mesma coisa, ou até pior. O hipócrita nem pensa nesse fato, tudo que ele quer é estar em vantagem sobre outras pessoas. Outro exemplo de alguém hipócrita é aquele que tem vontade de fazer alguma coisa, e critica as pessoas que fazem, mesmo que ele queira, apenas para diminuir os outros.

Hipócrita também é uma pessoa dissimulada, demagoga, que finge ser algo que não é.

 

Então, não é a unica coisa que Deus procura em mim, mas posso dizer que é a PRIMEIRA coisa e algo tão imprescindível em um relacionamento com Ele.

 

Eis o que Deus procura em mim… SINCERIDADE … E …

 

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Sinceridade é o substantivo feminino que significa a qualidade de uma pessoa sincera. É sinônimo de franqueza, lisura, lhaneza.

Uma das definições de sinceridade indicam que é uma mistura de fraqueza e verdade. Muitas pessoas não são sinceras porque sabem que se mentirem podem manipular uma pessoa e obter assim algum benefício.

Por exemplo, se um amigo te pergunta se você gosta da sua roupa nova e você diz que sim, mesmo pensando que não, isso é falta de sinceridade. No entanto, é importante salientar que ser sincero não é ser bruto, é possível ser sincero sem magoar as pessoas quando expressamos as nossas opiniões.

Existe também a white lie, expressão em inglês que em português significa mentira boba, mentirinha, mentira piedosa ou mentira inocente que consiste em uma mentira com boa intenção, que é dita para não ferir os sentimentos de outra pessoa. Ainda assim, não deixa de ser uma mentira e falta de sinceridade. Um dos exemplos mais frequentes é: “Eu não quero estragar a nossa amizade”, quando na realidade a pessoa quer dizer: “Eu não gosto de você”.

Sinceridade e honestidade

Apesar de muitas vezes serem vistos como sinônimos, existem diferenças entre sinceridade e honestidade.

Por exemplo, quando uma pessoa diz: “Eu confesso, fui eu que roubei o seu carro”, ela foi sincera, porque admitiu que cometeu o crime. Apesar disso, ela não foi honesta, porque cometeu um ato ilícito, que vai contra as normas morais da honradez e decência.

O naturalismo metodológico é religiosamente neutro? Não é o que mostra o Grande Mito Evolucionário!

By Sociedade Origem e Destino

A doutrina filosófica do naturalismo metodológico assegura que para qualquer estudo do mundo ser qualificado como “científico” ele não pode fazer referência a atividade criadora de Deus (ou qualquer sorte de atividade divina). Os métodos da ciência não nos deixam a opção das proposições teológicas, mesmo que elas sejam verdadeiras. E a teologia, portanto, não pode influenciar explicações científicas. Por conseguinte, a ciência é considerada religiosamente neutra. Entretanto, a prática da ciência desafia a afirmação que a ciência seja neutra. Em muitas áreas, a ciência não possui uma posição de neutralidade religiosa. Uma dessas áreas é a evolução. O texto é de Alvin Plantinga (ver original aqui), sendo apresentado de forma adaptada a seguir.

De acordo com o Grande Mito Evolucionário, a vida orgânica surgiu da matéria não viva através de meios puramente naturais e da ação das regularidades fundamentais da física e da química. Após o início da vida, toda a vasta profusão de flora e fauna surgiu dos primeiros ancestrais por meio de um descendente comum. A variedade enorme de vida existente surgiu, basicamente, através da seleção natural.

Eu chamo essa estória de mito não porque não acredite nela (apesar de não acreditar nela), mas porque ela possui um papel quase religioso na cultura contemporânea. A estória é uma forma de entendermos a nós mesmos com a mesma profundidade da religião; é uma interpretação profunda de nós mesmos para nós mesmos; é uma forma de contarmos para nós mesmos porque nós estamos aqui, de onde nós viemos, e para onde estamos indo.

É epistemicamente possível que o Grande Mito Evolucionário seja verdadeiro. Aparentemente Deus poderia ter criado todas as coisas da forma descrita pelo Grande Mito Evolucionário. Entretanto, certas partes dessa estória são, no mínimo, epistemicamente duvidosas. Por exemplo, nós praticamente não possuímos hipóteses decentes de como a vida poderia ter surgido de matéria inorgânica somente através das regularidades conhecidas da física e da química. Por essa razão, nas próximas linhas nós iremos considerar o termo “evolução” para denotar somente a afirmação muito mais fraca que todas as formas de vida contemporânea estão genealogicamente relacionadas. De acordo com essa afirmação, você e as flores em seu jardim compartilham ancestrais comuns.

Muitos especialistas contemporâneos, tais como Francisco Ayala, Richard Dawkins, Stephen Gould, William Provine e Philip Spieth, declaram que a evolução não é uma mera teoria, mas um fato estabelecido. De acordo com eles, essa estória não é somente uma certeza virtual, mas uma certeza real. Por que eles pensam dessa forma? Dado o caráter irregular das evidências – por exemplo, o registro fóssil apresenta uma súbita aparição de fósseis… e poucos (se algum) exemplos genuínos de macroevolução, não há relato satisfatório de um mecanismo pelo qual todo o processo poderia ter acontecido – essas afirmações de certeza parecem ser no mínimo extremamente excessivas. A resposta pode estar naquilo que eles pensam acerca do teísmo. Se eles rejeitam o teísmo em favor do naturalismo, a estória evolucionária é a única saída viável. É a única resposta à pergunta: De onde veio essa variedade enorme de flora e fauna? Como tudo chegou até hoje? Mesmo que o registro fóssil seja na melhor das hipóteses irregular e na pior das hipóteses nega a hipótese da evolução, a estória do Grande Mito Evolucionário é a única resposta a ser oferecida para essas questões, a partir de uma perspectiva naturalística.

Entretanto, de uma perspectiva teísta ou cristã, as coisas são menos inquietas. O teísta sabe que Deus criou os céus e a terra e tudo que ela contém. Ele sabe, portanto, que Deus criou toda a vasta diversidade de vida animal e vegetal. Mas o teísta não está comprometido com nenhuma forma particular de criação [não creio que o cristão não esteja comprometido com nenhuma forma particular de criação, mas isso é usualmente aceito no cristianismo atual]. Deus poderia tanto ter criado os seres vivos através de um meio evolucionário quanto através de uma forma totalmente diferente. Por exemplo, Deus poderia ter criado os seres vivos através da criação direta de certas espécies de criaturas, conforme muitos cristãos pensaram ao longo dos séculos. Alternativamente, Deus poderia ter criado da forma que Agostinho sugere: Deus fez com que todas as espécies surgissem através do embute de sementes que permitiram o posterior surgimento das espécies de seres vivos, as quais não estão relacionadas genealogicamente. As duas sugestões [do teísta] são incompatíveis com a estória evolucionária. Portanto, um cristão possui certa liberdade. Ele pode seguir as evidências. Se algo sugere que Deus tenha criado os seres humanos de forma especial (de tal forma que os seres humanos não estejam relacionados genealogicamente ao resto da criação), então não há nada que possa preveni-lo a acreditar que Deus tenha feito dessa forma.

