Oito [péssimos] exemplos da evolução em ação

 

extraído >>> http://www.bapvarzea.com/biologia/3989-oito-pessimos-exemplos-da-evolucao-em-acao

Escrito por Michelson Borges   

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] A evolução é uma das maiores descobertas científicas de todos os tempos [por que será, então, que não existe sequer um prêmio Nobel em biologia evolutiva?]. Frequentemente, biólogos têm achados surpreendentes [sic]: há tantas evidências a favor da evolução, que argumentar contra ela é como negar que há uma lua no céu [essa foi de doer!]. Confira oito exemplos, entre muitos, da evolução em ação [então, vejamos o que eles têm de melhor a oferecer]:

1. Mariposa. Originalmente, a grande maioria das mariposas da espécie Biston betularia tinha uma coloração clara, que era uma boa camuflagem contra predadores. Antes da revolução industrial, uma variante escura da mariposa contava como 2% da espécie. Depois da revolução industrial, 95% das mariposas passaram a ter coloração escura. A melhor explicação para essa mudança é que as mariposas claras perderam sua vantagem de camuflagem conforme as superfícies claras foram escurecidas pela poluição, e elas foram comidas por pássaros com mais frequência. Esse é um exemplo de uma grande mudança em uma espécie, causada por mutações levando à variação e seleção natural. [Inacreditável como ainda usam esse exemplo já desmascarado como fraude. E olha que é o exemplo número um da lista! Mesmo que se conceda uma chance aos evolucionistas que ainda usam as mariposas de Manchester como exemplo de evolução, que exemplo é esse? De simples variação ou “microevolução” ou, melhor ainda, diversificação de baixo nível. As mariposas, a despeito da mudança na coloração (flutuação), continuam sendo mariposas. E ambas as cores ainda existem.]

2. Lagarto australiano. Especiação, a formação de uma nova espécie de uma espécie ancestral, envolve muitas mutações levando a mudanças significativas. Uma espécie de skink, Saiphos equalis, é um lagarto da Austrália que parece estar submetido à mudança de por ovos para dar à luz um filhote vivo. Uma vez que esses skinks podem tanto pôr ovos quanto dar à luz, os cientistas tiveram uma boa oportunidade de estudar as adaptações necessárias para o nascimento vivo.

Embriões skink envoltos em um ovo têm uma fonte extra de cálcio que os skinks nascidos vivos não têm. Essa diferença nutricional é compensada pela mãe, que secreta cálcio extra para os jovens detidos dentro dela. Isso parece ser o primeiro passo no caminho para o desenvolvimento de um sistema como a placenta dos mamíferos.

Skinks que vivem na costa tendem a pôr ovos, provavelmente porque o clima quente é previsível e suficiente para o desenvolvimento embrionário. Skinks que vivem nas montanhas mais frias tendem a dar à luz filhotes vivos, já que o corpo da mãe proporciona uma temperatura mais estável.

É de se prever que essas duas populações, em algum momento, se separem em diferentes espécies, e cada população se torne fixa na sua estratégia reprodutiva. Isso levanta uma pergunta comum em criacionistas: se o homem evoluiu do macaco, por que ainda há macacos? No caso dos skinks, seriam duas espécies formadas: uma que põe ovos e uma que tem parto. Cada uma delas seria mais adequada para seu habitat. Cada um é adaptado ao seu nicho. [Mas ainda continuam sendo skinks, não é mesmo? Comparar a gestação interna dos skinks com a placenta dos mamíferos também é forçar a barra, pois a placenta é exemplo de complexidade irredutível. Confira aqui. E mais: criacionistas bem informados sabem que os evolucionistas bem informados não sustentam a hipótese de que o ser humano teria evoluído do macaco.]

3. Mexilhões e caranguejos. Evolução acontece muitas vezes em conjunto: um predador desenvolve um método de caça melhorado, e quaisquer mutações que aumentem a capacidade de sobrevivência serão selecionadas para levar a uma mudança na população de presas.

Nós não temos que esperar um predador evoluir para observar uma mudança, no entanto, já que os humanos transportam espécies por todo o mundo, e assim podemos observar interações entre novas espécies.

O caranguejo da costa asiática (Hemigrapsus sanguineus) é uma espécie invasora na Nova Inglaterra, que se alimenta do mexilhão azul nativo. Recentemente, foi observado que os mexilhões, quando detectam caranguejos asiáticos, desenvolvem escudos mais grossos para impedir os caranguejos de comê-los.

Esse comportamento é difícil para os mexilhões, e por isso é fortemente regulamentado. O fator evolutivo aqui é que apenas os mexilhões de regiões onde os caranguejos asiáticos são endêmicos engrossam suas costas. Os de outras regiões não detectam os caranguejos como uma ameaça. [Note que os exemplos continuam sendo de diversificação de baixo nível, com mudanças em características mínimas. Assumir que o acúmulo dessas mudanças ao longo de supostos milhões de anos tornaria o mexilhão uma lagosta, isso, sim, é especulação macroevolutiva.]

4. Lagartixa italiana. Em 1971, dez lagartixas italianas (Podarcis sicula) foram introduzidas na ilha de Pod Mrčaru, a partir de uma ilha vizinha. Elas foram deixadas lá ao longo de décadas, para serem comparadas com a colônia de onde foram tiradas.

As lagartixas de Pod Mrčaru prosperaram e se adaptaram à nova ilha. Elas mudaram de uma dieta principalmente insetívora a uma pesada em vegetação. Essa mudança de dieta parece ter impulsionado outras mudanças dramáticas nos animais.

A cabeça das lagartixas de Pod Mrčaru são maiores, e tem uma força de mordida muito maior [isso é mudança “dramática”?]. Essas são adaptações-chave para lidar com as folhas que mascam. O sinal mais emocionante [!] da evolução é o desenvolvimento de músculos usados para separar porções do intestino. Eles servem para diminuir a passagem do alimento através do intestino e dar tempo para as bactérias quebrarem o material vegetal para a absorção. Este é um desenvolvimento inteiramente novo na lagartixa italiana, e uma grande adaptação. [Escrevi sobre a Podarcis sicula aqui.]

5. Sapo-cururu. O sapo-cururu na Austrália é provavelmente uma das espécies invasoras mais famosas do mundo. Ele faz imenso dano à agricultura e às espécies nativas. A Austrália é grande, e leva tempo para uma espécie invasora se espalhar. Os sapos na frente dessa onda de invasão provavelmente são os melhores adaptados para se espalhar mais rápido. Quando os sapos na frente da onda de invasão foram estudados, os pesquisadores descobriram que eles eram maiores, mais resistentes, tinham pernas mais longas que permitiam maior velocidade, e eram mais ativos. Como resultado desses tipos de adaptações, a taxa em que os sapos-cururu se espalham tem aumentado desde que eles foram introduzidos. [Diversificação de baixo nível.]

6. Tentilhões. Lembra das observações de Darwin sobre a adaptação entre os tentilhões das ilhas Galápagos? Esses tentilhões ainda estão ajudando a evolução a ser entendida. Peter e Rosemary Grant estudaram os tentilhões em uma das ilhas Galápagos, e observaram a mudança evolutiva causada pela concorrência direta de duas espécies rivais.

A espécie Geospiza fortis estava bem estabelecida na ilha de Daphne, e tinha sido estudada em profundidade. Seu bico era perfeitamente adequado para quebrar nozes grandes. Em 1982, a espécie maior Geospiza magnirostris, de uma ilha vizinha, chegou. Esses tentilhões maiores poderiam afastar os tentilhões médios de sua terra natal e comer todas as nozes de grande porte. Durante o período de estudo, os tentilhões médios da ilha de Daphne desenvolveram bicos menores e mais adequados para nozes menores, ignoradas pelos tentilhões invasores. [Esse exemplo é clássico e, mais uma vez, se refere a características mínimas como formato e tamanho do bico e cor da plumagem. Desde que Darwin pisou em Galápagos, os tentilhões continuam sendo tentilhões.]

7. Borboleta lua-azul. Estudar a evolução pode levar décadas, mas ocasionalmente a mudança acontece incrivelmente rápido. A borboleta lua-azul (Hypolimnas bolina), das ilhas Samoa, estava sendo atacada por um parasita que destruía seus embriões do sexo masculino. Isso levou a um desequilíbrio entre os sexos, até que os machos representaram apenas 1% da população da borboleta. No entanto, dentro de dez gerações (cerca de um ano), o sexo masculino voltou a contar por 40% da população. Isso não é porque o parasita desapareceu; ele ainda estava presente, mas não era mais letal aos embriões do sexo masculino.

Esse caso mostra como uma mutação que dá uma vantagem pode rapidamente se espalhar por toda uma população. Qualquer macho com a capacidade de sobreviver à infecção seria capaz de acasalar com um grande número de fêmeas, devido à escassez de outros machos, e espalhar sua imunidade através de seus genes. [Isso também mostra como uma mutação (que às vezes pode ser benéfica) que se espalha rapidamente por uma população, mesmo a de animais que podem ter várias gerações em pouco tempo, apenas lhes confere vantagens pela sobrevivência, como ocorre com as bactérias que adquirem resistência a antibióticos, por exemplo. Mas as borboletas e as bactérias continuam, depois de tantas gerações, sendo borboletas e bactérias. Diversificação de baixo nível.]

8. Evolução em laboratório. Conforme cresce uma enorme variedade de patógenos resistentes aos medicamentos, aprendemos que a evolução é mais fácil de ser observada em espécies que trocam rápido de geração. Desde 1988, no laboratório de Richard Lenski, a evolução de uma linhagem ancestral única para doze populações de E. coli foi estudada. Desde então, mais de 50 mil gerações de E. coli vieram e se foram, e as diferenças entre as populações, e entre cada população e a estirpe ancestral, foram documentadas.

Com amostras de cada população tiradas regularmente, as mudanças genéticas acumuladas puderam ser acompanhadas com facilidade. Ao longo do tempo, as bactérias se tornaram muito mais eficientes em crescer nas condições utilizadas no laboratório. O estudo forneceu evidências de como a evolução realmente ocorre [depende do que se entende por evolução]. Uma das populações desenvolveu a capacidade de utilizar o citrato como nutriente, algo de outra maneira desconhecido em populações E. coli em condições semelhantes. [Clique aqui para ler o que postei anteriormente sobre as experiências de Lenski.]

[Espero que você tenha notado que, dependendo do uso que se faz da palavra “evolução”, um criacionista pode até se considerar “evolucionista”. Sim, porque os melhores exemplos que os darwinistas têm de evolução se referem apenas à diversificação de baixo nível (“microevolução”). Como não existem exemplos de macroevolução nem evidências de que mutações genéticas teriam originado novos planos corporais e/ou órgãos funcionais, os defensores da macroevolução precisam interpretar os fósseis e elaborar suas “árvores da vida” evolutivas ficcionais. Num diálogo com darwinistas, a primeira coisa que se deve deixar clara é o conceito de evolução a que se está referindo. Caso contrário, ambos – criacionistas e evolucionistas – poderão estar falando da mesma coisa e concordando com ela (no caso, da microevolução) ou de algo totalmente diferente e não científico (no caso, a macroevolução). – MB]

(Hypescience)

Em tempo: Sou formado em Comunicação Social – Jornalismo (por isso, aprecio discutir o problema da origem da informação complexa) e tenho mestrado em Teologia (o que me fornece “ferramentas” e motivação para discutir os aspectos filosófico-teológicos das origens e a metafísica entranhada no evolucionismo moderno). Respeito profissionais como os biólogos, que certamente poderiam tecer comentários bem mais aprofundados com respeito à postagem acima e muitas outras. Mas discordo de alguns biólogos naturalistas que têm me criticado no Twitter, em fóruns e alhures, afirmando que não posso falar de biologia por não ser biólogo. Curiosamente, alguns desses biólogos mantêm blogs nos quais pregam o ateísmo e se aventuram em assuntos teológicos. A esses – para os quais defendo o direito de discutirem o que quiserem – quero lembrar de que estou em boa companhia: Darwin era teólogo, não biólogo.[MB]

A MACROEVOLUÇÃO QUESTIONADA

PiorMelhor 

Este artigo tem como objetivo a crítica da doutrina da macroevolução, particularmente sob a forma em que é ela apresentada nos colégios e faculdades. É citado o conhecido livro de Lasker “Antropologia Física” (1), para mostrar como a doutrina é apresentada de fato. Citações de numerosos autores indicam que praticamente todas as hipóteses da doutrina da macroevolução são, no mínimo, questionáveis.

Deve ser entendido que este artigo não tem a intenção de atacar Lasker nem seu livro. Pelo contrário, constitui uma crítica da doutrina que o autor esposa em seu livro.

Introdução

A tese que se defende neste artigo é que a doutrina da evolução no nível “macro” não tem apoio científico real. Não se questiona a “microevolução” (exceto, possivelmente, quanto à impropriedade de sua designação), isto é, o tipo de alteração pela qual por exemplo os geneticistas desenvolvem cachorrinhos do tamanho da palma da mão, ou laranjas com maior quantidade de suco. Faz-se objeção à tentativa de extrapolar essas pequenas alterações para supostas alterações macroevolutivas, pelas quais hipoteticamente os peixes se transformaram em gente, ou partículas irracionais aleatórias se transformaram em organismos progressivamente mais complexos.
O livro do Professor Lasker “Antropologia Fisica” (1) é um texto popular e largamente adotado. Ele apresenta a doutrina evolucionista atual de maneira bastante precisa. Por essas razões, foi ele escolhido como o meio pelo qual o autor deste artigo apresenta seus próprios pontos de vista contrários.

As críticas que seguem, portanto, são dirigidas não ao Professor Lasker, mas à doutrina sobre a qual se baseia o seu livro. Como ficará claro, tais criticas tornam-se possíveis em grande parte devido à disposição dos pensadores evolucionistas em admitir francamente a existência de áreas problemáticas.

Obviamente, todos os evolucionistas citados neste artigo permanecem evolucionistas, mesmo admitindo a existência de problemas em seus próprios campos. Às vezes supõem eles que as evidências de outros campos, apesar de tudo, continuam a apoiar a evolução, ou que futuras descobertas de algum modo defenderão a doutrina, apesar dos fatos contrários que hoje se conhecem.

Ao se considerar a extensão e a profundidade dos problemas, conclui-se que toda a doutrina é questionada. À medida em que os problemas sejam levantados neste artigo, e essa é a sua principal finalidade, o leitor cuidadoso poderá referir-se às fontes originais para julgar por si mesmo se a doutrina da macroevolução é adequada, ou sequer razoável.

Pode-se iniciar, como o Professor Lasker, com a origem da vida.

A Origem da Vida

Na última metade do século XVII, Francesco Redi demonstrou que, contrariamente ao que muitos acreditavam, as moscas não se geravam espontaneamente na carne em putrefação. Louis Pasteur demonstrou em 1861 que também as bactérias não se geravam espontaneamente no leite. Não obstante, a geração espontânea continua sendo um ingrediente essencial na doutrina evolucionista.

Quais são as evidências? O Professor Lasker declara: “Tanto quanto saibamos, os compostos orgânicos que ocorrem naturalmente hoje são resultantes de processos vitais; a vida parece sempre depender de vida previamente existente” (página 26). Ressalte-se que, neste contexto, “orgânico” não significa “com vida”, mas simplesmente qualquer composto contendo Carbono.

Tendo assim exposto os fatos, Lasker continua a especular nas páginas 26 a 28: “Imagine-se, então, uma época anterior à existência da vida. Mesmo que os compostos orgânicos não estivessem sendo sintetizados nas células, pelo menos não haveria microorganismos que os degradassem, a partir do estado em que existissem. Não havendo nada que obrigasse os compostos a se dissociar, a evolução teria ocasionado compostos cada vez mais complexos, e não mais simples…”.

Alguns parágrafos adiante, acrescenta ele: “De qualquer maneira, os constituintes das proteínas e dos ácidos nuclêicos das células vivas foram sintetizados em laboratório, sob as condições existentes na Terra primitiva. Embora ninguém tenha ainda chegado perto da criação de uma célula viva a partir do ar primitivo, não obstante têm-se mostrado plausíveis os passos químicos necessários” (página 32).

A “plausibilidade” desses passos deveria ser considerada mais detalhadamente. Primeiramente, não é correto dizer que, na ausência de microorganismos, “nada houvesse que obrigasse os compostos a se dissociar”. Nas experiências citadas por Lasker (realizadas por Miller, Sagan e Khare, Wollin e Ericson, Stephen Sherwood e Oparin) os aminoácidos e outros compostos simples tiveram de ser removidos rapidamente da presença da fonte de energia que os produzia (centelhas elétricas ou luz ultravioleta) porque a taxa de sua destruição sob a sua ação, ou sob a ação de quaisquer outras fontes de energia propostas, excedia de muito a taxa de sua produção (2).

Mesmo que se supusesse que esses compostos pudessem ter-se formado, e permanecido na atmosfera durante tempo suficiente para chegar até o oceano, a maioria deles teria sido destruída pela água nas temperaturas comuns. Por exemplo, Miller e Orgel declararam que “as taxas de depurinação do DNA, da hidrólise dos polímeros peptídicos e polinucleotídicos, e da decomposição dos açúcares, são tão grandes, que parece impossível que tais compostos pudessem ter-se acumulado em solução aquosa e pudessem ter sido usados nos primeiros organismos, a menos que a temperatura fosse baixa” (3).

Tais temperaturas baixas, entretanto (Miller e Orgel preferem 0 °C ou menos), parecem incompatíveis com a hipótese evolucionista de que a vida se tenha formado logo após a Terra ter-se resfriado, a partir de uma massa fundida, enquanto os oceanos ainda estavam muito quentes.

Além do mais, esses compostos são destruídos também pelo Oxigênio. Assim, os defensores da geração espontânea da vida são levados a admitir que a atmosfera primitiva não continha Oxigênio (Ver a figura III.3, página 26, do livro de Lasker). Atualmente, a atmosfera contém cerca de 21% de Oxigênio.

Parece, entretanto, que mesmo que originalmente não houvesse Oxigênio, a fotólise do vapor d’água atmosférico, sob a ação da luz ultravioleta, teria produzido uma quantidade significativa de Oxigênio bem cedo na história da Terra (4).

Além disso, não há evidências de que a atmosfera jamais tenha contido metana (5), que é o gás mais comumente utilizado nas experiências que supostamente têm a ver com a origem da vida. A amônia, que, juntamente com a metana, é necessária para a produção dos compostos, também é sujeita a fotólise rápida, sob a ação da luz ultravioleta, pelo que ter-se-ia reduzido a concentrações muito mais baixas do que as usadas nas experiências (6).

Suponha-se, entretanto, a título de argumentação, que os aminoácidos pudessem ter-se formado. Poderiam eles ter-se arranjado por si mesmos em forma de “cadeias” para formarem proteínas? Lasker afirma:

“Ao tentar a síntese abiogênica de proteínas, S. W. Fox (1960) conseguiu produzir, a partir de aminoácidos, substâncias que, sob alguns aspectos, assemelham-se a proteínas. Elas são capazes de assumir a forma de pequenas esferas uniformes que podem ser vistas ao microscópio. Em alguns casos o microscópio eletrônico revela diferenciação e características semelhantes às de células, como por exemplo membranas de parede dupla nas gotículas” (página 33).

Sidney Fox produziu essas cadeias de aminoácidos pelo aquecimento de uma mistura pura e seca de certos aminoácidos, usualmente durante 6 a 10 horas, a 170-200 °C, ou por uma semana a 120 °C. Em seguida, agitou-a em água quente, removendo o material insolúvel por filtragem. Resfriando a solução, precipitaram-se glóbulos microscópicos, ou “microesferas”, contendo as cadeias de aminoácidos. Fox alega que essas “microesferas proteinóides” são estáveis e exibem uma espécie de evolução pré-biológica. Entretanto, Oparin afirma:

“As microesferas de Fox, sendo obtidas termicamente, não apresentam resultados muito promissores, deste ponto de vista (isto é, da evolução até incluir processos metabólicos). Sua estrutura é estática. Isso … cria muitas dificuldades quando se tem de convertê-las em sistemas dinâmicos que possam ser utilizados como modelos da evolução do metabolismo” (7). (Ênfase acrescentada).

De fato, as experiências de Fox dependem de um suprimento de aminoácidos puros e secos, necessidade esta que parece ser impossível satisfazer, como foi observado.

Se tal suprimento, entretanto, fosse disponível, Fox mostrou que, sob certas condições, seria possível ligar entre si os aminoácidos. Ele sugere, então, que tais condições deveriam ter existido na Terra primitiva, nas bordas dos vulcões. Entretanto, Miller e Orgel criticam essa sugestão, ressaltando que, ao se solidificar, a lava é muito mais quente do que o ar, e acrescentam:

“Outra maneira de examinar este problema é perguntar se existem locais na Terra, hoje, com temperaturas adequadas, em que pudéssemos por exemplo semear 10 gramas de uma mistura de aminoácidos, e obter uma colheita significativa de polipeptídeos … Não podemos sequer imaginar um local semelhante” (8).

De maior significado é ainda a declaração de Fox de que seus polipeptídeos (cadeias de aminoácidos, mais curtas do que as proteínas) são semelhantes às proteínas na ordem em que as ligações são formadas. O fato de que mesmo as mais simples proteínas exigem uma ordem definida na ligação de seus aminoácidos, e de que é virtualmente nula a probabilidade de que tal ordem ocorra espontaneamente, tem sido fonte de consideráveis desapontamentos aos defensores da geração espontânea.

Tanto quanto se saiba, nada há, no que se refere às propriedades fisicas e químicas dos aminoácidos, nucleotídeos (os blocos construtores do DNA), e açúcares, que indique que as polimerizações envolvendo misturas de quaisquer dessas substâncias, produzam algo além de seqüências ou estruturas aleatórias. Essa aleatoriedade foi demonstrada experimentalmente por dois companheiros de Fox, Peter Mora e Gerhard Schramm, na polimerização de açúcares (9), e de nucleotídeos (10).

As evidências contrárias relativamente às cadeias de aminoácidos de Fox foram comentadas por Miller e Orgel, que chegaram a acusá-lo de fraude: “O grau de não-aleatoriedade dos polipeptídeos térmicos assim demonstrado é mínimo em comparação com a não-aleatoriedade das proteínas. É um erro, portanto, sugerir que os polipeptídeos térmicos sejam semelhantes às proteínas em sua não-aleatoriedade” (11).

Um dos fatos mais misteriosos da Biologia relaciona-se com esse problema de ordem em contraposição à aleatoriedade. Todos os aminoácidos encontrados nas proteínas, com uma única exceção, a glicina, podem existir em duas formas designadas por D e L (dextrógira e levógira). Química e fisicamente elas exibem propriedades idênticas, com exceção de certas propriedades óticas que não pareceriam ter nada a ver com a sua utilização biológica.

Biologicamente, porém, a diferença é enorme, pois todas as proteínas produzidas nas células vivas contêm exclusivamente a forma L, ou seja a levógira. Todas as proteínas produzidas artificialmente contêm, entretanto, misturas aleatórias das formas D e L. A substituição de um simples aminoácido em uma proteína, por outro com a forma D, destrói completamente toda a sua atividade biológica (12). Levando-se isso tudo em conta, a alegação de Fox quanto à não-aleatoriedade, parece realmente questionável.

