As grandes dissimilaridades dos embriões

O conjunto de 24 desenhos apresentados ao lado, são de autoria de Haeckel, e foram publicados pela primeira vez em 1866 em seu trabalho chamado “Generalle Morphologie der Organismen“, e republicados em 1874, em sua obra “Anthropogenie“, onde ele pretendeu mostrar embriões de peixe, salamandra, tartaruga, galinha, porco, vaca, coelho e ser humano em três fases de
desenvolvimento (cada coluna [vertical] pertence a uma espécie). Ninguém, até recentemente, se deu ao trabalho de verificar se estes desenhos também não se tratavam de fraudes, presumia-se que tais imagens estão, pelo menos, próximas da verdade, sendo que estas imagens ainda podem ser encontradas em recentes livros de ensino e trabalhos populares sobre teoria da evolução.

Em 1997, o Dr. Michael K. Richardson, conferencista e embriólogo no St George’s Hospital Medical School, Londres, expôs esta fraude adicional em um artigo do jornal Anatomy and Embryology (Michael Richardson et al, 196(2):91–106, 1997), recentemente revisado em Science (Elizabeth Pennisi, “Haeckel’s Embryos: Fraud Rediscovered“, 277(5331):1435, September 5, 1997) e New Scientist (“Embryonic fraud lives on“, 155(2098):23, September 6, 1997).

Richardson disse que ele sempre sentia que havia algo de errado com os desenhos de Haeckel, porque eles não se enquadraram com o seu conhecimento, entendendo que as taxas às quais peixes, répteis, pássaros, e mamíferos se desenvolvem, têm suas características distintas. Richardson não encontrou nenhum registro de qualquer um que tenha comparado, de fato, os embriões destas espécies. Ninguém citou qualquer dado comparativo em defesa da idéia.

Richardson formou uma equipe internacional para examinar e fotografar a aparência externa de embriões de uma grande quantidade de espécies de vertebrados, nos estágios descritas por Haeckel.

A equipe colecionou embriões de 39 criaturas diferentes, inclusive marsupiais da Austrália, sapo de árvores de Porto Rico, serpentes da França, e um embrião de jacaré da Inglaterra. A equipe concluiu que os embriões de espécies diferentes são muito diferentes entre si. De fato, eles são tão diferentes que os desenhos feitos por Haeckel possivelmente não poderiam ter sido feitos a partir de observações em espécimes reais.

Na primeira linha, os desenhos de Haeckel, de vários embriões diferentes, mostrando  incrível semelhança em uma determinada fase do desenvolvimento.

Na segunda linha, as fotografias de Richardson de como os embriões realmente são, na mesma fase de desenvolvimento citada por Haeckel. Comparando as duas linhas, percebe-se claramente que os desenhos de Haeckel não se basearam em qualquer observação real.

Da esquerda para direita: Salmo salar (peixe), Cryptobranchus allegheniensis (salamandra) , Emys orbicularis (tartaruga), Gallus gallus (galinha), Oryctolagus cuniculus (coelho), Homo sapiens (ser humano).

Teoria da Recapitulação Embrionária

(LEI BIOGENÉTICA)

Darwin considerava como uma das melhores evidências de sua teoria evolutiva, a perceptível semelhança entre os embriões vertebrados em suas fases iniciais de desenvolvimento. Em sua obra “A Origem das Espécies”, ele observou que os embriões de mamíferos, pássaros, peixes e répteis são inicialmente semelhantes, mas quando estão totalmente desenvolvidos são extensamente dissimilares, por isto, ele concluiu que estas semelhanças mostravam a condição dos ancestrais de cada espécie quando adultos (pp.338, 345), ou seja, Darwin acreditou que o desenvolvimento embrionário mostrava as etapas da evolução ocorrida na espécie da qual pertencia o embrião, isto foi chamado de “recapitulação”.

Com base em observações no desenvolvimento embrionário, o zoólogo e ateu alemão Ernst Haeckel propôs, em 1868, a “lei biogenética”, também chamada “lei da recapitulação”, que procurava confirmar as observações darwinianas e que se resumia na frase “ontogenia recapitula a filogenia”, isto é, o desenvolvimento do indivíduo (ontogenia) recapitula, ou repete, o da espécie (filogenia).

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Ernst Haeckel

Assim, no caso do embrião humano, por exemplo, o enredo da recapitulação é algo parecido com o que segue:

O ovo fertilizado começa como uma única célula (igual à primeira célula viva que surgiu no planeta);
Com as repetidas divisões da célula-ovo, surge um embrião com um arranjo segmentado (a fase “lombriga”);
Os segmentos desenvolvem-se em vértebras, músculos e algo que se aparenta com brânquias ( a fase do “peixe”);
Surgimento de rudimentos de membros (mãos e pés) que parecem servir para nadar, também aparece um “rabo” (a fase do anfíbio);
Por volta da oitava semana de desenvolvimento, a maioria dos órgãos está quase completa, os membros desenvolvem os dedos e o “rabo” desaparece (a fase humana).

Logo após Haeckel propor sua “lei”, colocando em destaque as semelhanças gerais entre os embriões vertebrados e ignorando completamente suas significativas diferenças, muitos distintos embriólogos, de sua própria época, criticaram seu trabalho, como, por exemplo, Jane Oppenheimer, em “Essays in the History of Embryology and Biology” (MIT Press, 1967 pág. 150), disse que o trabalho de Haeckel “era a culminação do extremo que seguiu Darwi”, lamentado que “as doutrinas de Haeckel eram cega e incriticavelmente aceitadas” e que causavam atraso no curso do progresso de ciência embriológica. O embriólogo Erich Blechschmidt considerava a “lei da biogenética” um dos erros mais sérios da história da biologia. Em seu livro “The Beginnings of Human Life” (Springer-Verlag Inc., 1977, pág. 32), Blechschmidt disse a respeito da “lei” de Haeckel:

“A Lei fundamental denominada biogenética está errada. Nenhum mas ou se pode mitigar este fato. Nem mesmo um minúsculo pedaço está correto ou corrigido em uma forma diferente. Está totalmente errada”.

Apesar da falta de consistência da lei biogenética, e as bem fundamentadas críticas de muitos renomados embriólogos contra esta suposta ‘lei”, ela permaneceu inabalada e se popularizou, pois era muito atraente para os evolucionistas.

Em seu livro “Natürliche Schöpfungs-geschichte” (A história natural da Criação), publicado no idioma alemão em 1868, e em inglês no ano de 1876 com o título “The History of Creation“, Haeckel usou um desenho do 25º dia de um embrião de cachorro que tinha sido anteriormente publicado por T. L. W. Bischoff, em 1845, e um desenho da 4ª semana de um embrião humano, publicado em 1851-59 por A. Ecker. O famoso embriólogo comparativo e professor de anatomia na Universidade de Leipzig, Wilhelm His, descobriu a frade de Haeckel em 1874.

Haeckel havia somado 3,5 mm ao desenho da cabeça do embrião de cachorro, desenhado por Bishoff, e subtraído 2 mm do desenho da cabeça do embrião humano desenhado por Ecker, dobrou a duração do posterior humano  e alterou substancialmente os detalhes do olho humano. Wilhelm demonstrou também que não havia nenhuma desculpa para a inexatidão dos desenhos, deixando claro que tudo não passava de uma fraude descarada, a lei da biogenética não tinha fundamentos.

Os desenhos adulterados de Haeckel: figuras de embrião de cachorro e embrião humano, como eles apareceram em seu livro “Natürliche Schöpfungs-geschichte” (A história natural da Criação).

 

Os desenhos originais feitos por Ecker, de um embrião de cachorro (4ª semana) e um embrião humano (4ª semana). Observe como estes embriões são diferentes nestes desenhos e como são parecidos nos desenhos de Haeckel.

Acusado de fraude por cinco professores e condenado por um tribunal universitário de Jena, Heckel confessou que uma pequena porcentagem de seus desenhos embrionários eram falsificações. Argumentou que estava somente preenchendo e reconstruindo os elos quando a evidência estava magra, ele reivindicou desavergonhadamente que muitos outros dos melhores observadores e biólogos fazem coisas semelhantes.

Em uma carta enviada para Müchener Allegeneine Zeitung, um semanário internacional para Ciência, Arte e Tecnologia, publicada em 09 de janeiro de 1909, Haeckel disse que o número de quadros “falsificados” (termo usado pelo Dr. Brass, um dos seus críticos) eram possivelmente 6 ou 8 em 100 e visavam preencher os buracos da série de desenvolvimento, por hipóteses.

Apesar da lei biogenética ter surgido a partir de fraudes e ter sido desacreditada cientificamente desde os tempos de Haeckel, mostrando-se uma idéia totalmente falsa, ela foi posteriormente ensinada como evidência da evolução em escolas e universidades, e ainda é hoje incluída em muitos livros de biologia e tem alguns adeptos, é um dogma evolutivo profundamente arraigado. Em uma pesquisa realizada em 1980, verificou-se que, dos quinze livros de ensino de biologia adotados pelas escolas secundárias do Estado de Indiana (E.U.A.), nove apresentam a teoria da recapitulação embrionária como evidência da evolução.

Já, em 1962, Willian H. Matthews III, professor de Geologia na Faculdade Estadual de Lamar, defendendo a teoria da evolução em sua obra “Fossils“, Nova Iorque: Barnes and Noble, pág. 158, escreveu:

“Um estudo dos primeiros estágios do desenvolvimento das plantas e animais oferece apoio adicional para a relação evolutiva entre as formas de vida simples e as complexas de vida. É um fato estabelecido que, nos primeiros estágios, os embriões de animais possuem estruturas que se assemelham às de animais adultos menos altamente desenvolvidos”.

Matthews prossegue citando o exemplo de “fendas de brânquias” nos embriões de anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. Dia ele:

Os evolucionistas consideram essas fendas de brânquias como uma relíquia do passado

E continua:

“Essas e outras observações embriológicas deram lugar à lei biogenética ou lei da recapitulação. Essa lei declara que a ontogenia recapitula a filogenia, isto é, o desenvolvimento do indivíduo (ontogenia) recapitula, ou repete, o da raça (filogenia). A Lei biogenética parece concordar com estudos feitos sobre a natureza dos sucessivos graus de crescimento das plantas e animais, dando assim apoio à teoria da evolução orgânica”.

Paul Ehrlich, comentando a respeito destas supostas brânquias, disse:

“…estas negligências foram mostradas quase universalmente por autores modernos, mas a idéia ainda tem um lugar proeminente na mitologia biológica”

(The Process of Evolution, 1963, pág. 66).

Observações que evidenciam que a lei biogenética é falsa já são realizadas desde, pelo menos, 1901. A. P. Pavlov (“Le Cretace inferior de la Russe et as faune“, Nouv. Mem. Soc. Nat, Moscov Novv Serie XVI livr. 3, 1901, pág. 87, citado por Leo Berg, Nomogenesis,trd. Por J. N. Rostovtsov, Cambridge: MIT Press, 1969, pág. 74) descobriu que:

“A prole de certas amonites possui características que desaparecem no estágio adulto, enquanto as mesmas características reaparecem subseqüentemente nos representantes mais altamente organizados do mesmo grupo, pertencentes a espécies que ocorrem em estratos geológicos mais recentes”.

Leo Berg (em Nomogenesis, pp. 108 e 109), comentando acerca da teoria da recapitulação, propagou a idéia de que os embriões não recapitulavam a história evolutiva de suas espécies, mas apenas para onde ela evoluía. Ele demonstrou que o cérebro dos embriões dos pássaros se parecia mais com os cérebro dos mamíferos do que com o dos anfíbios. Esta condição persiste durante um terço da existência do embrião. A face do embrião de galinha de galinha, segundo ele, é bem semelhante à de um ser humano. No primeiro estágio de desenvolvimento, as mandíbulas embrionárias de todos os mamíferos são tão curtas quanto as do homem. Essa semelhança não deveriam existir, se a lei biogenética fosse verdadeira.

A maioria das autoridades descarta a teoria da recapitulação, atualmente. Shumway e Adamstone concluíram:

“Torna-se difícil, se não impossível, desenhar uma árvore genealógica dos vertebrados com base apenas em dados embriológicos. Assim sendo, a teoria da racaptulação não é aceita e aplicada tão livremente como antes

(Introdution to Vertebrate Embriology, Nova Iorque: John Wiley and Sons, 1954, pág. 5).

Robert H. Dott e Roger L. Batten admitem:

“Muita pesquisa tem sido realizada no campo da embriologia desde os dias de Haeckel e sabemos que existe um número excessivo de exceções nesta simples analogia, e que a ontogenia não reflete exatamente o curso da evolução. Por exemplo, sabemos que os dentes se desenvolveram antes da língua nos vertebrados, todavia, no embrião, a língua aparece primeiro”

(Evolution of the Earth, St. Louis: McGraw-Hill Book Co., Inc., 1971, pág 86).

Muitos evolucionistas parecem não ouvir as advertências que diversos embriólogos fizeram e fazem ocasionalmente. Em 1976, o embriólogo William Ballard (que segundo Richard Elinson, cunhou o termo “pharyngula”) lamentou o fato de que tanta energia continua sendo “desviada na atividade do século XIX, essencialmente infrutífera, de dobrar os fatos da natureza para apoiar generalidades de segundo plano. Ballard concluiu que é “só por truques semânticos e seleção subjetiva de evidências” que se pode defender a teoria da recapitulação (Ballard, 1976, pág. 38).

Homologia

Pelo menos desde os tempos de Aristóteles, pessoas que estudam organismos vivos notam certas semelhanças entre seres muito diferentes. Borboletas e morcegos são bastante diferentes um dos outros, contudo ambos têm asas para voar; Morcegos voam e baleias nadam, são bem diferentes, porém os ossos na asa de um morcego e nadadeira de uma baleia são notavelmente semelhantes. O primeiro tipo de semelhança citada, ou seja, a que envolve estruturas diferentes que executam a mesma função, foi denominada, em 1943, pelo anatomista Richard Owen, de “analogia”, e o segundo tipo de semelhança, que envolve estruturas semelhantes que executam funções diferentes, foi chamada, por Owen, de “homologia”.

Owen, e outros biólogos pré-darwinianos, atribuíram a homologia à existência de um criador em comum, havendo um desígnio sobrenatural.

Anatomia Comparada

Em 1859, Charles Darwin propôs uma explicação naturalista para a homologia, afirmando que muitos organismos vivos possuem certas semelhanças porque as herdaram de um antepassado em comum, de modo geral, quanto maior a semelhança na estrutura corporal, tanto mais próximo está o ancestral comum; quanto menor a semelhança, tanto mais remota é a relação de descendência.