Talvez o ponto aqui seja o seguinte: A probabilidade epistêmica da estória do Grande Mito Evolucionário ser verdadeira é completamente diferente para o teísta e para o naturalista. A probabilidade dessa estória ser verdadeira considerando a evidência e a visão teísta é muito menor que a probabilidade dessa estória ser verdadeira considerando a evidência e a visão naturalista. Portanto, a ciência não é neutra e a comunidade de pesquisadores cristãos deveria fazer ciência a partir de sua própria perspectiva.

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Sobre Sociedade Origem e Destino: É um blog que julgo ser de altíssima qualidade, que tive o prazer de descobrir há alguns anos, e muito de seus artigos, traduções fazem parte do meu acervo.

Ele é de Johannes G. Janzen, professor de engenharia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Possui doutorado em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo com período sanduíche na Universidade de Karlsruhe, Alemanha. Tem experiência na área de Engenharia Civil e Ambiental com ênfase em Fenômenos de transporte e Hidráulica.

Jesus Apologista: Muitas Lições

Gostaria de publicar este excelente artigo do blog cristão Ler pra Crer .

 

Jesus foi um apologista?

Nos Evangelhos vemos Jesus utilizar uma variedade de métodos para comunicar as verdades espirituais. Sua vida exemplificou o próprio princípio que lemos na primeira carta de Pedro 3:15-16: “…estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós.”
Embora Jesus não tenha dito textualmente “Eu fui chamado para ser um apologista e preciso realizar minha tarefa de maneira fiel”, Ele ofereceu razões, em várias ocasiões, a respeito de por que Ele é o Messias e Deus encarnado.
Vamos ver alguns de seus métodos e tentar aprender com eles:
1. Jesus fazia perguntas
Para começar, se você ler os Evangelhos, vai ver que Jesus fez 153 perguntas. Isso é algo que precisa ser praticado por todos os cristãos. Como cristãos, tendemos a ser grandes oradores, mas ouvintes pobres. Se  lermos a literatura rabínica, veremos que fazer perguntas é uma ocorrência comum. Em todas as minhas discussões com meus amigos que são céticos, tendo a fazer esta e outras perguntas: “Se o cristianismo for verdadeiro, você se tornaria um cristão?”

Em alguns casos, fazer perguntas ajuda a focar no problema real. Depois de algumas perguntas, fica evidente que muitas pessoas realmente não têm nenhuma intenção de se entregar a Deus. No final, nenhuma evidência realmente irá convencê-las. Em um caso pelo menos, eu mesmo ouvi um cético dizer que não queria que o cristianismo fosse verdade. É verdade que a fé bíblica envolve a pessoa inteira – o intelecto, as emoções e a vontade. Então, siga os métodos de Jesus e sempre tente chegar ao “coração” da questão.

2. Jesus recorria às evidências

Jesus sabia que não poderia aparecer em cena e não oferecer qualquer evidência de Seu caráter messiânico. Em seu livro sobre Jesus, Douglas Groothuis observa que Jesus recorreu a provas para confirmar as suas afirmações. João Batista, que foi morto na prisão depois de desafiar Herodes, enviou mensageiros a Jesus com a pergunta: “És tu aquele que estava para vir, ou devemos esperar outro?” (Mt 11:3). Isto pode parecer uma pergunta estranha de um homem que os evangelhos apresentam como o precursor profético de Jesus e como aquele que havia proclamado que Jesus era o Messias. Jesus, porém, não fez questão de repreender a João. Ele não disse “Você deve ter fé; suprimir suas dúvidas”. Em vez disso, Jesus apresentou as características distintivas do seu ministério:

“Respondeu-lhes Jesus: Ide contar a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar de mim.” (Mateus 11:4-6; ver também Lucas 7:22)

Os ensinos e os atos de cura de Jesus se destinavam a servir como evidência positiva da sua identidade messiânica, porque cumpriam as predições messiânicas das Escrituras Hebraicas. O que Jesus disse é o seguinte:

1. Se alguém faz certos tipos de ações (os atos citados acima), então é o Messias.
2. Eu estou fazendo esses tipos de ações.
3. Portanto, eu sou o Messias.

3. Jesus apelou para Testemunho e Testemunhas

Porque Jesus era judeu, ele estava bem ciente dos princípios da Torá. O Dicionário Evangélico de Teologia de Baker (The Baker’s Evangelical Dictionary of Theology) observa  que o conceito bíblico de testemunho ou testemunha está intimamente ligado com o sentido legal convencional do Antigo Testamento de testemunho dado em um tribunal de justiça. Em ambos os Testamentos, ele aparece como o padrão primário para estabelecer e testar as alegações de verdade. Reivindicações subjetivas não certificáveis, opiniões e crenças, ao contrário, aparecem nas Escrituras como testemunho inadmissível.

Mesmo o depoimento de uma testemunha não é suficiente, já que para o testemunho ser aceitável, deve ser estabelecido por duas ou três testemunhas (Deut. 19:15). Em João 5:31-39 Jesus diz: “Se eu der testemunho de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Outro é quem dá testemunho de mim; e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro.”