À vista dos problemas trazidos á luz pelas experiências mencionadas, a geração espontânea parece cada vez menos plausível. Considerem-se as cifras seguintes, apresentadas por Gerhard Schramm, com relação à probabilidade de formação ao acaso de uma das mais simples formas de vida (alguns chegam mesmo a questionar se ela devesse sequer ser chamada de forma de vida), o vírus do mosaico do fumo:

“O ácido ribonuclêico (RNA) do vírus do mosaico do fumo contém 6000 nucleotídeos. A probabilidade de que essa molécula especial resulte da combinação aleatória de quatro nucleotídeos é (1/4)6000 = 10 –2000. Considerando que todo o universo contém o número estimado de 1080 prótons, é praticamente impossível obter-se esse ácido ribonuclêico no período de 109 anos, a idade estimada da Terra, mesmo que toda a Terra consistisse de uma mistura de nucleotídeos em reação” (13) .

Schramm e outros defensores da geração espontânea tentam libertar-se desse dilema mediante alguma espécie de “seleção natural” para as moléculas pré-biológicas. Entretanto, como essas moléculas não são auto-replicativas, isso constitui uma contradição (14).

Peter Mora é mais objetivo. Comentando a respeito da prática usual dos evolucionistas de “apelar para o infinito”, afirma ele:

“Creio que desenvolvemos essa prática para evitar enfrentar a conclusão de que a probabilidade de um estado auto-replicativo é zero. … Ao se ter de invocar, para propósitos práticos, o conceito de tempo e matéria infinitos, o conceito de probabilidade é anulado. Mediante tal lógica pode-se provar qualquer coisa, como por exemplo, que qualquer coisa se auto-reproduza, exatamente e imensuravelmente, independentemente de sua complexidade” (15).

Mora sugere, com propriedade, que “a ilusão de que o problema possa ser explicado com o conhecimento existente” constitui uma “atitude mental perigosa”, e que deveríamos “mesmo ousar perguntar se não há nos seres vivos algo especial que não pode ser tratado pela Física, tal qual a conhecemos, mas que deva ainda ser submetido a comprovação ou refutação” (16).

Mutações

Mesmo que o problema da geração espontânea pudesse ser superado, como uma espécie de organismo se transformaria em outra, diferente, mais complexa? O Professor Lasker admite que “A única maneira pela qual surgem possibilidades totalmente novas é pela mudança do próprio material genético”, isto é, por mutações (página 87). É surpreendente, portanto, vê-lo admitir na sentença seguinte que “tem sido discutido que as mutações poderiam pouco ter a ver com a evolução, porque as que realmente têm sido observadas no laboratório, ou no homem, são quase sempre prejudiciais (ou quando muito, neutras)” (página 87). (Ênfase acrescentada).

As mutações são fundamentais para a evolução, não obstante os fatos observados novamente pareçam contradizer a doutrina. Lasker livra-se do problema afirmando que “ninguém alegaria que a mutação sozinha produz evolução. De fato, ela produziria a evolução na presença de outros fatores, como por exemplo a seleção natural …” (página 87). Considerem-se, porém, os seguintes cálculos feitos por Sir Julian Huxley com relação à suposta evolução do cavalo (e então multiplique-se o resultado pelo número dos supostos passos evolutivos entre a ameba e o homem):

“A proporção de uma mutação favorável em mil não parece elevada, porém é provavelmente generosa. … E o total de um milhão de etapas mutacionais parece bastante, porém provavelmente constitui uma subestimativa. … Suponhamos, entretanto, que esses números sejam estimativas razoáveis. Dentro dessa proporção, mas sem seleção alguma, certamente teríamos de cruzar um milhão de linhagens para obter uma contendo duas mutações favoráveis, e assim por diante, até mil elevado à milionésima potência para obter uma linhagem contendo um milhão. Na realidade isso poderia ainda não acontecer, porém esta é uma maneira útil de visualizar as fantásticas probabilidades contrárias à obtenção de numerosas mutações favoráveis em uma linhagem, somente devido ao puro acaso. Ao se escrever o número mil elevado à milionésima potência tem-se o algarismo 1 seguido de três milhões de zeros, o que exigiria três grandes volumes de 500 páginas cada, somente para imprimí-los! … Ninguém apostaria em um acontecimento tão improvável. Não obstante, isso aconteceu! Aconteceu graças à atuação da seleção natural e às propriedades da substância viva que tornam inevitável a seleção natural!” (17)

Seleção Natural

Logicamente, então, o próximo tópico é a seleção natural. Pode ela realmente converter a impossibilidade de Huxley (e também de Schramm) em algo inevitável?

Como Lasker afirma à página 19, antes da época de Darwin foi reconhecida como fato uma espécie contrária de seleção – a seleção normalizadora. “Esse processo, ora denominado de seleção normalizadora, de fato retarda e estabiliza a evolução pela eliminação da descendência que difere grandemente de seus ancestrais”. Entretanto, continua ele a dizer:

“Foi o reconhecimento da evolução progressiva, contudo, e sua firme fundamentação nos numerosos fatos estabelecidos por Darwin e seus seguidores, que deu origem a uma revolução no pensamento biológico. A evolução progressiva é a seleção da descendência alterada que seja mais bem adaptada que seus ancestrais” (página 20).

Curiosamente, a despeito desses “numerosos fatos estabelecidos por Darwin e seus seguidores”, encontramos George Gaylord Simpson, talvez o mais influente paleontologista evolucionista, admitindo a respeito da seleção natural, em um de seus livros, que “pode ser objetado que a teoria é bastante frágil, e tem condição tão somente de especulação” (18).

Antes que eu seja acusado de citar Simpson fora do contexto, apresso-me a aduzir que o problema de Simpson não é a comprovação de que a seleção ocorra, porém a demonstração de que ela tenha qualquer efeito na evolução. O Professor Lasker apresenta o exemplo favorito dos evolucionistas: a mariposa Biston betularia (página 94). Entretanto, como afirma L. Harrison Matthews, membro da Royal Society, na introdução de uma edição recente de “A Origem das Espécies” de Darwin:

“As experiências (com a mariposa) ilustram muito bem a seleção natural em ação ou a sobrevivência do mais apto, porém não mostram a evolução em andamento, pois embora possam as populações alterar seu conteúdo de formas claras, escuras ou intermediárias, todas as mariposas permanecem, do princípio ao fim, as mesmas Biston betularia” (19).

Além disso, as mariposas nem mesmo demonstram a seleção natural, que não mais é definida em termos de sobrevivência, mas sim como reprodução diferencial (Glossário, página 382). É duvidosa a evidência quanto a ter havido realmente um aumento na proporção de mariposas escuras que foram reproduzidas. Paul Ehrlich e Richard Holm relatam que em algumas experiências não foi encontrada a deficiência esperada de indivíduos claros. Em outra experiência, os resultados foram inconsistentes – enquanto os descendentes de alguns acasalamentos apresentaram uma proporção significativamente alta de mariposas escuras, os descendentes de outros não apresentaram (20).

Ainda mais, em um recente artigo publicado no Scientific American, o autor observa que “as mariposas escuras continuam sendo comuns em áreas onde teoricamente os pássaros as teriam exterminado. Algum fator pode estar contrabalançando a desvantagem das mariposas escuras, talvez atuando durante os estágios de larva ou pupa, que constituem a maior parte da vida das mariposas. Complexidades desse tipo estão ainda para ser investigadas” (21). Parece, portanto, que, excluindo a extinção total de toda a espécie, as mariposas Biston betularia permanecerão polimórficas.

Porém, como Lasker ressalta na página 103, a existência de muitos polimorfismos é difícil de entender em termos de seleção natural. De fato, alguns cientistas, incluindo King e Jukes (1969), citados por Lasker, usam os polimorfismos e outras evidências para argumentar que a evolução deve ocorrer mediante variações “neutras”, que não são vantajosas nem desvantajosas, e portanto “invisíveis” à seleção natural. Lasker afirma brandamente: “isto está em desacordo com a teoria da seleção natural” (página 103).

Stephen Jay Gould, de Harvard, resumindo esses pontos de vista, é mais categórico: “Todavia, algo ainda mais fundamental está ameaçando o próprio Darwinismo” (22). Parece que as evidências no caso das mariposas apoiam este último ponto de vista, tanto quanto o de que a seleção natural é importante.

Darwin estava bem familiarizado com as alterações nas plantas e animais domésticos, resultantes de cruzamentos artificiais, e considerou que fosse exeqüível a extrapolação:

“Embora lento o processo de seleção, se tanto pode o débil homem fazer com seu poder de seleção artificial, não posso vislumbrar limite algum à intensidade de alteração, à beleza e à complexidade infinita de coadaptações entre todos os seres orgânicos, uns com os outros, e com as suas condições físicas de vida, que podem ser efetuadas no longo decurso do tempo, pelo poder de seleção da natureza” (23).

Contudo, mais de cem anos após Darwin, todas as evidências experimentais indicam que a variação confina-se dentro de limites.

Por exemplo, as experiências tão divulgadas relativas às moscas das frutas, com mutações induzidas artificialmente, e seleção artificial, resultaram em considerável variabilidade. Porém tentativas de levar essas variações além de certos limites resultaram em esterilidade em massa, e em morte. Tentativas de manter as variações próximo de seus limites levaram à reversão à norma. Ernst Mayr, eminente evolucionista de Harvard, encara esses resultados como inteiramente normais.

“Obviamente qualquer melhoramento drástico obtido pela seleção deve comprometer seriamente o estoque de variabilidade genética. … A resposta mais freqüente da seleção unidirecional é uma diminuição na aptidão geral. Isso afeta virtualmente todas as experiências de cruzamento” (24).

Mayr continua a acreditar que grandes alterações são possíveis, porém não cita nenhum caso observado, e concorda que “muito disso obviamente é especulativo” (25).

Não somente há uma desconcertante escassez de evidências. Parece também que os evolucionistas não têm sido capazes de surgir com uma definição exeqüível de seleção natural. “Natural” significa “não artificial”, o que até aí está claro. “Seleção”, de acordo com Lasker, significa “que existem variantes biológicas favoráveis em termos das circunstâncias sob as quais sua seleção ocorre” (página 92). À parte o fato de que essa definição pressupõe sua própria conclusão, isto é, que a seleção realmente ocorre, o problema reside em determinar objetivamente quais variantes são favoráveis em termos das circunstâncias de sua ocorrência.

Outro eminente evolucionista, G. Ledyard Stebbins, ora na Universidade da Califórnia, em Davis, admitiu:

“Obviamente … uma estimativa final da importância da seleção na evolução deve depender grandemente da determinação de quais … as diferenças que são … adaptativas. … Infelizmente, entretanto, a determinação do caráter adaptativo de muitos tipos de diferenças entre organismos é um dos problemas mais difíceis da Biologia” (26).

Podemos, portanto, pouco mais fazer do que especular (27). Mayr concorda: “… jamais se pode afirmar com certeza que uma dada estrutura não tenha significado seletivo” (28).

Simpson considera isso como objeto de senso comum: “É notória a falibilidade dos juízos pessoais quanto ao valor adaptativo de caracteres particulares, mais particularmente quando ocorrem eles em animais muito distintos dos que hoje vivem” (29).

De fato, a maior parte dos evolucionistas concorda hoje que a “aptidão” não pode ser analisada objetivamente. Daí a precaução de Lasker: “A aptidão é definida pela prova da sobrevivência, e não pela ‘aptidão’ conforme algum sentido humano de avaliação” (página 92). Isto significa que os que sobrevivem são mais aptos porque os mais aptos é que sobrevivem. Isto constitui uma tautologia – uma falácia lógica que nada explica (30). Com esse tipo de definição, é fácil ver como a seleção natural pode simultaneamente “explicar” no exemplo de Lasker, a evolução tanto do parto prematuro como do tardio, e mesmo da desmama nos animais (página 93).

As deficiências das mutações e da seleção natural como mecanismos da evolução levaram a uma ênfase recente na chamada deriva genética aleatória, acoplada às flutuações nos tamanhos das populações (páginas 107 a 118). Entretanto, como a deriva genética sozinha não pode produzir nada senão a mesma espécie e o mesmo nível de organismo, essa ênfase parece não se justificar. Os interessados poderão ler o breve relato de Mayr sobre o conceito de deriva genética, acompanhado de uma série de aplicações indefensáveis (31). Mayr aparentemente ainda crê que possa haver um papel a ser desempenhado na evolução pela deriva genética. Parece, porém, ter dúvidas sobre o papel de outros mecanismos aleatórios:

“Fenômenos aleatórios como a recombinação … introduzem na evolução um considerável grau de indeterminação. Temporariamente eles podem ser ainda mais fortes que a seleção em populações completamente isoladas, e pelo menos inicialmente pequenas. É ainda bastante obscura a importância que apresentam tais populações para a formação de novas espécies, e em última análise para a evolução” (32).

Os evolucionistas enfrentam aqui um dilema, pois quanto maior o papel atribuído aos processos aleatórios, menor é a probabilidade de que a impossibilidade de Huxley se converta em uma inevitabilidade pela seleção natural.

Creio ter questionado substancialmente as “evidências” de que qualquer mecanismo biológico conhecido possa produzir alterações macroevolutivas. É comumente aceito, entretanto, que a despeito das deficiências dos mecanismos explicativos, o registro fóssil provê claras evidências da macroevolução. Consideram-se, então, os fósseis, a seguir.

Hiatos no Registro Fóssil

Lasker afirma: “Existem hoje muitas evidências nos fósseis a favor da existência de todas as espécies de formas intermediárias que indicam a natureza do relacionamento entre o homem e outros animais, e novas descobertas continuamente são acrescidas. … Nosso problema não reside propriamente na descoberta de elos perdidos” (página 18).

Realmente, o problema inicialmente é semântico. Como Lasker posteriormente declara: “Não se pode propriamente falar de elos perdidos e elos conhecidos na evolução, pois a evolução progride em linhas e não em cadeias, e é sempre possível aprimorar o nosso conhecimento à medida em que se tornam conhecidos mais pontos da linha, e se tornam menores os segmentos desconhecidos existentes entre eles” (página 242). Em outras palavras, ele está afirmando que, como a evolução ocorre de forma contínua, com inumeráveis pontos, não se pode esperar encontrar todas as formas intermediárias sobre a mesma linha.

De fato, desde que se pressuponha um continuo evolutivo, a distância entre supostas formas ancestrais intermediárias não apresenta, como afirma Lasker, nenhum “problema”.

Ninguém jamais exigiu que se conseguissem todos os fósseis de todos os indivíduos em uma suposta linha de descendência. Porém parece ser razoável exigir que se consiga uma série na qual cada um não difira muito de seu vizinho. Qualquer que seja a suposição, o fato é que os hiatos existentes no registro fóssil entre formas pretensamente relacionadas, são grandes e sistemáticos.

Simpson declarou que “é uma característica do registro fóssil conhecido, o aparecimento abrupto da maior parte dos taxa …. Hiatos entre espécies são esporádicos e freqüentemente pequenos . Hiatos entre ordens, classes e fila são sistemáticos e quase sempre grandes” (33).

Outro paleontologista, T. Neville George, afirma: “Não mais há necessidade de se excusar pela pobreza do registro fóssil. Sob alguns aspectos ele se tornou quase incontrolavelmente rico, e as descobertas sobrepujam a integração. … O registro fóssil continua sendo composto principalmente de hiatos” (34).

Em recente artigo publicado na revista “Evolution”, um paleontologista da Universidade de Oklahoma disse:

“Apesar da auspiciosa promessa de que a paleontologia provê uma maneira de ver a evolução, ela tem levantado algumas dificuldades desagradáveis para os evolucionistas, das quais a mais notória é a presença de “hiatos” no registro fóssil . A evolução exige formas intermediárias entre as espécies, e a paleontologia não as provê” (35). (Ênfase acrescentada).

Tão grandes são os hiatos, que os supostos relacionamentos ancestrais são altamente arbitrários. Mayr, que sem dúvida é um dos principais taxonomistas americanos, declara:

“A maior parte dos ‘taxa’ acima do nível de família são claramente delimitados. Moluscos, pingüins, vespas, e na realidade a maior parte dos ‘taxa’, são separados de seus parentes mais próximos por um indiscutível hiato, muito mais do que acontece na maioria dos gêneros e famílias. Entretanto, permanece certo que as categorias superiores nas quais colocamos esses ‘taxa’ são mal definidas. … Nenhuma norma até agora foi encontrada para a classificação não arbitrária dos ‘taxa’. … É na arbitrariedade da definição que todas as categorias superiores diferem da categoria da espécie” (36).

Uma revisão crítica do livro de Mayr declara que “praticamente todos os biologistas devem concordar que a espécie é a única categoria taxonômica que tem uma existência completamente objetiva, pelo menos nos exemplos mais favoráveis” (37).

É instrutiva, neste aspecto, a discussão apresentada por Lasker sobre paralelismo e convergência, e sobre homologia e analogia (página 205). Ele mostra numerosos exemplos de formas de vida bastante semelhantes, que, entretanto, por outras evidências se mostram sem relacionamento ancestral. Se isto é verdade (e todos os evolucionistas concordam que é), lança-se dúvida sobre qualquer tentativa de tirar conclusões sobre a ascendência, a partir de semelhanças estruturais, ou outras, existentes no registro fóssil. Não obstante, a macroevolução fundamenta-se nessas semelhanças; logo, o que quer que lance dúvidas sobre semelhanças entre grupos deve lançar dúvida também sobre toda a doutrina.

Há um grupo de fósseis, contudo, a que repetidamente se refere sempre que surge a questão dos hiatos – é a série do cavalo. Ela aparece virtualmente em todos os livros que tratam do assunto da evolução. Não obstante, de conformidade com Simpson “esse exemplo usual tem sido grandemente deturpado” (38). Garrett Hardin ressalta que uma exposição antiga do Museu Americano de História Natural visando indicar a linha evolutiva direta do cavalo foi amplamente fotografada e divulgada antes que sua natureza incorreta fosse esclarecida. Essas fotografias tendenciosas permanecem ainda em alguns livros didáticos (39).

Lasker apresenta os fósseis corretamente em um diagrama à página 207. Observe-se que, apesar do “abundante material fóssil”, somente três fósseis são considerados como ancestrais do cavalo moderno, o Equus. São eles o Eohippus, o Miohippus, e o Merychippus.

Simpson, em quem Lasker se baseia para construir seu diagrama, é provavelmente a maior autoridade na série do cavalo. Considerem-se as afirmações seguintes do próprio Simpson:

“Cada aspecto da evolução do cavalo descreve uma história relativamente complexa ao ser examinada em detalhe e em todas as linhas divergentes da família do cavalo. As patas … dificilmente teriam iniciado sua evolução no Eoceno, e então rapidamente evoluíram em direção a um tipo básico oligoceno de três dedos, que permaneceu praticamente estático em algumas linhas posteriores … e somente em uma linha finalmente evoluíram rapidamente em uma fase em direção a um tipo monodátilo. Isso novamente não continuou a tendência usual entre os tipos tridátilos, mas constituiu uma nova direção evolutiva. Na linhagem específica do Eohippus ao Equus, a mecânica geral dos pés tornou-se inicialmente mais complexa, e depois mais simples. O número de dedos não se alterou continuamente de quatro (na pata dianteira) até um, mas sofreu alteração em duas etapas primeiramente de quatro para três, e depois, muito mais tarde, de três até um, cada transição rápida sendo seguida de ajustamentos mecânicos mais lentos, necessários ao novo tipo de pata, e às alterações no peso dos animais.

O cavalo caracteriza ainda a exceção à regra de que os animais tendem a crescer de tamanho em sua evolução. De fato, os cavalos de que se tem notícia no Eoceno recente são em média menores do que o Eohippus do Eoceno. Antes ainda, no Mioceno e no Plioceno, havia pelo menos três ramos distintos da família do cavalo caracterizados pela diminuição do tamanho … enquanto que, ao mesmo tempo, havia outros, de acordo com a “regra”, aumentando de tamanho. Na mesma época, também outros havia flutuando em torno de um tamanho médio, sem alteração apreciável, e ainda outros desenvolviam espécies diferentes, de tamanhos decididamente diferentes como de fato é o caso do Equus hoje” (40). (Ênfases acrescentadas).

Dado este tipo de evidências, basta acrescentar a própria declaração de Simpson: “Pode-se confirmar qualquer ‘regra’ que se deseje, desde que se formule a regra e em seguida se interpretem as evidências de conformidade com ela.” (41).

Como o diagrama de Lasker indica (Simpson), o prosseguimento apenas dos três estágios presumíveis exige um salto do Velho Mundo para a América do Sul. Além disso, é altamente arbitrária a colocação do Eohippus (mais amplamente chamado de Hyracotherium) como o primeiro elo da série. Em um artigo anterior disse Simpson:

“Matthew mostrou e insistiu que o Hyracotherium (incluindo o Eohippus) é tão primitivo (42) que não é muito mais definidamente eqüídeo do que taprídeo, rinocerotídeo, etc., embora seja costumeiro colocá-lo na raiz do grupo eqüídeo” (43). (Ênfase acrescentada).

O resto do registro fóssil oferece pouca tranqüilidade aos macroevolucionistas. Simpson afirma que existe um considerável hiato entre o Eohippus (Hyracotherium) e sua suposta ordem ancestral. Continua ele dizendo:

“Isto é verdade para todas as trinta e duas ordens de mamíferos. … Os membros mais antigos e mais primitivos de todas as ordens já possuem os caracteres ordinais básicos, e em nenhum caso existe uma seqüência aproximadamente contínua desde uma ordem até outra conhecida. Na maior parte dos casos a descontinuidade é tão distinta e o hiato tão grande que a origem da ordem é especulativa e muito discutida” (44). (Ênfase acrescentada).
“Essa ausência regular de formas transicionais não se confina aos mamíferos, mas é um fenômeno quase universal, como de há muito foi notado pelos paleontologistas. É verdadeiro para quase todas as ordens de todas as classes de animais, tanto vertebrados quanto invertebrados. ‘A fortiori’ é verdadeiro também para as classes, e para os grandes phyla animais, e é também aparentemente verdadeiro para as categorias análogas de plantas” (45). (Ênfase acrescentada).

“Existe … uma tendência em direção a uma deficiência sistemática no registro da história da vida. É portanto possível alegar que tais transições não estão registradas porque não existiram, que as alterações não se deram por transição, mas por saltos bruscos na evolução” (46). (Ênfase acrescentada).

Alguns evolucionistas têm aceito os hiatos no registro fóssil tal qual se apresentam, e têm declarado que as grandes categorias devem ter surgido por “macrogênese”, ou mutação sistêmica, ao invés de milhões de pequenos passos (“gradualismo filetico”) conforme proposto por virtualmente todos os outros (47). O mais proeminente daqueles é Richard Goldschmidt, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que usou a expressão “monstro auspicioso”. O livro de Goldschmidt contém uma valiosa crítica de outras idéias evolucionistas (48). Falando do conceito de Goldschmidt, entretanto, Mayr declara:

“Está bem comprovada a ocorrência de monstruosidades genéticas por mutação, como por exemplo os mutantes homeóticos na Drosophila (mosca das frutas), porém elas constituem anomalias tão evidentes que esses monstros somente podem ser designados como “desesperançados”. Eles são tão completamente desproporcionados que não teriam a mínima probabilidade de escapar da eliminação mediante seleção estabilizadora. … Crer que tal mutação drástica produziria um novo tipo viável, capaz de ocupar uma nova zona adaptiva, é equivalente a crer em milagres” (49).

Simpson também aborda este ponto de vista, que depende de mutações múltiplas, simultâneas:

“A probabilidade de mutações múltiplas, simultâneas, parece ser ainda menor, de fato desprezível. A postulação de uma taxa de mutação de 0,00001, e da duplicação da probabilidade de cada mutação por outra mutação no mesmo núcleo, corresponderia às circunstâncias mais favoráveis garantidas pelas evidências experimentais. Com essas postulações, a probabilidade de cinco mutações no mesmo núcleo seria de aproximadamente 10-22. Com uma população média efetiva de cem milhões de indivíduos férteis, e com a duração média de um dia para cada geração, novamente postulações extremamente favoráveis, tal evento seria esperado somente uma vez em cerca de 274 bilhões de anos, ou seja, cerca de cem vezes a idade suposta da Terra. Obviamente, a menos que haja um fator desconhecido que aumente tremendamente a probabilidade das mutações simultâneas, tal processo não teve qualquer parte na evolução” (50). (Ênfase acrescentada).