A semelhança entre estruturas ou organismos homólogos são usadas como “evidências” de que determinadas criaturas evoluíram de um ancestral comum, porém, esta é uma grande falácia da teoria da evolução, é argumentar em círculos, pois usa-se a homologia como evidência da evolução, mas a própria homologia só pode existir se realmente existe evolução, pois, semelhanças não indicam necessariamente a existência de um ancestral em comum. Quando observamos que duas pessoas são muito parecidas podemos “desconfiar” que elas têm um ancestral próximo em comum (pai ou avô, por exemplo), mas para afirmar que estas pessoas são realmente parentes próximos é necessário comprovar através de alguma forma, pois muitas pessoas são parecidas sem que haja vínculos de parentesco próximo, como por exemplo, atores e seus dublês. Por isto, para se sugerir que organismos ou estruturas semelhantes possuem um ancestral em comum, é necessário que o registro fóssil aponte para este antepassado, no caso da asa do morcego e a nadadeira da baleia, seria necessário localizar fósseis que indicassem divergência gradual a partir de um suposto antepassado em comum, porém, mesmo assim, poderia ser apenas uma suposição e não uma prova, pois, simplesmente reunir fósseis de organismos com estruturas semelhantes, mesmo aparentando uma suposta evolução gradual (como é feito no caso do cavalo), é insuficiente para excluir a hipótese de existência de um criador ou desígnio comum. O problema foi ilustrado, sem querer, pelo biólogo Tim Berra, em 1990, em seus livro “Evolution And the myth of creationism” (Stanford University Press). Segundo Berra, Se você olha um Corvette 1953 e o compara com o mais recente modelo, só as semelhanças mais gerais são evidentes, mas se compara um modelo de 1953 e um 1954, lado a lado, e um 1954 com um 1955, e assim por diante, a herança com modificação é preponderantemente óbvia. Isto é o que paleontólogos fazem com fósseis, e a evidência é tão sólida e inclusiva que não pode ser negada por pessoas razoáveis…(pág. 117, ênfase no original). Como o título de seu livro indica, o propósito primário de Berra é mostrar que os organismos vivos são resultantes de evolução natural e não desígnio sobrenatural. Porém, semelhanças estruturais entre automóveis, até mesmo semelhanças entre modelos mais velhos e mais novos (que Berra chama de “herança com modificação”), são devidas à construção de acordo com padrões preexistentes ou projeto, as modificações se deram, no caso do automóvel, em virtude do desenvolvimento de projetos feitos por engenheiros automobilísticos (ou designers). Então, ironicamente, o exemplo de analogia de Berra não apenas são insuficientes para excluir explicações baseadas em um desígnio (criacionismo), como também é um ótimo exemplo de estruturas que aparentam evolução mas que são resultantes da execução de projetos de criadores inteligentes.

Quando o Professor Simpson diz que homologia é evidência de ascendência, ele está usando o argumento circular tão característico do razoamento evolutivo. Quando ele acrescenta que esses desenvolvimentos podem ser descritos sem evidência paleontológica, ele está tentando reavivar a especulação fácil e irresponsável que por tantos anos, debaixo da influência da mitologia darwiniana, impediu o avanço da biologia“.

(Evolution and Taxonomy, Studia Entomologica, vol 5, outubro de 1962, pág. 567).

Homologia e Genética

Na década de 1930 a evolução passou a ser explicada como uma mudança na freqüência de genes, e várias décadas depois a descoberta da estrutura e função das moléculas de DNA estenderam esta explicação para o nível molecular.

De acordo com a teoria evolutiva neo-darwiniana, um programa genético codificado em DNA dirige o desenvolvimento embrionário; o processo de reprodução transmite este programa à gerações subseqüentes, mas mutações no DNA às vezes modificam isto (herança com modificação), assim os descendentes do organismo original podem possuir estruturas que são semelhantes mas não idênticas (homólogas). Nenhum desígnio é requerido, sendo a explicação completamente naturalista. Isto levou o biólogo molecular Jacques Monod a sentir-se confiante para anunciar que “o mecanismo do Darwinismo é finalmente fundamentado com firmeza” e que como uma conseqüência “o homem tem que entender que ele é um mero acidente” (citado em Judson, Horace Freeland (1980). The Eighth Day of Creation. New York: Simon & Schuster, pág. 217).

No entanto, os esforços para correlatar a evolução com mudanças genéticas não tiveram muito êxito.

Detalhados estudos a nível molecular falharam em demonstrar a correspondência esperada entre mudanças genéticas e os tipos de mudanças em que organismos que constituem o “material de evolução” (Lewontin, 1974, pág. 160). De acordo com Rudolf Raff e Thomas Kaufmam, evolução através de mutações de DNA “é largamente desacoplada da evolução morfológica“, o “mais espetacular” exemplo disto é a dessemelhança morfológica entre humanos e chimpanzés, apesar de uma semelhança de 99% em seus DNAs (Raff, Rudolf A. e Kaufman, Thomas C. (1983). Embryos, Genes, and Evolution. New York: Macmillan, pág. 67, 78).

Alguns biólogos sugerem que aquele 1% de genes diferentes entre humanos e chimpanzés consistem em “genes reguladores” que têm efeitos profundos no desenvolvimento e que algumas mutações nestes genes podem responder por diferenças drásticas. Por exemplo, mudanças em determinados genes, chamados homeóticos, podem transformar a antena de uma mosca em uma perna ou produzir dois pares de asas onde haveria normalmente um único par, além disto, genes bem semelhantes, a estes genes encontrados em moscas, foram achados na maioria dos outros tipos de animais, inclusive mamíferos. Baseado nos profundos efeitos desenvolventes e ocorrência quase universal de tais genes, o biólogo Eric Davidson, e seus colegas, recentemente escreveram que “formas morfológicas modernas em animais evoluem de mudanças resultantes em programas geneticamente codificados de ajuste desenvolvente” (Davidson, E. H., Peterson, K. J. and Cameron, R. A. (1995). “Origin of Bilaterian Body Plans: Evolution of Developmental Regulatory Mechanisms”, Science 270:1319-1325).

De acordo com esta visão, características homólogas são programadas através de genes semelhantes. Assumindo que genes com sucessões semelhantes são improváveis de se originar de mutações fortuitas independentes, semelhança de sucessão indicaria ascendência comum. Poderia ser deduzido que características produzidas por sucessões genéticas semelhantes são filogeneticamente homólogos, porém, a universalidade de genes homeóticos geram um sério problema para esta visão. Embora ratos têm um gene bem parecido com aquele que é capaz de transformar a antena de uma mosca em uma perna (antenapedia), ratos não têm antenas e seu gene correspondente afeta a parte posterior do cérebro (nem antena, nem perna) e embora ratos e parte das moscas têm gene semelhante que afeta o desenvolvimento dos olhos, o olho de múltiplas faces da mosca é profundamente diferente de um olho de rato. Em ambos os casos (antenapedia e olhos), genes semelhantes afetam o desenvolvimento de estruturas que não são homólogas pela definição morfológica clássica ou pós-darwiniana. Se genes semelhantes podem “determinar” tais estruturas radicalmente diferentes, então estes genes parecem estar funcionando como interruptores binários que influem nas informações genéticas, das estruturas, que residem em outros pontos do código genético (conf. Jonathan Wells, 1996, “Unseating Naturalism: Recent Insights from Developmental Biology.” Apresentou numa conferência sobre Mera Criação: Reclaiming the Book of Nature (Reformando o Livro da Natureza), Biola University, Los Angeles.).

Não apenas estruturas não homólogas são produzidas por organismos com genes supostamente homólogos, mas também organismos com genes diferentes podem produzir estruturas semelhantes. Experiências com moscas podem criar formas mutantes do gene do olho de forma que não são desenvolvidos olhos, mas se são criadas moscas cegas (sem olhos) por muitas gerações, alguns descendentes passam a nascer com olhos, embora estes descendentes ainda possuam o gene em sua forma mutante. Tais anomalias conduziram o embriólogo Gavin de Beer a concluir que estruturas homólogas não precisam ser controladas por genes idênticos e que a heranças de estruturas homólogas de um antepassado comum… não pode designar a identidade do genes (de Beer, Gavin (1971). Homology: An Unsolved Problem. London: Oxford University Press, pág. 15-16).

Homologia e Proteínas

Na década de 1950 surgiram métodos para determinar as seqüências de proteínas, tornou-se possível comparar a seqüência de proteínas análogas em organismos diferentes, assim foi possível comparar a hemoglobina humana com a hemoglobina de cavalos para se verificar se estas duas espécies têm a mesma seqüência de aminoácidos, pois segundo a teoria da evolução, em algum momento (estimado atualmente em 100 milhões de anos atrás), estas duas espécies tiveram um ancestral em comum. A resposta foi enigmática: as hemoglobinas eram muito parecidas, mas não idênticas. Seus aminoácidos eram os mesmos em 129 das 136 posições em uma cadeia de proteínas da hemoglobina, mas diferente nas restantes. Quando se descobriram as seqüências das hemoglobinas de macaco, galinha e rã, elas puderam ser comparadas com a hemoglobina humana e entre si. A hemoglobina de macacos apresenta 5 diferenças em relação as de seres humanos; as de galinhas (aves) mostram 26 diferenças e, as de rãs (anfíbios), 46. Diante destas semelhanças, muitos pesquisadores concluíram que seqüências semelhantes davam apoio substancial à tese da descendência de um ancestral comum. Evolucionistas, diante da falta de registros fósseis que verdadeiramente provassem a evolução, viram a biologia molecular como a salvadora virtual da biologia evolutiva, porém, esta confiança durou pouco tempo, pois, com o surgimento de novas descobertas, descobriu-se que não era possível estabelecer qualquer tipo de série evolutiva a partir de seqüências dos aminoácidos das proteínas. Alguns evolucionistas dizem que as proteínas podem informar muito a respeito da história evolutiva, mas, o problema está no fato de que cada proteína conta uma história diferente.

Descobriu-se que a hemoglobina da lampréia (um tipo de peixe) é muito parecida com a hemoglobina humana, e que a clorofila em plantas e a hemoglobina humana difere em maquilagem química apenas em uma molécula de magnésio, que é trocada por uma molécula férrea. Evidentemente, a teoria da evolução não sugere que temos ancestrais comuns próximos com árvores ou lampréias!

A proteína Citocromo C (uma enzima) é bem parecida entre humanos e chimpanzés (uma diferença de apenas um aminoácido), porém, usando esta proteína para concluir a existência do último ancestral comum entre duas espécies, fica-se em situação confusa, pois a tartaruga, que é réptil, é mais parecida com o ser humano (mamífero) e pássaros, que com serpentes, que também são répteis.

Humanos e porcos têm uma diferença de 18 entre 32 aminoácidos (insulina distinta) de Calcitonin (que abaixa níveis de cálcio no sangue), mas o homem difere em somente 15 aminoácidos quando comparado ao salmão, que é um peixe!

Além dos exemplos que aqui foram apresentados, há muitos outros. O Dr. James Farris, que desenvolveu alguns dos métodos mais usados para se determinar “distância molecular”, conclui que o uso de dados de distâncias moleculares em análise filogenética é muito questionável:

“Parece que a única conclusão geral que alguém pode extrair é que nada sobre técnicas atuais para analisar dados de distâncias moleculares é satisfatório… Nenhuma das medidas conhecidas de distância genética parece capaz de provar um método logicamente defensável”.

 Ainda se pode encontrar textos que mostram a análise de proteínas em harmonia com a teoria da evolução (como o caso citado da comparação da seqüência de aminoácidos da hemoglobina de humanos com a hemoglobina de cavalos, macacos, galinhas e rãs), porém isto se dá apenas devido à omissão de muitas outras comparações de proteínas de outros organismos, isto faz com que se crie uma falsa idéia de amparo para a homologia no campo da bioquímica, esta é a tendência dos evolucionistas para manter o dogma da teoria da evolução, ignorando a infinidade de dados que são incompatíveis. Mesmo que se crie uma teoria do tipo “ad hoc” para justificar as contradições e falta de possibilidade de estabelecer qualquer tipo de série evolutiva, esta teoria poderá apenas dar uma desculpa para a falta de vínculos entre as seqüências de aminoácidos das proteínas e a teoria evolutiva, mas nunca poderá utilizar-se eficazmente das análises bioquímicas como algo que ampare verdadeiramente a teoria da evolução.

Os fósseis dos supostos ancestrais do homem II

 

Ramapithecus

O Ramapithecus também é considerado por muitos como sendo um ancestral do homem, conclusão tirada somente a partir de alguns dentes e fragmentos de maxilar, únicos fósseis disponíveis, isto pode parecer inicialmente suficiente, ao leigo que acredita que a teoria da evolução é tratada com seriedade, se forem aplicados critérios e técnicas científicas para se chegar a tais conclusões, mas o que poucos sabem é que nem sempre estes critérios ou técnicas existem ou podem ser aplicados, e quando alguns poucos critérios ou técnicas são aplicados, muitas vezes geram uma margem de erro tão grande que não permitem ser classificados como científicos, este afirmação pode ser comprovada por um dos mais embaraçosos casos da história da teoria da evolução, o Homem Nebraska.

Em 1961 o Ramapithecus foi destronado como o suposto primeiro homem, e em 1982 passou a ser considerado um mero parente extinto do orangotango (Roger Lewin, Bones of Contention, pg 86). Foi constatado que atualmente existe na Etiópia um gênero de babuíno com dentição e maxilares com as mesmas características do Ramapithecus. Muitos antropologistas já concordam em que o Ramaphitecus não é ancestral do homem, é tão somente um macaco.

 

Hesperopithecus (Homem Nebraska)

 

 

Numa famosa famosa exposição sobre evolução, chamada Scopes, realizada em Dayton, Tennessee, o Homem Nebraska, também chamado de “Macaco do Ocidente”, foi apresentado por autoridades científicas como sendo uma prova da evolução. Quando William Jennings Bryan protestou contra os seus argumentos e insuficiência, foi ridicularizado.

Toda a evidência da evolução foi baseada em um dente que foi identificado como pertencente a um homem pré-histórico que teria vivido a 1 milhão de anos atrás, foi desenhada uma restauração onde até mesmo os músculos do pescoço foram descritos e também chegou-se a escrever um artigo sobre o Sr. e a Srª. Herperopithecus. A descoberta gerou bastante sensação durante um período de quatro anos e meio, mas depois descobriram que o dente pertencera a uma espécie de porco já extinta.

 

Reconstituição artística do Homem de Nebraska, feita a partir de um dente

 

 

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Um dente, o único fóssil do Homem de Nebraska, neste desenho de 1922 ele é visto em diversos ângulos, depois descobriu-se que o dente era de porco.

 

 

 

Pithecanthropus erectus (Homem de Java)

 

Também chamado de Homem Java, sua reconstituição foi baseada em um fêmur (o maior osso da perna), uma caixa craniana e três dentes molares. O fêmur foi encontrado a quase quinze metros da caixa craniana e com um intervalo de um ano, um dos dentes foi desenterrado em outro local distante quase três quilômetros e obviamente não pertencia a caixa craniana ou ao osso da perna, mas no relatório foi incluído como pertencente ao mesmo hominídeo. Seu descobridor, Dr. Dubois, escondeu durante 30 anos o fato de ter também descoberto, perto destes fósseis e na mesma camada, caveiras humanas, o que prova que o homem existia juntamente com estas criaturas. O fêmur provavelmente pertencia a um ser humano e a caixa craniana a um macaco de grande porte. Depois de ter convencido muitos cépticos, Dubois declarou ter mudado de opinião e concluiu que o Homem Java foi provavelmente um macaco gibão e não um ancestral do homem, mas mesmo assim foi colocado recentemente no mesmo gênero do homem e chamado de Homo erectus.

 

 

Homem de Neanderthal

 

Em 1848, na pedereira Forbes, em Gilbratar, trabalhadores encontraram um crânio fóssil quase completo. Este foi o primeiro fóssil do Homem de Neanderthal que foi descoberto. Em 1856, no povoado de Neander, na Alemanha, foi encontrado um esqueleto parcial do Homem de Neanderthal no solo de uma caverna, daí então aquele fóssil humano recebeu o nome de Neanderthal. Como a teoria da evolução estava sendo proposta e bem aceita pela filosofia humanista, dentro de poucos anos o Homem de Neanderthal foi considerado o elo perdido entre primatas primitivos e o homem moderno. Inicialmente foram feitas reconstituições simiescas do Homem de Neanderthal, onde ele andava curvo, com a cabeça projetada para a frente e com dedos dos pés enormes e divergentes similares aos dos macacos, a reconstituição com semelhanças de macaco serviu de apoio e fortalecimento da teoria de Darwin,  porém com as descobertas de pegadas de hominídios, preservadas, foi revelado que milhões de anos antes do Homem de Neanderthal o pé dos hominídeos já era completamente moderno.