Jesus declara que um auto-atestado pessoal, longe de prover verificação,  não confirma,  mas, ao contrário, gera falsificação. Vemos nesta passagem que Jesus diz que o testemunho de João Batista, o testemunho do Pai, o testemunho da Palavra (a Bíblia Hebraica) e o testemunho de suas obras testemunham da Sua messianidade. (1)

4. Ontologia: Ser e Fazer – As ações de Jesus

A ontologia é definida como o ramo da filosofia que analisa o estudo do ser ou da existência. Por exemplo, quando Jesus diz: “Quem me vê a mim, vê o Pai” (João 14:9), a ontologia faz perguntas como: “Está Jesus dizendo que Ele tem a mesma substância ou essência do Pai?” A ontologia é especialmente relevante em relação à Trindade, uma vez que cristãos ortodoxos são demandados a articular como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são todos da mesma substância ou essência. Em relação à ontologia, o falecido estudioso judeu Abraham Heschel J. disse: “a ontologia bíblica não separa o ser do fazer.” Heshel continuou: “Aquele que é, age. O Deus de Israel é um Deus que age, um Deus de feitos poderosos.”(2) Jesus sempre recorre às Suas “obras”, que atestam a sua messianidade. Vemos isso nas seguintes Escrituras:

“Mas o testemunho que eu tenho é maior do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que faço dão testemunho de mim que o Pai me enviou.” João 5:36

“Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas se as faço, embora não me creiais a mim, crede nas obras; para que entendais e saibais que o Pai está em mim e eu no Pai.” João 10:37-38

“Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu digo a você, eu não falo por minha própria iniciativa, mas o Pai, que reside em mim, realiza as suas obras miraculosas.” João 14:10

Os autores do Novo Testamento mostram que Jesus realiza as mesmas “obras” ou “atos”, como o Deus de Israel. Por exemplo, Jesus dá a vida eterna (Atos 4:12; Rom. 10:12-14), ressuscita os mortos (Lucas 7:11-17, João 5:21; 6:40), mostra a capacidade de julgar (Mateus 25:31-46, João 5:19-29, Atos 10:42, 1 Coríntios 4:4-5). Jesus também tem autoridade para perdoar pecados (Marcos 2:1-12, Lucas 24:47, Atos 5:31; Col. 3:13). Assim como o Deus de Israel, Jesus é identificado como eternamente existente (João 1:1; 8:58; 12:41; 17:5; 1 Coríntios 10:4;.. Fil. 2:6; Heb. 11:26.; 13:8; Judas 5), o objeto da fé salvadora (João 14:1, Atos 10:43; 16:31, Rom. 10:8-13) e o objeto de culto (Mt 14:33; 28.: 9,17; João 5:23; 20:28; Fil. 2:10-11, Heb. 1:6;. Apoc. 5:8-12).

5. Os Milagres de Jesus

Na Bíblia, os milagres têm um propósito diferente. Eles são usados por três razões:

1. Para glorificar a natureza de Deus (João 2:11; 11:40)
2. Para credenciar pessoas certas como os porta-vozes de Deus (Atos 2:22;. Heb. 2:3-4)
3. Para fornecer evidência para a crença em Deus (João 6:2, 14; 20:30-31). (3)

Nicodemos, membro do conselho de sentença judaica, o Sinédrio, disse a Jesus: “Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.” (João 3:1-2). Em Atos, Pedro disse à multidão que Jesus tinha sido “aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis.” (Atos 2:22).

Em Mateus 12:38-39, Jesus diz:  “Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o do profeta Jonas; pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do grande peixe, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”

Nesta Escritura, Deus confirmou a alegação messiânica, quando Jesus disse que o sinal que iria confirmar sua messianidade seria a ressurreição.

É importante notar que nem todas as testemunhas de um milagre creem. Jesus não fez Seus milagres para entretenimento. Eles foram realizados para evocar uma resposta. Talvez Paul Moser tenha acertado naquilo que ele chama de “cardioteologia”- uma teologia que visa o coração motivacional de alguém (incluindo a própria vontade) ao invés de apenas sua mente ou suas emoções. Em outras palavras, Deus está muito interessado na transformação moral.

Vemos a frustração de Jesus quando Seus milagres não trouxeram a resposta correta de sua audiência. “E embora tivesse operado tantos sinais diante deles, não criam nele” (João 12:37). O próprio Jesus disse de alguns, “tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lucas 16:31). Um resultado, embora não o efeito, de milagres é a condenação do incrédulo (cf. João 12:31, 37). (4)

6. Jesus apelava à imaginação

Não é preciso ser cientista para ver que em muitas ocasiões Jesus também apelou para a imaginação. Basta ler as parábolas. Jesus sempre soube que poderia comunicar verdades espirituais dessa maneira.

7. Jesus recorreu à sua própria autoridade

Outra maneira usada por Jesus para apelar àqueles a sua volta era a sua própria autoridade. Os rabinos poderia falar em tomar sobre si o jugo da Torá ou o jugo do reino; Jesus disse: “Tomai o meu jugo, e aprendei de mim.” (Mt 11:29). Além disso, os rabinos poderiam dizer que se dois ou três homens se sentassem juntos, com as palavras da Torá entre eles, o Shekhiná (a própria presença de Deus) iria se debruçar sobre eles. Mas Jesus disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18:20). Os rabinos poderiam falar sobre serem perseguidos por amor de Deus, ou por amor do seu nome, ou por causa da Torá; Jesus falou sobre ser perseguido e até mesmo perder a vida por causa dEle. Lembre-se: os profetas poderiam pedir às pessoas para se voltarem para Deus, para virem a Deus a fim de descansar e receber ajuda. Jesus falou com uma nova autoridade profética, afirmando: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11:28). (5)

8. Jesus apelou para a autoridade da Bíblia hebraica

Jesus foi educado na Bíblia hebraica. Não pode ser mais evidente que Ele tinha uma visão muito elevada das Escrituras. Vemos o seguinte:

1. Jesus via-se como sendo revelado na Torá, nos Profetas e nos Salmos (Lc 24:44) (João 5:39).
2. Jesus ensinou que as Escrituras eram autoritárias: Jesus cita passagens da Torá na tentação no deserto (Mat. 4:1-11).
3. Jesus falou sobre como a Escritura (a Bíblia hebraica) é imperecível no Sermão da Montanha (Mateus 5:2-48).
4. Jesus também discutiu como a Escritura é infalível: (João 10:35)

Assim, podemos perguntar: Qual é a sua visão da Bíblia? Você a lê?

A conclusão, portanto, é a de que ao vermos alguns dos métodos apologéticos de Jesus, talvez possamos concordar com Douglas Groothuis quando afirma:

Nossa amostragem do raciocínio de Jesus, no entanto, questiona seriamente a acusação de que Jesus elogiava a fé acrítica em detrimento de argumentos racionais e de que não se importava com consistência lógica. Pelo contrário, Jesus nunca desconsiderou o funcionamento próprio e rigoroso de nossas mentes dadas por Deus. O seu ensino recorreu à pessoa inteira: à imaginação (parábolas), à vontade e à capacidade de raciocínio. Com toda sua honestidade em informar as excentricidades dos discípulos, os escritores dos Evangelhos nunca narraram uma situação em que Jesus foi intelectualmente contido ou superado em um argumento, nem Jesus jamais encorajou uma fé irracional ou mal informada por parte dos seus discípulos.