Posição Estratigráfica

Um argumento usado pelos macroevolucionistas para evitar o confronto com os hiatos no registro fóssil é a asserção de que as camadas da coluna geológica pelo menos demonstram uma ampla progressão das formas de vida simples para as complexas. Entretanto, o registro fóssil está pleno de inconsistências a esse respeito. Pode-se citar Simpson mais uma vez:

“A maior parte (dos phyla) … inicia-se no Cambriano … (até recentemente considerado como o estrato no qual primeiramente evoluiu a vida). Há pouca ordem lógica na seqüência do aparecimento. Os Artrópoda aparecem no registro tão cedo quanto sem dúvida os Protozoa, embora no consenso geral os Protozoa sejam o phylum mais primitivo e os Artrópoda o mais “avançado”, isto é, estruturalmente mais complicado entre os não-cordata (ou Invertebrados, como todos os outros phyla, excetuando-se os Cordata, são freqüentemente chamados). Corais e Briozoários não surgem até o Ordoviciano, embora sejam menos altamente organizados do que muitos grupos que ocorrem no primitivo Cambriano. … (O phylum Cordata) deve ser considerado em algum sentido como o mais progredido de todos os phyla, e é de fato o último a aparecer no registro, embora não muito depois dos Briozoários inferiores” (51).

O registro fóssil é tão equívoco, de fato, que três proeminentes paleontologistas concluíram recentemente que a posição estratigráfica nem mesmo devia ser considerada na determinação inicial da filogenia (linha da suposta descendência evolutiva):

“É nossa opinião que o espectro dos estados de caráter de derivação primitiva, ou polaridade, deve ser elaborado (e de fato usualmente o é) pelo menos inicialmente, com base em critérios morfológicos (em vez de critérios baseados em seqüência de tempo). A razão desta conclusão é que a seqüência nas rochas pode não oferecer um quadro real da polaridade. A primitividade e a aparente antigüidade não são necessariamente correlacionadas” (52). (Ênfase acrescentada).
“O conceito cronoclínico (seqüência de tempo) implica – erradamente, cremos – que a seqüência temporal é, em si mesma, significativa na avaliação do relacionamento” (53).

Esses mesmos autores ressaltam que um dos problemas relacionados com a validade dos dados estratigráficos é que a questão da seqüência é freqüentemente decidida com base nos fósseis; portanto, a argumentação constitui um círculo vicioso: “A principal dificuldade no uso de supostas seqüências ancestral-descendentes para expressar a filogenia é que os dados bioestratigráficos são freqüentemente usados em conjunto com a morfologia na avaliação inicial dos relacionamentos, o que leva a um ciclo vicioso óbvio” (54).

Porém, pelo menos tão danosa à idéia de que as seqüências fósseis, tais como a do cavalo, demonstram a evolução progressiva, é a afirmação de que

“Todos os organismos são fadados a ser relativamente primitivos em alguns aspectos, e relativamente derivados em outros (“O conceito da evolução mosaica”: De Beer, 1954). É pequena a probabilidade de achar um taxon fóssil que seja primitivo em todos os aspectos, com relação a outro taxon mais recente” (55).

De fato, Schaeffer e seus colegas dizem que se fosse para considerar somente a “primitividade” relativa dos fósseis do cavalo, a seqüência poderia tão facilmente ser Equus ® Hyracotherium como Hyracotherium ® Equus(56).

Supostos Ancestrais da Humanidade

Considerem-se, finalmente, os ancestrais fósseis da humanidade. Lasker segue o pensamento corrente e localiza os supostos ancestrais evolutivos do homem em três categorias: (1) Australopithecus, (2) Homo habilis, e (3) Homo erectus.

A última categoria inclui os fósseis do famoso “homem de Pequim” e do “homem de Java”, bem como numerosos outros (página 263). Não se inclui o Homem de Neanderthal, que virtualmente todos os evolucionistas agora incluem no Homo sapiens (página 292).

Exatamente quando o livro de Lasker estava sendo escrito em 1973, entretanto, Richard Leakey e outros descobriram novos fósseis na África, que virtualmente eliminaram a primeira categoria, os Australopithecus, como ancestrais do homem. Nas próprias palavras de Leakey, o Crânio 1470 “deixa em ruínas a noção de que todos os fósseis primitivos podem ser arranjados em uma seqüência ordenada de alteração evolutiva” (57). Leakey agora considera o Australopithecus como “simiesco” e “provavelmente mais um parente do que um progenitor da humanidade” (58).

A razão para as dramáticas afirmações de Leakey é que o Crânio 1470, exceto pelo seu pequeno tamanho, cerca de 800 cc, é aparentemente de forma mais “moderna” do que quaisquer dos até aqui supostos ancestrais do homem. Por exemplo, a fronte inclinada e os seios frontais proeminentes dos fósseis do Homo erectus não estão presentes no Crânio 1470 (59). Não obstante, o Crânio 1470 é considerado como tendo cerca de 1,8 milhões de anos – um contemporâneo do Australopithecus, e mais velho do que qualquer fóssil do Homo erectus (60).

Lasker discute o crânio 1470 nas páginas 264 a 267, baseando suas observações nos primeiros relatórios de Leakey, e afirma que é possível concluir que o 1470 é um “homem verdadeiro”. “Em qualquer caso, os que acreditam ter havido uma longa história do homem verdadeiro têm um novo candidato fóssil para considerar…” (página 265). Ralph L. Holloway Jr., antropologista da Universidade de Columbia, concluiu que o 1470 “era capaz de alguma espécie de linguagem humana” porque o crânio tem “uma saliência conhecida como área de Broca, que não existe nos símios, mas encontra-se no homem, e é considerada como o centro da linguagem” (61).

Apesar de sua configuração moderna, Leakey interpreta o Crânio 1470 como um elo ancestral do homem devido à sua pequena capacidade craniana. Contudo Stephen Molnar, editor associado do “American Journal of Physical Anthropology”, depois de comentar a respeito da “utilidade” de comparar capacidades cranianas nos fósseis, fez os seguintes surpreendentes comentários:

Nas populações modernas … há um tão amplo intervalo de variação que a extremidade inferior do intervalo situa-se bem abaixo da capacidade de certos hominídeos fósseis, embora não existam evidências de que esses indivíduos sejam menos inteligentes do que pessoas com maiores volumes cranianos. É improvável que as diferenças de tamanho do cérebro nas populações modernas tenham qualquer relevância na variação da capacidade mental – um fator que torna um exercício fútil e sem significado as comparações da capacidade craniana entre grupos modernos. Como afirmou o famoso neuroanatomista von Bonin (1961), a correlação entre o tamanho do cérebro e a capacidade mental não é significativa no homem moderno. Um bom exemplo pode ser visto no caso das mulheres, que têm em média capacidade craniana dez por cento menor do que os homens. Ninguém ousou sugerir que isso indique menor capacidade mental. Muitos homens famosos na história tiveram também, após sua morte, os seus cérebros pesados e medidos. Os valores flutuaram no intervalo do H. sapiens, desde Anatole France (capacidade craniana de aproximadamente 1100 cc) até Oliver Cromwell e Lord Byron (capacidade craniana de aproximadamente 2200 cc). … Variações de mais ou menos 400 cc em torno da média são encontradas na maioria das populações européias. Os indivíduos com capacidades cranianas maiores ou menores são pessoas intelectualmente competentes e de comportamento normal. De fato, existem muitas pessoas com 700 a 800 centímetros cúbicos” 62). (Ênfase acrescentada).

Se o tamanho do cérebro nada significa para as populações modernas, não seria justo sugerir que também nada significa para as populações fósseis? Para todos os propósitos práticos o Crânio 1470 de Leakey elimina qualquer imaginário ancestral evolutivo da humanidade.

À parte a questão mais ampla, outros antropologistas têm concordado com a eliminação do Australopithecus feita por Leakey. David Pilbeam e Stephen Jay Gould, dois proeminentes especialistas, utilizando técnicas alométricas (63), e Charles F. Oxnard, anatomista e antropologista da Universidade de Chicago, utilizando técnicas de análise multivariacional (64), concluíram que o Australopithecus não foi ancestral do homem. Assim, o Australopithecus está rapidamente a caminho de ser deserdado da ancestralidade humana.

A categoria do Homo habilis foi primeiro proposta em 1961 pelo extinto Louis S. B. Leakey (pai de Richard Leakey). Como indica Lasker, o status separado daquela categoria foi posto em dúvida desde o princípio:

“Alguns estudiosos do problema acreditam que o grau de variação de tamanho de um grupo de dentes a outro (ou em um dente particular, de uma dimensão a outra) verificado entre o Australopithecus e o Homo habilis ocorre somente entre espécies. Outros (ver por exemplo Brace et al. 1971) chamam a atenção para o fato de que o tamanho dos dentes pode variar grandemente dentro de uma espécie” (página 264).

Recentemente Brace e Wolpoff, ambos antropologistas da Universidade de Michigan, fizeram os seguintes comentários em resposta ao artigo de David Pilbeam e Stephen Jay Gould, citado na referência anterior (63) :

“A própria existência do taxon Homo habilis é devida mais a uma ampla divulgação jornalística … do que a dados reais … Pilbeam concorda agora conosco, acreditando que a variação dentária nos Australopithecus é tão grande que as mandíbulas e os dentes sozinhos não são de utilidade para distinguir os taxa, conclusão essa recentemente enfatizada pela descoberta de um crânio no lago Rudolph com capacidade de 500 cc e dentes bastante pequenos (ER 1813)”.

“A amostra que Pilbeam agora deseja atribuir ao Homo habilis consiste de somente quatro espécimes. … Não há espécime algum simultaneamente com capacidade craniana conhecida e tamanho de dente conhecido. … Não existe um único crânio do Pleistoceno inferior com capacidade craniana conhecida, que esteja associado com qualquer material pós-craniano útil para a determinação do tamanho do corpo. … Isso é verdade também para o Homo erectus. … O variado uso do taxon criou nada mais além de confusão. Portanto reiteramos a sugestão anterior de que o ‘Homo habilis seja formalmente enterrado” (65).

Isso deixa somente o Homo erectus para preencher o hiato entre os seres humanos e os não-humanos. Todavia, não há evidências de macroevolução aqui, pois considere-se a declaração de Lasker: “Somente um ou dois desses fósseis caem fora do intervalo de uma pequena série de indivíduos brancos americanos” (página 284).

Dado o intervalo de variação entre a população mundial, pode ser dito que o Homo erectus tem qualquer significação evolutiva? S. M. Garn (em quem se baseia Lasker) “considera significativo o aumento do tamanho do crânio do Homo sapiens” (página 284), porém, como foi visto, tais diferenças parecem não significativas, particularmente à luz do fato ressaltado acima por Brace e Wolpoff, de que ignoramos o tamanho do corpo de todos os crânios do Homo erectus.

Se a capacidade craniana é significativa, como levar em conta o Homem de Neanderthal? Explicando a grande capacidade craniana de alguns espécimes Neandertais (1,75 litros, em contraposição ao intervalo de 1,30 a 1,45 litros para a média do europeu moderno), Lasker acha necessário acautelar que “não é garantido supor que o homem de Neanderthal fosse em geral significativamente mais inteligente do que o homem subseqüente”. (Página 291).
Conclusão

Os argumentos a favor da macroevolução falham em todos os níveis significativos ao serem confrontados com os fatos. A origem da vida, as mutações, a seleção natural, e o registro fóssil, todos falham no apoio à doutrina.

Por que então os evolucionistas continuam a asseverar que a evolução é um fato? A resposta é que a evolução foi definida por alguns autores de tal maneira que ela se tornou um fato. Lasker dá uma definição comum da evolução: “Uma alteração contínua ao longo de gerações, nas freqüências das características determinadas geneticamente” (página 376). Assim, pode-se dizer que qualquer alteração na freqüência dos genes, por exemplo “entre pai e filho”, é evolução.

Lasker diz que a evolução “é uma alteração lícita na composição genética dos membros de uma população” (página 16, ênfase acrescentada). Ao assim proceder, ele e outros evolucionistas incluem as leis da hereditariedade dentro da definição da evolução. Entretanto isso só poderá levar à confusão, pois como diz Theodosius Dobzhansky:

“Todos os seres vivos crescem e reproduzem-se à sua semelhança. … Este processo de auto produção, ou de igual gerar a igual, é a essência da hereditariedade. A hereditariedade é … a antítese da evolução. … A evolução é um processo que fez os descendentes diferentes de seus ancestrais” (66). (Ênfase acrescentada).

Essa espécie de não-definição deveria ser deixada de lado. Apesar da “síntese neo-Darwinista”, a ciência da Genética tornou desnecessário explicar a variabilidade em termos evolucionistas. Considere-se a seguinte afirmação de Gould:

“… há muito mais variabilidade genética dentro de populações naturais do que a escola clássica poderia possivelmente permitir, e mesmo mais do que muitos geneticistas de campo jamais ousaram imaginar. Em diversos organismos, mais da metade dos genes pesquisados existem em alelos alternados dentro de uma população, ao mesmo tempo em que os indivíduos podem ser variáveis em até 25% de seus genes (embora 5 a 15% por indivíduo seja o intervalo usual)” (67).

Assim, o que tem sido considerado como evidências de alterações evolutivas, pode ser explicado simplesmente como variação genética normal. E, como tentei mostrar, não há evidências, tanto no registro fóssil e nas observações da natureza, como na experimentação biológica, de que essas variações podem estender-se através das limitações genéticas naturais, e produzir alterações macroevolutivas.

Agradecimentos

As seguintes pessoas leram trechos deste artigo, durante sua preparação. Embora partilhem das dúvidas do autor a respeito da macroevolução, não são elas responsáveis, de modo algum, por quaisquer afirmações particulares feitas no artigo.

Phillip Coleman, Professor de Biologia no Sacramento City College.
Charles Dailey, Professor de Biociências no Sierra College.
De Witt Jayne, Professor de Jornalismo na California State University, Sacramento.
Ronald Schmidt, Chefe do Departamento de Ciências Comportamentais, no American River College.
Raymond Underhill, Professor de Biociências no Sierra College.

Bibliografia Geral

Sou devedor às seguintes fontes por muitas das idéias expressas neste artigo. São elas recomendadas para quem desejar aprofundar-se no assunto:

Gish, Duane T. 1972. Speculations and experiments related to theories on the origin of life: a critique. ICR Technical Monograph nº 1. Creation Life Publishers, San Diego, California.
Gish, Duane T. 1976. Artigos publicados na revista “Impact” sobre a origem da vida: nºs 31 (January), 33 (March), e 37 (July). Creation Life Publishers, San Diego, California.
Macbeth, Norman 1971. Darwin retried. Gambit, Inc., Boston. (1973). Delta Book 440-245. Dell Publishing Co., Inc., New York).
Morris, Henry M. Editor. 1974. Scientific Creationism. Creation Life Publishers, San Diego, California.

Referências 1) Lasker, Gabriel W. 1973. Physical anthropology. Holt, Rinehart, and Wilson, New York. Uma segunda edição do livro de Lasker acaba de ser publicada (em 1976). Há algumas diferenças na numeração das páginas. A tabela seguinte correlaciona os números das páginas da primeira edição (indicados neste artigo) com os da segunda edição:

1aEdição

2a Edição

1a Edição

2a Edição

16

12

118

119

19

17

200

196

20

17

205

199

24

20

207

201

26

21 e 24

242

235

28

22

263

262-267

32

23

264

255-258

33

24

265

259

87

89

267

259

92

94

284

276

93

94

291

281-282

94

95

292

283

103

105

376

368

107

108

382

374

Pode-se observar que na segunda edição foi omitida a afirmação feita na página 103 da primeira edição. Em seu lugar encontra-se na página 105 a declaração de que “Alguns estudiosos de genética molecular acreditam que uma evolução não-darwinista dessa espécie é um importante aspecto de mudança evolutiva”.

Com relação à referência 61, é mencionado na segunda edição, aparentemente sem citação específica, que Holloway estimou a capacidade craniana do Crânio 1470 entre 0,770 e 0,775 litros.

2) Hulett, J. R. 1969. Limitations on prebiologic synthesis, Journal of Theoretical Biology 24(1) :56-72. (Ver também Hull, D. E. 1960. Thermodynamics and kinetics of spontaneous generation, Nature 186(4726) :693-695) .

3) Miller, S. L., and L. E. Orgel. 1973. The origins of life on the Earth. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New Jersey, p. 126.

4) Brinkman, R. T. 1969. Dissociation of water vapor and evolution of oxygen in the terrestrial atmosphere, Journal of Geophysical Research 74(23) :5335-5368.

5) Abelson, P. H. 1966. Chemical events on the primitive Earth, Proceedings of the National Academy of Sciences 55(6) :1365-1372.

6) Abelson, P. H., J. P. Ferris, and D. E. Nicodem, 1969. Ammonia photolysis and the role of ammonia in chemical evolution, Nature 238(5362) :268-269.

7) Oparin, A. I. 1968. Genesis and evolutionary development of life. Academic Press, New York, p. 105.

8) Miller, S. L. and L. E. Orgel, 1973. The origins of life on the Earth, Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New Jersey, p. 145.

9) Mora, Peter T. 1965. Random polycondensation of sugars (in) The origins of prebiological systems and their molecular matrices. (Fox, Sidney W. Editor) , Academic Press, New York, p. 287.

10) Schramm, Gerhard. Synthesis of nucleosides and polynucleotides, Ibid., p. 307.

11) Miller, S. L., and L. E. Orgel, 1973. The origins of life on the Earth,. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, New Jersey. Nota de rodapé na página 144.

12) Bernal, J. D. 1967. The origin of life. World Publishing Co., Cleveland, p. 144. [Ver também Oparin, A. I. 1961) . Life, its nature, origin, and development. Academic Press, New York, pp. 59 e 60].

13) Schramm, referência 10, p. 300.

14) Ver Dobzhansky, Theodosius, 1967. The biology of ultimate concern. New American Library, New York, p. 48. Dobzhansky assume a mesma posição, embora um tanto mais tolerante, na discussão que seguiu ao artigo de Schramm, referência 10.

15) Mora, Peter T. 1965. The folly of probability (in) The origins of prebiological systems (Fox, Sidney Editor) Academic Press, New York., p. 45.

16) Ibid., pp. 50 e 51.

17) Huxley, Julian, 1953. Evolution in action. Harper and Brothers Co., New York, p. 41.

18) Simpson, George Gaylord, 1953. The major features of evolution, Columbia University Press, New York, pp. 118 e 119.

19) Matthews, L. Harrison, 1971. Introduction to Darwin’s Origin of Species. J. M. Dent and Sons, Ltd., London, p. xi.

20) Ehrlich, Paul W., and Richard W. Holm, 1963. The process of evolution. McGraw-Hill, New York, p. 130.

21) Bishop, J. A., and Laurence M. Cook. 1975. Moths, melanism, and clean air, Scientific American, 232(1) 98.

22) Gould, Stephen Jay, 1975. A threat to Darwinism. Natural History, December, p. 9.

23) Darwin, Charles, 1859. The origin of species. Edição facsímile impressa pela Harvard University Press, 1966, p. 9.

24) Mayr, Ernst, 1963. Animal species and evolution. Harvard University Press, p. 290.

25) Ibid., pp. 586, 613 e 615.

26) Stebbins, G. Ledyard, 1950. Variation and evolution in plants. Columbia University Press, p. 118.

27) Ibid., p. 506.

28) Mayr, Ernst, referência 24, p. 190.

29) Simpson, G. G. 1953. The major features of evolution. Columbia University Press (Paperback por Simon and Schuster, 1967) . p. 278.

30) “(A seleção natural) tem sido criticada por implicar sempre uma tautologia (citando Waddington, C. H. 1957. The strategy of the genes. Allen and Unwin, London, p. 64) … enquanto a aptidão for definida em termos da sobrevivência e a seleção for medida em termos de freqüência de genes”. Harris C. Leon, 1975. An axiomatic interpretation of the neo-Darwinian theory of evolution, Perspectives in Biology and Medicine, Winter, p. 182.

31) Mayr, Ernst, referência 24, pp. 204-214.

32) Mayr, Ernst 1970. Populations, species and evolution. Belknap Press of Harvard University Press, Cambridge, Mass., p. 128.

33) Simpson, George Gaylord, 1960. (in) The evolution of life (Tax, Sol, Editor) . University of Chicago Press, p. 149.

34) George, T. Neville, 1960. Fossils in evolutionary perspective, Science Progress, 48(189) :1, 3.

35) Kitts, David B. 1974. Paleontology and evolutionary theory, Evolution, 28(3) :467.

36) Mayr, Ernst 1969. Principles of systematic zoology. McGraw-Hill, New York, pp. 91 e 92.

37) Richards, G. W. 1970. A guide to the practice of modern taxonomy, Science, 167(3924) :1477-1478.

38) Simpson, G. G. 1949. The meaning of evolution. Yale University Press, p. 130.

39) Hardin, Garret, 1961. Nature and man’s fate. Mentor Books, p. 225 e 226.

40) Simpson, G. G., referência 38, pp. 133-136.

41) Ibid., p. 137.

42) Pelas razões dadas no texto que acompanha a referência 56, questiono o uso da palavra “primitivo” feito por Simpson aqui. No contexto, penso que ele deve significar simplesmente “distante”.

43) Simpson, G. G. 1945. The principles of classification and a classification of mammals. Bulletin of the American Museum of Natural History, 83, p. 254.

44) Simpson, G. G. 1944. Tempo and mode in evolution. Columbia University Press, New York, p. 105.

45) Ibid., p. 107.

46) Simpson, G. G., referência 38, p. 231.

47) Ver, e.g., Stanley, Steven M. 1975. A theory of evolution above the species level, Proceedings of the National Academy of Sciences, 72(2) :646-650.

48) Goldschmidt, Richard B. 1940. The material basis of evolution. Yale University Press.

49) Mayr, Ernst, referência 32, p. 253.

50) Simpson, G. G., referência 29, p. 96.

51) Simpson, G. G., referência 38, p. 31.

52) Schaeffer, B., M. K. Hecht, and N. Eldredge, 1972. Phylogeny and paleontology. Capítulo 2 in Evolutionary Biology, vol. 6, editado por T. Dobzhansky, M. K. Hecht, e W. C. Steere. Appleton-Century Crofts, New York, p. 33.

53) Ibid., p. 35.

54) Ibid., p. 39. O mesmo ponto de vista é defendido por Kitts, David B. 1974. Paleontology and evolutionary theory, Evolution 28(3) :466.

55) Ibid., pp. 39 e 40.

56) Ibid., p. 37.

57) Leakey, Richard 1973. Skull 1470 – new clue to earliest man? – National Geographic, 143(6) :819.

58) Ibid., comentários acompanhando a ilustração da página 829.

59) Para uma descrição mais completa das descobertas de Leakey, ver Leakey, Richard 1974. Further evidence of Lower Pleistocene hominids from East Rudolf, North Kenya, 1973, Nature 248(5450) 653-656; também Leakey, Richard, 1973. Evidence for an advanced Plio-Pleistocene hominid from East Rudolf, Kenya, Nature 242(5398) 447-450. (Ver também itens de autoria de Day, M. H., and Richard Leakey, em 1973: American Journal of Physical Anthropology, 39, p. 341; e 1974: American Journal of Physical Anthropology, 41, p. 367.