 

O Homem de Neanderthal tem a estrutura do esqueleto semelhante ao do homem moderno e sua capacidade craniana é superior, tendo 1550 centímetros cúbicos, contra os 1450 centímetros cúbicos do homem europeu moderno.

 

Atualmente já se admite que o Homem de Neanderthal foi tão humano quanto nós, a aparência inicialmente atribuída a ele ocorreu pelo fato de um cientista ter escolhido um crânio e um esqueleto especiais como típicos de todos os Homens de Neanderthal, mas este esqueleto estava longe de ser típico, pois pertencia a um velho doente, curvado pela idade e que sofria de raquitismo, seria muito mais científico e isento de idéias pré-concebidas escolher um esqueleto de um jovem saudável, que posteriormente foram encontrados em abundância devido ao fato dos Neanderthais sepultarem seus mortos.

 

Outra evidência de que o Homem de Neanderthal era simplesmente humano pode ser observada pelo fato de que em Junho de 1999 o arqueólogo João Zilhão, presidente do Instituto Português de Arqueologia, e o paleoantropólogo americano Erik Trinkaus, da Universidade Washington, em Saint Louis, Estados Unidos divulgaram a descoberta, em Portugal, de uma criança de 4 ou 5 anos, morta há cerca de 25.000 anos, com a mandíbula delicada e os dentes pequenos, traços típicos dos homo-sapiens negros e altos, e ossos dos braços e pernas grossos e curtos dos neanderthais, de menor estatura, sugerindo que a criança era uma mistiça entre neandertais e sapiens, uma mulata. Diante de muitas evidências, atualmente o Homem de Neanderthal é chamado cientificamente de Homo Sapiens Neanderthalensis, uma subespécie da espécie humana. O Homem de Neanderthal é considerado subespécie unicamente devido ao fato de não mais existir, não podendo lutar pela sua posição de ser considerado apenas uma das muitas raças humanas. Não se divide a espécie humana em subespécies devido razões sociais óbvias, se os Neanderthais ainda vivessem, não seriam considerados subespécie e sim mais uma raça humana.

 

Reconstituição do Homem de Neanderthal. Como as outras reconstituições,   tem pouco ou nenhum valor científico.

 

 

 

 Homem Cro-Magnon

 

Foram encontrados esqueletos completos do Homem Cro-Magnon e sua capacidade craniana também é maior que a do homem atual. O Dr Duane T. Gish Professor de Ciências Naturais e Apologética, afirma que se o Homem Cro-Magnon existisse atualmente e percorresse nossas ruas vestido como nós, passaria completamente despercebido

 

 

Eoanthropus Dawsoni (Homem Piltdown)

 

Reconstituição “Científica” do Homem de Piltdown também chamado de “Man of Sussex” pelo fato do suposto fóssil ter sido encontrado no município de Sussex, Inglaterra

 

 

Em 1912 Charles Dawson anunciou a descoberta de um fragmento de maxilar, dois dentes molares e um fragmento de crânio, foram as evidências aclamadas pelos peritos como prova da existência de um homem-macaco que existiu entre 300 mil e 1 milhão de anos atrás.

 

Apenas em 1953, ou seja, mais de 40 anos depois, os cientistas começaram a suspeitar que o fóssil era uma fraude. O osso maxilar era de um orangotango, os dentes tinham sido trabalhados e os ossos coloridos e o crânio pertencera a uma mulher comum.

 

A fraude era gritante, na ocasião da descoberta destes ossos alguém já declarou que devia ser uma fraude, mas os cientistas ignoraram inúmeras evidências. A facilidade com que as autoridades científicas foram ludibriadas mostra o poder da influência de idéias pré-concebidas existentes entre os evolucionistas, que anulam a razão para defender suas convicções, deixando cientistas e religiosos em pé de igualdade no que diz respeito à fé pura e incondicional.

 

O “fóssil” do Homem de Piltdown: farsa que enganou cientistas por mais de 40 anos, em pleno século XX, apesar da existência de rigorosos métodos científicos para avaliar provas.

 

 

Os fósseis dos supostos ancestrais do homem I

Os achados fósseis dos antepassados humanos de 15 até 6 milhões de anos atrás são tão poucos que caberiam numa caixa de sapatos.

comentário de Richard Leakey e Roger Lewin em seu livro “O povo do lago

Serão apresentado a seguir, de forma resumida, alguns equívocos, contradições e uma fraude relacionados aos fósseis dos supostos ancestrais do ser humano, existem muitos outros fatos que fragilizam os achados arqueológicos como sendo provas favoráveis à teoria da evolução.

 

 

 

Australopithecines

 

Em 1924/1925 foram encontrados na África os primeiros fósseis dos Australopithecines, primatas que foram considerados como sendo um dos ancestrais do homem pelo fato de haver indícios de que eles conseguiam andar eretos por um extenso período de tempo e também por terem sido encontrados artefatos primitivos junto com seus ossos, o que não é  muito divulgado ao público leigo é o fato de que alguns exemplares tinham uma crista óssea no alto do crânio que certos antropólogos declararam não poder apontar para o homem.

 

O Dr. Charles Oxnard e Solly Zuckerman, (conforme “Human Fossils: New Views of   Old Bones,” The American Biology Teacher, Vol. 41, May 1979) usaram um moderno e poderoso programa de análise de multivariáveis onde foram executadas milhões de comparações simultaneamente em centenas de dimensões correspondentes dos ossos de macacos viventes, humanos, e os Australopithecines. O veredicto deles foi que o Australopithecines não são intermédios entre o homem ou os macacos viventes. Esta técnica é bem superior às subjetivas técnicas visuais analíticas da maioria dos antropólogos.

 

Afirmou-se que o Astralopithecus andava de pé, como o homem, por causa de certas características pélvicas. Mas, C. E. Oxnard (em “The Place of the Asustralopithecine in Human Evolution: Grounds for Doubt?” nature, vol. 258, pg 389) demonstrou que os ossos do tornozelo da criatura em questão, que são essenciais para se andar sobre os dois pés, “diferem mais do homem do que do macaco africano”. Os macacos africanos não podem andar em pé como nós. Ao que tudo indica, os Australopithecines também não podiam. Os ossos do pé do Australophitecus foram reconstruídos para se demonstrar como seus pés tinham aspecto humano. Oxnard salientou que o pé igualmente incompleto de um chimpanzé poderia ser reconstituído do mesmo modo.

 

Há também a questão do período em que existiram, muitos declaram ser recentes demais para serem ancestrais do homem. Recentemente também foram publicadas provas que indicavam que estes animais tinham braços longos, pernas curtas e caminhavam apoiados nas costas das mãos, sendo parecidos com macacos existentes atualmente na África, não sendo, portanto, nada mais que simples macacos.

 

Após a descoberta dos primeiros fósseis, discussões científicas foram inibidas por algum tempo devido desavenças que envolviam ciúmes profissionais. Dando continuidade à leitura desta página você verá que a ciência, de modo semelhante às religiões ainda sofre graves prejuízos devido às falhas do caráter humano.

 

fonte : http://s.silva777.sites.uol.com.br/austr.htm

O equívoco dos transicionais III

 A suposta evolução do cavalo

Uma suposta seqüência evolutiva muito conhecida se refere ao cavalo, porém ela não possui consistência científica, sendo apenas mais um fruto da imaginação.

Como qualquer outra forma de vida, os principais tipos de cavalos aparecem abruptamente, sem quaisquer transições. Na série evolutiva atribuída ao cavalo existem sérias discrepâncias no desenvolvimento do esqueleto, conforme segue:

EOHIPPUS: tinha 18 pares de costelas e 6 ou 7 vértebras lombares;

OROHIPPUS: tinha apenas 15 pares de costelas;

PLIOHIPPUS: aumentou para 19 pares de costelas e 8 vértebras lombares ;

EQUUS SCOTTI: voltou às 18 pares de costelas e 6 vértebras lombares.

(Os nomes das espécies aqui apresentados encontram-se na suposta ordem de evolução, conforme apresentada pelos evolucionistas)

 

Qual o mecanismo evolutivo que faz uma espécie sofrer uma série de mutações que alteram para menos o número de costelas e depois sofrer uma reversão em sentido contrário, terminando até com um número maior de costelas do que o inicial e, finalmente, retornar ao ponto de partida?

O equívoco dos transicionais – II

 

O Archaeopteryx

Archaeopteryx Lithographica

Reconstituição artística do Archaeopteryx Lithographica O Archaeopteryx é uma criatura que os evolucionistas afirmam ser uma prova da evolução, sendo um réptil com penas e um elo entre pássaros e répteis, pois possui diversas características tanto de pássaros como de aves.

O Archaeopteryx tinha asas e penas, como os pássaros, mas também tinha garras, dentes e algumas outras características próprias de répteis. O fato desta ave ter garras nas asas não é argumento suficiente para afirmar que ele é uma forma transitória vinculada a répteis. Atualmente existem duas espécies de pássaros que possuem garras, o hoatzin na América do Sul e o touraco na África. A respeito do avestruz de hoje, que também tem três garras em suas asas, foi citado por alguns peritos como tendo mais características de répteis que o Archaeopteryx, mas ninguém, claro, considera que o avestruz é uma forma transitiva. Quanto aos dentes, nenhuma ave atual os possui, porém, no passado, particularmente na era mesozoica, muitos pássaros possuiam, e não há nenhuma sugestão que estes são formas intermediárias entre répteis e pássaros, além disto, afirma-se que o processo de formação do bico do Archaeopterix é diferente do das aves, na verdade, não se pode dizer que  o Archaeopteryx tem bico, o bico das aves conhecidas é oriundo de queratinização do maxilar e pré-maxilar, enquanto exames histológicos no Archaeopteryx revelam que seu malixar é sustentado por tecido epitelial diferenciado, ou seja, se as aves atuais fossem descendentes do Archaeopteryx seria de se esperar que os bicos das aves fossem do mesmo tipo que o do Archaeopteryx. L.D. Martin e seus colegas de trabalho concluiram que o dente e o tornozelo de Archaeopteryx não podem ter sido derivados de dinossauros terópodes (animais mais aceitos como ancestrais do Archaeopteryx). Os dentes são do tipo encontrados em pássaros dentados, e o osso do tornozelo não mostra nenhuma homologia  com o tornozelo de dinossauros (conf. L.D. Martin, J.D. Stewart, and K.N. Whetstone, The Auk 97:86 – 1980). A presença de penas no Archaeopteryx é uma forte evidência de que o Archaeopterix é uma ave, F. E. Beddard (em “The Structure and Classification of Birds”,  Longmans, Green and Co., London, 1898, p. 160) revela que o tipo de penas do Archaeopterix é idêntica aos das aves voadoras modernas, o que também pode ser interpretado como evidência de que aves não evoluíram de répteis, pois penas e escamas surgem de camadas diferentes da pele e, além disso, o desenvolvimento de uma pena é extremamente complexo e fundamentalmente diferente ao de uma escama. Penas e pelos, diferentemente de escamas, desenvolvem-se de folículos.  Porém, um pelo é uma estrutura muito mais simples que uma pena e o desenvolvimento de células para desenvolver uma pena envolve processos complexos onde as células migram e dividem-se separadamente em padrões altamente específicos para formar o complexo arranjo que constitui a pena (conf. A.M. Lucas and P.R. Slettenhein, Avian Anatomy: Integument, J.S. Government Printing Office, Washington, DC, 1972), para se afirmar que as penas evoluíram de pêlos ou escamas é necessário não apenas a simples explicação de que certos animais a desenvolveram para se proteger de fatores climáticos, mas também afirmar, sem nenhum fundamento lógico, que ocorreram fantásticos lapsos genéticos e mutações. Portanto, a presença de penas do Archaeopteryx não apenas sugere a impossibilidade dele ter evoluído de répteis ou dinossauros como também prova que é equivocada a afirmação de muitos evolucionistas de que ele não voava, pois o tipo de pena do Archaeopteryx é idêntica ao dos pássaros voadores modernos, sendo, as penas de aves que não voam, distintamente diferentes. Também, o  Dr. Michael Denton (em “Evolution: A Theory in Crisis”, pag 177 e 178) afirma que, com base na morfologia bruta e esboço do cérebro, feito atravéz da cavidade intracranial, o cérebro do Archaeopterix era essencialmente de ave, seus hemisférios cerebrais e cerebelo (a parte do cérebro responsável pelo equilíbrio e a coordenação de atividades motoras) mostram relação de proporção exclusiva de pássaros, sendo considerada uma adaptação necessária para o controle das atividades motoras altamente complexas que envolvem a capacidade de voar, como qualquer pássaro típico já com esta  capacidade já completamente desenvolvida. Também o osso denominado fúrcula, o osso em forma de “Y”, uma espécie de “clavícula”, no Archaeopteryx é de formato robusto que também deixa evidente que o Archaeopteryx era apto ao vôo (conf. Alan Feduccia and H.B Tordoft, Science 203:1020, em 1979).A provável capacidade de voar é uma forte evidência de que o Archaeeopterix já era um perfeito pássaro já bem desenvolvido ( conf. S.L. Olson and Alan Feduccia, Nature 278:247, em 1979), o que também sugere que ele pode ser apenas uma ave com características distintas e não necessariamente uma forma transicional.

Um outro fator que evidência não haver vínculos evolutivos entre o Archaeopteryx e seus mais prováveis ancestrais (segundo os evolucionistas, répteis e dinossauros) é o fato de J.R. Hinchliffe, utilizando-se de técnicas modernas em que se aplica isotopos em embriões de pintinho para analisá-los, reivindica ter estabelecido que a “mão” de pássaros consiste nos dígitos II, III e IV, enquanto os dígitos da ” mão ” dos dinossauros terópodes consistem nos dígitos I, II, e III, ou seja, não apontam descendência entre aves (incluindo o Archaeopterix) e dinossauros (conf. “International Archaeopteryx Conference”, Journal of Vertebrate Paleontology 5(2):177, Junho de 1985).

fóssil do ArchaeopteryxPara sustentar a afirmação de que o Archaeopteryx era um réptil com penas, normalmente os evolucionistas apresentam as observações feitas por John Ostrom, forte defensor da teoria de que os pássaros são descendentes de dinossauros, que apontam diversas semelhanças entre o Archaeopteryx e os dinossauros, porém, estudos mais recentes, feitos por outros cientistas, concluem que as observações de John Ostrom eram equivocadas. A.D. Walker (conf. Geological Magazine 117:595, 1980), afirma que Ostrom fez uma interpretação errada no que se refere ao púbis do Archaeopterix, sendo este osso igual ao dos pássaros, e não ao dos terópodes. Tarsitano e Hecht (em  Zoological Journal of the Linnaean Society 69:149, 1980) criticam  Ostrom, afirmando que ele interpretou mal as homologias entre o Archaeopteryx e os terópodes. Ostrom disse que o pescoço do Archaeopterix se encaixa no crânio por trás, não por baixo  como em aves modernas, porém, M.J. Benton, em 1983 (conf. Nature 305:99), com a então recém descoberta da tomografia computadorizada  analisou o formato do cérebro do Archaeopterix e a característica do encaixe do pescoso e afirmou que o Archaeopterix não é ancestral das aves, não sendo seu cérebro, portanto, fusão entre cérebro de aves e dinossauros como sugeriu Ostrom.

A maioria dos Paleontólogos reconhece que o Archaeopteryx foi um verdadeiro pássaro, o Professor Heribert-Nilsson comentou vigorosamente que o Archaeopteryx não é mais réptil que os pingüins atuais com as suas asas-barbatanas são formas transitivas de peixes. O Archaeopteryx pode representar um grupo de organismos distintos que mostraram as características de pássaros e répteis, sem necessariamente ser uma forma transitiva entre estes, assim como as baleias têm características de peixes e mamíferos, os pingüins, que têm asas amoldadas como barbatanas, e os morcegos, que são mamíferos singulares por possuírem asas e voarem como os pássaros, no entanto, sem ninguém os chamarem de formas transicionais, isto, sem contar com o ornitorrinco, que por ser tão singular, com características de diversos animais, ninguém se atreve a dizer que ele está evoluindo para uma nova espécie.