Referências:

1. Sproul, R.C, Gerstner, J. and A. Lindsey. Classical Apologetics: A Rational Defense of the Christian Faith and a Critique of Presuppositional Apologetics. Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing. 1984, 19.
2. Heschel., A.J. The Prophets. New York, N.Y: 1962 Reprint. Peabody MA: Hendrickson Publishers. 2003, 44.
3. Geisler, N. L., BECA, Grand Rapids, MI: Baker Book. 1999, 481.
4. Ibid.
5. Skarsaune, O., In The Shadow Of The Temple: Jewish Influences On Early Christianity. Downers Grove, ILL: Intervarsity Press. 2002, 331.

Fonte: Traduzido e adaptado de Ratio Christi – Eric Chabot (chab123.wordpress.com)

As leis da Lógica são apenas convenções humanas?

By LER PRA CRER

Todas as discussões racionais (mesmo aquelas relacionadas com a existência ou não de Deus) são dirigidas e restringidas pelas leis da Lógica. Apenas o teísmo, no entanto, pode justificar adequadamente a existência dessas leis transcendentes. Se Deus existe, Ele é o padrão absoluto, objetivo, transcendente da verdade; as leis da Lógica são simplesmente um reflexo da Sua natureza. Elas existem como uma extensão do Seu pensamento racional e, por esta razão , elas são tão eternas quanto o próprio Deus. “É Deus real?” Sem Deus como a fonte para as leis transcendentes da Lógica, abordar essa questão (e empreender qualquer jornada lógica em busca de uma resposta a ela) seria impossível.

Como ateu, eu rejeitava a existência de Deus e oferecia uma série de objeções e explicações alternativas em um esforço para explicar as leis da Lógica. Já examinamos a explicação teísta para essas leis e também várias objeções naturalistas para ver se o ateísmo poderia oferecer uma alternativa viável. Se as leis da lógica não são simplesmente uma “realidade bruta” do nosso universo, poderiam ser elas apenas uma questão de consenso humano?

Objeção: Não são as leis da lógica simplesmente convenções humanas?

Resposta: Não. Por “convenção”, a maioria das pessoas normalmente quer dizer “um princípio com o qual todos concordam”. Se as leis da lógica são simplesmente idéias sobre a verdade, que as pessoas acordaram, duas coisas seriam necessárias antes que pudéssemos ter qualquer lei da Lógica: as pessoas e o acordo. Mas a Lei da Identidade (por exemplo) já existia antes que as pessoas estivessem aqui para pensar sobre ela. Antes da existência das pessoas, “A” ainda era “A” e não poderia ser “não-A”. Além disso, as pessoas discordam sobre o que é verdadeiro (ou falso) o tempo todo, e as nossas posições muitas vezes se contradizem. Como, então, podem as leis da Lógica ser transcendentes a menos que elas existam para todos nós, quer concordemos com elas ou não? Se as leis da lógica fossem apenas convenções humanas aceitas, elas em essência seriam sujeitas a “votação”; as leis da lógica poderiam ser alteradas, se houvesse gente o bastante para concordar sobre o assunto [no entanto, elas são imutáveis].

Objeção: Se Deus criou as leis da lógica, elas são dependentes de Deus. Elas, então, não são verdades necessárias, mas verdades contingentes, e isso significa que elas não são fundamentais para o universo. Sendo assim, se Deus criou as leis da lógica, não significa também que Ele poderia mudá-las sempre que Ele quisesse? Deus não poderia organizar as coisas de forma que “A” também fosse “não- A”? Afinal, se Ele criou as leis, Ele deve ser capaz de mudá-las. Mas a proposição “A” também é “não- A” é irracional. Logo, se Deus não é capaz de alterar mesmo essa lei, as leis da lógica não parecem nada dependentes de Deus.

Resposta: Deus não criou as leis da lógica. Essas leis são simplesmente um reflexo dos pensamentos e do caráter lógico de Deus, e como tal, elas revelam a Sua lógica e Sua natureza perfeita. Deus, em Sua perfeição, não fará (e não pode fazer) nada para violar Sua própria natureza; Ele não é autocontraditório. Assim como não existe tal coisa como um “círculo quadrado” (porque isso viola a natureza da circularidade), Deus não pode existir fora de Sua natureza, incluindo a natureza dos seus pensamentos lógicos. A lógica é fundamental simplesmente porque Deus é fundamental. As leis da lógica são objetivas, imutáveis, internamente consistentes e transcendentes porque refletem a natureza de Deus.

Objeção: Mas não há diferentes tipos de lógica? Se há uma variedade de pontos de vista diferentes e de leis, a idéia de transcendência é incorreta. Não há necessidade, portanto, de uma fonte transcendente dessas leis.

Resposta: Embora seja verdade que existem diferentes categorias de lógica aplicadas aos diferentes aspectos da verdade proposicional, da matemática e do raciocínio, os princípios básicos subjacentes da Lógica permanecem intactos e fundacionais. Além disso, embora muitas “leis do pensamento” tenham sido propostas ao longo do tempo por grandes pensadores (Platão, Aristóteles, Locke, Leibniz, Schopenhauer, Boole, Welton e mesmo Russell), essas leis refletem apenas, de uma forma ou de outra, os mesmos axiomas lógicos objetivos, pré-existentes e universais. Em essência, continuamos a reafirmar e reformular mais e mais as mesmas leis da Lógica de sempre. Quando alguém diz que “há diferentes tipos de lógica”, está falhando ao deixar de reconhecer os axiomas subjacentes objetivos e imutáveis. Essas leis fundamentais da Lógica permanecem constantes dentro de cada sistema.

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A fim de viver de forma consistente dentro de nossa visão de mundo, cada um de nós deve examinar a base para nossas alegações racionais. Se eu não acredito em alguma coisa, mas ajo como se acreditasse nela, minha vida é contraditória. Se eu rejeito a astrologia, por exemplo, mas compro um bilhete de loteria hoje com base nos números fornecidos pelo horóscopo de hoje, estou agindo de forma inconsistente. Assim, quando era ateu e argumentava contra a existência de Deus, eu empregava leis da lógica que a minha visão de mundo ateísta não podia me fornecer. Eu tinha que tomar emprestado esses conceitos exatamente da própria visão de mundo que eu estava tentando derrotar. Hoje, não mais um ateu e sim um teísta, eu tenho um fundamento adequado para esses axiomas lógicos. Eu posso responder a objeções de uma forma que seja consistente com a minha visão de mundo.