60) A idade deste crânio é algo controvertida. A idade dada por Leakey é de 2.6 milhões de anos, baseada na datação de uma camada de tufo vulcânico pelo método do Potássio-Argônio. As idades de 1,6 ± 0,05 e 1,82 ± 0,04 milhões de anos foram obtidas pelo mesmo método na Universidade da Califórnia, em Berkeley. (Ver também Curtis, G. H., T. Cerling Drake, and Hampel. 1975. Age of KBS tuff in Koobi Fora formation, East Rudolf, Kenya, Nature 258(5534) :395-398.

61) Rensberger, Boyce 1976. Riddles in ancient skulls, San Francisco Sunday Examiner and Chronicle, 2 May, Sunday Punch, p. 5. (Rensberger, que detém os direitos autorais, está hoje no New York Times) .

62) Molnar, Stephen, 1975. Races, types, and ethnic groups – the problem of human variation. Prentice-Hall, Inc., Englewood, Cliffs, New Jersey, pp. 56 and 57. [Ver também Robinson, J. T. 1967. The origins and adaptive radiation of Australopithecines (in) Human Evolution (Korn, N., and F. Thompson, Editors) Holt, Rinehart, and Winston, New York, p. 296. Eles mostram que foram detectados cérebros de idiotas com 800 cc.] Ver também Clark, W. E. Le Gros, Op. Cit., p. 305. O autor indica que se conhecem anões com o volume do cérebro menor do que cerca de 300 a 400 cc. Aparentemente, o valor exato do cérebro de Anatole France era de 1017 gramas [Ver Cobb, Stanley 1960. Brain and personality, American Journal of Psychiatry, 116(10) :938].

63) Pilbeam, David, and Stephen Jay Gould 1974. Size and scaling in human evolution, Science, 186(4167) :892-901.

64) Oxnard, Charles F. 1974. Australopithecus vs. The computer, University of Chicago Magazine, Winter, p. 8. [Ver também Oxnard, Charles F. 1975. The place of Australopithecines in human evolution – grounds for doubt? Nature, 258(5534) :389-395. O assunto foi resumido em 1976: Disinheritance, Scientific American 234(2) :54B].

65) Wolpoff, Milford H., e C. Loring Brace 1975. Allometry and early hominids, Science, 189(4196) :61-63.

66) Dobzhansky, Theodosius 1958 (in) Julian S. Huxley, et al. A book that shook the world: anniversary essays on Charles Darwin’s Origin of Species. University of Pittsburg Press, p. 16.

67) Gould, Stephen Jay, 1975. A threat to Darwinis, Natural History, December, p. 9

LITERATURA COMPLEMENTAR
(Esta Nota foi acrescentada à primeira edição deste número da Folha Criacionista)

Relativamente à questão da evolução, em conexão com o que foi tratado neste artigo, recomendamos a leitura dos artigos específicos publicados na Folha Criacionista, relacionados a seguir:
1 – Observação sobre a natureza insatisfatória da série do cavalo como evidência da evolução – Frank W. Cousins – Folha Criacionista número 9, pp. 31-53.
2 – O homem fóssil à luz do relato bíblico – Arthur C. Custance – Folha Criacionista número 15, pp. 17-50.
3 – O homem neandertalense – Erich A.von Fange – Folha Criacionista número 34, pp. 14-51.
Além desses artigos específicos, recomendamos também os demais que se encontram sob o tópico “Ancestrais do Homem”.
E não poderíamos deixar de recomendar também o livro de autoria de Fernando De Angelis intitulado “A Origem da Vida por Evolução – Um Obstáculo ao Desenvolvimento da Ciência”, editado pela Sociedade Criacionista Brasileira.

Darwin,machismo,seleção sexual.

 
 
 
Eu extraí esse texto do site do Iba Mendes,e como sempre os neo darwinistas nos convidam a ler seus livros de biologia evolutiva e etc…então leia e tire suas próprias conclusões: 
 
“As mulheres”

As “respostas” de Darwin, a seguir, foram todas extraídas do seu livro “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”, da tradução para o português de autoria de Attílio Cancian e Eduardo Nunes Fonseca, publicado pela Hemus Editora.

H.D.:
Mister Darwin, vamos falar, hoje, de um assunto palpitante, extremamente palpitante: as mulheres! Sim, é bem verdade que no seu tempo, lá durante os idos da antiga Inglaterra vitoriana, as mulheres não eram assim muito bem honradas. Desta forma, ao entrevistá-lo acerca desta questão, vou considerar obviamente o contexto histórico no qual o senhor estava inserido. Sendo assim, vamos ao que realmente interessa: as mulheres. Afinal, como o senhor vê a mulher em relação ao homem? Em que sentido o homem difere exatamente da mulher?

DARWIN:
“O homem é mais corajoso, belicoso e enérgico e possui um espírito mais inventivo. O seu cérebro é muito maior, sem dúvida, mas ainda não se conseguiu constatar se é ou não proporcional às suas maiores dimensões.
As crianças masculinas e femininas assemelham-se, como a prole de tantos outros animais cujos adultos diferem notavelmente; também elas se parecem mais com a fêmea do que com o macho adulto. No fim a fêmea assume, porém, alguns caracteres distintivos e na formação do crânio parece assumir um caráter intermediário entre o menino e o homem” (p. 641).

H.D.:
Certo, mas como se deu exatamente esta distinção em termos evolutivos?

DARWIN:
“É provável que a seleção sexual tenha desempenhado um papel importantíssimo nas diferenças desta natureza. Sei que alguns estudiosos duvidam da existência de tal diferença, mas ela é pelo menos provável em face da analogia com animais inferiores que apresentam outros caracteres sexuais secundários. Ninguém duvidará que o touro tem um comportamento diferente daquele da vaca, o javali daquele da porca, o garanhão daquele da égua e, como todos sabem, os machos dos grandes símios daquele das suas fêmeas. A mulher parece diferir do homem na atitude mental, sobretudo em razão da maior ternura e da menor dose de egoísmo; isto se verifica também entre os selvagens, conforme demonstra uma conhecida passagem das Viagens de Mungo Park e pelas observações feitas por muitos outros viajantes” (p. 647)

H.D.:
Não há então, segundo o senhor, nenhum aspecto em que a mulher supera o homem?

DARWIN:

“Em geral se crê que a mulher supera o homem na intuição, na maneira rápida como entende as coisas e talvez na imitação, mas pelo menos algumas dessas faculdades são características das raças inferiores e por conseguinte de um estágio de civilização mais baixo e já ultrapassado” (p. 648).

H.D.:
Embora o senhor já tenha realçado a “superioridade” masculina, em termos de distinção entre ambos os sexos o que mais prevalece como vantagem para homem, isso levando em conta a luta pela sobrevivência?

DARWIN:
“A distinção principal nos poderes mentais dos dois sexos reside no fato de que o homem chega antes que a mulher em toda ação que empreenda, requeira ela um pensamento profundo ou então razão, imaginação, ou simplesmente o uso das mãos e dos sentidos. Se houvesse dois grupos de homens e mulheres que mais sobressaíssem na poesia, na pintura, na escultura, na música (trate-se da composição ou da execução), na história, nas ciências e filosofia, não poderia haver termos de comparação. Baseados na lei do desvio da média, tão bem ilustrada por Galton em seu livro Hereditary Genius, podemos também concluir que, se em muitas disciplinas os homens são decididamente superiores às mulheres, o poder mental médio do homem é superior àquele destas últimas” (p. 649).

H.D.:
E o que mais contribuiu nesse processo de distinção entre ambos os sexos?

DARWIN:
“Estas faculdades, como também o gênio, devem ter-se desenvolvido no homem em parte por meio da seleção sexual, isto é, pela luta com machos rivais, e em parte através da seleção natural, ou seja, pelo êxito na luta contínua pela existência; visto que em ambos os casos a luta se terá dado durante a idade madura, os caracteres obtidos devem ter sido transmitidos de maneira mais perfeita à prole masculina do que à feminina” (p. 650).

H.D.:
Evolutivamente, apenas como suposição, o que seria necessário à mulher para que alcance vantagens semelhantes às do homem?

DARWIN:
“Para que fosse capaz de alcançar o mesmo nível do homem, quando em idade quase adulta, a mulher deveria praticar a energia e a perseverança e exercitar ao máximo a razão e a imaginação; provavelmente poderia então transmitir tais qualidades às filhas adultas. Seja como for, as mulheres não poderiam alcançar estes resultados, a menos que durante muitas gerações aquelas que excedem nas supraditas qualidades se casassem e dessem ao mundo mais filhos do que as outras” (p. 651).

H.D.:
E o que exatamente contribui para que haja um aumento na desigualdade entre ambos os sexos?

DARWIN:
“Com respeito à força corpórea, já temos visto que, embora os homens não combatam pelas suas mulheres, pois que tal forma de seleção já está superada, na maturidade eles devem sustentar uma dura luta para manter a si mesmos e a família; e isto vem contribuir para conservar e aumentar as suas qualidades mentais e conseqüentemente a atual desigualdade entre os dois sexos” (p. 651).

É isso!

Pequeno Vocabulário Darwinista


Porque hoje é segunda, e ninguém é de ferro! ((rs))

Darwinice
s. f. Aquele que aje à maneira darwinista; S. f. pl. Ações, modos ou palavras de darwinista.

Darwinalha
s. f. Pej. Gentes que usa o darwinismo desonestamente a fim de tirar vantagens pessoais.

Darwiníaco
Adj. Darwinista obcecado por qualquer cousa relacionada à teoria de Darwin.

Darwinianamente
Adv. à maneira darwinista; segundo os modos de Darwin.

Darwinilândia
s. f. Espécie de paraíso darwinístico onde as coisas mais espantosas e exóticas podem acontecer.

Darwinístico
adj. Relativo a Darwin; s. m. Estado da pessoa fascinada por tudo aquilo que diz respeito a Darwin e à sua teoria.

Desdarwinizar
v. tr. dir. separar alguma cousa daquilo que é darwinista; excluir o darwinismo como única possibilidade explicativa de algo.

Egolucionismo
s. m. Sistema que preconiza o evolucionismo como o centro de todo interesse.

Egolucionista
adj. m. e f. Relativo ao egolucionismo; Pessoa partidária do egolucionismo.

Evólatra
adj. m. e f. 1. Que diz respeito à evolatria. 2. Que é excessivamente apaixonado pela Teoria da Evolução.

Evolatria
s. f. 1. Amor cego ou paixão exagerada pela teoria evolutiva.

Evo-mirim
s. m. Darwinista que usa argumentos infantis para sustentar sua crença.

Pandarwinismo
s. m. Doutrina que proclama o darwinismo como a única alternativa científica universal capaz de explicar todos os fenômenos ligados à vida.

Pós-darwinista
adj. Pessoa que considera Darwin superado; partidário de idéias não-darwinistas.

Semidarwinista
adj. Pessoa que tem um pé no darwinismo e outro no Criacionismo.

Ultradarwinista
adj. Darwinista que vê na Sociobiologia ou na Psicologia Evolutiva o melhor meio de explicação para os fenômenos relacionados a comportamentos humanos específicos; aquele que faz parte da turma “Evo Psy”.

 

Os Dez Mandamentos do darwinista

 
1 – Não usarás o nome de Darwin em vão nem duvidarás de uma só palavra sua, mesmo se um dia descobrires que ele estava enganado e que antes de tudo foi um ideólogo.
 
2 – Não negarás o gradualismo nem colocarás sob a menor suspeita a macroevolução, não obstante apenas a microevolução ser pesada, medida e testada empiricamente.
 
3 – Não contestarás a abundante existência de fósseis nem diminuirás sua quantidade, ainda que toda a evidência física que temos a seu favor possa ser colocada, com espaço de sobra, dentro de um único caixão.
 
4 – Não falarás sobre formação de novas espécies a partir de acúmulos de mutações nem escreverás sobre os danos causados por elas, mas apenas dirás que mutações aleatórias ocorreram ao mesmo tempo e de tal maneira que a lente e a retina, que não podem funcionar uma sem a outra, evoluíram em perfeita sincronia por este processo.
 
5 – Não permitirás que novas idéias a respeito da origem e evolução da vida sejam ensinadas nas escolas nem deixarás que a mídia veincule outra realidade senão aquela encontrada em nossos livros didáticos e ensinada por nossos mestres e professores.
 
6 – Não falarás em complexidade irredutível nem pronunciarás a expressão Design Inteligente, ainda que por séculos seus conceitos nos atormentem e nos impeçam de dormir em paz.
 
7 – Não afirmarás que temos qualquer relação com a abiogênesis nem associarás nossos conceitos com a geração espontânea, pelo menos até que os aminoácidos de Stanley Miller se transformem num elafante ou que sua “rocha da fé” seja testada com alguma credibilidade.
 
8 – Não conviverás pacificamente com religiosos ou criacionistas literalistas nem abandonarás por qualquer instante o materialismo ideológico, ainda que este concorra de igual forma com os ímpetos metafísicos.
 
9 – Não duvidarás que a Seleção Natural moldou nos mínimos detalhes toda variedade de comportamento humano e animal nem questionarás sobre nossa incapacidade de explicar o amor, a arte e a espiritualidade humana.
 
10 – Não confessarás que tens qualquer tipo de crença nem revelarás jamais tua fé, apesar de nossa teoria não ser mais do que um mero programa metafísico de pesquisa e nossos postulados essenciais não passaremr pelo crivo da falseabilidade popperiana.
 
 
É isso!

A real intenção de Darwin.

 
 

TEXTO:

“Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos distintos: o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente; e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças, embora largamente coadjuvado pêlos efeitos hereditários dos hábitos e claramente pela ação direta das condições ambientais. Contudo, não tenho sido capaz de neutralizar a influência da minha primitiva opinião, então quase universal, de que cada espécie fora criada intencionalmente e isto levou ao tácito assentimento de que todo particular da estrutura, com exceção dos rudimentos, tivesse uma determinada utilidade, embora desconhecida. Todo aquele que assim pensasse, naturalmente poderia estender em muito a ação da seleção natural, tanto no passado como no presente. Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente. Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações separadas.”
 
Fonte:
“A Origem do Homem e a Seleção Sexual”. Hemus Editora, página 76.
INTERPRETAÇÃO BÁSICA:

“Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos distintos:”Note-se que Dawin admite abertamente que, ao escrever seu livro “A Origem das Espécies” (ele está se referindo a essa sua obra), TINHA EM MENTE DOIS ASSUNTOS DISTINTOS, a saber:

 
1 – “o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente”;2 – e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças…

Agora vejam só a confissão do homem que “teve a idéia mais brilhante do mundo”:3 – “Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente.”

E conclui discorrendo acerca dos motivos que o teria levado a escrever o “A Origem das Espécies“:

4 – “Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações separadas.”

É claro! Se para um bom entendedor meio palavra basta, para um bom darwinista um texto inteiro não diz nada. ((rs))

Ou seja, nesse texto Darwin deixa mais que explícito que os motivos que o conduziu a escrever seu livro mais famoso não foi (como os “seus meninos” imaginam) científico, mas…

ATENÇÃO….

 
IDEOLÓGICO!É isso mesmo: IDEOLÓGICO!

Ou seja:

CRIACIONISMO RELIGIOSO vs NATURALISMO FILOSÓFICO.Darwin TINHA EM MENTE o objetivo de “pôr por terra o dogma das criações separadas”.

Aqui a gente mata a cobra e mostra a cobra! ((rs))

 

Fundamentalismo científico: uma forma de Pseudo-Ciência

Eu retirei esse texo do site do Iba Mendes,achei deveras interessante,uma vez que os darwinistas defendem com unhas e dentes que sua hipótese é ciência,e excluem a priori qualquer causa para a diversidade biológica que não seja naturalista …vamos então ao excelente texto:

 

 

Por:
Dr. Leonardo Sioufi Fagundes dos Santos (Revista Papiro)

O termo fundamentalismo científico designa a atitude de colocar a ciência e a opinião dos cientistas como verdades incontestáveis. Seus principais representantes não são charlatões ou jornalistas que ignoram mas escrevem sobre ciência. Ao contrário, muitos fundamentalistas científicos são cientistas de renome.

A palavra fundamentalismo tem um sentido parecido com radicalismo. Fundamentalismo é a fidelidade aos fundamentos de uma teoria, ideologia ou crença. Já o radicalismo vem da palavra raiz onde esta última também tem o sentido de fundamento. Os adjetivos fundamentalista e radical são positivos se tomados etmologicamente. Mas o sentido que estas palavras tem hoje em dia é depreciativo. Ser fundamentalista ou radical significa defender uma idéia de forma estreita e irracional, sem adaptações, atacando qualquer pessoa que discorde dela. Destacam-se hoje em dia o fundamentalismo religioso, político e científico. O fundamentalismo religioso moderno caracteriza-se por uma interpretação literal de textos sagrados (Bíblia e Alcorão respectivamente para os fundamentalismos cristão e islâmico). Já o fundamentalismo político é marcado pela tentativa de aplicação de ideologias políticas e sociais por meios não democráticos como golpes de estado, extermínio de populações, sequestros de figuras públicas, etc. No fundamentalismo científico o que mais chama a atenção é a tentativa de qualificar a ciência como perfeita e desqualificar todo e qualquer conhecimento não científico.

O procedimento adotado por teólogos e cientistas políticos no combate aos fundamentalismos religioso e político é exibir os princípios respectivos de suas religiões e teorias políticas. Os cientistas e os divulgadores de ciência precisam seguir os mesmos passos para desmascarar o fundamentalismo científico. Explicando o que é ciência, desmonta-se o discurso fundamentalista. O que é ciência?

A ciência e o método científico
Sem pretensão de fornecer uma resposta definitiva, ciência é o conhecimento obtido graças ao método científico. Esta resposta pode parecer ingênua, mas ela é um lembrete de que a ciência é metódica. Embora a aplicação do método científico seja muito ampla, não existe ciência anárquica ou alternativa. Mas o que é o método científico.

Há muitas definições de método científico. Novamente sem grandes pretensões de fornecer respostas definitivas, o método científico pode ser definido como elaboração de hipóteses para explicar determinado fenômeno seguida de coleta de dados experimentais para confirmar ou negar cada hipótese. As hipóteses confirmadas formam o conhecimento científico. Para ilustrar a ciência e seu método é possível citar a “lei da queda dos corpos” e a “teoria atômica”.

O filósofo grego Aristóteles (séc. IV a.C.) acreditava que os corpos mais pesados caiam mais rápido que os mais leves. Já Leonardo da Vinci (sécs. XV e XVI) propôs a hipótese de que o peso não afetava as velocidades dos corpos. Era a resistência do ar que podia tornar a queda mais suave ou até sustentar um corpo. Usando este princípio, Leonardo projetou (sem construir) o para-quedas, o helicóptero e diversas máquinas voadoras. Ele também propôs uma fórmula matemática para descrever como a velocidade de queda dos corpos variava com o tempo na ausência da resistência do ar. Outro italiano, Galileu Galilei (sécs. XVI e XVII), fez diversos diversos experimentos envolvendo planos inclinados. Ele testou e confirmou experimentalmente a hipótese de Leonardo. Mas os experimentos também revelaram que a fórmula de Leonardo para a velocidade estava errada. Galileu supôs outra fórmula que os experimentos confirmaram. Galileu é considerado um dos primeiros cientistas da história, no sentido de pessoa que usou o método científico para tirar suas conclusões. Leonardo também foi um exímio observador da natureza, mas faltou a ele o rigor metódico de Galileu.

Os filósofos gregos Leucipo de Mileto e seu discípulo Demócrito de Abdera (sécs. V e IV a.C.) postularam que todas as coisas eram formadas por partículas indivisíveis, em grego, átomos. O filósofo Epicuro aperfeiçoou a filosofia atomista, mas depois que as idéias de Aristóteles se tornaram mais populares, o atomismo foi abandonado. Retomado por filósofos árabes e posteriormente por alguns alquimistas, o atomismo continuou sendo uma tese filosófica. Foi o inglês John Dalton (séc. XIX) que tratou a idéia de átomo como uma hipótese a ser testada cientificamente. Ao analisar diversos experimentos envolvendo difusão de gases em líquidos e medida da pressão em misturas gasosas, Dalton confirmou a hipótese de que toda a matéria era formada por partículas. Como os experimentos da época não revelavam que estas partículas podiam ser divididas, ele as chamou de átomos. Experimentos posteriores revelaram que a partícula de Dalton não era indivísivel. A partícula “descoberta” por Dalton continuou sendo chamada de átomo, mas a hipótese dela ser indivisível foi descartada.

Voltando ao tema deste artigo, o fundamentalismo científico omite a possibilidade e necessidade de experimentação e ainda a revisão das hipóteses por novos experimentos. Nem toda a hipótese pode ser testada experimentalmente. Por exemplo, supondo que Deus existe, como fazer um experimento que teste esta hipótese? A ciência não pode afirmar nem negar a existência de Deus. Questões de cunho religioso em geral não podem tratados pela ciência, nem confirmando, nem negando.

Mesmo as hipóteses que podem ser testadas nem sempre o são, seja por razões tecnológicas, seja pelo custo financeiro do experimento. Para citar um exemplo famoso, Einstein propôs os princípios do que seria o laser em 1916. Mas o experimento só pode ser realizado em 1953.

E até as hipóteses testadas e confirmadas podem ser descartadas, pelo menos parcialmente, por novos experimentos. Todo o conhecimento científico de hoje em dia “pode” simplesmente estar errado. Novos experimentos poderão revelar que as hipóteses se confirmaram porque os aparatos experimentais não foram tão precisos. Por exemplo, a lei da queda dos corpos de Galileu continua sendo confirmada em experimentos nas proximidades da crosta terrestre. Já a indivisibilidade do átomo de Dalton foi descartada por experimentos posteriores.

Um jornalista ou escritor que apresenta um tópico de ciência sem fazer referências aos experimentos, mesmo se tratando de fatos devidamente comprovados, não está fazendo divulgação científica. Ele está propagando o fundamentalismo científico!

Precedentes históricos do fundamentalismo científico
O fundamentalismo científico não é um fenômeno novo. O mesmo Galileu Galilei que testou tão rigorosamente suas hipóteses, tratou a afirmação de que a Terra gira em torno do Sol como uma verdade absoluta. O Papa Urbano VIII, considerado pela Igreja Católica Apostólica Romana como representante terrestre de Jesus Cristo (chamado de galileu em alguns trechos da Bíblia), entendeu melhor do que Galileu Galilei o caráter não fundamentalista do conhecimento científico. O Papa propôs a Galileu Galilei que apresentasse o heliocentrismo como hipótese que simplificava cálculos astronômicos. A visão deste papa se adequa a descrição do movimento como dependente do referencial. No referencial da Terra é o Sol que se move. Porém, o visão ampla de Urbano VIII não era a mesma dos inquisidores, mas isso é outra história…

Assim como Galileu Galilei, outros cientistas de renome assumiram uma postura fundamentalista. John Dalton rejeitou a idéia que existissem partículas menores do que seu átomo, Albert Einstein nunca aceitou os postulados da Mecânica Quântica, etc.

Fundamentalismo Científico e Pseudociência
Um dos objetivos da divulgação científica é denunciar as idéias apresentadas como sendo científicas sem serem de fato. O termo genérico dado a estas idéias é pseudociência, onde o prefixo grego pseudo significa falso. Geralmente apenas as teorias apresentadas por charlatães é classificada como pseudociência. Citando exemplos populares de teorias pseudocientíficas, a realidade é produto de nossa consciência (comprovado pela Mecânica Quântica), a água pode gravar nossos estados emocionais e o congelamento deste líquido fornece provas disso, a água em contato prolongado com ímãs adquire poderes curativos, a teoria do design inteligente, o criacionismo, a teoria da Terra Oca, a origem atlante dos povos indo-europeus, etc. Não existem provas de nenhuma destas hipóteses. E muitas pessoas desonestas lucram alto com estas “teorias”, vendendo livros, lançando documentários, etc. Mas por que interromper este texto sobre fundamentalismo científico para falar de pseudociência ? Porque o fundamentalismo científico poderia ser classificado como pseudociência.