Além dos argumentos citados acima, há o principal, que é o ponto em comum em todos os animais que são apresentados como transicionais: O fato de não haver outros fósseis que provem uma seqüência evolutiva, pois, se o Archaeopteryx fosse um elo, deveriam haver muitos outros elos mostrando gerações sucessivas de formas transitórias (pois segundo os evolucionistas, ele estava evoluindo para se tornar pássaro), iniciando, no caso do Archaeopteryx, com algum tipo de réptil com asas semi-desenvolvidas, passando por outras espécies que mostram a evolução gradativa destas asas, e enfim , apresentando fósseis de animais pouco mais evoluídos que o Archaeopteryx, mostrando cada vez menos vestígios de répteis. Mas, o Archaeopteryx é um fóssil isolado, sem formas transitórias anteriores ou posteriores, havendo uma lacuna de 36 milhões de anos no registro fóssil entre o Archaeopteryx e o grupo de animais mais aceito como seus supostos ancentrais, os terópodes, e uma lacuna de 10 milhões de anos entre o Archaeopteryx e os primeiros pássaros. Até agora, apesar de todas as buscas aos fósseis transicionais relacionados a este animal, foram encontrados apenas mais fósseis de Archaeopteryx (totalizando oito esqueletos). Não seria de se esperar que, ao invés de se encontrar apenas Archaeopteryx, se encontrasse muitos outros animais em fases evolutivas diversas? Portanto, mesmo que o Archaeopteryx fosse um verdadeiro réptil com penas, com a falta de outros fósseis de animais transicionais, não há provas de que ele estava evoluindo. A crença evolucionista de que o Archaeopteryx é descendente de répteis ou dinossauros se sustenta apenas em anatomia comparada, ao afirmar que quanto maior a semelhança entre espécies, mais próximo está o ancestral comum entre estas espécies, porém, isto é argumentar em círculos, pois estas afirmações a respeito da anatomia comparada também são conceitos da teoria da evolução, estando também não sustentadas em fatos comprovados.

caudipteryxCom frequência surgem manchetes, em jornais e revistas, anunciando que foram localizados fósseis que vão revolucionar a teoria da evolução, e passado mais algum tempo tudo volta à normalidade. Mesmo quando se afirma a descoberta de um elo perdido, estudos mais aprofundados revelam a inconsistência destas afirmações.

Em 1998 foram descobertos, na China, fósseis de duas criaturas supostamente transitórias entre dinossauros e aves, denominadas Caudipteryx zoui e Protoarchaeopteryx robusta, que são bem semelhantes ao Archaeopteryx, portanto é de se esperar o reconhecimento de vários cientistas de que estas criaturas são simplesmente aves. Alguns evolucionistas já sugeriram que deve existir uma linha evolutiva entre o Archaeopteryx, o Caudipteryx zoui e o Protoarchaeopteryx robusta, porém esta afirmação não foi levada a sério nem mesmo pelos cientistas que acreditam na teoria da evolução, pois estas criaturas, apesar de aparentarem serem mais répteis que o Archaeopteryx, estando evidenciado que tinham também a capacidade de voar, são cerca de 30 milhões de anos mais recentes que o Archaeopteryx, portanto, pelo pensamento evolucionista dominante, que afirma que as aves evoluíram dos répteis, estas espécies recém descobertas deveriam ser mais parecidas com aves, por serem mais novas, ou, deveriam ser mais antigos que o Archaeopteryx, por parecerem mais com répteis.

O equívoco dos transicionais

 

O Celacanto

Latimeria chalumnae

Do peixe chamado celacanto foram encontradas ótimas impressões fósseis em que aparecem incrustados na rocha todo o seu corpo de maneira muito precisa. Os cientistas constataram que suas nadadeiras não eram anexadas diretamente ao corpo, estavam ligadas a protuberâncias semelhantes a um coto de braço. Os evolucionistas deduziram de imediato que este peixe era uma forma intermediária entre os peixes e os animais que andam em terra. Afirmou-se que as protuberâncias eram pernas que estavam evoluindo para que o animal rastejasse fora d’água.

Tendo sido considerado extinto a 70 milhões de anos, concluiu-se que esse peixe evoluiu para uma nova espécie. Foi dada ampla publicidade ao caso, como sendo uma prova de mudança significativa de uma espécie para uma outra nova espécie. Porém, em 1938, pescadores das ilhas Comoro, no oceano Índico, pescaram um celacanto extremamente parecido ao do registro fóssil, criando assombro científico mundial, considerado extinto há 70 milhões de anos, permaneceu virtualmente inalterado em seus 400 milhões de anos de existência. Depois disto foi pescado outro espécime vivo em 1952 e posteriormente outros espécimes vivos também foram encontrados. A partir daí, mais de 200 espécimes de celacantídeos foram achados em Comoro, distante dez mil quilômetros da Indonésia, onde também foram encontrados celacantos vivos. Nas ilhas de Comoro, a população local se alimentava normalmente de celacanto, que podiam ser comprados em mercados de peixes, sem que os cientistas do mundo soubessem. Ficou provado que afirmar que o celacanto era uma prova da evolução foi um grande equívoco.

Uma fêmea celacanto capturada em Moçambique, em 1991.

 

Celacanto fotografado na Indonésia em 1997.

O seymouria

Um animal conhecido como “seymouria”, cujos fósseis foram encontrados no permiano inferior do Texas, foi considerado de máxima importância para provar a evolução dos répteis a partir dos anfíbios. J. C. Yung (em “The Live of Vertebrates“, Oxford University Press, 1962, pg 386) chegou a declarar:

“…Suas características são tão exatamente intermediárias entre as dos anfíbios e répteis que não é possível colocá-lo definitivamente em qualquer um dos dois grupos…”.

William Matthews (em “Fossils”, Nova Iorque: Barnes and Noble, 1962, pg 260) disse sobre o seymouria:

“Acredita-se que seja um elo entre esses dois grupos de animais” (ao se referir a anfíbios e répteis).

No entanto, o “seymouria” viveu no período geológico posterior aos primeiros répteis, significando que ele não podia ser o ancestral (A. S. Romer, “Vertebrate Paleontology“, Chicago: “University of Chicago Press, 1966, pg 95). Não é possível ao pai ser mais novo que seu filho!

Devido a idade do seymouria ser 35 milhões de anos mais recente que as dos primeiros répteis (Hylonomus) , fica claro que não basta assemelhar-se a uma espécie transicional para se afirmar que realmente se trata de uma espécie se transformando em outra, há vários outros fatores que devem ser considerados, como, por exemplo, uma seqüência de fósseis que comprovem que um determinado organismo está realmente sofrendo mudanças, porém, apesar de se ter passado mais de um século de pesquisas (desde a época de Darwin), não foi encontrada uma única e indiscutível seqüência evolutiva. Já houve grande publicidade sobre alguns registros fósseis que pareciam provar a existência de evolução, como por exemplo, o caso do celacanto (citado na próxima página), no entanto nunca se descobre a espécie antecessora e nem a posterior numa suposta escala evolutiva. O seymouria é um animal extinto, por isto, no passado, alguns evolucionistas concluiram que ele evoluiu para algum tipo de réptil. O que se diria se o ornitorrinco fosse um animal extinto há milhões de anos?!

Sempre que se apresenta uma suposta forma de vida transicional há algum equívoco que quando descoberto faz com que continue inexistindo qualquer prova arqueológica que prove a evolução. A seguir serão citados outros exemplos de “equívocos”.

Os fósseis

                       A camada cambriana

A camada de rocha mais antiga em que se encontra fósseis, a Cambriana, apresenta bilhões de fósseis de formas de vida bastante complexas, tais como trilobitas, corais, vermes e medusas, sem nenhuma evidência de que estas formas tenham evoluído gradativamente de uma forma de vida mais simples.

Se existisse evolução, deveriam existir bilhões de fósseis onde nem um único fóssil multicelular isento de discussão foi encontrado, mesmo que se leve em conta o argumento dos saltos abruptos da evolução, que justificaria um número menor de formas transitórias, é de se esperar, na pior hipótese, milhares de fósseis, pois a quantidade de fósseis de trilobitas, corais, vermes, medusas e peixes é tão grande que existe até mesmo comércio destes fósseis em grande quantidade e por baixo preço. Exemplo disto é a extração de fósseis de sítios arqueológicos brasileiros para venda em diversas cidades como mero ornamento doméstico.

Os fósseis – II

                                    Avaliando o documentário fóssil

Apesar da infinidade de formas de vida que habitaram ou habitam nosso planeta, entre os milhões de fósseis encontrados, de todos os tipos, não foi encontrado um único que fosse uma prova indiscutível de evolução, quando deveriam haver, na pior hipótese, alguns milhões destes fósseis. Estes fósseis, que segundo os evolucionistas deveriam existir, mas não são encontrados, são chamados “elos perdidos” e o próprio Darwin reconheceu o problema e disse:

Por que, se algumas espécies descendem de outras espécies, através de estágios pequenos, não encontramos incrustadas em números incontáveis na crosta terrestre?

Muito tempo se passou desde Darwin, muitas procuras foram realizadas e ainda não foram encontrados os elos perdidos. Alguns poucos fósseis, quando deveriam existir milhões, foram encontrados e apresentados como provas, devido a quantidade ser bem menor que a esperada, lançou-se o argumento de que a evolução dá saltos abruptos, por isto o número de fósseis de espécies transitórias é pequeno, porém este argumento poderia reduzir o número de fósseis, mas não justifica a inexistência absoluta de peixes com pernas rudimentares ou seqüências evolutivas de anfíbios transformando-se em répteis, por exemplo. Além disto, os poucos fósseis apresentados como prova da existência da evolução são todos contestáveis facilmente. A seguir analisaremos os principais, o que nos dará uma idéia da falta de provas arqueológicas para defender a teoria da evolução.

   
 
Acima, alguns exemplares do reino animal e vegetal, apesar da gigantesca variedade, 99% das formas de vida que já existiram estão extintas. Apesar do gigantesco número de formas de vida que já existiram, não há registros fósseis mostrando qualquer evolução gradativa.

Os fósseis – I

                                    Documentário Fóssil

O documentário fóssil demonstra claramente a existência, no passado, de uma enorme quantidade de formas de vida diferentes das atuais, isto é verificável através de restos e impressões em rochas das mais variadas partes do globo terrestre, que são chamados “fósseis”, que podem se constituirem em partes duras do esqueleto de vertebrados, dentes e escamas, pegadas e moldes em argila ou areia, impressões de folhas em rochas sedimentares etc. Há casos em que a conservação foi perfeita, como, por exemplo, os mamutes da Sibéria, conservados em blocos de gelo, ou insetos preservados totalmente, incluídos em âmbar.

Os cientistas que acreditam na teoria evolucionista, na impossibilidade de assistir o suposto processo evolutivo, procuram reconstituir este processo através da análise de fósseis encontrados em camadas rochosas sucessivas.

Ao público leigo, as descobertas e conclusões são apresentadas de forma superficial, escondendo diversas implicações, dando a falsa impressão de exatidão e rigor científico nas pesquisas para confirmação da teoria da evolução. A seguir serão apresentados fatos que mostram que a teoria evolucionista não é tão consistente e sustentada em provas quanto a maioria do público crê.

OS MECANISMOS DA EVOLUÇÃO

Talvez, uma das principais razões que levam um observador dos mecanismos naturais a crer que a evolução dos organismos vivos é um fato incontestável, são os processos que desencadeiam mudanças em populações de espécies com reprodução sexuada. A teoria sintética da evolução afirma que o processo evolutivo ocorre como conseqüência do equilíbrio entre a “variabilidade” e a “seleção natural”, com este afirmação é que fatos e teoria se confundem, pois a existência da variabilidade e da seleção natural leva muitas pessoas a crer na incontestabilidade da teoria da evolução. Mas, apesar de existir variações nas espécies, os mecanismos geradores de variações, conforme todas as observações feitas em laboratório ou na natureza, não são mecanismos de evolução, sendo tão somente mecanismos de sobrevivência de espécies sem que se crie novas espécies, ou seja, surge apenas evolução horizontal (micro evolução), que na verdade não se trata de evolução. Não há o verdadeiro processo evolutivo, a evolução vertical.

Vamos conhecer e analisar os processos de variabilidade e separar o que é “fato” do que é “crença” ou “equívoco”, porém, para isto, é necessário compreender os conceitos de espécie e população, e posteriormente conhecer as causas de variações nas espécies (fontes de variabilidade):

Espécie: conjunto de indivíduos potencialmente intercruzáveis, com produção de descendentes férteis;
População: conjunto de indivíduos de uma mesma espécie, convivendo em um dado espaço durante determinado período de tempo.

 

FONTES DE VARIABILIDADE

 

As diferenças entre indivíduos da mesma espécie definem o grau de variabilidade desta espécie. Cada espécie tem o seu próprio grau de variabilidade, segundo a intensidade dos processos de seleção a que estão submetidas, por exemplo, a espécie humana, mostra alto grau de variabilidade, pelo fato de haver certo relaxamento da seleção natural, havendo pessoas de cor branca, de cor negra, altas, baixas, fortes, rápidas, fisicamente mais frágeis etc.

A variabilidade nas populações naturais deve-se a dois tipos básicos de fatores: ambientais e genéticos.

FATORES AMBIENTAIS

A variabilidade provocada por fatores ambientais restringe-se ao aspecto fenotípico, não sendo, portanto, hereditária, embora a potencialidade de reagir aos fatores ambientais são. Exemplos de fatores ambientais são exposição à luz solar, nutrição, doenças, exercícios, acidente etc, provocando modificações nos indivíduos a eles submetidos, mas não nas gerações futuras.

MUTAÇÃO GÊNICA

Mutação gênica é qualquer alteração em qualquer seqüência de bases nitrogenadas do DNA responsável por determinada característica do organismo. Geralmente originam-se espontaneamente, por acidentes na duplicação do DNA ou no metabolismo celular, mas também podem se originar através de agentes mutagênicos (geradores de mutações) de natureza física (calor, radiações) ou química (formal, fenol, gás mostarda).

Embora possam ocorrer em qualquer célula do organismo, as mutações só serão hereditárias se ocorrerem nas células germinativas que originarão gametas, ocorrendo em uma célula somática, a mutação não será hereditária, se restringindo ao indivíduo atingido.

Considerando que os organismos estão adaptados ao ambiente em que vivem é fácil presumir que as mutações, que ocorrem aleatoriamente, são geralmente desfavoráveis e as mutações que provocam alterações drásticas no material genético geralmente provocam alterações fenotípicas desfavoráveis, tornando os portadores da mudança menos eficientes na manutenção da sobrevivência, tendendo a serem eliminados. A teoria evolucionista concorda com as afirmações acima citadas, mas afirma que mutações com efeitos pequenos sobre o fenótipo podem contribuir para a evolução, e quanto ao fato dos organismos estarem perfeitamente adaptados ao ambiente, é argumentado que as mutações podem ser favoráveis quando há alterações no ambiente. Apesar de existirem mutações e a explicações da teoria da evolução ser revestida de lógica, não há evidências de que as mutações sejam responsáveis por qualquer tipo de evolução, pois, sendo necessário que as mutações tenham pequenos efeitos sobre o fenótipo e que se torne comum entre os indivíduos de uma determinada espécie, é de se esperar que tenha existido gerações de populações, cada uma com uma pequena mutação, até chegar a uma espécie mais recente com a união de todas as pequenas modificações no fenótipo, formando assim uma seqüência evolutiva, porém, a lógica empregada aqui se assemelha à lógica dos princípios universais segundo algumas religiões orientais, ou seja, embora tenha sentido (como deve ser para qualquer teoria), não há evidências de que seja real. Não há qualquer evidência na natureza de que mutações tenham criado uma nova espécie. O estudo da genética, observações e experiências demonstram que as mutações benéficas aos organismos não passam de mito que foi perpetuado por A. M. Winchester em “Genetics“, Dallas: Houghton Miffin, 1966, Pag 405, quando declarou:

A mutação oferece um campo virtualmente ilimitado para a seleção. O fato de mais de 99% das mutações estudadas em várias formas de vida serem prejudiciais até certo ponto, pode parecer excluir a importância das mutações como um fator na evolução adaptativa“.