Fonte: J. Warner Wallace, detetive de homicídios (especialista em casos encerrados), autor de “The Cold Case Christianity” e “ALIVE”

Por que a concepção da natureza dos neodarwinistas materialistas é quase certamente falsa?


Thomas Nagel, filósofo ateu, apresentou no The New York Times o argumento central de seu livro “Mind and Cosmos” (ver aqui).

Leia com cuidado as suas críticas à concepção dos neodarwinistas materialistas.

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Esta é uma breve declaração das posições defendidas com mais detalhes no meu livro “Mind and Cosmos: Why the Materialist Neo-Darwinian Conception of Nature Is Almost Certainly False”, que foi publicado pela Oxford University Press no ano passado. Desde então, o livro tem atraído uma boa dose de atenção da crítica, o que não é surpreendente, dado a visão de mundo que ele ataca. Parece ser útil oferecer um breve resumo do argumento central.

A revolução científica do século 17, que deu origem a extraordinários progressos na compreensão da natureza, dependia, no início, de um passo crucial limitante: Dependia de subtrair do mundo físico, como um objeto de estudo, tudo que é mental – consciência, significado, intenção ou propósito. As ciências físicas, conforme se desenvolveram desde então, descrevem, com a ajuda da matemática, os elementos dos quais o universo material é composto e as leis que regem o seu comportamento no espaço e no tempo.

Nós mesmos, como organismos físicos, fazemos parte desse universo, composto dos mesmos elementos básicos, assim como tudo mais, e os recentes avanços na biologia molecular têm aumentado muito a nossa compreensão da base física e química da vida. Uma vez que nossas vidas mentais dependem evidentemente de nossa existência como organismos físicos, especialmente o funcionamento do nosso sistema nervoso central, parece ser natural pensar que as ciências físicas podem, em princípio, também fornecer a base para uma explicação sobre os aspectos mentais da realidade – que a física pode aspirar finalmente ser uma teoria de tudo.

No entanto, creio que esta possibilidade está descartada pelas condições que desde o início definiram as ciências físicas. As ciências físicas podem descrever organismos como a nós mesmos como partes da ordem objetiva espaço-temporal – a nossa estrutura e comportamento no espaço e no tempo – mas não podem descrever as experiências subjetivas de tais organismos, ou a forma como o mundo se apresenta aos seus diferentes pontos de vista particulares. Não pode haver uma descrição puramente física dos processos neurofisiológicos que dê origem a uma experiência, e também do comportamento físico que tipicamente é associada com ele, mas tal descrição, por mais que completa, irá deixar de fora a essência subjetiva da experiência – como é a partir do ponto de vista do seu assunto – sem a qual ela não seria uma experiência consciente.

Assim, as ciências físicas, apesar de seu extraordinário sucesso em seu próprio domínio, não explicam necessariamente um aspecto importante da natureza. Além disso, como o mental surge através do desenvolvimento de organismos animais, a natureza desses organismos pode não ser totalmente compreendida somente pelas ciências físicas. Finalmente, uma vez que o longo processo de evolução biológica é responsável pela existência de organismos conscientes, e uma vez que um processo puramente físico não pode explicar a sua existência, segue-se que a evolução biológica deve ser mais do que apenas um processo físico, e que a teoria da evolução deve se tornar mais do que apenas uma teoria física (se é explicar a existência de vida consciente).

Isto significa que se a perspectiva científica aspira possuir uma compreensão mais completa da natureza, ela deve se expandir de tal forma a incluir as teorias capazes de explicar o surgimento do universo dos fenômenos mentais e os pontos de vista subjetivos no qual elas ocorrem – as teorias de um tipo diferente de qualquer [teoria que temos] vimos até agora.

Existem duas formas de resistir a esta conclusão, cada uma possui duas versões. A primeira maneira é negar que o mental seja um aspecto irredutível da realidade, ou (a) ao considerar que o mental possa ser identificado com algum aspecto do físico, como padrões de comportamento ou padrões de atividade neural, ou (b) negando que o mental faça parte da realidade de tudo, ser uma espécie de ilusão (mas então, a ilusão de quê?). A segunda maneira é negar que o mental exija uma explicação científica por meio de uma nova concepção da ordem natural, porque ou (c), podemos considerá-lo como um mero acaso ou acidente, uma propriedade extra de certos organismos físicos que seja inexplicável – ou então (d) nós podemos acreditar que ele possua uma explicação, mas que ela não pertença à ciência, mas à teologia, em outras palavras, que a mente tenha sido adicionada ao mundo físico, no curso da evolução por intervenção divina.

Todas essas quatro posições têm seus adeptos. Eu acredito que a grande popularidade entre os filósofos e cientistas de (a), as perspectivas de reducionismo psicofísico, seja devido não só ao grande prestígio das ciências físicas, mas também a percepção de que esta é a melhor defesa contra o temido (d), a perspectiva intervencionista teísta. Mas alguém que acredita que (a) e (b) seja auto-evidentemente falso e (c) completamente implausível não necessita aceitar (d), pois uma compreensão científica da natureza não precisa ser limitada a uma teoria física da objetiva ordem espaço-temporal. Faz sentido buscar uma forma expandida de entendimento que inclua o mental, mas que ainda seja científica – ou seja, ainda seja uma teoria da ordem imanente da natureza.

Isso me parece a solução mais provável. Mesmo que a perspectiva teísta, em algumas versões, seja consistente com a evidência científica disponível, eu não acredito nela, e sou atraído para uma alternativa naturalista, embora não-materialista. Mente, eu suspeito, não é um acidente inexplicável ou um dom divino e anômalo, mas um aspecto fundamental da natureza que nós não iremos compreender até que transcendamos os limites internos da ortodoxia científica contemporânea. Gostaria de acrescentar que os teístas podem achar isso aceitável; já que eles poderiam manter que Deus é responsável pela ordem natural e expandida, assim como eles acreditam que Ele seja para as leis da física.

Fonte desse artigo

Um método científico para detectar o Design Inteligente na Vida Biológica

Terça-feira 15 de outubro, 2013 – 12:49

À medida que a ciência avança, torna-se difícil negar que o design inteligente esteve envolvido na origem da vida e na diversidade biológica. A marcha constante de descobertas que incluem uma origem artificial para o código genético, nanotecnologias moleculares ,computadores moleculares , software programado embutido no DNA, as engrenagens microscópicas e  engrenagens de malha sincrônica, proclamam: “origem inteligente” da vida.