Ao fazerem afirmações polêmicas como “Deus não existe”, “a religião é prejudicial à humanidade”, “não há vida depois da morte e nem em outros planetas” entre outras, os fundamentalistas ficam famosos e ganham espaço na mídia. Todos os ativistas anti-religiosos se juntam a eles e a ciência é apresentada como a verdade que veio varrer todas as crenças. Em contrapartida, os fundamentalistas religiosos se aglutinam para contestar os fundamentalistas científicos e apresentam a ciência como algo diabólico. E surgem debates infindáveis onde ninguém quer ouvir, apenas falar. Explode o ódio irracional incompatível tanto com o amor pregado pela religião como pela razão defendida pela ciência. Cada fundamentalista agrada seu respectivo público. Todos ganham exceto a ciência.

Mostrar o fundamentalismo científico como pseudociência é difícil justamente porque o primeiro ataca o segundo. Eis algumas características da pseudociência que também caracterizam o discurso fundamentalista.

  • Respostas prontas para questões que sequer podem ser testadas experimentalmente, como por exemplo especulações de religiosos, dilemas filosóficos, etc.
  • Apresentação da ciência como conhecimento definitivo, ignorando-se a evolução histórica desta.
  • Omissão dos fundamentos filosóficos da ciência ou de qualquer reflexão sobre a mesma como por exemplo as apresentadas por Karl Popper, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend, Gaston Bachelard, etc.
  • Apresentação idealizada de cientistas como homens sem crenças, sem ideologias, sem interesses políticos e imparciais cujo o único ponto de partida de suas declarações é a ciência.

 

Apesar de tudo o que foi escrito neste texto, a grande dificuldade em lidar com o fundamentalismo científico não está em sua caracterização. A tentação narcisista do cientista e do divulgador em apresentar-se como o sábio que tem as respostas é o fundamento do fundamentalismo científico. E “talvez” a vitória sobre estas tentações sejam um dia alcançadas pela própria ciência.

* Dr. Leonardo Sioufi Fagundes dos Santos é bacharel, mestre e doutor em Física pelo Instituto de Física da USP e pós-graduado em Matemática Pura pelo Instituto de Matemática e Estatística da USP.

É isso!

Coisas que o darwinismo não explica, entre muitas outras…

 

Coisas que o darwinismo não explica, entre muitas outras…
 

Não explica como exatamente estão relacionados os vírus, o tubarão, a formiga, o pé de bananeira e o homem…
Não explica como os protozoários deram origem aos metazoários, nem como os invertebrados originaram os vertebrados, e por aí vai…

Não explica as “vantagens” de se possuir dois pontiagudos chifres com duas lanças curvas próximas à própria nuca, como é o caso do antílope do deserto da Arábia, o Oryx leucoryx, que é enormemente prejudicado na batalha em conseqüência disso…

Não explica como um “suicida” pode transmitir a seus descendentes a própria tendência à destruição, como é o caso dos lemingos (Lemmus lemmus)…

Não explica porque entre a espécie de ave australiana, o emu, é a fêmea bem maior e mais violenta do que o macho, sendo este quem choca os filhotes e que os defendem contra os agressivos ataques da própria mãe…

Não explica as razões porque algumas espécies sacrificam a própria vida em benefício dos não-parentes…

Não explica o exemplo da abelha tupiniquim conhecida popularmente como “caga-fogo”, a qual, tão logo percebe que a colméia está em perigo, morde o atacante com tanta violência que, na ferida, deixa as próprias vísceras e logo morre, e de tal maneira que o cheiro do veneno atrai outras abelhas, que, por sua vez, atiram-se num demente ataque suicida contra os inimigos…

Não explica como as mutações podem causar um aumento da informação do genoma…

Não explica a exata relação entre as espécies vivas e as que se encontravam sob a forma fóssil…

Não explica quando e como surgiu a consciência humana…

Não explica porque, estando os primeiros homens perfeitamente adaptados à vida na savana africana, aventuram seus descendentes nas extensões geladas da Groenlândia ou da Europa da era glacial…

Não explica como foi possível a barbatana de um peixe transformar-se num membro de animal terrestre…

Não explica os imperfeitos estágios iniciais de estruturas úteis, como no caso do marsúpio e das abas do peixe-isca…

Não explica a verdadeira vantagem de se ter metade de uma mandíbula, parte de uma asa, 5% de visão ou 15% de audição…

Não explica porque comportamentos tão contraditórios como o egoísmo e o altruísmo, serem ambos produtos da mesma Seleção Natural…

Não explica, entre outros casos semelhantes, quais as verdadeiras vantagens adaptativas que se pode observar nos sistemas de listras da zebra de Grévy (Equus grevy)…

Não explica coerentemente a verdadeira diferença entre uma sardinha, uma árvore e um homem…

Não explica qual a real vantagem dos ancestrais humanos saberem, na aurora da humanidade, que tinham que inevitavelmente morrer…

Não explica porque razão o mesmo ambiente transformaria os ancestrais hominídeos em bípedes, e os babuínos em quadrúpedes…

Não explica se os efeitos acidentais causados pelas mutações no plasma germinativo na estrutura orgânica do ser humano afetam igualmente seu pensamento, sua “alma” e sua a cultura…

Não explica qual seria, para a sobrevivência, a utilidade dos dois chifres do rinoceronte africano em relação ao único chifre do rinoceronte indiano…

Não explica quais as verdadeiras mudanças genéticas que provocaram as diversas diferenças de organismos entre chimpanzés e humanos…

Não explica a realidade fóssil observada no período Cambriano, onde a maior parte dos filos de animais apareceu “plenamente formada”, sem aparentes conexões com seus ancestrais por meio de uma série de formas intermediárias…

Não explica o comportamento do pequeno mamífero do deserto de Kalahari, o Suricate, sendo que aqueles que não têm o privilégio sexual são destinados a servir como guardas, empregados domésticos e baby-sitters para a pequena tribo, fazendo o que se poderia denominar de “voto de castidade”…

Não explica as evidências de ancestralidade comum nos animais encontrados no Cambriano, as necessárias mutações que seriam exigidas nos estágios inicias do desenvolvimento embriológico…

Não explica como teria surgido o primórdio da asa antes que ela pudesse capacitar o animal para o vôo…

Não explica as razões pelas quais as mutações, que supostamente ocorreram nas mariposas de Manchester, deram-se em cor preta, e não em cores vermelha, azul, amarela, alaranjada, verde, cor-de-rosa etc.; e por que apenas Manchester, e não em Liverpool, no vale do Ruhr, na Bélgica, em Pittsburgh, em Detroit etc…; e ainda os motivos pelos os quais tais mutações não se fizeram também nas pernas, nas antenas e nos olhos de tais bichinhos…

Não explica como o acúmulo de mutações fora capaz de formar uma nova espécie…

Não explica qual seria, do ponto de vista da Seleção Natural, o interesse de um pássaro hóspede alimentar e criar a ninhada de um outro, como ocorre com o parasita cuco…

Não explica exatamente como eventos micro-evolutivos poderiam culminar nas grandes mudanças macro-evolutivas…

Não explica as razões pelas quais toda espécie ameaçada em sua sobrevivência não reage ao desafio aumentando sua fertilidade…

Não explica como se deu exatamente o aparecimento das diferenças sexuais (macho e fêmea) entre seres vivos…

Não explica o caso de determinado macho de um tipo de rã exibicionista, que, ao alardear seus talentos orfeônicos sibilantes, na intenção de cotejar e conquistar a fêmea sedutora, torna-se facilmente vulnerável a pássaros predadores…

Não explica com suficiente coerência a forma pela qual um processo não-dirigido de mutação, combinado com a Seleção Natural, resultou na criação de milhares de novas proteínas com funções extraordinariamente diversas e bem otimizadas…

Não explica como a espécie de beija-flor Machetes pugnax, (e também os galos-de-briga) freqüentemente morrem no duelo pela posse da “amada”, sendo que, pela lógica gradualista eles deveriam ter adquiridos formas especializadas, a fim de não morrerem tão facilmente na luta…

Não explica o que verdadeiramente causa o comportamento, por exemplo, a capacidade humana de escolher entre o bem e o mal…

Não explica, por exemplo, porque os lobos se comem entre si, se existem veados (ungulados da família dos Cervídeos) para ser comidos…

Não explica o exemplo do elefante-marinho (Mirounga angustirostris), que, em conseqüência da extrema violência com que compete pela fêmea, esmagam um grande número de filhotes, restando do duelo apenas um macho para acasalar e reproduzir…

Não explica as inúmeras incompatibilidades filogenéticas observadas em toda a parte na árvore universal, desde a sua raiz até aos principais ramos dentro e entre as diversas taxa até à elaboração dos próprios grupos primários…

Não explica ainda como a “súbita e abrupta explosão cambriana” poderia ser explicada sem ginásticas epistêmicas e com o auxílio do gradualismo a la Darwin…

Os neo darwinistas sofrem algum tipo de dissonância cognitiva.

Sabe aquele darwinista deslumbrado, intolerante, radical, obstinado, teimoso e metido a cientista de Harvard, Sorbonne e Oxford?Aquele darwinista multifário, do tipo o último gênio da lâmpada mágica e o ilustríssimo baluarte da lídima ciência e do saber?

Pois é muito fácil distinguir esta beldade de Darwin. Geralmente apresenta uma ou mais das seguintes características:

1. Está sempre com um diploma “pendurado no pescoço”, normalmente o de biólogo; faz disso uma arma inflamada contra os “leigos” em evolução, como se esta fosse uma espécie de doutrina secreta acessível apenas a iniciados, assim como na Cabala.

2. Sentem-se profundamente ofendidos e magoados quando se “fala mal de Darwin”. Para estes darwinistas, muito mais do que um dos idealizadores da Teoria da Evolução, o naturalista inglês foi o homem “que matou Deus”, representando a luz que dissipou as trevas da ignorância religiosa, erguendo ao mundo o verdadeiro estandarte do conhecimento e da razão.

3. Acreditam que todos os fenômenos relacionados ao ser humano, dos simples aos mais bizarros, podem ser explicados à luz da Teoria da Evolução, tais como: o suicídio, a depressão, a virgindade, a homossexualidade, o alcoolismo, o celibato, o estupro, entre tantos outros.

4. Embora insistam que a Teoria da Evolução não versa acerca da origem da vida, são veementes em atacar aqueles que excluem Darwin na explicação desse extraordinário fenômeno.

5. Normalmente são adeptos das “fórmulas prontas”. Ao discorrerem, por exemplo, sobre os intermediários evolutivos, apontam sempre para os mesmos e massacrados exemplos; e, ao se tratar das dificuldades epistêmicas do darwinismo, não escusam uma resposta mediante um dos muitos mecanismos evolutivos ad infinitum, o principal, é claro, a Seleção Natural.

6. São hiper-sensíveis aos seus delicados dogmas.

7. Não toleram críticas e argumentos contra a Teoria da Evolução.

8. Vivem paranoicamente a rotular todos os críticos de Darwin de criacionistas e fundamentalistas, como se o mundo fosse um imenso “Yin e Yang”, onde a ciência, obviamente a Teoria da Evolução, precisa derrotar a todo custo os “fanáticos religiosos” que se levantam contra a razão.

9. Embora não admitam publicamente, de algum modo estão sempre ligando as idéias de Darwin ao ateísmo, como se uma cousa fosse conseqüência de outra.

10. São geralmente cheios de mimos, esbanjando uma jibóica delicadeza quando são contestados. São, nos dizeres de Enézio: “os chiques e perfumados a la Dawkins”.

É isso!

 

comentários que achei deveras interessante ,referente a arrogância neo darwinista ,afinal alguns acham que detem a verdade em absoluto e que isso só é possivel através da ciência:

 

O revisionismo darwinista
Qualquer chacota à revisão constante científica de suas inferências é o verdadeiro motivo da cachota: a ciência é um processo constante de eliminação de erros, portanto tal revisão não deveria ser recebida sob o viés escárnio, mas sim ser recebida com elogios; a ciência é, portanto, um processo de auto-correção: indubitavelmente o completo oposto das teorias dogmáticas pseudocientíficas (fundadas na existência de um Deus incriado e eterno), cujo fulcro reside na teologia e não em premissas que possam ser testadas, como as criacionistas.
Não só é motivo de escárnio valer-se de teorias religiosas sob o embuço de “científicas”, visto que premissas teológicas residem fora do espectro epistemológico da ciência (nada há que seja possível fazer para confirmar se têm algum resíduo de verdade), mas como é pueril todo embate que não visa a evidência através de uma ideologia a priori e incólume de qualquer debate sério. Recentemente encontrou-se um ancestral fóssil que diminui a distância da antiga Lucy em até 2 milhões de anos: por que, então, essa obsessão pelo “elo perdido”?
Não é científica qualquer “teoria criacionista” porque suas premissas não são suscetíveis de verificação experimental, e tampouco qualque criacionista que sabe disso pode ser honesto: seu ideal, como o do autor do site, é propaganda supersticiosa infundada e sem qualquer credibilidade acadêmica. Em respeito à liberdade de opinião, sejamos complacentes com o desejo alheio de passar vergonha em blogs de cunho pseudocientífico, pois é exatamente isso que está sendo feito em todo e qualquer campo de divulgação criacionista. Em respeito à liberdade, respeitamos o direito que alguns têm de ser parvos: a verdadeira ciência está, felizmente, longe de doutrinação supersticiosa.

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  • Se o distinto comentarista, ofendido, der licença, sua explanação obtusa a respeito de ciência e a sua limitação quanto à ética para falar de credos revelam uma irreverência com a Verdade, inspiração comum em todos os âmbitos do mundo racional, seja religioso, científico ou filosófico! O descrédito no darwinismo não é culpa de Darwin ou de criacionistas. A teoria dele, originalmente sequer exclui Deus. Mas, ele decidiu excluir Deus da vida dele por causa de uma dor particular, da perda da filha dele. Sequer dizia ateu. Preferiu dizer que era agnóstico. Mas, é uma escolha pessoal.
    O descrédito ao darwinismo é uma luta da razão questionadora contra o conformismo de se aceitar um emaranhado de teorias que não são coesas. Não têm base sólida. E pra piorar, darwinistas passaram a se apresentar com certa arrogância e desrespeito aos demais pensantes, que possam vir a discordar, tratando-os sempre de forma perjorativa, por protestarem em chamar-se de verdade, as “quase-verdades” descobertas, como exemplificou um dos maiores nomes da pesquisa e do pensamento científico no Brasil, Dr. Newton Freire Maia. Ele descreve em uma de suas últimas palestras a dinâmica da ciência e aponta que o grau de descobertas ainda é muito aquém para se idealizar a Verdade. Logo, a Ciência não a contém, não a dominou. Ainda exige fé nos seus escritos. É como se a Verdade Natural fosse círculo, uma figura “perfeita”. E as teorias científicas, quadrados inscritos nele. A Ciência comemora os vértices que tocam a verdade. E, arrogante, não percebe que as arestas são imensas e não tocam a verdade. E vem outra teoria e é outro quadrado sobreposto. E, assim, vai… vários vértices tocam a linha circular. Mas, ainda que a sequência de pontos tocados seja próxima, jamais conseguirá sobrepor perfeitamente a Verdade.
    Não custa usar um pouco mais a razão (talvez, a maior dádiva divina), reconhecendo as limitações que temos, e um pouco menos a arrogância de um cotovelo dolorido, porque humanamente a Ciência errou. Afinal… errar é humano. Sempre foi…

Quem (parte 2)

[continuação do artigo “Quem”, revisado por Natália Póvoas ]

Esta é a parte final de uma série de artigos que começou com “Será que o Nada alguma vez existiu?”, seguido de “Alguma Coisa“ e então de “Quem“. Os pontos levantados nos artigos anteriores são seguintes:

(1) O Nada Absoluto nunca existiu. Se tivesse, ainda existiria hoje. Mas Outra Coisa existe. Você, por exemplo.

(2) Como o Nada Absoluto nunca existiu, houve sempre um tempo onde sempre existiu Alguma Coisa. Essa alguma coisa chamamos de Alguma Coisa Eterna. Alguma Coisa Eterna não tem começo nem fim, não tem necessidades que ela mesma não possa suprir, pode fazer qualquer coisa que seja possível ser feita e sempre será superior a qualquer coisa que criar.

(3) A Alguma Coisa Eterna não é uma máquina, controlada ou programada por qualquer força além dela mesma. Ela não criará nada desnecessariamente, pois não tem necessidades. Por essa razão, se produz Outra Coisa, precisa tomar essa decisão. Isso quer dizer que a Alguma Coisa Eterna tem vontade própria; conseqüentemente ela é pessoal. Enfim, Alguma Coisa Eterna deve ser Alguém Eterno (ou mais de um).

Continuando, o que podemos dizer sobre o Alguém Eterno, além do que já foi dito? Visto que o Alguém Eterno não tem necessidades que ele mesmo não possa suprir, pode existir sem que precise de um meio ambiente, pois existia quando não havia mais nada a não ser ele mesmo. Qualquer meio ambiente seria algo além dele e por essa razão precisaria ser criado. Mas Ele é tudo o que existe.

É muito provável que o Alguém Eterno seja transcendental; o que significa que ele pode existir fora do tempo e do espaço, pois não é limitado por nenhum deles. Ele tem existido eternamente, portanto fora do tempo. E existe sem a necessidade de um meio ambiente, portanto fora do espaço.

Sendo transcendente ao tempo e espaço, é possível que o que chamamos de Alguém Eterno seja invisível. Somente aquilo que ocupa espaço é visível. Se algo está fora do espaço, como pode ser visto? Assim, é muito provável que Alguém Eterno seja invisível e que possa viver sem a necessidade de qualquer tipo de corpo ou forma.

Para o bem do próprio argumento, vamos imaginar que Alguém Eterno decide criar Outra Coisa – ou melhor, Outro Alguém. Alguém Eterno decide criar Outro Alguém que é semelhante a ele em alguns aspectos. Como ele, o Outro Alguém terá consciência própria, que é algo necessário para se ter vontade própria. Então o Outro Alguém tem uma personalidade e tem vontade própria.

O que mais podemos dizer sobre esse Outro Alguém? Estará Outro Alguém fora do tempo? Não. Outro Alguém não terá existido eternamente. O Outro Alguém terá um começo e, portanto, será limitado pelo tempo.

Lembre-se de que tudo o que Alguém Eterno criar será inferior a ele em relação ao tempo e espaço. Isso não pode ser evitado de maneira nenhuma. Então, mesmo que Outro Alguém fosse viver eternamente no futuro, ainda assim ele teria um começo no tempo. Na verdade, sua linha de tempo cairia sobre a linha (infinita) de tempo de Alguém Eterno.

E quanto ao espaço? Será Outro Alguém limitado pelo espaço? Sim. Somente Alguém Eterno pode viver sem nenhum tipo de meio ambiente. Outro Alguém precisará de um meio ambiente para existir, mas o quê? Pense tanto sobre o espaço quanto sobre o tempo. Outro Alguém existe dentro da linha de tempo de Alguém Eterno. Da mesma forma, Outro Alguém viverá dentro da “linha de espaço” de Alguém Eterno.

O Alguém Eterno transcende ao espaço. Portanto, assim como ele está em todo lugar no tempo, estará em todo lugar no espaço. Então, quando Outro Alguém é criado, ele existirá dentro do tempo e do espaço de Alguém Eterno. Logo, Alguém Eterno é o meio ambiente no qual Outro Alguém irá existir!

Então, temos Alguém Eterno existindo ao redor de Outro Alguém. Mas há um problema: Ele não pode ver Alguém Eterno, porque Alguém Eterno transcende ao espaço e não ocupa espaço nenhum porque ele próprio é todo espaço. Pra vê-lo, alguém teria que ser capaz de ver todo o espaço e o tempo em sua totalidade. Impossível!

Então Outro Alguém não consegue detectar Alguém Eterno. Então o que Alguém Eterno deve fazer se quiser ser visto por Outro Alguém? Ele deve deixar sua posição transcendental. Algum tipo de negação da sua transcendência é essencial é possível? Sim.

Lembre-se: qualquer coisa que possa ser feita, Alguém Eterno pode fazer. Então é possível para ele se fazer visível para Outro Alguém, ou seja, deixar de ser transcendente. Mas como?

Percebemos a presença de outros no nosso mundo através da visão, do cheiro, do tato, do gosto e da audição. Se Alguém Eterno desse a capacidade para Outro Alguém ver ou ouvir, por exemplo, então Alguém Eterno poderia (1) aparecer em uma forma visível, (2) falar com Outro Alguém ou (3) fazer os dois simultaneamente. Essas seriam maneiras de deixar de ser transcendente para que Outro Alguém pudesse ter a percepção de Alguém Eterno.

Lembre-se: Outro Alguém é uma criação. Portanto, Outro Alguém é limitado pelo tempo e pelo espaço. Qualquer que seja sua natureza (do que é feito), ele será percebido no tempo e no espaço. Por essa razão, tudo o Alguém Eterno tem a fazer é assumir a mesma forma que deu a Outro Alguém. Essa é uma maneira de se fazer reconhecido.

Mas, aqui está uma pergunta: se Alguém Eterno deixar de ser transcendental para se fazer reconhecido, ainda seria o Alguém Eterno integralmente? Não! Haveria mais dele ainda não revelado. Embora pudesse divulgar muito sobre si mesmo, todo o seu conjunto – que é ele mesmo em sua transcendência – não poderia ser totalmente conhecido e compreendido por Outro Alguém.

Interessante: o cenário que vimos acima é exatamente o que vemos na Bíblia. Nós somos como o Outro Alguém. Somos limitados pelo tempo e pelo espaço. Deus, porém, é o Alguém Eterno. Ele se deixou sua posição transcendental na pessoa de Jesus Cristo. Para descobrir mais, continue lendo…

1. Deus é o Alguém Eterno. Ele sempre existiu e continuará existindo pra sempre.

“Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus”. (Salmos 90:2)

“Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável”. (Isaías 40:28)

“Assim diz o Senhor, o rei de Israel, o seu redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último; além de mim não há Deus”. (Isaías 44:6)

“Mas o Senhor é o Deus verdadeiro; ele é o Deus vivo; o rei eterno”. (Jeremias 10:10)

“Respondeu Jesus:”Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou”! (João 8:58)

“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre”.(Hebreus 13:8)

“Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “o que é, o que era e o que há de vir, o Todo-poderoso”. (Apocalipse 1:8)

“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim”. (Apocalipse 22:13)

2. Deus é invisível.

“Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus* Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido”. (João 1:18)

“Deus é espírito…” (João 4:24)

“Ao Rei eterno, ao Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém”. (1Timóteo 1:17)

“…o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém”. (1Timóteo 6:15-16)

3. De certa forma, nós vivemos em meio a Deus porque Ele está em todo o lugar, ainda que seja diferente de nós.

“Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença?” (Salmos 139:7)

“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há é o Senhor do céu e da terra, e não habita em santuários feitos por mãos humanas. Ele não é servido por mãos de homens, como se necessitasse de algo, porque ele mesmo dá a todos a vida, o fôlego e as demais coisas. De um só fez ele todos os povos, para que povoassem toda a terra, tendo determinado os tempos anteriormente estabelecidos e os lugares exatos em que deveriam habitar. Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós. ‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também somos descendência dele’”. (Atos 17:24-28)

4. Qualquer coisa que possa ser feita, pode ser por Deus.

“Existe alguma coisa impossível para o Senhor?” (Gênesis 18:14)

“O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada”. (Salmos 115:3)

“Desde o início faço conhecido o fim, desde tempos remotos, o que ainda virá. Digo: Meu propósito permanecerá em pé, e farei tudo o que me agrada”. (Isaías 46:10)

“Jesus olhou para eles e respondeu: ‘Para o homem isso é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis”.(Mateus 19:26)

“Pois nada é impossível para Deus”. (Lucas 1:27)

5. É possível para Deus deixar de ser transcendental. Ele pode revelar a si mesmo tomando a forma humana.