Todavia, é justamente essa fração de 1%, que acontece ser benéfica, que forma a base para a maioria dos desenvolvimentos evolutivos. Foram as mutações que permitiram que a vida chegasse até as estupendamente complicadas organizações que muitas formas possuem hoje. Da massa caótica de mutações casuais, ocorridas através das eras, os fenômenos de seleção exercem sua influência e põem ordem no caos.

A declaração acima, de Winchester, é meramente uma conjectura empírica, pois, primeiramente ele declara que 1% das mutações são benéficas e responsáveis pela maioria dos desenvolvimentos evolutivos, porém não há estudo estatístico que aponte para este otimista 1% e ao se analisar a estrutura de qualquer molécula de DNA, vemos que o número de alterações genéticas possíveis é incrivelmente superior ao número de combinações que tenham algum significado biológico, além disto, não é qualquer alteração casual do código genético que poderá manter a estrutura molecular e criar alguma mutação no organismo, Harold F. Blum observa:

Qualquer que seja a natureza da mutação, ela terá de seguir certas linhas determinadas pelo padrão molecular e pelas relações energéticas. A mutação não é, portanto, casual, mas pode ocorrer dentro de certos limites restritivos e segundo certos caminhos determinados pelas propriedades termodinâmicas do sistema. Assim sendo, para estabelecer o caso de um modo um tanto animista, o organismo não pode adaptar-se ao ambiente variando irrestritamente em qualquer direção.

Diante da declaração acima, podemos concluir que Winchester, além de ignorar as implicações das leis da física na limitação da variabilidade, ele ainda afirma que a variação é casual, o que constitui uma inverdade, não havendo uma quantidade caótica de mutações casuais, pois a grande maioria das alterações do código genético nem ao menos são capazes de gerar novos organismos (mesmo que deformados), restando apenas uma quantidade bem limitada (quando comparada com o número de alterações que podem ocorrer no código genético) de mutações que podem gerar aberrações (seres deformados) que, estes sim, serão eliminados no processo seletivo natural. A observação de Blum, acima citada também apresenta uma evidência de que as espécies de organismos vivos têm suas limitações no que se refere a mutações provocadas por alterações no código genético.

O cientista Dobzhansky (que é evolucionista), depois de muitas experiências com Drosofilas (moscas de frutas) deixou evidente a ineficiência das mutações para gerar evolução:

Os mutantes clássicos obtidos em Drosofila em geral mostram deterioração, desgaste ou desaparecimento de certos orgãos. Existem mutantes que diminuem ou destroem o pigmento nos olhos, pêlos, pernas. Muitos mutantes são de fato letais para os seus portadores. Os mutantes que se equiparam à mosca normal, no que diz respeito ao vigor, são uma minoria e, mutantes que tenham sofrido um aperfeiçoamento realmente valioso na organização normal em ambientes normais são desconhecidos.

Os evolucionistas geralmente apresentam como prova de mutações benéficas em ambientes normais o caso de insetos resistentes ao DDT e de germes resistentes aos antibióticos. As observações e xperiências de Dobzhansky, mostraram que as moscas resistentes ao DDT levam mais tempo para se desenvolverem do que as moscas normais, reduzindo assim, a “aptidão” da nova variedade. Observou-se também que as bactérias resistentes aos antibióticos são também menos aptas. Ele observa:

Por que, então, a maioria dos bacilos-coli encontrados fora dos laboratórios continuam suscetíveis a ataques bacteriofágicos e sensíveis à estreptomicina? Por que os mutantes resistentes não expulsaram os genótipos sensíveis? A teoria nos leva a deduzir que, sob certos aspectos, os mutantes resistentes devem estar em desvantagem quando comparados às bactérias sensíveis na ausência de bacteriófagos e antibióticos. Esta inferência teórica é surpreendentemente verificada em algumas experiências. Cerca de 60% dos mutantes resistentes à estreptomicina nos bacilos-coli são também dependentes da estreptomicina; esses mutantes não conseguem crescer num meio de cultura livre de estreptomicina. Uma substância venenosa para as bactérias de sensibilidade normal é básica para a vida dos mutantes resistentes! E. H. Anderson mostrou que certas espécies bacterofágicas resistentes de bacilos-coli exigem certas substâncias alimentares para crescer que não são necessárias para o crescimento das bactérias  sensíveis. Os mutantes resistentes serão destruídos em ambientes nos quais os alimentos requeridos não existam.

Desse modo, fica provado que estes exemplos atuais de “evolução” consistem de criaturas inferiores à variedade normal, havendo, na verdade, degeneração, destruição, decomposição, involução e não evolução.

MUTAÇÃO CROMOSSÔMICA

Quaisquer alterações na estrutura ou número de cromossomos são consideradas mutações cromossômicas. Podendo ocorrer tanto nos cromossomos sexuais como nos autossômicos, geralmente acarretam alterações fenotípicas muito grandes, sendo quase sempre deletérias, tais como esterilidade, morte precoce, debilidade física e mental, porém, de forma similar ao caso da mutações gênicas, a teoria da evolução conta com as pequenas alterações ao longo de gerações sucessivas. A refutação para este argumento da teoria da evolução também pode ser o mesmo usado para a mutação gênica, porém é interessante observar que para justificar um suposto número reduzido de fósseis de organismos transicionais (digo “suposto número reduzido” porque não existe qualquer fóssil de alguma espécie que se possa chamar indiscutivelmente de transicional) criou-se a explicação de que a evolução dá saltos abruptos, onde características surgem repentinamente em um organismo, porém isto contraria a afirmação da necessidade de pequenas e contínuas alterações ao longo de gerações sucessivas que se exige nas mutações gênicas e cromossômicas para que elas possam conduzir à evolução da espécie e não à destruição dos organismos (fala-se, aqui, apenas de organismos e não de espécies, porque um organismo com grandes mutações não consegue transmitir suas características à sua espécie, pois, como foi observado, essas mutações são sempre deletérias).

SELEÇÃO DA VARIABILIDADE

SELEÇÃO NATURAL

Na realidade, quem realmente desenvolveu e publicou a teoria da seleção natural foi um criacionista chamado Edward Blyth, 24 anos antes que o seu compatriota inglês, Charles Darwin, o fizesse. Evidentemente seu nome não ficou conhecido devido ao fato de Blyth ser criacionista e não ter feito afirmações sobre funções da seleção natural que não podessem ser observadas e comprovadas cientificamente. No entanto, os darwinistas, fizeram a seleção natural (dos pangenes ) a base de uma nova filosofia humanista e naturalista, uma “religião sem revelação” (conforme Julian Huxley).

Segundo a teoria da evolução, as modificações das populações são determinadas em resposta a alterações ambientais, sendo assim provocada a seleção natural (ou seleção dos mais aptos).

 

Em populações naturais, o número de descendentes produzidos em cada geração é maior do que o número dos que têm possibilidade de sobreviver e se reproduzir. Nestas populações a variabilidade genética é grande, surgindo indivíduos menos adaptados. A seleção natural favorece a sobrevivência dos indivíduos melhor adaptados, que têm mais chances de sobreviver e se reproduzir, disseminando, desta forma, suas característica genéticas.

 

A seleção natural atua em cada geração, favorecendo os indivíduos melhores a um determinado ambiente; desta forma, as melhores características para a sobrevivência de uma população podem variar devido as mudanças ambientais.

 

Veja um exemplo de seleção natural:

 

Cinco filhotes de coelho nascem de um mesmo casal. Os filhotes são ligeiramente diferentes entre si, com variações de tamanho, cor e um deles corre bem mais rápido. Na luta pela sobrevivência, o filhote mais rápido e um de seus irmãos são os únicos a sobreviverem aos ataques de uma raposa, e ao se tornarem adultos encontram parceiras, e cada um, por sua vez, dá origem a cinco novos filhotes. Os descendentes do coelho rápido são igualmente rápidos e os filhotes do coelho que não se destaca em velocidade também não são tão velozes. Com os novos ataques de raposas e outros predadores, todos os novos coelhos rápidos sobrevivem, e da família dos coelhos comuns resta apenas um. A seleção natural fez com que a população de coelhos se constituísse, em sua maioria, de coelhos mais rápidos em apenas duas gerações.

 

 É com base em exemplos similares ao citado acima que a teoria da evolução afirma que a seleção natural é um processo pelo qual ocorre a evolução.

 

Segundo a teoria da evolução, os rumos do processo evolutivo são determinados pela interação entre a variabilidade genética das populações naturais e as pressões seletivas a que estão sujeitas. Para se provar a existência do processo evolutivo, os evolucionistas citam alguns exemplos que mostram que as espécies não são fixas, sendo os mais comuns:

Resistência a antibióticos, já comentado acima;
Resistência ao DDT, também já comentado acima;

 

Melanismo industrial;
Anemia falciforme;
Seleção da imitação;

 

Observe que os exemplos anteriores, apesar de serem anunciados como provas de que as espécies não são fixas, não fazem verdadeiramente uma prova disto, pois todas as suas pequenas variações fenotípicos ou genotípicas se dão dentro das espécies, ficando a afirmação de que pode-se surgir, ao longo do tempo, uma nova espécie, como mera conjectura. Os vírus continuam sendo vírus da mesma espécie, as mariposas escuras já existiam anteriormente, apenas aumentaram as populações, as populações humanas com anemia falciforme estão longe de serem classificadas como mais evoluídas apenas por terem uma doença que a preteje de outra. Além da já citada observação de que qualquer variação se dá dentro dos limites da espécie de cada organismo, há outros fatores que indicam que a seleção natural não tem capacidade suficiente para causar evolução, são eles:

 

A teoria da evolução afirma que uma determinada espécie pode gerar várias outras espécies conforme as pressões seletivas diferentes em diversas populações desta espécie. Embora pressões seletivas diferentes em diversas populações pode fazer com que a seleção natural tome rumos diferentes em cada população, é difícil aceitar que aconteça com freqüência suficiente para explicar o processo integral de evolução de um ser unicelular anaeróbico até o homem, mesmo com a ajuda de outros processos evolutivos (esta dificuldade será apresentada gradativamente neste trabalho) Além disto, é observado que até ambientes muito diferentes não demonstram influência suficiente para forçar o surgimento de uma nova espécie, pois, além disto nunca ter sido observado na natureza, também é observado, por exemplo, que ratos da África não são muito diferentes dos ratos da Groelândia, apesar de grandes diferenças em alimentação e clima. O mesmo ocorre com os ursos, gatos e cães, cujas variações normalmente se restringem a cor, tamanho dos pêlos e oscilações no tamanho dos indivíduos, conforme a raça.Como Lewontin declara: “...a seleção natural, afinal de contas, não parece melhorar a chance de sobrevivência de uma espécie, mas simplesmente capacita-a a prosseguir, ou não ficar para trás do ambiente constantemente mutante” (Lewontin, Richard, “Adaptation”, Scientific American, V. 239, n.3, 1978, pp. 212-230.). A função da seleção natural, de existência comprovada, é apenas conservadora das espécies e não é de maneira nenhuma tão atraente como a função hipotética, criativa, que lhe foi atribuída pelos evolucionistas.
O processo de seleção artificial (o próximo tópico) pode criar mudanças, em organismos, eqüivalentes a milhões de anos de seleção natural, pois, por não depender de casualidades, pode-se controlar completamente quais as características que devem ser dominantes em uma população e este processo tem provado que as alterações nas características de uma população ou espécie têm limitações que se restringem à espécie, havendo apenas a evolução horizontal, que na verdade não se trata de evolução propriamente dita.

 

SELEÇÃO ARTIFICIAL

 

Toda seleção conduzida pelo homem, com um objetivo determinado, é considerado seleção artificial. O homem realiza seleção de animais domésticos e plantas cultivadas, com o objetivo de realçar determinadas características dos organismos com o objetivo de melhorar a produção de lã, carne, leite, frutas, seda etc., para isto foram, e são, produzidas diversas raças de cães, gatos, pombos, plantas, peixes ornamentais etc.

 

Os processos de seleção artificial são o endocruzamento e formação de híbridos.

 

Através do endocruzamento o homem promove uma seleção direcional escolhendo os indivíduos portadores das características que pretende selecionar e promove o cruzamento entre os indivíduos selecionados; nas gerações seguintes faz o mesmo tipo de seleção. Desta forma, os genes responsáveis pelas características escolhidas têm aumentada sua freqüência e tendem a entrar em homozigose. A população selecionada tem a variabilidade genética reduzida através da semelhança cada vez maior entre os indivíduos que a compõem.

 

É desta maneira que são produzidas linhagens puro-sangue de cavalos, cães etc.

 

Biólogos, normalmente, diferenciam a palavra “linhagem” da palavra “raça”, atribuindo o termo linhagem para os resultados da seleção artificial e raça para os resultados da seleção natural. Esta diferença se justifica pelo fato das raças serem bastante heterogêneas devido fatores geográficos e as linhagens serem homogêneas devido aos acentuados processos seletivos provocados pelo homem.

 

Embora a seleção artificial seja considerada um mecanismo de evolução, a observação e interpretação dos resultados têm sido usadas como evidência da impossibilidade de haver evolução, ou surgimento de novas espécies, pois os criadores de animais e cultivadores de plantas, através de seus processos seletivos (endocruzamento), conseguem resultados de cruzamentos que se pode comparar a milhões de anos de evolução na natureza, pois, o criador (ou cultivador) sabe exatamente o que deseja e escolhe animais ou plantas para reprodução, objetivando determinados resultados, diferentemente da natureza, cujos resultados são casuais (não são programados). Assim, um criador de ovelhas, por exemplo, pode selecionar continuamente animais de sua criação, que têm lã mais espessa, para criar uma raça de ovelhas com muito mais lã. Da mesma forma, um criador de canários pode produzir canários com penas da cauda cada vez mais longas. Até certo ponto, eles têm sucesso em seus empreendimentos, mas sempre aparece um limite além do qual as ovelhas, com lã mais espessa, ou não se reproduzem mais (são estéreis) ou a lã da nova prole passa a ser menos espessa que as dos pais, ou, no caso dos canários, os ovos não são férteis ou ainda a nova prole nasce com penas mais curtas do que as dos pais!

 

 

 

O falhanço da geração espontânea – V

 

A teoria de como surgiu a primeira vida

Em 1953, Stanley Miller publicou o resultado de um experimento no qual compostos orgânicos, que são a base da vida, formaram-se nas condições da suposta atmosfera primitiva, fortalecendo a teoria apresentada na década de 1920 pelo cientista russo A. I. Oparin e o inglês J. B. S. Haldane que sugere que a vida pode ter se originado através da evolução dos compostos químicos nos oceanos primitivos (em 1936, Oparin publicou suas idéias no livro “A Origem da Vida”).

Em sua experiência Miller construiu um sistema fechado onde simulou as supostas condições químicas e físicas da atmosfera primitiva onde a água circulava através dos processos de evaporação e condensação.

Após uma semana de circulação ininterrupta, o líquido inicialmente incolor tornou-se vermelho. A análise química revelou a presença de aminoácidos, a unidade de formação das proteínas, e um tipo de carboidrato.