Pode-se definir o design inteligente como um efeito que requer uma mente para o produzir. Exemplos diários incluem computadores portáteis e mensagens de texto. A questão é, como podemos testar o design inteligente na vida biológica, ciência forense, arqueologia, SETI e assim por diante? Como cientista, proponho a seguinte hipótese cientificamente testável, verificável e falsificável:

HipóteseUm atributo exclusivo de mentes é a sua capacidade de produzir níveis estatisticamente significativos de informação funcional ou complexidade funcional.

Para esclarecer, qualquer efeito que exija ou produza um nível estatisticamente significativo (não trivial) de informações funcionais ou complexidade funcional requer uma mente inteligente em sua produção. Em outras palavras, a detecção de níveis não triviais de informação funcional ou complexidade funcional constitui a identificação positiva de uma fonte inteligente. Esta hipótese pode ser testada no laboratório ou computacionalmente, usando algoritmos genéticos.

Design Inteligente na vida biológica:

  1. Se um efeito requer, codifica ou produz níveis estatisticamente significativos de informação funcional ou complexidade funcional, isto requer uma mente inteligente em sua produção. (A partir da hipótese acima)
  2. A proteína universal ribossômica S12, requer pelo menos 359 bits  de informação funcional para ser codificada.
  3.  Portanto, a proteína ribossômica exigiu uma mente inteligente para ser codificada.

A proteína ribossômica S12 é uma proteína universal menor do que a média, encontrada ao longo da vida biológica. Sem uma mente fazendo a codificação, a natureza teria que realizar um feito que esteve muito próximo a um milagre e teria de fazê-lo milhares de vezes. As leis comuns da física que determinam as dobras da proteína 3D, juntamente com um designer comum, dão origem à previsão testável de que devemos encontrar muitas proteínas semelhantes através de táxons amplamente divergentes. Outra previsão testável baseada em observações da vida real de como a informação se degrada em todos os meios de armazenamento, é que as informações funcionais que codificam toda a vida biológica devem ser constantemente degradantes.  Por outro lado, a teoria darwiniana prevê que houve aumento do zero para a enorme quantidade necessária para codificar toda a extensão da vida biológica. A ciência parece estar falsificando a previsão darwiniana e verificando a previsão do design inteligente, tanto para a mosca da fruta quanto para  bactérias .

Argumento do deus-das-lacunas? O argumento deus-das-lacunas inclui a premissa “não sabemos quem fez, por isso foi Deus quem fez”. O argumento acima não é claramente um argumento. Baseia-se no fato de que sabemos o que pode produzir informações funcionais não-triviais… Mentes inteligentes. Nós fazemos isso sempre, em nossos textos. Em outras palavras, as impressões digitais de uma mente inteligente estão em todo o genoma da vida. Se alguém estiver inclinado a discordar, então é preciso falsificar a hipótese apresentada acima. É assim que funciona a verdadeira ciência.

Os perigos do universalismo

Escrito por Ronaldo Lidório, Cristianismo Hoje

É da natureza humana buscar respostas aos questionamentos da mente, bem como sobre as impressões e situações da vida. Esta irremediável busca torna-se ainda mais insistente perante assuntos ligados à nossa própria existência. “De onde viemos?”, “Por que somos como somos” e “O que há após a morte” são algumas perguntas repetidas em praticamente todas as 6,9 mil línguas vivas em nossos dias.

Diferentes grupos usam diferentes fontes para perseguir as respostas, e cada uma delas revela seus critérios e pressupostos. A ciência utiliza aquilo que pode ser comprovado mediante provas científicas. Como diversos assuntos (espirituais, por exemplo) não cabem na régua científica, são reputados a outras categorias. A filosofia utiliza a lógica humana para aquilo que lhe parece fazer sentido. Assim, as hipóteses são submetidas ao confronto das antíteses com a possibilidade do encontro de uma síntese que faça sentido ao assunto estudado. É o conhecido método dialético. A teologia cristã baseia-se na revelação bíblica que guia, expõe e esclarece as verdades simples e complexas da vida – e também estrutura tais verdades em doutrinas que tratam de temas específicos, além das confissões de fé.

Tratando-se de apologia cristã, apesar de teólogos usarem com liberdade outros campos de estudo (como a ciência e a filosofia) para suas abordagens, é vital que se defina qual é a fonte primária para a construção das respostas. Um teólogo reformado, que crê na Bíblia como Palavra inspirada por Deus em sua totalidade, inerrante em sua revelação e provedora de orientação para a humanidade em todas as gerações, entende que ela é a fonte de verdade e vida.

O universalismo é a crença de que todos serão salvos e o inferno não existe. Foi promovido por autores como Gerrard Winstanley, Richard Coppin e George de Benneville no século 17: portanto, não é novo. Na América do Norte, os que aderiram a essa linha teológica passaram a ser chamados de universalistas. Há até uma Igreja Universalista, que abriga tais ensinos. George Knight tornou-se o maior defensor do universalismo sob influência dos escritos de Friedrich Schleiermarcher e George MacDonald.

Quanto Rob Bell, pastor norte-americano, até pouco tempo atrás ligado à Mars Hill Bible Church, em Grandville, no estado americano do Michigan, expõe sobre suas crenças universalistas, faz uma confusa mistura de fontes – assim como outros pensadores que defendem essa abordagem teológica. Em alguns momentos, as Escrituras são usadas para justificar e trazer respostas; em assuntos mais desconfortáveis, como o pecado e o inferno, porém, a filosofia ou a ciência é escolhida para propor as soluções, mesmo que contraditórias à Palavra. É importante lembrar que escolher as partes bíblicas nas quais se deseja crer é um antigo costume do liberalismo teológico. Bell tem levado adiante a proposta por meio de carismáticas e bem articuladas palestras, além do seu livro O amor vence – Um livro sobre o céu, o inferno e o destino de todas as pessoas que já passaram pela terra, publicado no Brasil pela editora Sextante. O livro fez barulho. Bell foi entrevistado para a capa da revista Time, viu sua obra ser transformada em filme – Hellbound?, ou “Quem vai para o inferno?” – e teve seu nome entre os mais comentados no Twitter. Aqui no Brasil, ele foi entrevistado pela revista Veja, numa conversa intitulada Quem falou em céu e inferno?, e motivou sérias discussões teológicas e debates na internet. E o assunto é mesmo palpitante. O universalismo está ligado a outros movimentos como o inclusivismo – a ideia de que Deus salvará a humanidade por outros meios, além do Evangelho –; a teologia do processo, pela qual Deus conhece o futuro, mas não todo ele; e a hipercontextualização, segundo a qual Deus se revela em todas as religiões e o sincretismo religioso deve ser o alvo da fé cristã. De fato, dizer que o inferno existe é um discurso meio fora de moda.