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”.
A Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, a glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”.
(João 1:1,1:4)

“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada”. (1João 1:1-2)

“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele”. (1Colossenses 1:15-16)

“O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas…” (Hebreus 1:3)

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus…” (Filipenses 2:5)

6. Quando Deus deixa sua natureza transcendental, não é o seu todo que é revelado, mas ainda assim é Ele.

“…o Pai é maior do que eu”. (João 14:28)

“Eu e o Pai somos um”. (João 10:30)

“…Quem me vê, vê ao Pai…” (João 14:9)

Quem

[continuação do artigo “Alguma coisa” , revisado por Débora Fernandes]

Existe Alguma Coisa Eterna. Alguma Coisa sempre existiu. Alguma Coisa não tem começo. Se essa Coisa tem alguma necessidade, ela mesma pode suprir. Nada mais é necessário para que ela exista. E esta não pode produzir outro ser igual ou mais poderoso. Qualquer coisa que produza não será eterna. Por essa razão, a Alguma Coisa Eterna não pode produzir outra Alguma Coisa Eterna. Ela sempre será soberana a qualquer outra coisa que existir.

Agora poderia a Alguma Coisa Eterna ser mais de uma? Possivelmente. Vamos imaginar que inicialmente houvesse cinco Coisas Eternas. Se este fosse o caso, porém, todas as cinco seriam exatamente iguais no que diz respeito ao tempo e ao poder. Todas não-criadas, todas eternas, todas capazes de fazer qualquer coisa que seja. Isso mais uma vez nos mostra que qualidade, não quantidade, é o mais importante.

Então, o que sabemos sobre a(s) Coisa(s) Eterna(s)? Ela(s) não está(o) sozinha(s) agora. Porque Outra Coisa existe: você, por exemplo. Agora se pergunte se você é a Alguma Coisa Eterna ou uma delas. Se você o é, então você não tem começo, não existem necessidades que você mesmo não possa suprir e qualquer coisa que possa ser feita só pode vir a ser através de você. É isso o que você é? Se a resposta é não, então você é com certeza uma Outra Coisa, não a Alguma Coisa Eterna ou uma delas.

Vamos voltar ao nosso quarto grande, escuro e vazio. Mas agora imaginemos que um átomo de hidrogênio e um átomo de nitrogênio estão dentro do quarto. Para o bem do próprio argumento, digamos que esses átomos são as Coisas Eternas. Elas sempre existiram. Qualquer coisa que possa ser feita vem a existir por meio delas.

Então, elas decidem produzir Outra Coisa. Pois elas são as únicas coisas que existem no quarto. Mas espere, podem o hidrogênio e o nitrogênio decidir alguma coisa? Bem, para elas serem as Coisas Eternas, elas DEVEM ter a habilidade de tomar uma decisão.

Pense bem. A Alguma Coisa Eterna deve ESCOLHER mudar as coisas. A Alguma Coisa Eterna é eterna; sempre existiu independente de outras coisas. O que é mais importante: ela, sozinha, sempre existiu. O que isso quer dizer? Isso quer dizer que nenhum evento pode acontecer sem a permissão da Alguma Coisa Eterna.

A Alguma Coisa Eterna é tudo o que existe e ponto final. Em conseqüência disso, a única coisa existente que pode acabar com a solidão da Alguma Coisa Eterna é ela mesma. Não pode haver nenhuma outra força externa à Alguma Coisa Eterna porque a Alguma Coisa Eterna é tudo o que há.

Por essa razão, se átomos de hidrogênio e nitrogênio são as Algumas Coisas Eternas, nenhuma força externa pode influenciá-las. Elas são tudo o que existe. Elas são as únicas forças que existem.

Como são as únicas coisas existentes, somente elas mesmas podem acabar com a sua própria solidão. Não há nada na existência que possa, por acaso, influenciá-las a produzir Outra Coisa.

Outra Coisa não poderia ser criada por acaso. Por quê? Porque, para isso acontecer, o “acaso” deveria ser mais poderoso que o átomo de hidrogênio e de nitrogênio. Mas os átomos são tudo o que existe. Qualquer coisa que possa ser feita, só ocorre por meio deles. “Acaso” então é a Outra Coisa. E, como vimos, Outra Coisa não pode ser mais poderosa do que a Alguma Coisa Eterna. Na verdade, nesse estágio, o Acaso nem existe.

Se o Acaso é algo externo a Alguma Coisa Eterna, então ele não existe a não ser que tenha sido criado por Alguma Coisa Eterna. Mas mesmo se o Acaso tivesse sido criado pela Alguma Coisa Eterna, o Acaso, sendo Outra Coisa, seria sempre inferior a Alguma Coisa Eterna.

Então, se Outra Coisa é criada, é pelo poder e VONTADE da Alguma Coisa Eterna. Outra Coisa pode ser produzida por Acaso somente se o Acaso for criado antes da Outra Coisa. Mas o Acaso por si só, não pode ser produzido por acaso. Ele teria que ser criado pelo desejo da Alguma Coisa Eterna.

O que isso nos diz sobre nossos átomos de hidrogênio e nitrogênio? Que eles não são meramente Algumas Coisas Eternas, eles são Pessoas Eternas, pois têm vontade própria, ou seja, possuem a habilidade de escolher. Logo, são seres com personalidade própria.

Mas, por que a Alguma Coisa Eterna deve ser assim, com poder de escolha? Pense novamente no quarto escuro com apenas hidrogênio e nitrogênio dentro. Eles são as Coisas Eternas. Eles, sozinhos, existem no quarto, desde a eternidade.

Eles existem totalmente independentes um do outro. Não precisam do outro para sobreviver. Por essa razão, se produzirem Outra Coisa, não é algo de que precisem (como o instinto de sobrevivência que encontramos nos animais). E mais, se as moléculas criarem Outra Coisa, não será por Acaso – a não ser que criem o Acaso primeiro. O Acaso é uma força, mas as Coisas Eternas (os dois átomos) são tudo o que existe.

Além do mais, os átomos não são meras máquinas. Máquinas são construídas e programadas por algum tipo de força externa. Mas eles (as Coisas Eternas) são as únicas coisas que existem. Não existe outra força além deles.

Conseqüentemente, se eles produzirem Outra Coisa dentro do quarto, a razão para essa produção está somente nas mãos deles, pois nenhuma outra força existe. Não existe mais nada no quarto a não ser os átomos.

Eles não são forçados a produzir Outra Coisa por instinto, acaso, necessidade ou pela vontade de uma delas. Nada pode controlá-los. Quaisquer coisas que eles façam, as fazem por razões próprias.

Essa razão só pode ser sua vontade própria. Elas devem escolher criar Outra Coisa, ou nada além irá existir. Permanecerão no quarto, sozinhos para sempre, ao menos que decidam criar Outra Coisa. Eles precisam mais do que poder para criar Outra Coisa. Precisam – em um determinado momento que se diferencia de todos os momentos em que existiram – decidir usar seus poderes para gerar uma Outra Coisa.

Se não tiverem vontade própria (como as bolas de futebol que vimos no estudo anterior), então, o poder que possuem nunca seria usado para criar Outra Coisa. Esse poder seria usado somente para prolongar suas existências. E a solidão deles duraria eternamente.

A Alguma Coisa Eterna tem existido sozinha por toda a eternidade. Deve ter existido uma razão, para que, a Coisa Eterna, quisesse mudar isso. Se Outra Coisa existe, existe por causa da Alguma Coisa Eterna, porque ela mesma, resolveu acabar com sua solidão.

Se a razão da existência da Outra Coisa não está na Alguma Coisa Eterna, então Outra Coisa nunca irá existir. Pois a Alguma Coisa Eterna, em algum momento, foi tudo o que existiu.

Mas sabemos que existem Outras Coisas. Por essa razão, a Alguma Coisa Eterna deve ter a habilidade de usar o seu poder. Deve ter a habilidade de criar Outra Coisa além de si mesma. Visto que, ela tem vontade própria(“Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas”. (Apocalipse 4:11)), a Coisa Eterna é pessoal. Isso quer dizer que a Alguma Coisa Eterna na verdade é um Alguém Eterno.

Este Alguém Eterno não é controlado por instinto de sobrevivência, porque não tem necessidades e de modo nenhum pode deixar de existir. E mais, Alguém Eterno não cria nada por Acaso, a não ser que tenha criado o Acaso primeiro. O Acaso é uma força que deve ter sido criada pelo Alguém Eterno, do contrário não existirá. Enfim, o Alguém Eterno não é uma máquina, pois não há ninguém além dele para forçá-lo ou programá-lo para fazer alguma coisa.

Alguma Coisa

[continuação do artigo “Será que o Nada alguma vez existiu?”, revisado por Débora Fernandes]

Se em algum momento existiu o Nada Absoluto, ainda existiria o Nada Absoluto hoje. Desde que existe alguma coisa (você, por exemplo) significa dizer que o Nada Absoluto nunca existiu. Se tivesse existido, você não estaria aqui lendo este artigo agora. O Nada Absoluto ainda estaria aqui.

Então nunca houve um tempo onde o Nada Absoluto existiu. Por isso, conseqüentemente, sempre existiu alguma coisa. Mas o quê? Se voltarmos ao começo de tudo, qual seria essa coisa que teria sempre existido? Seria mais do que só Alguma Coisa, ou apenas uma? E, julgando-se pelo o que existe hoje, com que se pareceria?

Vamos explorar a questão da quantidade primeiro. Pensemos novamente sobre o nosso selado, escuro e enorme quarto. Imagine que existem dez bolas de futebol dentro do quarto. Seja o quanto volte no tempo, há somente isto: dez bolas de futebol.

O que vai acontecer depois? Vamos dizer que esperemos um ano inteiro. O que há dentro do quarto? Dez bolas de futebol ainda, certo? Porque a existência de algo em si não gera nada. E nós sabemos que dez bolas de futebol comuns – não importa quanto tempo passe – não poderão gerar outras novas ou qualquer outra coisa neste caso.

Certo, e se houvesse seis bolas de futebol dentro do quarto no começo de tudo? Isso mudaria a situação? Não, não mudaria. Certo, então, e se houvesse um milhão de bolas de futebol? Ainda não mudaria. Tudo o que temos dentro do quarto são bolas de futebol, não importa quantas.

O que descobrimos é que quantidade não é a questão. Se voltarmos aonde tudo começou, a quantidade da Alguma Coisa que deve ter sempre existido não é o que importa, ou é?

Retire as bolas de futebol. Agora dentro do quarto há um pintinho. Vamos esperar um ano. O que há dentro do quarto? Somente um pintinho, certo? Mas e se tentarmos colocar uma galinha e um galo lá? Esperamos mais um ano agora… O que iremos ter? Uma porção de pintinhos!

Então quantidade é importante, SE no quarto estiverem pelo menos duas coisas que podem produzir uma terceira coisa: Galo + galinha = pintinho. Lembremos, porém, quantidade não é importante se estamos falando de pelo menos duas coisas que não são capazes de produzir uma terceira coisa: bola de futebol + bola de futebol = nada.

Então, o que realmente importa não é a quantidade, mas sim a qualidade. Que qualidade essa Alguma Coisa possui? Pode ela trazer outras coisas à existência?

Vamos voltar aos nossos pintinhos, mas sejamos muito precisos, visto que a situação seria a mesma onde tudo começou. Temos um galo e uma galinha no quarto. Eles estão em partes diferentes do quarto, suspensos no nada. Poderiam eles gerar pintinhos?

Não poderiam. Por quê? Porque não existe um meio ambiente com o qual possam interagir. Não há mais nada no quarto a não ser o galo e a galinha. Não existe ar para respirar ou para voar, não existe chão para andar, não existe nada que os sustenha para viver. Eles não podem comer, andar, voar ou respirar. O seu meio ambiente é o completo nada.

Então, os pintinhos estão “fora” da jogada. Pintinhos não podem existir ou se reproduzir sem que haja algum tipo de meio ambiente. Em um meio ambiente eles poderiam gerar outros pintinhos. E em um ambiente que os afetasse, talvez eles pudessem com o tempo, se transformar em algum outro tipo de galinha. Alguma coisa parecida com uma lontra ou uma girafa.

Então temos um quarto sem meio ambiente. Por essa razão, precisamos de Alguma Coisa que possa existir sem um meio ambiente. Alguma Coisa que não precise de ar, comida ou água para existir. Isso desqualifica toda criatura viva deste planeta.

Bem, então quanto às coisas não-vivas? Elas não precisam de um meio ambiente, é verdade. Mas então voltamos ao mesmo estado de quando tínhamos as bolas de futebol. Coisas não-vivas não produzem nada. Vamos dizer que, ao invés de bolas de futebol, temos um trilhão de moléculas de hidrogênio. Então o que acontece? O tempo passará e ainda teremos um trilhão de moléculas de hidrogênio, nada mais.

Enquanto falamos sobre a questão de coisas não-vivas, vamos também considerar o que é preciso para que elas existam. Você já ouviu falar do “Supercollider”? Anos atrás o governo americano embarcou num experimento para criar matéria. O “Supercollider” (ou Super Colisão) era um túnel subterrâneo de quilômetros e quilômetros de comprimento que eram percorridos por átomos a uma velocidade supersônica e então colidiam uns com os outros, com o objetivo de criar uma partícula minúscula. Tudo isso pelo menor pedaço de matéria…

Isso nos mostra que a nossa ilustração com as bolas de futebol não é tão simples quanto parece. Seria necessária uma quantidade de energia ABSURDA para produzir uma bola a partir do nada. E nada é tudo o que temos. E, no quarto, como vimos, há o Nada Absoluto.

Então esta é a nossa situação: A “Alguma Coisa” que existiu no começo deve ser capaz de existir sem depender de mais nada. Deve ser totalmente auto-suficiente. Porque estava sozinha no começo de tudo e não precisava de nenhum meio ambiente para existir.

Em segundo lugar, a “Alguma Coisa” que existiu desde o começo deve ser capaz de produzir outra coisa além de si mesma. Porque, se não pudesse, então essa “Alguma Coisa” seria tudo o que existe hoje. Porém, existem outras coisas hoje. Você, por exemplo.

Em terceiro lugar, para que se faça Outra Coisa – do nada – se requer uma incrível quantidade de energia. Então, essa “Alguma Coisa” deve ter uma grande fonte de energia à sua disposição. Se para se formar uma pequena partícula são necessários milhares e milhares de quilômetros de partículas em colisão (e, como sabemos, o resultado foi nulo) então, que tamanha quantidade de energia não seria necessária para formar tudo o que há!

Vamos voltar ao nosso quarto. Imagine que temos uma bola de futebol muito especial dentro do quarto. Ela pode reproduzir outras bolas de futebol. Ela possui todo aquele poder e energia. É completamente auto-suficiente não precisando de nada além dela para existir, porque ela é tudo o que existe. Essa bola de futebol é Alguma Coisa Eterna.

Vamos imaginar que a bola de futebol produz uma outra bola de futebol. Qual delas será a maior, digo, com respeito ao TEMPO? Bola 1. Ela é a Alguma Coisa Eterna. Ela sempre existiu. Bola 2, porém, veio a existir quando produzida por Bola 1. Então uma bola é finita levando em consideração o tempo, a outra é infinita.

Qual das duas será maior considerando o poder? Novamente, Bola 1. Ela foi capaz de produzir a Bola 2 do nada – o que também significa que ela tem o poder de desfazer (destruir) Bola 2. Então Bola1 é muito mais poderosa que Bola 2. De fato, em todo o tempo, Bola 2 deverá depender de Bola 1 para sua própria existência.

Mas, você diz: e se Bola 1 compartilhar um pouco do seu poder com Bola 2 – poder suficiente para destruir Bola 1? Então Bola 2 seria a mais poderosa, porque Bola 1 deixaria de ser, certo?

Existe um problema nessa possibilidade. Se Bola 1 compartilhasse um pouco do seu poder com Bola 2, esse poder ainda seria o poder da Bola 1. A pergunta, então, seria: Poderia Bola 1 usar o seu próprio poder para destruir a si mesma? Não. Porque para usar seu próprio poder, Bola 1 tem de existir.

E além do mais, Bola 1 é tão poderosa que qualquer coisa que puder ser feita, só pode vir a existir por intermédio dela. Mas não é possível para Bola 1 deixar de existir, e, por isso, não pode destruir a si mesma.

Bola 1 não pode se desintegrar, porque, em primeiro lugar, nunca foi criada. Bola 1 sempre existiu. Ela é a Alguma Coisa Eterna. Assim como é a existência. É vida, vida infinita. Para Bola 1 ser destruída seria preciso algo mais poderoso. Mas nada é mais poderoso que Bola 1, nem nunca poderá ser. Ela não precisa de mais nada além dela mesma para existir. Por essa razão, não pode ser transformada por nenhuma força externa. Ela não pode acabar, porque não teve começo.

Ela é o que é e nada pode mudar isso. Não pode deixar de ser, porque SER é a sua própria natureza. Nesse sentido, ela é intocável.

O que vemos com isso: a Alguma Coisa no começo de tudo sempre será soberana em relação à Outra Coisa que ela produzir.

A Alguma Coisa existe por si só. A Outra Coisa, porém, precisa de Alguma Coisa para existir. É, portanto, inferior a Alguma Coisa, e sempre será assim, porque a Alguma Coisa Eterna não precisa de nada.

A Alguma Coisa é capaz de produzir Outra Coisa que seja semelhante a ela em alguns aspectos, mas – não importa o quê – Outra Coisa será sempre diferente dela em outros aspectos. A Alguma Coisa Eterna sempre será soberana considerando o tempo e o poder. Desta forma, Alguma Coisa Eterna não pode produzir um exemplar igual a ela mesma. Ela sozinha, sempre existiu. E sozinha pode existir independente de outras coisas.

Será que o Nada alguma vez existiu?

(revisado por Débora Fernandes)

Você já parou pra pensar sobre o começo? Que começo?, você diz. Você sabe: “Algo que tenha aparecido: Quem veio primeiro o ovo ou a galinha?”. Ou qualquer coisa que era, que esteve aqui primeiro, no mais remoto momento de todos os tempos. Você já parou pra pensar sobre isso?

Espere aí, você diz, existe a possibilidade de que no começo não houvesse nada? Seria possível que, há zilhões de anos atrás, não houvesse Nada Absoluto?

É uma teoria a ser considerada. Vamos considerá-la primeiro através de uma ilustração.

Imagine que você tem um quarto muito grande. Ele está completamente isolado de tudo e é quase do tamanho de um campo de futebol. O quarto está trancado permanentemente; não tem portas nem janelas e nenhum buraco em suas paredes.

Dentro do quarto não há nada. Um “Nada Absoluto”. Nenhuma partícula sequer. Não há ar. Não há poeira. Não há luz. É um quarto selado cujo interior está na total escuridão.

Bem, você pensa: e se eu tentar criar uma fagulha dentro do quarto? Então haveria luz nele por um rápido momento e isso já transformaria o Nada Absoluto em alguma coisa. Sim, mas você está fora do quarto. Então, isso não seria possível.

Então você diz: E se eu tentar teletransportar algo para dentro do quarto, como faziam naquele desenho animado os “Jedsons” ou no “Jornada nas Estrelas”? Mais uma vez, isso não seria possível, porque você estaria usando coisas que estão do lado de fora do quarto.

Aqui está novamente o dilema: você deve colocar alguma coisa dentro do quarto usando somente o que está dentro do quarto. Só que, nesse caso, dentro do quarto não há nada.

Bem, você diz: talvez uma pequenina partícula, em algum tempo, possa surgir dentro do quarto.

Existem três problemas com essa teoria: Primeiro, o tempo por si só não faz nada. As coisas acontecem no decorrer do tempo, mas não é o tempo com que faz que elas aconteçam. Por exemplo, só esperar 15 minutos para assar biscoitos não vai dar em nada… Não são os 15 minutos que irão assá-los e sim o calor do forno. Se você deixar os biscoitos sobre o balcão por 15 minutos, eles não irão assar sozinhos.

Na nossa ilustração, temos um quarto completamente isolado com o Nada Absoluto dentro. Esperar quinze minutos não irá mudar, de maneira nenhuma, a situação. Bem, você diz: e se esperarmos longos períodos de tempo? Um longo período de tempo é simplesmente um amontoado de segmentos de 15 minutos colocados juntos. Se você esperasse por um longo período de tempo com seus biscoitos em cima do balcão, iria o tempo assá-los?

O segundo problema é este: Por que algo iria simplesmente “surgir”? É necessária uma razão para isso acontecer. Já que só existe o Nada Absoluto dentro do quarto, o que impediria que tudo continue como está: no nada? Sabe-se que não existe nada que faça as coisas surgirem sem razões, visto que as “razões” têm de vir do interior do quarto.

Bem, você diz: será que uma minúscula partícula não teria mais chances de se materializar do que algo grande como uma bola de futebol?

Isso revela o terceiro problema: tamanho. Assim como o tempo, tamanho é algo abstrato e relativo. Imagine que temos três bolas de futebol, variando de tamanho. Uma tem 3m de diâmetro, outra tem 1m e outra é do tamanho normal. Qual delas é mais provável de aparecer dentro do quarto? A bola de tamanho normal? Não! Seria a mesma probabilidade para todas as três. O tamanho não importa. A questão não é o tamanho. A questão é: podealguma bola de baseball de qualquer tamanho simplesmente “aparecer” dentro do nosso quarto selado e vazio? Se você acha que nem a menor delas poderia simplesmente aparecer dentro do quarto, não importa quanto tempo passasse, então você poderia concluir que o mesmo valeria para um átomo. Tamanho não é a questão. A probabilidade de uma partícula minúscula surgir sem motivo algum não é diferente de uma geladeira se materializar sem causa alguma!

Agora vamos esticar, literalmente, a nossa ilustração adiante. Vamos pegar o nosso grande quarto escuro e tirar suas paredes do lugar. Vamos ampliar o quarto em todas as direções infinitamente. Agora, não existe nada do lado de fora do quarto, porque o quarto é tudo o que existe. Ponto final.

Nesse quarto grande e infinito não há luz, não há poeira, não há partículas de nenhum tipo, não há ar, não há elementos, não há moléculas; ele é o Nada Absoluto. De fato, podemos chamá-lo de Nada Absoluto.

Mais uma pergunta: Se realmente, há trilhões de anos atrás existisse o Nada Absoluto, não existiria hoje também o Nada Absoluto?

A resposta é sim, visto que qualquer coisa – não importa quão pequena – não pode surgir sem razões do Nada Absoluto.

O que isso nos diz? Resposta: O Nada Absoluto nunca existiu. Por quê? Porque se o Nada Absoluto alguma vez existiu, ainda hoje existiria!

Se o Nada Absoluto tivesse existido não haveria nada além dele que causasse a existência das coisas.

Novamente, se o Nada Absoluto nunca existiu, ainda existiria.

Porém, alguma coisa existe. Na verdade, muitas coisas existem. Você, por exemplo, é algo que existe, algo de muita importância. Por essa razão, você é prova de que o Nada Absoluto nunca existiu.