Estes compostos químicos não são de produção exclusiva dos seres vivos. Já, em 1828, Wöhler sintetizou substância orgânica em laboratório. Produziu uréia a partir de substâncias inorgânicas. Atualmente diversos processos industriais sintetizam substâncias orgânicas sem a intervenção de organismos.

Oparin observou que, havendo proteínas e carboidratos num meio com determinado pH, estas substâncias se aglomeravam, formando os chamados coacervados. Outro cientista, Fox, observara em diferente situação a formação de pequenas esferas de matéria orgânica, que denominou microesferas.

Com base nos fatos acima citados, a teoria da evolução afirma que nos oceanos da Terra primitiva, contendo os compostos orgânicos formados numa suposta atmosfera e superfície terrestre, formou-se algo semelhante a uma sopa onde formavam-se aglomerados orgânicos mais ou menos estáveis, que podiam crescer e partir-se, através de processos primitivos de incorporação de alimento e de reprodução. O surgimento de uma membrana seletiva, semipermeável, envolvendo o aglorerado, promoveria uma diferenciação química entre ele e o ambiente exterior.

Segundo a teoria da evolução, os aglomerados orgânicos sofriam desde sua formação um processo de seleção permanecendo os que fossem mais estáveis e que cresciam e se dividiam mais eficientemente, e que melhor aproveitavam a energia das reações químicas que ocorriam em seu interior para manter sua organização. Assim, o processo constante de seleção deve ter promovido a origem de mecanismos fermentativos, de controle genético por enzimas, e de reprodução com hereditariedade, resultando nos primeiros seres que podemos considerar vivos.

Estes primeiros seres, são, por esta hipótese, heterótrofos, razão para que seja conhecida, esta explicação, como hipótese heterotrófica.

Supõe-se que, de seus processos fermentativos, tenha aumentado a concentração de CO2 dissolvido nos mares. Esse CO2 teria possibilitado o surgimento dos organismos autótrofos, que utilizariam o CO2 para a síntese de suas próprias substâncias orgânicas, numa época em que os compostos orgânicos dos mares se extinguiam devido o consumo dos heterótrofos. A velocidade de formação dos compostos orgânicos por processos abióticos tornou-se inferior à velocidade de seu consumo, o que promoveu severa competição por alimento devido a diminuição de sua disponibilidade.

Os autótrofos, por sua vez, segundo a teoria da evolução, podem ter começado a produzir O2, num processo semelhante à fotossíntese atual. O oxigênio presente nos mares deve ter então possibilitado as reações que compõe a respiração aeróbia, processo muito mais eficiente do que a fermentação.

A teoria da evolução afirma que os organismos primitivos eram procariontes, ou seja, sem um sistema de membranas internas, e que passado algum tempo, dos procariontes derivaram os eucariontes, com mitocôndrias, alguns com cloroplastos e posteriormente surgiram os pluricelulares, sendo que o ambiente aquático foi o primeiro a ser povoado com vida e posteriormente o ambiente terrestre.

Embora a explicação apresentada até aqui pela teoria evolucionista seja revestida de lógica, ela é meramente especulativa e esconde gigantescas dificuldades, como veremos a seguir:

a. Está indiscutivelmente provado pela experiência de Miller, que descargas elétricas em um ambiente constituído de determinados gases pode gerar moléculas maiores a partir de moléculas menores. A luz ultravioleta também pode ser empregada no lugar da descarga elétrica, porém deve-se observar que embora estas moléculas sejam maiores do que as moléculas originais, são ainda muito pequenas e simples quando comparadas às moléculas da vida, como por exemplo as complexas proteínas e DNA.

b. Se estas novas moléculas tivessem permanecido no céus, flutuando por qualquer razão (ventos, vapores etc) teriam sido logo destruídas pela mesma energia que as produziu originalmente, como por exemplo, os raios ultravioletas. Assim, a teoria da evolução argumenta que elas teriam sido levadas pela chuva para a superfície terrestre, onde se distribuíram por lagos, rios e oceanos. Sem dúvidas, a água protegeria as primeiras moléculas da ação das descargas elétricas e raios ultravioletas, porém, a água também impediria a formação de elos entre as moléculas a fim de formar moléculas maiores necessárias para o próximo passo para a evolução da vida (o surgimento de moléculas ainda mais complexas, tais como proteínas). Diante disto, a teoria da evolução argumenta que surgiram moléculas especiais denominadas “catalisadoras” para bloquear os efeitos químicos da água, porém, é importante notar que além da remota probabilidade destas moléculas especiais se encontrarem na quantidade e momento certos e sem estarem empregados em outras finalidades, com todo o conhecimento científica atual, ninguém foi ainda capaz de ligar mais do que segmentos muito curtos de cadeias semelhantes às da proteína ou do DNA. Sendo assim, é de se esperar que tal fato tenha ocorrido ao acaso?

Observe que a teoria da evolução exige que as moléculas orgânicas se misturem com água em determinado momento e se separe em outro momento, sempre supondo que as condições são precisamente favoráveis, embora exista a probabilidade desta seqüência exata ocorrer, ela é muito remota, por isto a teoria da evolução sempre considera períodos de milhões de anos, mas, atualmente, já há quem recorre à hipótese da vida ter surgido inicialmente em outro planeta, pois a matemática demonstra que até mesmo a idade atual atribuída à Terra é pouca para que a vida tenha surgido casualmente e evoluído.

Diante dos muitos cálculos matemáticos que demonstram a impossibilidade do surgimento casual de qualquer simples proteína (o que nem mesmo chega a ser vida), evolucionistas argumentam que estes cálculos não levam em conta que reações químicas com aminoácidos podem ter ocorrido diversas vezes em diversas partes do mundo, o que apontaria para uma probabilidade maior da vida ter surgido ao acaso. É verdade, a probabilidade é bem maior, mas mesmo assim aponta para eventos impossíveis de ocorrer ou bem improváveis. Veja, por exemplo, que a probabilidade de surgir casualmente uma proteína de apenas cinqüenta aminoácidos é de uma chance entre 1065 chances, portanto, segundo a Lei de Borel, este evento não tem chance de ocorrer (a Lei de Borel afirma que qualquer evento que tenha uma chance entre mais que 1050 chances simplesmente não ocorre), mas mesmo que se despreze esta lei matemática, uma chance entre 1065 tem um intervalo médio entre eventos, para que o evento ocorra, muito grande para ser levado em conta. Mesmo que ocorressem 1015 (um quatrilhão) de eventos casuais por segundo, já levando em conta que os aminoácidos estejam formados, seriam necessárias muitíssimas vezes a idade atual estimada do universo para que o evento ocorresse. Contar com tão remota probabilidade não é ciência, é fé. Não importa os argumentos evolucionistas, não existe uma probabilidade viável. Mesmo que se argumente que pode existir várias combinações de aminoácidos que também gerariam proteínas válidas biologicamente para a evolução da primeira vida, o intervalo médio citado acima reduziria ainda mais, mas mesmo assim o intervalo seria muito grande, isto ainda levando em conta o quatrilhão de eventos por segundo.

Apesar dos cálculos acima serem apenas conjecturas, os cálculos não levam em conta as dificuldades geradas pela presença da água, pelos efeitos destruidores dos raios ultravioletas e pela Segunda lei da Termodinâmica, e ainda partem do pressuposto, favorável à evolução, de que os aminoácidos já estão formados e a atmosfera não possui oxigênio; também calcula apenas a possibilidade de uma simples proteína surgir ao acaso, não um organismo vivo. Portanto, o cálculo foi até favorável à teoria da evolução, e mesmo assim apontou para a impossibilidade prática dela ocorrer:

c. A mera ligação de aminoácidos não é capaz de gerar uma proteína verdadeira, os aminoácidos têm que ser ligados em ordens especiais e não há razão, sob o aspecto químico, pela qual devesse prevalecer certa ordem. Os evolucionistas não possuem resposta para este problema de ordem. Alguns sugerem que minerais, como a argila, que possuem estrutura cristalina moldada em certa ordem, poderiam ter atuado como padrões (moldes), fazendo com que os amiácidos se ligassem em determinada ordem preferencial. Este argumento é extremamente forçoso, pois minerais possuem padrões muito simples, não contendo informação suficiente para comunicar aos aminoácidos como se unir para formar uma proteína, ou para gravar o código DNA em uma molécula em crescimento. É o mesmo que tentar escrever um artigo de biologia, em português, usando palavras de duas ou três letras. É impossível, pois tais palavras curtas não são capazes de transmitir todas as informações necessárias.

O companheiro de pesquisa de Hoyle, Chandra Wickramasinge, comentou:

Ao contrário da noção popular de que só o criacionismo se apóia no sobrenatural, o evolucionismo deve também apoiar-se, desde que as probabilidades da formação da vida ao acaso são tão pequenas que exigem um ‘milagre’de geração espontânea equivalente a um argumento teológico

d. Até aqui analisamos a dificuldade para que uma simples proteína surja através dos processos propostos pela teoria da evolução, mas, as dificuldades não se encerram aqui, pois moléculas de proteínas e de DNA não constituem organismos vivos, estas moléculas devem ser dispostas em uma ou mais células. Assim, a teoria da evolução deve explicar como as moléculas orgânicas se agruparam para formar uma célula. Diante disto, a teoria da evolução argumenta que quando a “sopa” ou “caldo primitivo” tornou-se concentrado, as moléculas orgânicas começaram a se separar da água de forma semelhante ao óleo que se separa da água depois que o óleo e água são sacudidos juntos. Algumas moléculas, como as encontradas em sabão e detergente, possuem uma extremidade que se mistura com líquidos oleosos, esta é a razão que faz com que detergentes derramados em esponjas molhadas com água removam gorduras em pratos e talheres. Se tais moléculas estivessem presentes próximas à “sopa”, teriam se unido à superfície das gotas de óleo para formar uma espécie de membrana ao redor da gota, assim como a tinta pode envolver uma esfera de vidro. Algumas outras moléculas poderiam ter aderido à parte interna da membrana formando uma nova camada, constituindo, assim, uma camada dupla à semelhança da membranas encontradas ao redor e dentro de células vivas.

Apesar de se falar em moléculas e reações químicas, esta explicação para a evolução da célula viva está mais para o mito do que para algo que possa ser chamado de científico, pois, primeiramente, uma gota oleosa de moléculas orgânicas, mesmo com uma dupla membrana ao seu redor, é bem diferente de uma célula viva, assim como uma pilha de tijolos é bem diferente de uma fábrica em pleno funcionamento. Mais uma vez os evolucionistas utilizam-se de períodos de tempo demasiadamente longos para afirmar que uma simples gota de moléculas pode transformar-se em uma célula viva, mas, para que isto ocorresse seria necessário, primeiramente, que as gotas oleosas durassem muito tempo! Gotas de óleo, por mais misturadas que sejam com água (esta mistura é chamada emulsão), tendem a separar-se da água e flutuar sobre a superfície, se expondo aos destrutivos raios ultravioletas, por exemplo. Também há o efeito destrutivo da Segunda lei da Termodinâmica, enfim, a gota oleosa não poderia em nenhuma hipótese existir por milhões de anos e, certamente não se pode contar com que a estrutura desta gota seja hereditária e seja transmitida a outras novas gotas, pois, segundo a própria teoria evolucionista, a formação da dupla membrana é casual e causada em decorrência de ações do ambiente. Além disto tudo, a própria impossibilidade de se simular, em laboratório, a formação destas gotas misturando as moléculas adequadas e posterior transformação destas gotas em células vivas, deixa evidente que os eventos sugeridos pela teoria da evolução para a formação de proteínas e células vivas é apenas um conto de fadas para adultos.

O falhanço da geração espontânea – IV

                          Segunda Lei da Termodinâmica

A segunda lei da termodinâmica é uma lei da física que governa toda e qualquer interação química, física ou biológica já estudada. É uma lei da física tão atuante quanto a lei da gravidade, não há matéria que não seja influenciada por ela, até mesmo os chamados “eternos” diamantes um dia se transformarão em carvão graças a esta lei. A Segunda lei da termodinâmica declara que tudo tende ao desgaste, à simplificação, à deterioração, ou seja, existe uma tendência natural de qualquer sistema (aberto ou fechado) de se tornar cada vez mais desordenado. Essa tendência só pode ser contornada através de uma fonte externa de energia controlada por um mecanismo de ingestão-depósito-conversão, onde a energia é manipulada de forma a fazer a contínua manutenção da complexidade do sistema. Isto é simplesmente contornar a 2ª lei da termodinâmica (não o mesmo que resistir ou a desafiar), evitando-se a entropia.

Se a tendência de todos os produtos químicos é desagregarem-se em vez de se tornarem mais complexos, a teoria da evolução faz uma afirmação contrária a uma lei da física ao declarar que estruturas moleculares simples tornam-se casualmente estruturas moleculares complexas, contrariando também qualquer observação feita em qualquer laboratório do mundo.

George Wald, em “The Origins of Life”, Scientific American, vol. 191, 1954, Pág 49, escreve:

Na vasta maioria dos processos pelos quais nos interessamos, o ponto de equilíbrio fica bem além, próximo do lado da dissolução. Ou seja, a dissolução espontânea é muito mais provável e, portanto, ocorre muito mais depressa do que a síntese espontânea.

Isto significa que se as moléculas orgânicas mais complexas surgissem “milagrosamente” ao acaso, ainda teriam que depender de “outro milagre”, pois haveria a tendência de se dissolverem rapidamente, não havendo possibilidade de um número suficiente de moléculas ser acumulado para servir de matéria prima para formar a primeira célula.

Evolucionistas argumentam que a Segunda lei da termodinâmica não se aplica à questão do surgimento espontâneo da primeira vida, pois a Terra é um sistema “aberto”. A Terra está recebendo energia do Sol a todo o momento e alega-se, portanto, que a evolução química da vida pode ocorrer. O Prof. Ilya Prigogine ganhou o Prêmio Nobel de Química por provar que a segunda lei da termodinâmica não se aplica a “sistemas abertos” tais como organismos vivos já estruturados, que têm todos os complexos mecanismos para aproveitar a energia. Através da fotossíntese a planta captura energia do sol, acumulando-a na forma de elos químicos. Ao se alimentar de plantas, os animais aproveitam a energia acumulada nas plantas. O cloroplasto é o mecanismo que captura e dirige a energia solar para o trabalho útil. Observe que a mera queima de gasolina não produz movimento (trabalho útil em um automóvel), é necessária existência de um mecanismo que transforme a combustão em movimento. Essa é a função do motor do automóvel, também as células precisam de um tipo de “motor” para aproveitar a energia para manter o organismo sempre em manutenção devido os efeitos da segunda lei da termodinâmica.

Quando falamos da origem da vida, estamos falando de uma época em que não existia cloroplasto, este mecanismo só surgiria, segundo a teoria da evolução, posteriormente, depois que os organismos já fossem bem complexos (e vivos). A teoria evolucionista argumenta que os primeiros organismos retiravam energia do processo de fermentação, porém, além de pouco eficaz, este processo já exigiria uma determinada complexidade que não poderia também existir antes de determinada fase evolutiva, não havendo portanto, uma maneira para as primeiras moléculas complexas resistirem à segunda lei da termodinâmica, não havendo uma maneira para capturar, acumular e converter a energia solar em trabalho útil para manutenção de suas existências, não importando, portanto, se a Terra é um sistema “aberto” ou “fechado”, pois não havia como aproveitar a energia. Segundo Josh Mc Dowell e Don Stewart, isto é quase o mesmo que estar numa balsa no oceano sem ter água fresca. Existe água em toda parte, mas nem uma gota para beber.