“Você defende o inferno?” Esta foi a pergunta que ouvi, em tom confrontador, de um universitário, enquanto conversávamos sobre a salvação em Cristo. Minha resposta foi sobre minha crença em Deus e na autoridade da Bíblia, a qual nos apresenta o inferno como verdade, assim como o céu. Trata-se, então, simplesmente de aceitação da autoridade bíblica. O inferno é uma tragédia sem precedentes. Não é assunto a ser defendido com empolgação, mas reconhecido com profundo lamento. Junto à queda dos nossos pais, narrada no Gênesis, é possivelmente o assunto mais trágico e agonizante de toda a Palavra.

RELATIVISMO
As Escrituras expõem o assunto de forma abundante. Jesus nos falou sobre o “inferno de fogo” em Mateus 5.22, e admitiu a possibilidade de o corpo ser “lançado no inferno” mais adiante, no versículo 29. “Perecer no inferno” e “portas do inferno” são outras expressões de Cristo registradas no mesmo evangelho, assim como a “condenação do inferno” (Mateus 23.33). As Escrituras descrevem o inferno como “fogo inextinguível” (Marcos 9.43), lugar de “tormento” (Lucas 16.23) e “fornalha acesa” (Mateus 13.42). “Fogo eterno”, lugar de “choro e ranger de dentes” e “cadeias de escuridão” são outras expressões do Novo Testamento para descrevê-lo. Já o Antigo Testamento fala sobre “angústias do inferno” (Salmo 116.3), “profundezas do inferno” (Deuteronômio 32.22) e “profundo abismo”, em Isaías 14.15. Isso, sem mencionar diversas outras atribuições, parábolas e narrativas bíblicas sobre o inferno.

Apesar de sermos abundantemente alertados na Palavra sobre o inferno, não temos sobre ele detalhes. Igualmente não conseguiremos compreender de forma plena, em nossa limitação humana, a grandeza de Deus e o equilíbrio entre justiça e amor, salvação e perdição, sacrifício e perdão. As Escrituras nos revelam o que precisamos saber, a passagem de Deuteronômio 29.29 nos esclarece que “as coisas encobertas pertencem ao Senhor”, enquanto que as reveladas foram dadas “a nós e nossos filhos”. O texto acrescenta o propósito disso: “Para que cumpramos todas as palavras desta lei”.

Infelizmente, os problemas teológicos cristãos são mais profundos do que apenas um posicionamento a favor ou contra a existência do inferno. Eles estão alicerçados nas marcas do nosso tempo, onde o homem, e não Deus, é cultuado e no qual qualquer assunto que causa desconforto é evitado. A prosperidade do homem substituiu a cruz de Cristo em diversos púlpitos. Dentre diversos fatores que influenciam e definem o pensar do homem na atualidade, dois dos principais são o relativismo e o antropocentrismo. O relativismo cultural é um conceito atraente que parte de uma premissa de tolerância e equilíbrio. Na antropologia, a grande contribuição do relativismo foi abrandar a arrogância das nações conquistadoras e gerar uma visão de tolerância, especialmente nos encontros interculturais.

Porém, apresentado em sua forma radical – cada vez mais presente na condução do pensamento da atualidade –, percebe-se que neste sistema não há valores universais, uma vez que todo valor é relativo a si mesmo. Assim, em sua compreensão, conceitos como a ética, o bem e o mal são relativos em relação à ótica de quem os observa e experimenta. Tal pensamento, dessa forma, promove uma das mais inteligentes armadilhas para o Cristianismo que se fundamenta na Palavra: diluir a linha divisória entre discordância e discriminação. Sob uma ótica relativista radical, toda discordância é vista como ato de discriminação em relação ao que é diferente. Assim, o cristão é constrangido a não expor de forma clara a sua fé.

A sociedade utiliza sua própria compreensão de cultura para justificar seus desvios; porém, nem tudo o que é cultural é puro. O relativismo ético extremado tem tentado moldar esta geração, convencendo-a de que toda prática humana é justificável desde que seja aceita por um grupo, ou seja, pelo próprio homem. Em última análise, o relativismo radical nega as trevas. Assim fazendo, torna-se desnecessária a luz e a verdade. Este é o ponto mais sutil e perigoso dessa tendência antropológica e filosófica.

CONDIÇÃO CAÍDA
A Palavra nos afirma o contrário. O Evangelho não foi enviado ao mundo por um desejo divino desconectado da realidade humana, mas como solução de Deus perante a morte da humanidade. Assim, a condição humana, caída e em trevas, além do universo quebrado – que, segundo as Escrituras, geme por restauração –, são as principais necessidades missionais para o plano de Deus. A humanidade precisa de luz. Sem nossas trevas, não seriam necessárias a cruz nem a ressurreição de Cristo. É preciso relembrar que Jesus Cristo é o cumprimento da promessa de Deus como resposta à angústia do universo caído.

O primeiro capítulo da Epístola aos Romanos nos fala sobre a separação entre Criador e criatura. No verso 18, lemos: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça”. No verso 20, Paulo afirma que Deus se manifestou desde a criação – e, mesmo assim, continuamos impiedosos e perversos. Somos, assim, indesculpáveis. Convém notar que a expressão “ira de Deus” não se manifesta contra o ser humano, mas contra a impiedade e a perversão do homem. Deus ama o homem, mas odeia o pecado.

A sociedade hoje é uma evidência de nossa separação de Deus, tanto pela impiedade quanto pela perversidade. E é pela existência da separação (trevas) que se faz necessária a luz: a luz irradiada na cruz para salvação de todo aquele que crê ainda brilha hoje. Jesus, nossa luz, raiou e brilha em nós. Em Mateus 4.16 confirma-se o que Isaías já havia dito: “O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz”.

Nos versículos 19 e 20 do primeiro capítulo da carta aos Romanos, Deus se manifesta através da criação. Há aqui um elemento fundamental: Deus é soberano, criador de todas as coisas, controlador do universo e detentor da autoridade sobre a nossa história. Os homens, citados no verso 18, tornam-se indesculpáveis por ser Deus revelado na criação “desde o princípio do mundo”, sendo revelado tanto o “seu eterno poder” quanto “a sua própria divindade”.