Agora, se o Nada Absoluto nunca existiu, isso significa que sempre houve um tempo em que pelo menos Alguma Coisa sempre existiu. O que seria esse “Alguma Coisa”?

Seria uma coisa ou várias coisas? Seria um átomo? Uma partícula? Uma molécula? Uma bola de futebol? Uma bola de futebol mutante? Uma geladeira? Alguns biscoitos?

Lógica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Lógica (do grego clássico λογική logos, que significa palavra, pensamento, ideia, argumento, relato, razão lógica ou princípio lógico), considerada uma ciência formal, é o estudo formal sistemático dos princípios da inferência válida e do pensamento correto. Já que o pensamento é a manifestação do conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para que essa meta possa ser atingida. Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar. A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si. Ela só tem sentido enquanto meio de garantir que nosso pensamento proceda corretamente a fim de chegar a conhecimentos verdadeiros. Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, isto é, das conclusões a que chegamos através da apresentação de evidências que a sustentam. O principal organizador da lógica clássica foi Aristóteles, com sua obra chamada Organon. Ele divide a lógica em formal e material.

Um sistema lógico é um conjunto de axiomas e regras de inferência que visam representar formalmente o raciocínio válido. Diferentes sistemas de lógica formal foram construídos ao longo do tempo quer no âmbito escrito da Lógica Teórica, quer em aplicações práticas na computação e em Inteligência artificial.

Tradicionalmente, lógica é também a designação para o estudo de sistemas prescritivos de raciocínio, ou seja, sistemas que definem como se “deveria” realmente pensar para não errar, usando a razão, dedutivamente e indutivamente. A forma como as pessoas realmente raciocinam é estudado nas outras áreas, como na psicologia cognitiva.

Como ciência, a lógica define a estrutura de declaração e argumento para elaborar fórmulas através das quais estes podem ser codificados. Implícita no estudo da lógica está a compreensão do que gera um bom argumento e de quais argumentos são falaciosos.

A lógica filosófica lida com descrições formais da linguagem natural. A maior parte dos filósofos assumem que a maior parte do raciocínio “normal” pode ser capturada pela lógica, desde que se seja capaz de encontrar o método certo para traduzir a linguagem corrente para essa lógica.

Abaixo estão discussões mais específicas sobre alguns sistemas lógicos.

Índice

 [esconder

[editar] Lógica Aristotélica

Ver artigo principal: Lógica aristotélica

Dá-se o nome de Lógica aristotélica ao sistema lógico desenvolvido por Aristóteles a quem se deve o primeiro estudo formal do raciocínio. Dois dos princípios centrais da lógica aristotélica são a lei da não-contradição e a lei do terceiro excluído.

A lei da não-contradição diz que nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo e a lei do terceiro excluído diz que qualquer afirmação da forma *P ou não-P* é verdadeira. Esse princípio deve ser cuidadosamente distinguido do *princípio de bivalência*, o princípio segundo o qual para toda proposição (p), ela ou a sua negação é verdadeira.

A lógica aristotélica, em particular, a teoria do silogismo, é apenas um fragmento da assim chamada lógica tradicional.

[editar] Lógica formal

A Lógica Formal, também chamada de Lógica Simbólica, preocupa-se, basicamente, com a estrutura do raciocínio. A Lógica Formal lida com a relação entre conceitos e fornece um meio de compor provas de declarações. Na Lógica Formal os conceitos são rigorosamente definidos, e as orações são transformadas em notações simbólicas precisas, compactas e não ambíguas. As letras minúsculas p, q e r, em fonte itálica, são convencionalmente usadas para denotar proposições:

p:1 + 2 = 3

Esta declaração define que p é 1 + 2 = 3 e que isso é verdadeiro.

Duas proposições –ou mais proposições– podem ser combinadas por meio dos chamados operadores lógicos binários , formando conjunções, disjunções ou condicionais. Essas proposições combinadas são chamadas proposições compostas. Por exemplo:

p: 1 + 1 = 2 e

Neste caso, e é uma conjunção. As duas proposições podem diferir totalmente uma da outra!

Na matemática e na ciência da computação, pode ser necessário enunciar uma proposição dependendo de variáveis:

p: n é um inteiro ímpar.

Essa proposição pode ser ou verdadeira ou falsa, a depender do valor assumido pela variável n.

Uma fórmula com variáveis livres é chamada função proposicional com domínio de discurso D. Para formar uma proposição , devem ser usados quantificadores. “Para todo n“, ou “para algum n” podem ser especificados por quantificadores: o quantificador universal, ou o quantificador existencial, respectivamente. Por exemplo:

para todo n em D, P(n).

Isto pode ser escrito como:

\forall n\in D, P(n)

Quando existem algumas variáveis livres, a situação padrão na análise matemática desde Weierstrass, as quantificações para todos … então existe ou então existe … isto para todos (e analogias mais complexas) podem ser expressadas.

[editar] Lógica material

Trata da aplicação das operações do pensamento, segundo a matéria ou natureza do objeto a conhecer. Neste caso, a lógica é a própria metodologia de cada ciência. É, portanto, somente no campo da lógica material que se pode falar da verdade: o argumento é válido quando as premissas são verdadeiras e se relacionam adequadamente à conclusão.

[editar] Lógica matemática

Lógica Matemática é o uso da lógica formal para estudar o raciocínio matemático— ou, como propõe Alonzo Church[1], ‘lógica tratada pelo método matemático’. No início do século XX, lógicos e filósofos tentaram provar que a matemática, ou parte da matemática, poderia ser reduzida à lógica.(Gottlob Frege, p.ex., tentou reduzir a aritmética à lógica; Bertrand Russell e A. N. Whitehead, no clássico Principia Mathematica, tentaram reduzir toda a matemática então conhecida à lógica — a chamada ‘lógica de segunda ordem’.) Uma das suas doutrinas lógico-semânticas era que a descoberta da forma lógica de uma frase, na verdade, revela a forma adequada de dizê-la, ou revela alguma essência previamente escondida. Há um certo consenso que a redução falhou — ou que precisaria de ajustes –, assim como há um certo consenso que a lógica — ou alguma lógica — é uma maneira precisa de representar o raciocínio matemático. Ciência que tem por objeto o estudo dos métodos e princípios que permitem distinguir raciocínios válidos de outros não válidos.

[editar] Lógica filosófica

A lógica estuda e sistematiza a argumentação válida. A lógica tornou-se uma disciplina praticamente autónoma em relação à filosofia, graças ao seu elevado grau de precisão e tecnicismo. Hoje em dia, é uma disciplina que recorre a métodos matemáticos, e os lógicos contemporâneos têm em geral formação matemática. Todavia, a lógica elementar que se costuma estudar nos cursos de filosofia é tão básica como a aritmética elementar e não tem elementos matemáticos. A lógica elementar é usada como instrumento pela filosofia, para garantir a validade da argumentação.

Quando a filosofia tem a lógica como objecto de estudo, entramos na área da filosofia da lógica, que estuda os fundamentos das teorias lógicas e os problemas não estritamente técnicos levantados pelas diferentes lógicas. Hoje em dia há muitas lógicas além da teoria clássica da dedução de Russell e Frege (como as lógicas livres, modais, temporais, paraconsistentes, difusas, intuicionistas, etc.), o que levanta novos problemas à filosofia da lógica.

A filosofia da lógica distingue-se da lógica filosófica aristotélica , que não estuda problemas levantados por lógicas particulares, mas problemas filosóficos gerais, que se situam na intersecção da metafísica, da epistemologia e da lógica. São problemas centrais de grande abrangência, correspondendo à disciplina medieval conhecida por «Lógica & Metafísica», e abrangendo uma parte dos temas presentes na própria Metafísica, de Aristóteles: a identidade de objetos, a natureza da necessidade, a natureza da verdade, o conhecimento a prioridade, etc. Precisamente por ser uma «subdisciplina transdisciplinar», o domínio da lógica filosófica é ainda mais difuso do que o das outras disciplinas. Para agravar as incompreensões, alguns filósofos chamam «lógica filosófica» à filosofia da lógica (e vice-versa). Em qualquer caso, o importante é não pensar que a lógica filosófica é um género de lógica, a par da lógica clássica, mas «mais filosófica»; pelo contrário, e algo paradoxalmente, a lógica filosófica, não é uma lógica no sentido em que a lógica clássica é uma lógica, isto é, no sentido de uma articulação sistemática das regras da argumentação válida.

A lógica informal estuda os aspectos da argumentação válida que não dependem exclusivamente da forma lógica. O tema introdutório mais comum no que respeita à lógica é a teoria clássica da dedução (lógica proposicional e de predicados, incluindo formalizações elementares da linguagem natural); a lógica aristotélica é por vezes ensinada, a nível universitário, como complemento histórico e não como alternativa à lógica clássica.» [Desidério Murcho]

“Lógica”, depois ela foi substituída pela invenção da Lógica Matemática. Relaciona-se com a elucidação de ideias como referência, previsão, identidade, verdade, quantificação, existência, e outras. A Lógica filosófica está muito mais preocupada com a conexão entre a Linguagem Natural e a Lógica.

[editar] Lógica de predicados

Ver artigo principal: Lógica de predicados

Gottlob Frege, em sua Conceitografia (Begriffsschrift), descobriu uma maneira de reordenar várias orações para tornar sua forma lógica clara, com a intenção de mostrar como as orações se relacionam em certos aspectos. Antes de Frege, a lógica formal não obteve sucesso além do nível da lógica de orações: ela podia representar a estrutura de orações compostas de outras orações, usando palavras como “e”, “ou” e “não”, mas não podia quebrar orações em partes menores. Não era possível mostrar como “Vacas são animais” leva a concluir que “Partes de vacas são partes de animais”.

A lógica de orações explica como funcionam palavras como “e”, “mas”, “ou”, “não”, “se-então”, “se e somente se”, e “nem-ou”. Frege expandiu a lógica para incluir palavras como “todos”, “alguns”, e “nenhum”. Ele mostrou como podemos introduzir variáveis e quantificadores para reorganizar orações.

  • “Todos os humanos são mortais” se torna “Para todo x, se x é humano, então x é mortal.”, o que pode ser escrito simbolicamente como:
\forall x (H(x)\to M(x))
  • “Alguns humanos são vegetarianos” se torna “Existe algum (ao menos um) x tal que x é humano e x é vegetariano”, o que pode ser escrito simbolicamente como:
\exists x (H(x)\wedge V(x)).

Frege trata orações simples sem substantivos como predicados e aplica a eles to “dummy objects” (x). A estrutura lógica na discussão sobre objetos pode ser operada de acordo com as regras da lógica de orações, com alguns detalhes adicionais para adicionar e remover quantificadores. O trabalho de Frege foi um dos que deram início à lógica formal contemporânea.

Frege adiciona à lógica de orações:

  • o vocabulário de quantificadores (o A de ponta-cabeça, e o E invertido) e variáveis;
  • e uma semântica que explica que as variáveis denotam objetos individuais e que os quantificadores têm algo como a força de “todos” ou “alguns” em relação a esse objetos;
  • métodos para usá-los numa linguagem.

Para introduzir um quantificador “todos”, você assume uma variável arbitrária, prova algo que deva ser verdadeira, e então prova que não importa que variável você escolha, que aquilo deve ser sempre verdade. Um quantificador “todos” pode ser removido aplicando-se a oração para um objeto em particular. Um quantificador “algum” (existe) pode ser adicionado a uma oração verdadeira de qualquer objeto; pode ser removida em favor de um temo sobre o qual você ainda não esteja pressupondo qualquer informação.

[editar] Lógica de vários valores

Ver artigo principal: Lógica ternária

Sistemas que vão além dessas duas distinções (verdadeiro e falso) são conhecidos como lógicas não-aristotélicas, ou lógica de vários valores (ou então lógicas polivaluadas, ou ainda polivalentes).

No início do século 20, Jan Łukasiewicz investigou a extensão dos tradicionais valores verdadeiro/falso para incluir um terceiro valor, “possível”.

Lógicas como a lógica difusa foram então desenvolvidas com um número infinito de “graus de verdade”, representados, por exemplo, por um número real entre 0 e 1. Probabilidade bayesiana pode ser interpretada como um sistema de lógica onde probabilidade é o valor verdade subjetivo.

[editar] Lógica e computadores

A Lógica é extensivamente utilizada em todas as áreas vinculadas aos computadores.

Partindo-se do princípio que muitas das nossas tarefas diárias são uma sequência que obedecem uma determinada ordem, de um estado inicial, através de um período de tempo finito e que nesse período produzimos resultados esperados e bem definidos, poderíamos classificar essas tarefas dentro de um Algoritmo que utilizam o conceito da lógica formal para fazer com que o computador produza uma série sequencial.

Nas décadas de 50 e 60, pesquisadores previram que quando o conhecimento humano pudesse ser expresso usando lógica com notação matemática, supunham que seria possível criar uma máquina com a capacidade de pensar, ou seja, Inteligência Artificial. Isto se mostrou mais difícil que o esperado em função da complexidade do raciocínio humano. A programação lógica é uma tentativa de fazer computadores usarem raciocínio lógico e a Linguagem_de_programação Prolog é comumente utilizada para isto.

Na lógica simbólica e lógica matemática, demonstrações feitas por humanos podem ser auxiliadas por computador. Usando demonstração automática de teoremas os computadores podem achar e verificar demonstrações, assim como trabalhar com demonstrações muito extensas.

Na ciência da computação, a álgebra booleana é a base do projeto de hardware.

[editar] Tipos de Lógica

De uma maneira geral, pode-se considerar que a lógica, tal como é usada na filosofia e na matemática, observa sempre os mesmos princípios básicos: a lei do terceiro excluído, a lei da não-contradição e a lei da identidade. A esse tipo de lógica pode-se chamar “lógica clássica”, ou “lógica aristotélica”.

Além desta lógica, existem outros tipos de lógica que podem ser mais apropriadas dependendo da circunstância onde são utilizadas. Podem ser divididas em dois tipos:

  • Complementares da lógica clássica: além dos três princípios da lógica clássica, essas formas de lógica têm ainda outros princípios que as regem, estendendo o seu domínio. Alguns exemplos:
  • Lógica modal: agrega à lógica clássica o princípio das possibilidades. Enquanto na lógica clássica existem orações como: “se amanhã chover, vou viajar”, “minha avó é idosa e meu pai é jovem”, na lógica modal as orações são formuladas como “é possível que eu viaje se não chover”, “minha avó necessariamente é idosa e meu pai não pode ser jovem”, etc.
  • Lógica epistêmica: também chamada “lógica do conhecimento”, agrega o princípio da certeza, ou da incerteza. Alguns exemplos de oração: “pode ser que haja vida em outros planetas, mas não se pode provar”, “é impossível a existência de gelo a 100 °C”, “não se pode saber se duendes existem ou não”, etc.
  • Lógica deôntica: forma de lógica vinculada à moral, agrega os princípios dos direitos, proibições e obrigações. As orações na lógica deôntica são da seguinte forma: “é proibido fumar mas é permitido beber”, “se você é obrigado a pagar impostos, você é proibido de sonegar”, etc.
  • Anticlássicas: são formas de lógica que derrogam pelo menos um dos três princípios fundamentais da lógica clássica. Alguns exemplos incluem:
  • Lógica paraconsistente: É uma forma de lógica onde não existe o princípio da contradição. Nesse tipo de lógica, tanto as orações afirmativas quanto as negativas podem ser falsas ou verdadeiras, dependendo do contexto. Uma das aplicações desse tipo de lógica é o estudo da semântica, especialmente em se tratando dos paradoxos. Um exemplo: “fulano é cego, mas vê”. Pelo princípio da lógica clássica, o indivíduo que vê, um “não-cego”, não pode ser cego. Na lógica paraconsistente, ele pode ser cego para ver algumas coisas, e não-cego para ver outras coisas.
  • Lógica paracompleta: Esta lógica derroga o princípio do terceiro excluído, isto é, uma oração pode não ser totalmente verdadeira, nem totalmente falsa. Um exemplo de oração que pode ser assim classificada é: “fulano conhece a China”. Se ele nunca esteve lá, essa oração não é verdadeira. Mas se mesmo nunca tendo estado lá ele estudou a história da China por livros, fez amigos chineses, viu muitas fotos da China, etc; essa oração também não é falsa.
  • Lógica difusa: Mais conhecida como “lógica fuzzy”, trabalha com o conceito de graus de pertinência. Assim como a lógica paracompleta, derroga o princípio do terceiro excluído, mas de maneira comparativa, valendo-se de um elemento chamado conjunto fuzzy. Enquanto na lógica clássica supõe-se verdadeira uma oração do tipo “se algo é quente, não é frio” e na lógica paracompleta pode ser verdadeira a oração “algo pode não ser quente nem frio”, na lógica difusa poder-se-ia dizer: “algo é 30% quente, 25% morno e 45% frio”. Esta lógica tem grande aplicação na informática e na estatística, sendo inclusive a base para indicadores como o coeficiente de Gini e o IDH.

[editar] Testes de Lógica

Vejam alguns testes simples de lógica:

1.Você está numa cela onde existem duas portas, cada uma vigiada por um guarda. Existe uma porta que dá para a liberdade, e outra para a morte. Você está livre para escolher a porta que quiser e por ela sair. Poderá fazer apenas uma pergunta a um dos dois guardas que vigiam as portas. Um dos guardas sempre fala a verdade, e o outro sempre mente e você não sabe quem é o mentiroso e quem fala a verdade. Que pergunta você faria?

2.Você é prisioneiro de uma tribo indígena que conhece todos os segredos do Universo e portanto sabem de tudo. Você está para receber sua sentença de morte. O cacique o desafia: “Faça uma afirmação qualquer. Se o que você falar for mentira você morrerá na fogueira, se falar uma verdade você será afogado. Se não pudermos definir sua afirmação como verdade ou mentira, nós te libertaremos. O que você diria?

3. Epiménides era um grego da cidade de Minos. Dizem que ele tinha a fama de mentir muito.

Certa vez, ele citou esta passagem:

Era uma vez um bode que disse:

– Quando a mentira nunca é desvendada, quem está mentindo sou eu.

Em seguida o leão disse:

– Se o bode for um mentiroso, o que o dragão diz também é mentira.

Por fim o dragão disse:

– Quem for capaz de desvendar a minha mentira, então, ele estará dizendo a verdade.

Qual deles está mentindo?

Este teste é mais conhecido como paradoxo de Epiménides.

[editar] Respostas dos “Testes de Lógica” citados acima

1. Pergunte a qualquer um deles: Qual a porta que o seu companheiro apontaria como sendo a porta da liberdade?

Explicação: O mentiroso apontaria a porta da morte como sendo a porta que o seu companheiro (o sincero) diria que é a porta da liberdade, já que se trata de uma mentira da afirmação do sincero. E o sincero, sabendo que seu companheiro sempre mente, diria que ele apontaria a porta da morte como sendo a porta da liberdade.

Conclusão: Os dois apontariam a porta da morte como sendo a porta que o seu companheiro diria ser a porta da liberdade. Portanto, é só seguir pela outra porta.

2. Afirme que você morrerá na fogueira.

Explicação: Se você realmente morrer na fogueira, isto é uma verdade, então você deveria morrer afogado, mas se você for afogado a afirmação seria uma mentira, e você teria que morrer na fogueira.

Conclusão: Mesmo que eles pudessem prever o futuro, cairiam neste impasse e você seria libertado.

3. Ao tentar responder ao enigma, encontram-se informações que se ligam umas às outras e acabam não levando a resposta alguma. Esse enigma pode ser denominado como Paradoxo do mentiroso.

Veja o exemplo de um paradoxo simples e interessante:

A afirmação abaixo é verdadeira.
A afirmação acima é falsa.

Referências

  1. CHURCH, Alonzo. Introduction to Mathematical Logic. 10th ed. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 1996. ISBN 978-0-691-02906-1

[editar] Leituras adicionais

  • AZEVEDO FILHO, Adriano. Princípios de Inferência Dedutiva e Indutiva: Noções de Lógica e Métodos de Prova. 1ª Edição 2010, Scotts Valley: CreateSpace, 148p. ISBN 978-1-4421-5143-7.
  • BRENNAN, Andrew; DEUSTCH, Max; GOLDSTEIN, Lawrence. Lógica. Artmed, 1a edição 2007, 224p. ISBN 85-363-0908-3.
  • DA COSTA Newton. Ensaio sobre os Fundamentos da Lógica. Hucitec, 2ª Edição 1994, 256p. ISBN 85-271-0182-3.
  • FEITOSA, Hércules de Araújo; PAULOVICH, Leonardo. Um Prelúdio á Lógica. UNESP 1a edição 2006, 225p. ISBN 85-7139-605-1
  • COPI, Irving M. Introdução à Lógica. Mestre Jou. 2a edição 1978 488p. ISBN 85-87068-05-9
  • FINGER, Marcelo; SILVA, Flávio Soares Corrêa da; MELO, Ana Cristina Vieira de. Lógica para Computação. Thomson Pioneira, 1a edição 2006, 244p. ISBN 85-221-0517-0
  • FISHER, Alec. A Lógica dos Verdadeiros Argumentos. Novo Conceito, 1a edição 2008, 336p. ISBN 85-99560-29-8
  • GORSKY, Samir. A semântica algébrica para a lógica modal e seu interesse filosófico. Dissertação de mestrado. IFCH-UNICAMP. 2008.
  • HEGENBERG, Leonidas. Dicionário de Lógica. Editora Pedagógica e Universitária, 1995. 223p. ISBN 85-12-79060-1.
  • MORTARI, Cézar A. Introdução á Lógica. UNESP 1a edição 2001, 391p. ISBN 85-7139-337-0
  • NOLT, John; ROHATYN, Dennis. Lógica. Makron Books e McGraw-Hill, 596p.
  • PINTO, Paulo Roberto Margutti. Introdução à Lógica Simbólica. UFMG 2a edição 2006 339p. ISBN 85-7041-215-0
  • SALMON, WESLEY C . Lógica. LTC, 3a edição 1993, 96p. ISBN 85-7054-041-8
  • SOUZA, João Nunes de. Lógica para Ciência da Computação. Campus, 2a edição 2008, 240p. ISBN 85-352-2961-2

Como Estudar Raciocinio Logico para Concursos

As questões de Raciocínio Lógico sempre vão ser compostas por proposições que provam, dão suporte, dão razão a algo, ou seja, são afirmações que expressam um pensamento de sentindo completo. Essas proposições podem ter um sentindo positivo ou negativo.

Exemplo 1: João anda de bicicleta.
Exemplo 2: Maria não gosta de banana.

Tanto o exemplo 1 quanto o 2 caracterizam uma afirmação/proposição.

A base das estruturas lógicas é saber o que é verdade ou mentira (verdadeiro/falso).
Os resultados das proposições SEMPRE tem que dar verdadeiro.

Há alguns princípios básicos:
Contradição: Nenhuma proposição pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo.
Terceiro Excluído: Dadas duas proposições lógicas contraditórias somente uma delas é verdadeira. Uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não há um terceiro valor lógico (“mais ou menos”, meio verdade ou meio mentira).
Ex. Estudar é fácil. (o contrário seria: “Estudar é difícil”. Não existe meio termo, ou estudar é fácil ou estudar é difícil).

Para facilitar a resolução das questões de lógica usam-se os Conectivos Lógicos, que são símbolos que comprovam a veracidade das informações e unem as proposições uma a outra ou as transformam numa terceira proposição.
Veja abaixo:


(~) “não”: negação
(Λ) “e”: conjunção
(V) “ou”: disjunção
(→) “se…então”: condicional
(↔) “se e somente se”: bicondicional

Agora, vejamos na prática como funcionam estes conectivos:

Temos as seguintes proposições:

O Pão é barato. O Queijo não é bom.