O falhanço da geração espontânea – III

                                      A Atmosfera Primitiva

 

Além de ser extremamente improvável a geração espontânea de complexas moléculas orgânicas, também se torna necessário que estas moléculas, depois de formadas, sejam preservadas até que todos os outros elementos químicos necessários se reunam para que seja formado o primeiro organismo vivo. Porém um dos maiores impedimentos para que isto tenha ocorrido seria a presença de oxigênio na atmosfera, pois assim como um pedaço de ferro se oxida, as moléculas orgânicas complexas, necessárias para a origem química da vida, seriam quebradas pelo oxigênio, tornando-as moléculas menores. Portanto, para que a teoria evolucionista seja válida, é necessário supor que a atmosfera primitiva não possuia oxigênio, mas esta suposição não fornece evidências da composição da atmosfera primitiva. Evolucionistas afirmam que todo o oxigênio deve ter sido produzido por folhagens, através da fotossíntese. Esta teoria parece viável, porém não há prova científica de que isto ocorreu. Sabe-se que sempre houve grande quantidade de oxigênio no planeta Terra, pois as rochas contém altas concentrações deste elemento químico, embora não se pode dizer se o oxigênio encontrava-se livre, como acontece hoje.

 

A afirmação de que a atmosfera primitiva não possuia oxigênio é também uma teoria, que se sustenta na teoria da evolução, procurando se harmonizar com esta. J. H. Rush (em “The Dawn of Live, Garden City: Hanover House, 1957, pag 79) deixa bem claro que a “crença” em uma atmosfera sem oxigênio se sustenta na teoria da evolução e que é mera especulação:

 

Como outros aspectos da origem da Terra, a formação da sua atmosfera deriva da teoria escolhida para justificar a origem do sistema solar. Qualquer teoria séria, porém, envolve condições que deveriam ter levado ao acúmulo de uma atmosfera de gás em torno de qualquer corpo planetário suficientemente sólido para suportá-lo. Quais os gases presentes e em que proporções, são perguntas deixadas a cargo da especulação em lugar de qualquer certeza real.

 

Em “Development of the Hydrosphere and Atmosphere, with Special Reference to Probable Composition of the Eary Atmosphere”, Pag 636, William Rubey cita várias razões para sua crença na composição da atmosfera primitiva, todas as razões se sustentam em suposições prévias relativas relacionadas à teoria da evolução ou analogia com alguns planetas do sistema solar:

 

As razões que levaram esses escritores a considerar o metano ou amônia, ou ambos, como constituintes principais da primeira atmosfera são provavelmente várias, mas podem incluir uma ou mais das seguintes: Primeiro, sabemos que o hidrogênio e o hélio excedem abundantemente todos os demais elementos químicos…

 

Se o hidrogênio em certa época existia em abundância na atmosfera da terra, então o metano e a amônia, em lugar do dióxido de carbono e do nitrogênio, deveriam ser os gases predominantes.

 

Uma segunda consideração é o fato do metano e a amônia serem os gases mais abundantes nas atmosferas dos principais planetas…

 

Terceiro, a hipótese de Oparin (1938) e Horowitz (1945) é muito atraente para os cientistas em muitas áreas. Isto pressupõe que antes do ozona ter-se tornado um constituinte significativo da atmosfera terrestre, compostos orgânicos complexos foram sintetizandos por processos fotoquímicos; que as formas de vida mais primitivas se originaram desse modo; e que essas primeiras moléculas autoduplicativas evoluíram em organismos mais específicos ao consumirem o suprimento de compostos orgânicos formados anteriormente. Essa hipótese parece exigir uma atmosfera reduzida… Finalmente, Miller (1953) teve êxito em sintetizar dois aminoácidos… fazendo passar uma descarga elétrica (os efeitos da qual seriam comparáveis aos de um relâmpago) através de uma mistura de vapor, metano, amônia e hidrogênio.

 

 

 

As duas primeiras suposições de Rubey partem da suposição de que a Terra foi formada de modo semelhante a alguns outros planetas do sistema solar, no entanto, se não nos sustentar-mos na teoria evolucionista e supor que Deus criou a Terra para manter a vida como a conhecemos, a suposição de Rubey torna-se errada.

 

A terceira suposição se sustenta puramente na crença da geração espontânea da vida (abiogênese) , aí podemos notar uma sustentação mútua de teorias: A teoria da evolução parte do pressuposto de que a atmosfera primitiva não tinha oxigênio, e a teoria de que a atmosfera primitiva não tinha oxigênio parte do pressuposto de que houve geração espontânea da vida (teoria da evolução).

A Quarta suposição se sustenta no resultado de uma experiência em laboratório (experiência de Stanley Miller, em 1953, citada em”

O caldo primitivo

“) que foi realizada partindo da suposição de que a atmosfera primitiva se constituia exatamente dos ingredientes necessários para a formação de aminoácidos. Novamente uma harmonia proveniente de sustentação mútua. A experiência de Miller se baseou na crença de que a atmosfera primitiva se constituia de determinados ingredientes e ausência de oxigênio; atualmente, a crença de que a atmosfera primitiva se constituia de determinados ingredientes e ausência de oxigênio, utiliza-se também, para se sustentar, da experiência de Miller.

Fica evidente que a crença na teoria da evolução é a principal razão para se acreditar que a atmosfera primitiva tinha uma determinada composição e ausência de oxigênio. Esta crença se sustenta apenas em suposições, sem nenhuma prova apresentada.

 

A presença de oxigênio na atmosfera é um obstáculo intransponível para a teoria da evolução, não apenas pelo fato do oxigênio destruir as grandes moléculas muito antes de atingirem o estágio de vida, mas também porque quase todas as formas de vida dependem do oxigênio atualmente. Mas, segundo a teoria da evolução, os primeiros organismos vivos não poderiam depender do oxigênio, pois, como já foi dito, não podia haver oxigênio na atmosfera para que as complexas moléculas orgânicas não fossem destruídas, assim, a teoria procura fazer que se acredite que, em determinado momento, organismos que não conseguiam viver com oxigênio transformaram-se (talvez gradualmente) em organismos que não conseguem viver sem oxigênio! Algo extremamente improvável!

 

O falhanço da geração espontânea –II

 

A Complexidade do Código Genético

 

Toda a descrição das características de qualquer organismo vivo está no interior de cada célula que o constitui. No núcleo de qualquer célula viva existem estruturas denominadas “cromossomos”, que são compostos por segmentos chamados genes. Os genes contêm as instruções necessárias para “gerar” ou “formar” o animal ou planta, um gene pode controlar a cor dos pêlos de um animal, o tamanho dos folhas de uma planta ou qualquer outra característica. Os genes são formados de longas moléculas de um substância denominada DNA (ácido desoxiribonucléico). A molécula de DNA é gigantesca, formada por milhares de átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo, dispostos de uma maneira muito especial e complexa, cujo arranjo se assemelha a uma escada em espiral. Os dois lados da escada compõem a dupla espiral enquanto os degraus unem as duas espirais. Existem somente quatro tipos de degraus, cada um constituído de diferentes grupos de átomos. Embora uma simples molécula de DNA possua muitos milhares de degraus em sua escada espiral, cada degrau se classifica entre um dos quatro tipos, ou seja, podemos dizer que todas as informações genéticas são descritas apenas com quatro símbolos ou letras.

Um minúsculo pedaço de uma molécula de DNA, com apenas dez degraus, pode ser arranjado de 1.48.576 maneiras diferentes, dependendo da ordem em que os quatro degraus são dispostos. O Número de diferentes moléculas de DNA que podem ser formadas com cem degraus é superior a um trilhão.

 

Um pequeno fragmento de uma molécula de DNA

Isto tem alguma importância? Sim, pois a ordem dos genes na molécula de DNA compõe o código da vida, combinações diferentes geram espécies de organismos diferentes, no entanto, a maioria das combinações possíveis não são válidas, assim como não é qualquer combinação de letras que geram frases. Para exemplificar e se ter uma idéia matemática da complexidade de combinações, vamos usar a frase “EVOLUÇÃO NÃO EXISTE”:

A frase “EVOLUÇÃO NÃO EXISTE” é constituída de 19 caracteres. Se considerarmos que dispomos de 26 letras e o espaço em branco para formarmos qualquer frase de 19 caracteres (neste cálculo, por se tratar apenas de um exemplo hipotético, para simplificar, não vamos considerar os símbolos de acentuação, pontuação, números, etc), podemos descobrir quantas combinações possíveis de 19 caracteres existem, com o seguinte cálculo: Para cada posição no conjunto de 19 caracteres, temos 27 alternativas (26 letras e o espaço em branco), portanto, para a primeira posição temos 27 opções e para a Segunda posição também temos 27 posições, então o número de combinações possíveis somente para as duas primeiras posições é de 272 (27 x 27), ou seja, 729 combinações, onde as combinações são todos os pares possíveis de letras e espaços, tais como: “AA”, “AB”, “AC”… “BA”, “BB”, “BC”, “BD”… “C “, “JA”, “PA”, “KL”, “OI” etc.

O número de combinações para as 3 primeiras posições é de 273 (27 x 27 x 27), ou seja, 19683 combinações, onde as combinações poderiam ser, por exemplo, “AAA”, “AAB”, “AAC”, “AAD”, “BOM”, “MAU”, “VIR”, “YOU” etc. Desta forma, podemos concluir que o número de combinações possíveis de caracteres em um conjunto de 19 caracteres é de 2719 combinações, um número tão alto que se criarmos um programa de computador que apresente uma combinação diferente a cada segundo, seriam necessários mais de 1027 segundos para passar por todas as combinações, no entanto, nosso planeta tem a idade estimada em pouco mais de 1017 segundos (equivalente à aproximadamente 4 bilhões de anos).

Note que entre todas combinações possíveis estarão todas as frases, de qualquer idioma, que tenham até 19 caracteres (exemplo: “BOM DIA”, “VAMOS PENSAR”), é uma quantidade grande de frases, porém, muito maior é o número de combinações que não fazem sentido algum ( exemplo: “AABH IUJL MR”), frases com erros ortográficos (exemplo: “BOM DIEA”), ou frases sem sentido gramatical ou lógico (exemplo: “NADAR CARRO TELHA”). O código genético se comporta de modo semelhante, o número de combinações que de nada servem é muitas vezes maior que o número de combinações que podem gerar organismos vivos completos, que existem, existiram ou que poderiam existir, portanto, afirmar que através de alterações casuais ou acidentais pode-se gerar um organismo vivo é mais uma questão de fé no improvável do que uma questão científica viável.

O modo pelo qual o código DNA opera é o seguinte: A molécula de DNA é como uma matriz ou padrão para a produção das moléculas chamadas “proteínas”, através de outra espécie de ácido nucléico, chamado RNA, que se forma anteriormente usando o DNA como padrão, as proteínas são copiadas. A Ordem dos degraus do DNA definem que espécie de proteína é produzida. Estas proteínas são as responsáveis pelo crescimento e atividade da célula que, por sua vez, controla o crescimento e a atividade do organismo inteiro. De forma semelhante ao exemplo das combinações de 19 caracteres que foi citado anteriormente, a maioria das possíveis cadeias de aminoácidos não produz proteínas encontradas em coisas vivas. Elas não têm sentido em termos biológicos. Também a maioria das cadeias de aminoácidos não são proteínas reais ( ou seja, biologicamente úteis). Em seu livro “The genetic Code“, pg.92, Issac Asimov calculou que existem 8 x 1027 ( 8 seguido de 27 zeros) possíveis combinações diferentes de proteínas semelhantes à insulina, se fosse produzida uma dessas proteínas a cada segundo, teríamos que aguardar mais de 10 bilhões de vezes a suposta idade do universo (10 bilhões de anos). Asimov calcula que o número de diferentes combinações de hemoglobina é de 135 x 10165, mais uma vez, só um número bem limitado de combinações pode ser utilizado. Não seria possível ter uma amostra de cada uma dessas combinações, pois o número total de átomos do universo conhecido é de apenas 1078. Se fossem produzidas

10100 (1 seguido de 100 zeros) combinações por segundo, seria consumida matéria equivalente a aproximadamente 10 sextilhões de universos a cada segundo  por um período de dez trilhões de trilhões de anos para produzir todas as combinações de hemoglobina.Impossível também é, por exemplo, o surgimento casual de uma proteína com apenas 50 amino-ácidos, cuja probabilidade é de apenas uma chanse entre 1065 (o número 1 seguido de 65 zeros). A mais simples célula possui milhares de tipos de proteínas, além de muitas outras estruturas complexas.

Pelos fatos citados acima, percebemos como é complexo o código genético, porém, a teoria evolucionista alega que o primeiro organismo vivo surgiu casualmente por não ser tão complexo quanto os organismos unicelulares atuais, porém, esta afirmação também é cientificamente inconsistente, como veremos a seguir.

Nenhum dos defensores da teoria da evolução afirma que o primeiro organismo vivo foi um vírus, isto porque a existência de vírus depende da existência anterior da complexidade de células vivas das quais os vírus retiram o material para se reproduzirem. Devido esta dependência das células vivas, qualquer vírus é uma extrutura biológica considerada extremamente simples. O menor vírus conhecido contém 2.500 degraus em sua molécula de DNA, portanto, a probabilidade de sua estrutura de DNA surgir ao acaso é de uma chance entre 101505 chances, ou seja, o surgimento ao acaso da mais simples molécula de DNA conhecida é matematicamente impossível (segundo a lei de Borel, qualquer evento cuja chance de ocorrer é menor que 1 chance entre 1050 chances simplesmente não ocorre, o limite cósmico da lei de Borel é de 10200, o que não faz diferença neste caso). Dentre outras dificuldades, o primeiro organismo vivo teria que ser mais complexo que um vírus, para se multiplicar e contornar os efeitos da entropia, e também simples o suficente para surgir ao acaso, um paradoxo!

A teoria evolucionista atual não declara que a primeira célula viva surgiu instantaneamente. Ela declara que grandes moléculas reagiram entre si, de alguma forma, para formar células “simples”. Porém, como vimos, tanto as grandes moléculas orgânicas, como a mais simples célula, são estruturas altamente complexas. Milhões de moléculas de proteínas, de milhares de tipos, teriam que surgir espontaneamente ao mesmo tempo e no mesmo lugar (possivelmente uma lagoa, segundo a teoria), em seguida elas teriam que se ordenarem numa seqüência correta para formar as diversas partes de uma célula (uma das partes é o núcleo com seus cromossomos, cuja complexidade já foi aqui citada). Há também o problema de que para a produção de enzimas proteicas é necessário DNA e RNA e para a produção de DNA e RNA são necessárias enzimas proteicas, surge um círculo vicioso onde não é possível que qualquer célula exista antes de outra. Os evolucionistas, diante de cálculos do tipo aqui apresentados, alegam que tipos de cálculos que geraram os resultados acima citados são errados, pois deve-se fragmentar os cálculos devido o processo de formação da primeira vida ter sido provavelmente em fases, porém, mesmo que se admita que as informações para os cálculos sejam hipotéticas e erradas, deve-se observar que:

Estes cálculos já são bem favoráveis à evolução, pois partem do pressuposto de existirem condições favoráveis (todos os elementos químicos necessários estarem disponíveis no mesmo local e não haver agentes químicos que impedem a formação das moléculas, tais como o oxigênio), e mesmo assim sugerem, em qualquer cálculo hipotético a impossibilidade do surgimentos de complexas moléculas orgânicas, o que ainda é bem diferente de uma célula viva;

Não existem experiências que comprovem a validade de qualquer processo favorável à geração espontânea da vida;

Nem mesmo outras formas de cálculos apontam para resultados que tornam a geração espontânea da vida matematicamente possível.

O Dr. N.W. Pirei da Estação Experimental Rothamstead em Harpendem, Inglaterra, rejeita todo o conceito de abiogênese espontânea, baseado no bem conhecido fato de que “moléculas complexas, tais como proteínas, não aparecem na nossa experiência científica espontaneamente, nem mesmo por fases, e todas as formas de vida conhecidas nos nossos dias são dependentes de proteínas“.