Portanto, perante um homem caído, existente em sua própria injustiça, impiedoso e perverso, Paulo não destaca soluções humanas, eclesiásticas ou mesmo sociais. Ele nos apresenta Deus. Na teologia paulina, a solução para o homem não é o homem, mas é Deus e sua revelação em Cristo. O apóstolo enumera alguns atos de perversão. No verso 20, ele nos fala da perversão filosófica em que os homens, mesmo perante a manifestação de um Deus que tudo criou, procuram alicerçar suas vidas com base em seus próprios pensamentos corruptíveis. No verso 23, ele aborda a perversão religiosa, manifesta na mudança da glória de Deus, incorruptível, em imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Isso nos remete à realidade da idolatria.

Do verso 26 em diante, Paulo fala a respeito da perversão ética e moral e menciona que o homem deixa o contato natural com a mulher, havendo até relacionamentos “homens com homens, cometendo torpeza”. Ou seja, a natureza humana é pecaminosa e o homem se põe a cometer “atos inconvenientes, cheios de injustiça, malícia, avareza e maldade”. Alguns desses atos pecaminosos são enumerados a seguir: inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade, soberba, insolência.

O homem, portanto, não é condenado por não conhecer a história bíblica; ele é condenado por não glorificar ao Senhor. Os homens não são condenados por não ouvirem a Palavra; eles são condenados, cada um, por seus pecados. O desenvolvimento do texto deixa claro que, perante semelhante quadro de escuridão e perdição, Deus se levanta e nos atrai a ele, em Cristo Jesus.

É comum ao homem caído gerar a ideia de um deus que simplesmente satisfaça aos seus anseios sem lhe confrontar. Esses deuses utilitários e manipuláveis são encontrados em abundância em toda a história da humanidade e das religiões. Biblicamente, porém, não há sentido em apresentar Deus que busca se relacionar com o homem sem expor o pecado humano e seu estado de total carência de salvação. O relativismo radical, associado ao individualismo, tem levado muitos cristãos a apresentarem o lado consolador do Evangelho, omitindo, contudo, sua realidade confrontadora. Fala-se sobre um Deus que salva o perdido, mas deixa-se de lado a realidade do estado humano de perdição. Fala-se sobre o céu, mas não sobre o inferno. Fala-se sobre a cura que alegra, mas não sobre o sofrimento que burila. Dentro dessa lógica, “pecado” tornou-se um termo politicamente incorreto e associado à descriminação do indivíduo. Paulo, porém, nos lembra que é vã qualquer tentativa de se expor o Evangelho de salvação sem a apresentação da verdade do homem caído, perdido, em trevas e com total carência da luz de Deus.

SATISFAÇÃO HUMANA x GLÓRIA DE DEUS
Já o movimento sociocultural histórico e mundial do antropocentrismo vem se delineando na pós-modernidade a partir de uma perspectiva individualista que desenvolve o hedonismo e narcisismo. Apesar dos termos repaginados a cada geração, o antropocentrismo tem sua raiz em Gênesis 3, quando nossos pais escolheram satisfazer um desejo pessoal em detrimento da obediência a Deus. Em seu coração, o homem colocava-se pela primeira vez no centro da criação. Hoje, não é diferente. O homem busca ser o centro do universo e da teologia. Assim, mesmo na teologia os temas mais celebrados em nossos dias giram em torno da satisfação humana, e não da verdade divina. Fala-se de céu, e não de inferno. Promete-se a prosperidade que satisfaz e omite-se o sofrimento e a perseguição. Contudo, na galeria dos heróis da fé, mencionados em Hebreus 11, encontramos cristãos fiéis sofrendo, cortados ao meio, lançados em covas de leões, torturados, maltratados e encarcerados. Lemos que ali mulheres perderam, repentina e tragicamente, seus maridos, e filhos perderam seus pais.

A influência antropocêntrica também leva a Igreja a desenvolver um perfil contrário à missão. Ela passa a escolher e destacar os versos bíblicos que prometem felicidade e paz, deixando em segundo plano os trechos que falam sobre missão, responsabilidade e serviço. O hedonismo e o narcisismo são variantes deste movimento antropocêntrico que tem influenciado a Igreja de Cristo de forma extremamente rápida em nossos dias. O hedonismo – a busca pelo prazer e realização pessoal – tem tentado extinguir toda chama de abnegação, disposição e sacrifício do crente pela causa de Deus. Ele também impele o cristão a escolher suas crenças aceitando aquilo que não o confronta. A cultura do entretenimento tenta substituir a cultura do serviço. Assim, a humanidade passou a definir suas atitudes e expectativas perante um único crivo: o que lhe dá prazer.

Outra influência antropocêntrica é o narcisismo. Este desejo de ser belo e reconhecido como tal é outro elemento que cativa a Igreja a andar em caminhos nos quais se substitui a glória de Deus pela humana. Se o motivo maior da existência da Igreja é glorificar a Deus, o narcisismo é uma das maiores barreiras em nossa caminhada. Por estímulo narcisista, diversos crentes fazem a coisa certa pela motivação errada. A armadilha contida nessa variante antropocêntrica é nos tornarmos pessoas envolvidas com Deus e a sua obra, ativas na igreja e na missão, solícitas para cooperar com o próximo – porém, tudo é feito para nossa própria exaltação e glória. Enganoso é o coração!

O narcisismo tenta despertar em nós a vaidade que faz nascer o desejo de sermos reconhecidos, bajulados e mencionados por outros de forma destacada. É preciso, porém, compreender que, para cumprir a vontade do Pai, não nos basta colocar a mão no arado: é necessário buscar um coração puro. Perante os desafios da vida e da fé, é preciso definir a fonte. O que a Reforma Protestante produziu no século 16 foi um retorno à Palavra que necessita ser exercitado a cada dia. Vivemos um dos momentos mais sensíveis quanto ao ataque à fé cristã em nossa geração. A Igreja está sendo influenciada por relativismos e antropocentrismos que a levam a buscar a fórmula da felicidade, e não a obediência ao Pai. Também nossos jovens estão sendo frontalmente combatidos nos meios universitários em razão de sua fé. A promoção do ateísmo, em todas as instâncias de convívio social, jamais foi tão forte. Perante tais ataques devemos dobrar nossos joelhos em oração, alicerçar nossa fé nas Escrituras e ensinar abundante e insistentemente aos nossos filhos as verdades de Deus.

Fonte: http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=541