A letra P, representa a primeira proposição e a letra Q, a segunda. Assim, temos:
P: O Pão é barato.
Q: O Queijo não é bom.

NEGAÇÃO (símbolo ~):
Quando usamos a negação de uma proposição invertemos a afirmação que está sendo dada. Veja os exemplos:
Ex1. : ~P (não P): O Pão não é barato. (É a negação lógica de P)
~Q (não Q): O Queijo é bom. (É a negação lógica de Q)


Se uma proposição é verdadeira, quando usamos a negação vira falsa.
Se uma proposição é falsa, quando usamos a negação vira verdadeira.

Regrinha para o conectivo de negação (~):

 
 
 
P
~P
V F
F V

 


CONJUNÇÃO (símbolo Λ):
Este conectivo é utilizado para unir duas proposições formando uma terceira. O resultado dessa união somente será verdadeiro se as duas proposições (P e Q) forem verdadeiras, ou seja, sendo pelo menos uma falsa, o resultado será FALSO.
Ex.2: P Λ Q. (O Pão é barato e o Queijo não é bom.) Λ = “e”
Regrinha para o conectivo de conjunção (Λ):
 
P Q
PΛQ
V V
V
V F F
F V F
F F F

DISJUNÇÃO (símbolo V):
Este conectivo também serve para unir duas proposições. O resultado será verdadeiro se pelo menos uma das proposições for verdadeira.
Ex3.: P V Q. (Ou o Pão é barato ou o Queijo não é bom.) V = “ou”
Regrinha para o conectivo de disjunção (V):
P Q
PVQ
V V V
V F V
F V V
F F F

CONDICIONAL (símbolo →)
Este conectivo dá a ideia de condição para que a outra proposição exista. “P” será condição suficiente para “Q” e “Q” é condição necessária para “P”.
Ex4.: P → Q. (Se o Pão é barato então o Queijo não é bom.) → = “se…então”
Regrinha para o conectivo condicional (→):
 
P Q P→Q
V V V
V
F F
F V V
F F V

BICONDICIONAL (símbolo )
O resultado dessas proposições será verdadeiro se e somente se as duas forem iguais (as duas verdadeiras ou as duas falsas). “P” será condição suficiente e necessária para “Q”
Ex5.: P ↔ Q. (O Pão é barato se e somente se o Queijo não é bom.) ↔ = “se e somente se”
Regrinha para o conectivo bicondicional ():
 
P Q P↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V

 

Agora teste seus conhecimentos!

Resolva estes exercícios de raciocínio lógico !

A vinganças das mariposas salpicadas? Contra o ufanismo de Fernando Gewandsznajder

Eu venho questionando se a TE é ciência empírica,se as alegações ,as afirmações,o fato,Fato,Fato da TE é realmente fato…será?Os devotos de Darwin são compromissados com a verdade acima de tudo?Será?Não é o que os fatos,Fato,Fato mostram…
 
A vinganças das mariposas salpicadas? 
 
Jonathan Wells 12 de fevereiro de 2012 7:49 PM | Permalink
 
A estória da mariposa salpicada é familiar – até demais familiar – para a maioria dos leitores do site ENV, então aqui eu irei resumi-lo abreviadamente. Antes da revolução industrial, a maioria das mariposas salpicadas na Inglaterra era clara; mas depois que os troncos das árvores pelas cidades foram escurecendo devido à poluição, uma variedade escura (“melânica”) se tornou muito mais comum (um fenômeno conhecido como “melanismo industrial”. Nos anos 1950s, o médico inglês Bernard Kettlewell realizou alguns experimentos que pareciam mostrar que a proporção de mariposas melânicas tinha aumentado porque elas estavam melhor camufladas nos troncos das árvores escurecidas, e assim menos prováveis de serem comidas pelas aves predatórias. 
 
A evidência de Kettlewell logo se tornou a demonstração clássica dos livros didáticos da seleção natural em ação – comumente ilustrada com fotos das mariposas salpicadas repousando em troncos de árvores claros ou escuros.

 
 
 
 
Pelos idos de 1990s, todavia, biólogos tinham descoberto diversas discrepâncias na estória clássica – não menos do que foi que as mariposas salpicadas na natureza geralmente não repousam nos troncos de árvores. A maioria das fotos dos livros didáticos foram montadas. 
 
Nos anos 2000s a estória começou a desaparecer dos livros didáticos. O biólogo britânico Michael Majerus então realizou algumas pesquisas que ele julgou apoiarem a explicação camuflagem-predação. Mas antes dele morrer de câncer em 2009, ele somente conseguiu publicar um relatório de sua pesquisa na publicação científica hospedeira do lobby de Darwin Evolution: Education and Outreach. Agora, quatro outros biólogos britânicos apresentaram seus resultados postumamente na publicação da com revisão por pares, Biology Letters, da Royal Society. Em um suplemento que acompanha o texto principal, os autores apresentaram sua versão do que eles chamam de “o colapso da mariposa salpicada.” E um colapso certamente é, mas não do jeito que eles pensam. De acordo com Charles Darwin, a seleção natural tem sido o fator “mais importante” na descendência com modificação de todos os seres vivos a partir de um ou de alguns ancestrais comuns, mas ele não nenhuma evidêncial real a favor disso. Tudo que ele podia oferecer no Origem das Espécies foram “uma ou duas ilustrações imaginárias.” Não foi até quase que um século mais tarde que Kettlewell pareceu fornecer a “evidência de Darwin que faltava” ao marcar e soltar mariposas claras e escuras nas florestas poluídas e não poluídas e recuperando algumas delas no dia seguinte. Consistente com a explicação camuflagem-predação, a proporção das mariposas melhor camufladas aumentou entre a soltura e recaptura.

Através dos anos 1970s e 1980s, contudo, pesquisadores relataram vários problemas com a explicação camuflagem-predação, e em 1998, o biólogo da Universidade de Massachusetts, Theodore Sargent e dois colegas publicaram um artigo no volume 30 do Evolutionary Biology concluindo que “existe pouca evidência persuassiva, na forma de observações rigorosas e experimentos replicados para apoiar esta explicação no tempo presente.” (p. 318)

No mesmo ano, Michael Majerus publicou um livro onde concluiu que a evidência reunida nos quarenta anos desde o trabalho de Kettlewell mostrava que “a história básica da mariposa salpicada está errada, é inexata, ou incompleta, no que diz respeito à maior parte dos componentes da da história.” (p. 116) Numa resenha do livro de Majerus publicada na Nature, o biólogo evolucionista da Universidade de Chicago, Jerry Coyne, escreveu: “De vez em quando, os evolucionistas reexaminam uma pesquisa experimental clássica e descobrem, para seu horror, que ela tem falhas ou está completamente errada.” Segundo Coyne, o fato de as mariposas salpicadas na floresta raramente decansarem nos troncos das árvores, “somente isso invalida os experimentos de soltura e recaptura de Kettlewell, pois as mariposas foram soltas colocando-as diretamente nos troncos das árvores.”

Em 1999, eu publiquei um artigo no The Scientist resumindo essas e outras críticas da estória da mariposa salpicada, e em 2000 eu inclui um capítulo sobre as mariposas salpicadas no meu livro Icons of Evolution. Depois, em 2002, a jornalista Judith Hooper publicou um livro sobre a controvérsia, intitulado Of Moths and Men. Hooper acusou Kettlewell de fraude, embora eu nunca o acusei; a minha crítica foi dirigida principalmente aos autores de livros-texto que ignoraram problemas com a estória e continuaram a usar as fotos montadas mesmo após elas serem conhecidas como representando erroneamente as condições naturais.

Naquela ocasião, o que tinha sido previamente uma disputa científica bem limitada sobre a(s) causa(s) do melanismo industrial tinha se tornado um desastre. Sargent e eu fomos demonizados, e Majerus e Coyne foram persuadidos a reafirmar a estória da mariposa salpicada como o principal exemplo da evolução darwinista em ação. Majerus também embarcou numa pesquisa que foi recentemente relatada no Biology Letters.
Naquela pesquisa, conduzida ao longo de um período de sete anos, de 2001 a 2007, Majerus realizou experimentos de soltura-recaptura numa floresta não poluída, próxima de sua casa, com 4.522 mariposas claras e 342 escuras, usando métodos que ele considerava superiores aos de Kettlewell. Ele descobriu que as mariposas escuras (que eram menos camufladas nesta situação) tiveram somente uma taxa de 91% de sobrevivência comparada com as mariposas claras. Ele também observou 135 mariposas em posições de repouso, das quais 35.6% delas repousavam em troncos de árvores.

A continuar …

+++++

 
NOTA DESTE BLOGGER:
 
Fernando Gewandsznajder é um dos autores de livros didáticos de Biologia do ensino médio com quem trocamos e-mails em 1998 apontando o descompasso com a verdade das evidências encontradas na natureza sobre o fato da evolução.

Sua obra tem sido aprovada pelo MEC/SEMTEC/PNLEM, e foi relacionada na análise crítica que entregamos no MEC em 2003 e 2005 por utilizar duas fraudes a favor do fato da evolução – os embriões de Haeckel, e as mariposas de Manchester (melanismo industrial).

Depois de vários e-mails, Gewandsznajder pediu que eu deletasse seu e-mail, no que atendi prontamente.

Esta postagem é uma resposta à dica dada por Gewandsznajder    que terminou no artigo Agora é oficial! O triunfo do melanismo industrial, de Rodrigo Veras. Leia e compare onde está a verdade científica sobre as mariposas de Manchester.

Qual foi a decisão do MEC/SEMTEC/PNLEM? Eles continuam aprovando livros didáticos de Biologia do ensino médio com essas duas fraudes e distorções de evidências científicas a favor do fato, Fato, FATO da evolução!!!

Só conheço dois autores renomados que retiraram do seu livro-texto: Amabis e Martho. Tiraram, mas não explicaram aos alunos por que tiraram e por que usaram antes quando isso já era do conhecimento dos biólogos (um autor amigo me confessou isso por e-mail).

A ciência e a mentira não podem andar de mãos dadas!!!

 

Herança epigenética: Quais são as novidades para a evolução?

Epigenetic Inheritance: What News for Evolution?
 
Current Biology, Volume 22, Issue 2, R54-R56, 24 January 2012
 
Copyright © 2012 Elsevier Ltd All rights reserved.
 
10.1016/j.cub.2011.11.054
 
Authors
 
Ben Hunter, Jesse D. Hollister, Kirsten Bomblies
 
Abstract
 
Summary
 
Whether epigenetic variation is important in adaptive evolution has been contentious. Two recent studies in Arabidopsis thaliana significantly add to our understanding of genome-wide variation and stability of an epigenetic mark, and thus help pave the path for realistically incorporating epigenetics into evolutionary theory.

+++++

Professores, pesquisadores e alunos de universidades públicas e privadas com acesso ao site CAPES/Periódicos podem ler gratuitamente este artigo da Cell e de mais 22.440 publicações científicas.

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NOTA DESTE CAUSTICANTE BLOGGER:

Chupa essa, Darwin: Lamarck redivivus e vai ser incorporado na nova teoria geral da evolução – a SÍNTESE EVOLUTIVA AMPLIADA (que vocês no Brasil só leem a respeito neste blog) que será anunciada em 2020.

Galera dos meninos e meninas de Darwin: aguenta firme que os atuais mandarins da Nomenklatura científica tudo farão para livrar a cara de Darwin do vexame epistêmico no contexto de justificação teórica.

 
O título do artigo é Herança epigenética: Quais são as novidades para a evolução? Ele fizeram uma pergunta, mas nem respostas têm:
Tendo um corpo formal de teoria evolucionária que  incorpore a epigenética, bem como desenvolver uma quantificação mais nítida da conexão entre a variação epigenética e os fenótipos irão nos permitir perguntar mais rigorosamente se ou como a epigenética desempenha um papel importante na evolução adaptativa.” 
 
Having a formal body of evolutionary theory that incorporates epigenetics, as well as developing a clearer quantification of the connection between epigenetic variation and phenotypes will allow us to more rigorously ask whether or how epigenetics plays an important role in adaptive evolution.”

Darwin, que desceu o cacete em Lamarck no Origem das Espécies, mas foi mais lamarckista do que Lamarck na sexta edição (não é mesmo historiadores da ciência???), deve estar se revirando no seu túmulo na Abadia de Westminster.

Ué, mas Darwin não era agnóstico (um ateu que ainda não saiu do armário)??? Eu, se fosse o Richard Dawkins, o papa dos neo-ateus pós-modernos chiques e perfumados, moveria céus e terra para desenterrá-lo desse local execrável para se enterrar um cientista…

O fato, Fato, FATO da evolução: Primeiro de Abril desde 1859

 
O status epistêmico do fato, Fato, FATO da evolução

“Students should realize that although virtually all scientists accept the general concept of evolution of species, scientists do have different opinions on how fast and by what mechanisms evolution proceeds.”.

“Os estudantes devem entender que, embora virtualmente todos os cientistas aceitem o conceito geral da evolução das espécies, os cientistas têm opiniões diferentes de quão rápido e por quais mecanismos se dá a evolução.”

The American Association for the Advancement of Science, Educational Benchmarks, (F) Evolution of Life

“Scientists are still uncovering the specifics of how, when, and why evolution produced the life we see on Earth today.”

“Os cientistas ainda estão descobrindo os específicos de como, quando, e por que a evolução produziu a vida que hoje nos vemos na Terra.”

Smithsonian’s National Museum of Natural History

“But they are trying to figure out how evolution happens, and that’s not an easy job.”

“Mas eles estão tentando entender como a evolução acontece, e isso não é um trabalho fácil.”

University of California Museum of Paleontology and the National Center for Science Education

“The ability to generate novelty is one of the main mysteries in evolutionary theory.”

“A capacidade para gerar novidade é um dos principais mistérios na teoria evolucionária.”

“How Evolution Learns From Past Environments To Adapt To Present Environments”, ScienceDaily, November 10, 2008.

“Much of the recent experimental work on natural selection has focused on three goals: determining how common it is, identifying the precise genetic changes that give rise to the adaptations produced by natural selection, and assessing just how big a role natural selection plays in a key problem of evolutionary biology—the origin of new species.”

“Muito do trabalho experimental recente sobre seleção natural tem focalizado três alvos: determinar quão comum ela é, identificar as exatas mudanças genéticas que dão origem às adaptações produzidas pela seleção natural, e estimar quão grande é o papel que a seleção natural desempenha em um problema importante da biologia evolucionária —a origem de novas espécies.”

Scientific American Magazine, “The Evolution of Evolution: Testing Natural Selection with Genetics”, December 18, 2008.

É baseados nessas e outras declarações encontradas na literatura especializada, em documentos de organizações científicas e revistas, que eu afirmo aqui que a atual abordagem da teoria da evolução em livros didáticos aprovados pelo MEC/SEMTEC/PNLEM é um 171 epistêmico. Se isso ocorresse com alguém na Bolsa de Valores — fraudar para tirar vantagem para si e um grupo, um juiz já teria mandado essa turma pra cadeia.

Agora eu entendo por que do silêncio desses autores e por que eles não me processam por danos morais: Darwin iria junto comigo para o banco dos réus, e seria encontrado em falta no contexto de justificação teórica. Como eles não me processam, QED: O fato, Fato, FATO da evolução não é um fato científico tão corroborado como a lei da gravidade!

Fui, nem sei por que, cada vez mais cético do fato, Fato, FATO da evolução como um fato científico tão corroborado quanto a lei da gravidade. Ou eu não entendo bulhufas de teoria evolutiva???

“Pimenta epistêmica nos olhos dos outros é refresco apologético”

Os críticos do Design Inteligente geralmente afirmam que a Teoria do Design Inteligente [TDI] não passaria pelo rigor do teste da suficiência epistêmica exigido das teorias que se propõem científicas.

Uma definição científica de teoria [existem várias definições – qual delas é a ‘científica’?] é que a teoria é uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo de hipóteses que foram devidamente testadas, leis, e fatos científicos que descrevem e conectam fenômenos naturais. Na verdade existem muito poucas teorias em ciência, incluindo a teoria atômica, a teoria da gravidade, a teoria do modelo padrão de partículas físicas, e a teoria da evolução.

Pelo rigor da definição acima do que seja uma teoria científica, eu tenho dificuldades quanto ao rigor científico da Teoria Geral da Evolução [TGE]. Para elucidar este meu ceticismo salutar não-global, afinal de contas Darwin acertou no varejo [Teoria Especial da Evolução], mas errou no atacado [TGE], vamos considerar a questão de definição de teoria.

Uma outra boa definição de teoria científica é a da Biology-Online.

Em ciência, a teoria é uma explicação de alguns fenômenos baseada na observação, experimentação e raciocínio. No uso popular, uma teoria geralmente é tida como implicando mera especulação, mas em ciência, algo não é chamado de teoria até que tenha sido confirmada ao longo do curso de muitos experimentos independentes. As teorias são mais certas do que as hipóteses, mas menos certas do que as leis.

Para os já familiarizados com a TDI e os outros críticos científicos da evolução, há uma distinção entre a teoria de mudança ao longo do tempo (evolução) e a teoria do ancestral comum (evolução darwinista).

Geralmente os ultradarwinistas ofuscam esta distinção epistemicamente importante para sua própria vantagem e confundir os menos esclarecidos na controvérsia. E aqui eu vou ser extremamente cruel com Darwin. Será que a sua teoria da evolução preenche os critérios de suficiência epistêmica para ser chamada de teoria científica?

Como vimos acima, quais são os critérios de uma teoria científica? A explicação de uma teoria deve ser observável, testável e produzir predições válidas (que sejam exatas e rigorosamente reproduzíveis). Quer dizer, uma teoria deve ser empiricamente verdadeira. A TGE de Darwin falha ‘magna cum laude’ em todas estas etapas. Como pode ser uma teoria cientificamente comprovada e inconstestável?

É por isso que sou um cético saudável não-global da TGE, e sou favorável para que um exame mais criterioso e objetivo da evidência a favor da TGE seja encorajada. Querer abortar a questão, como fazem os darwinistas fundamentalistas como sendo ‘coisa de criacionista’ é sórdida desonestidade acadêmica. A questão é puramente científica.

A teoria evolutiva do ancestral comum (uma espécie ‘transformando-se’ em outra espécie) nunca foi observada e, de acordo com os próprios darwinistas, ela nunca será observada devido à longa duração de tempo necessária para isso ocorrer. Na verdade, um exame científico isento e objetivo da literatura especializada vai demonstrar que o quadro das evidências mostra o oposto do que as premissas darwinistas esperam.

A teoria darwinista não é testável. Se a hipótese de que toda a vida tem um ancestral comum, como isso seria testado? Será que seria como Stephen J. Gould disse – rebobinar a fita da vida e dar replay e observar a produção da diversidade da vida? Este foi o ponto que Henry Gee, editor sênior da revista Nature fez no seu livro “In Search of Deep Time”.

Pelo crivo epistemológico rigoroso da apologética darwinista, a TDI não seria uma teoria científica, mas tampouco a TGE de Darwin! Nos dias 18 a 20 de maio de 2006 vai haver uma conferência sobre a evolução na USP, quem sabe nós teremos informações detalhadas de como que a TGE é realmente uma teoria científica…

[Algumas idéias deste texto foram obtidas junto a acadêmicos amigos e simpatizantes ao DI]

 

fonte : http://pos-darwinista.blogspot.com/2006_03_01_archive.html

Historinhas evolucionistas fantásticas

 

 
Darwinistas são famosos por suas “historinhas” que parecem explicar tudo sobre a natureza, sem qualquer evidência real. Se você quiser saber aonde as borboletas arranjaram as marcas que exibem nas asas ou por que os elefantes têm uma tromba, de acordo com a teoria da evolução, então faça uma visita a este blog: http://www.darwinstories.blogspot.com

Como o material está em inglês, leia aqui a tradução de algumas dessas historinhas:

A história da solha – O biólogo ateu Richard Dawkins explica a história evolucionária do peixe solha da seguinte maneira: “Os peixes ósseos têm em regra forte tendência para ser planos na direção vertical. (…) Quando os antepassados das solhas se puseram no fundo do mar, devem ter se deitado num dos lados. (…) Mas isso levantou o problema de que um olho sempre estava olhando para baixo na areia e era por isso inútil. Na evolução, esse problema foi resolvido ‘movendo’ o olho do lado de baixo, para o lado superior” (http://en.wikipedia.org/wiki/Flatfish).

A tromba do elefante – No dia 9 agosto 2004, a BBC Radio 4 transmitiu o primeiro de uma série de programas intitulados “Foi mesmo assim – histórias reais”. Estimulado por histórias de Rudyard Kipling para crianças, o apresentador do programa, Alistair McGowan, perguntou: “O que aconteceu realmente?” Esse episódio foi intitulado “Como o elefante arranjou a sua tromba”. Adrian Lister, professor de Paleobiologia na University College London explicou que a tromba não deixa fósseis. No entanto, o crânio pode ser estudado em busca de evidências de pontos de ligação dos músculos. Disse que todos os possíveis antepassados do elefante eram pequenos, possivelmente anfíbios, e bastante parecidos com um hipopótamo que também não tem tromba. Entretanto, à medida que os animais cresceram em tamanho, eles tiveram dificuldades em encontrar água. Não podiam se inclinar para beber por causa do pesco curto e das pernas compactas. Uma tromba permitiu que bebessem água sem se inclinar. Os elefantes ancestrais foram “abençoados pela evolução com essa estrutura maravilhosa” (http://www.biblicalcreation.org.uk/scientific_issues/bcs143.html).

O pescoço da girafa – Darwin foi o primeiro a propor que o pescoço comprido evoluiu nas girafas porque permitia ao animal comerem a folhagem que estava além do alcance dos animais mais baixos. Essa explicação aparentemente sensata manteve-se de pé por mais de um século, mas está provavelmente errada, diz Robert Simmons. Simmons é ecologista comportamental no Ministry of Environment and Tourism in Windhoek, na Namíbia, e acredita que as girafas desenvolveram o longo pescoço não para competir pelo alimento, mas para ganhar disputas sexuais. Simmons estudava águias na Sabi Sand Reserve, na África do Sul. quando se deparou com um par de girafas machos travando um combate. As girafas lutavam balançando seus poderosos pescoços. O movimento permitia que batessem a cabeça no oponente com uma força tal que podia lhe partir as vértebras e levar à morte. Nessas competições, os machos com pescoço mais longo e grosso geralmente prevalecem. Enquanto Simmons prestava atenção à luta, convenceu-se de que foi essa competição para acasalamento, e não o ato de se esticar para apanhar o alimento da copa das árvores, que levou à evolução do pescoço. Se tivesse sido a competição pelo alimento a responsável pela evolução do pescoço, diz Simmons, então seria de esperar que as girafas se alimentassem principalmente das árvores altas da acácia, além do alcance dos outros habitantes da savana. Mas as girafas se alimentam na maior parte das vezes com o pescoços dobrado, nos arbustos baixos (Discover, v. 18, nº 3, march 1997).

Como as baleias abandonaram a terra firme – “Na America do Norte, o urso preto foi visto (…) nadando por horas com a boca toda aberta, assim caçando, como uma baleia, insetos que se encontravam na água. Mesmo num caso tão extremo como este, se o fornecimento de insetos for constante, e se os concorrentes melhor adaptados não existirem no país, eu não vejo nenhuma dificuldade em ver uma raça de ursos aparecer dessa forma (…) mais e mais aquático na sua estrutura e hábitos, com a boca cada vez maior, até surgir uma criatura tão monstruosa como uma baleia” (contador da historinha: Charles Darwin, em A Origem das Espécies, 1ª edição).

Esqueça os contos de fadas, coelhinho da Páscoa e Papai Noel. Estas histórias são bem mais legais!