O professor A. I. Oparin, acreditava que simples compostos orgânicos, semelhantes aos vivos, como hidrocarbonos, poderiam adquirir vida espontaneamente, sob cuidadosas condições de laboratório, porém, muitos cientistas presentes ao simpósio acerca da origem da vida realizado em agosto de 1957, em Moscou, não creram que as idéias de Oparin fossem válidas. Eles não acreditaram que moléculas suficientemente grandes, das espécies certas de proteínas, pudessem surgir espontaneamente para tornar-se a base da vida orgânica. O Dr. Erwin Chartaff, da Universidade de Colúmbia (EUA), declarou:

A nossa época é provavelmente a única em que a mitologia penetrou no nível molecular!” (Nuceic Acids As Carriers of Biological Information, A Origem da Vida na Terra, pg 298-99).

Até aqui analisamos a probabilidade de uma molécula orgânica ou forma simples de vida surgir ao acaso. Agora, qual seria a probabilidade do homem evoluir? Carl Sagan, F.H.C. Crick e L.M. Muchin, no livro Communication and Extraterrestrial Intelligence (CETI) calcularam que a probabilidade é de aproximadamente uma chance entre 102000000000  ( o número 1   acompanhado de dois bilhões de zeros à direita, seriam necessários 2 Gb de memória para guardar todos os zeros digitados, seria impraticável digitar tantos zeros e transferi-los pela internet, seriam necessários dias para a tranferência dos dados), esta probabilidade, novamente, é infinitamente acima da lei de probabilidade de Borel (uma chance entre 1050 ou o enorme limite cósmico de Borel de 10200, limites que quando ultrapassados, os eventos simplesmente não ocorrem). Estatisticamente falando, conforme declarações do famoso astrônomo Sir Fred Hoyle, é mais fácil um tornado varrer um depósito de sucata e construir um Boing 747 com o material nele contido do que formas superiores de vida emergirem através dos processo evolutivos! É preciso muita fé no acaso para acreditar que a vida tenha surgido sem um criador. Randy L. Wysong D.V.M., instrutor de anatomia humana e fisiologia expressa muito bem isto no livro The Creation-Evolution Controversy (A Controvérsia Criação-Evolução):

A evolução pode ser considerada como uma espécie de religião mágica. A magia é simplesmente um efeito sem causa, ou pelo menos sem causa competente. “acaso”, “tempo”, e “natureza” são os pequenos deuses mantidos nos templos evolucionistas. Esses deuses não podem, porém, explicar a origem da vida. Eles são impotentes. Desse modo, a evolução fica sem uma causa eficaz e é, portanto, apenas uma explicação mágica para a existência da vida…

 

O falhanço da geração espontânea – I

 

A Crença na Abiogênese

A crença na geração espontânea da vida teve predominância desde os tempos de Aristóteles até meados do século XIX. Em 1668 houve o primeiro desafio a esta crença, Francesco Redi, físico italiano, realizou uma experiência que indicou que as larvas de moscas não surgiam espontaneamente de carne deteriorada. Redi colocou um pedaço de carne em uma vasilha coberta com musselina napolitana esticada. Embora a carne entrasse em decomposição, não surgiram vermes. Apesar desta evidência de inexistência de geração espontânea, Redi continuou a crer na geração espontânea de vermes intestinais e carunchos na madeira.

Em 1683, 15 anos após Redi publicar os resultados de suas experiências, Anton van Leeuwenhoek, cientista holandês, descobriu o mundo das bactérias e inspirou vários cientistas a construírem microscópios e procurarem por elas.

 

Passou-se a observar que quando uma substância passível de decomposição era colocada em um lugar quente, as bactérias logo apareciam onde nada havia antes, isto parecia apoiar a crença na geração espontânea, mas, nesta época, também manifestou-se a crença em “sementes” que estão no ar.

 

Louis Joblot, tentando provar que as bactérias entraram em contato com substâncias deterioradas através do ar, realizou uma experiência onde um caldo de ervas era fervido durante 15 minutos e depois colocado em dois recipientes separados. Um recipiente ficou exposto ao ar, enquanto o outro foi vedado antes de esfriar. O recipiente selado não desenvolveu bactérias, enquanto o aberto fervilhava delas. A experiência de Joblot não convenceu o mundo.

 

No final do século XVIII, John T. Needham, um pregador escocês, e Abbe Spallanzani, cientista italiano, estavam realizando experiências parecidas com à de Joblot, mas estavam chegando a conclusões opostas com respeito à viabilidade da geração espontânea.

 

Needham era um vitalista, portanto acreditava que a matéria continha uma força ou um princípio vital que causava a geração espontânea. Needham realizou experiências em que o caldo fervido e vedado apresentava a presença de microorganismos depois de alguns dias, sugerindo que estava provada a possibilidade de geração espontânea.

 

Spallanzani, crendo que o ar transportava os microorganismos, conduziu experimentos em que o caldo fervido não produziu bactérias. Além disso, acusou Needham de não esterilizar adequadamente o equipamento, por isto a experiência não seria válida.

 

Needham respondeu que Spallanzani havia destruído a força vital dos caldos de suas experiências, por ter aquecido demais.

 

J. H. Rush, em “The Dawn of Live“, Garden City: Hanover House, 1957, pg. 93, comenta a discussão entre Needham e Spallanzani:

 

“A tendência do argumento é curiosa. Ela ilustra muito bem a propensão para crer naquilo que desejamos crer”.

 

As dúvidas sobre a existência, ou não, de geração espontânea permaneciam, pois os resultados obtidos nas experiências eram inconsistentes. Em 1859, ano em que Darwin publicou a “Origem das Espécies“, F. Pouchet publicou um trabalho de quase 700 páginas em que defendeu o princípio vital e a geração espontânea. Todo o seu trabalho experimental apoiou a sua teoria. Os tempos eram outros, o ambiente era favorável ao humanismo, e todos passam a aceitar a abiogênese, pois era a explicação que descartava a ação de Deus. Devido as controvérsias das experiências em laboratório, a Academia Francesa de Ciências ofereceu um prêmio à primeira pessoa que inventasse uma experiência capaz de resolver a questão.

 

Louis Pasteur inicia suas experiências. Pasteur colocou uma solução nutritiva no interior de um balão de vidro, de pescoço longo. Aquecia a solução, o que matava todos os microorganismos. Com calor, transformava o pescoço do balão em um tubo fino e curvo que permanecia aberto na extremidade (pescoço de cisne). A solução do balão permanecia estéril, apesar da solução nutritiva manter contato com o ar. Esta situação não deveria dificultar a geração espontânea dos micróbios, mas ela não ocorre, porém, quando Pasteur quebra o pescoço do tubo, a solução passa a apresentar inúmeros micróbios, o que leva a concluir que o pescoço do tubo dificultava o acesso dos micróbios, ou seja, eles definitivamente não se originavam espontaneamente do meio.

 

 

Em 1862, Louis Pasteur publicou a prova que foi um golpe mortal contra a abiogênese, provando que os micróbios vivem realmente no ar, cuja idéia Pouchet havia ridicularizado, e que enquanto estes organismos do ar fossem mantidos fora dos caldos, não surgiam fungos (mofo).

 

George Wald, em “The Origin of Live”, Scientific American, vol. 191, 2, pg 46, falando do fracasso da geração espontânea, diz:

 

Contamos esta história para os primeiranistas de Biologia como se ela representasse um triunfo da razão sobre o misticismo. Mas, de fato trata-se de quase justamente o oposto. O ponto de vista razoável seria crer na geração espontânea; única alternativa para crer num ato único de criação sobrenatural. Não existe uma terceira posição. Por este motivo, diversos cientistas há um século decidiram considerar a crença na geração espontânea como uma necessidade filosófica. Um sintoma da pobreza filosófica de nossa época é a desconsideração desta necessidade. A maioria dos biólogos modernos, tendo verificado com satisfação a queda da hipótese da geração espontânea, mas sem estarem dispostos a ceitar a crença alternativa na criação especial, ficou sem outra opção“.

 

Nos é ensinado em aulas de biologia que, com a experiência de Pasteur, terminou a história das crenças supersticiosas da geração espontânea, mas, na verdade, a história continua, devido a não aceitação científica da evidência da existência de um criador (Deus), a crença moderna na geração espontânea tomou uma nova forma. A. I. Oparin, um bioquímico russo, que propôs uma teoria da origem química da vida, disse:

 

Uma pesquisa cuidadosa da prova experimental revela, porém, que ela não nos diz nada sobre a impossibilidade da geração da vida em alguma outra época ou sob outras condições“.

 

Portanto, conclui-se que Pasteur, para muitos, não destruiu a crença na geração espontânea, simplesmente forçou a questão até um ponto em que nenhum lado pode negar o outro, pelo menos de maneira conclusiva.

 

A teoria da evolução, para que seja válida, tem que partir do pressuposto de que a abiogênese ocorreu pelo menos uma única vez. Nas próximas páginas veremos que, de forma similar ao que ocorreu no passado, a superstição da abiogênese continua, apesar de muitas evidências científicas que a contrariam.

 

 

Os Frutos da Queda (Gn. 4:1-26)

Study By: Bob Deffinbaugh

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Introdução

Quando pecamos, muitas vezes o fazemos com a fútil esperança de que conseguiremos o máximo de prazer com o mínimo de castigo. No entanto, raramente acontece desse jeito.

Certa vez ouvi a história de um homem e sua esposa que resolveram ir a um drive-in movie. Eles acharam que o preço estava muito alto e então combinaram de enganar a administração do cinema. Quando estavam a pequena distância do drive-in, o marido enfiou-se no porta-malas do carro. O acordo era que sua esposa o deixaria sair depois que estivessem dentro do cinema.

Tudo corria como planejado, pelo menos até ao que dizia respeito ao vendedor de entradas. Mas, quando a esposa foi à traseira do carro para deixar seu marido sair, descobriu que ele estava com a chave do porta-malas em seu bolso. Em desespero, ela teve que chamar o gerente, a polícia, e o esquadrão de resgate. Não viram o filme e o porta-malas teve que ser arrombado. Tal é o caminho do pecado. O trajeto é curto, mas o preço é alto.

À primeira vista, pegar o fruto proibido e comê-lo parecia um assunto banal, um simples delito. Mas Gênesis capítulo três deixa claro que foi um assunto da maior gravidade. O homem preferiu acreditar em Satanás a crer em Deus. Adão e Eva concluíram que Deus era demasiadamente duro e severo. Decidiram buscar o caminho da auto-satisfação ao invés da subserviência.

A serpente sugeriu, na verdade afirmou audaciosamente, que nenhum efeito maléfico seria experimentado em desobediência a Deus, apenas um nível superior de vida. Mas, neste capítulo quatro de Gênesis rapidamente vemos que as promessas de Satanás foram mentiras grosseiras. Aqui o verdadeiro salário do pecado começa a aparecer.

O Fruto da Queda na Vida de Caim
(4:1-15)

A união sexual de Adão e Eva produziu uma primeira criança, um filho a quem Eva chamou Caim. Esse nome provavelmente deva ser entendido como um jogo de palavras. Soa semelhante à palavra hebraica Qanah, que significa “conseguir” ou “adquirir”. Em palavras atuais, este filho provavelmente teria sido chamado “consegui”.60

A importância do nome é que ele reflete a fé de Eva, pois ela disse: “Adquiri (qaniti, de qanah) um varão com o auxílio do Senhor.” (Gn. 4:1)

Apesar de haver alguma discussão entre os estudiosos da Bíblia quanto ao exato significado desta afirmação,61 Eva reconheceu a ação de Deus na dádiva de seu filho. Creio que Eva entendeu que da profecia de Gênesis 3:15 alguém de sua descendência traria sua redenção. Talvez ela visse Caim como seu redentor. Se foi assim ela estava fadada ao desapontamento.

Ainda que ela pudesse estar enganada em suas esperanças por uma rápida vitória sobre a serpente pelo nascimento de seu primogênito, ela estava certa em esperar a libertação de Deus através de sua descendência. Ela estava, então, correta no geral, mas errada no particular.

O otimismo de Eva parece ter-se desvanecido na época do nascimento de seu segundo filho, Abel. Seu nome significava “vaidade”, “sopro” ou “vapor”. Talvez, nessa época, ela já tivesse aprendido que as conseqüências do pecado não iam ser rapidamente afastadas. A vida envolveria luta e uma boa dose de esforço aparentemente inútil. Caim foi o símbolo da esperança de Eva; Abel, de seu desespero.

Abel foi pastor de ovelhas, enquanto que Caim foi lavrador da terra. Em parte alguma Moisés dá a entender que uma dessas ocupações seja inferior à outra. Nem este relato é alguma espécie de precursor dos shows de televisão que esgotam o assunto da luta entre pecuaristas e agricultores enlameados.

O problema de Caim não é encontrado nos seus meios de subsistência, mas no homem em si mesmo:

“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho, e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn. 4:3-5a)

Os Israelitas que primeiramente leram estas palavras de Moisés tiveram pouca dificuldade em compreender o problema com o sacrifício de Caim. Eles receberam isto como uma parte do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Como tal eles entendiam que o homem não podia se aproximar de Deus sem o derramamento do sangue sacrificial. Ainda que houvesse sacrifícios sem sangue62 o homem só poderia ter acesso a Deus através do sangue derramado. A oferta de Caim foi insuficiente para os requisitos da lei de Deus.

Alguém pode objetar: “mas Caim não tinha tal revelação!” Absolutamente certo. Mas, então, todos devemos admitir que nenhum de nós sabe qual revelação ele possuía. Qualquer especulação sobre esse assunto é apenas isso – mera conjectura.

Tendo dito isto, devo ressaltar que não era necessário a Moisés tê-lo nos contado. Seus contemporâneos tinham base mais que suficiente para compreender a importância do sangue derramado, por causa das prescrições meticulosas da Lei a respeito de sacrifícios e adoração. Os cristãos de nossa época têm a vantagem de ver o assunto mais claramente à luz da cruz, e da percepção de que Jesus foi “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (Jo. 1:29)

Ainda que não saibamos o que Deus revelou a Adão ou a seus filhos, temos certeza que eles sabiam o que era preciso fazer. Isto fica claro nas palavras de Deus a Caim:

“Então lhe disse o Senhor: Por que andas tão irado? e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn.4:6-7)

A pergunta de Deus claramente dá a entender que a raiva de Caim era infundada. Ainda que não saibamos os pormenores do que o “proceder bem” envolvia, Caim sabia. O problema de Caim não era falta de instrução, mas insurreição e rebelião contra Deus.

Caim, como muitas pessoas hoje, queria vir a Deus, mas queria fazê-lo do seu jeito. Isto pode funcionar numa lanchonete. Eles podem deixá-lo fazer do “seu jeito”, como diz o comercial, mas Deus não. Como um amigo meu diz “você pode ir para o céu do jeito de Deus, ou poder ir para o inferno de qualquer jeito que lhe agrade”.

Repare que Caim não era uma pessoa não religiosa. Ele cria em Deus, e queria a aprovação de Deus. Mas ele queria vir a Deus nos seus termos, não nos termos de Deus. O inferno, como já disse antes, estará repleto de pessoas religiosas.

Caim não queria se aproximar de Deus através do sangue derramado. Caim preferiu oferecer a Deus o fruto do seu trabalho. Ele tinha um “polegar verde” e mãos manchadas de sangue não o atraíam. Os homens atuais pouco diferem dele. Muitos são aqueles que, como os demônios (Tg. 2:19), crêem em Deus, e reconhecem Jesus como o Filho de Deus. Mas se recusam a se submeter a Ele como Senhor. Recusam Sua morte sacrificial e substitutiva na cruz como pagamento por seus pecados. Desejam chegar a Deus nos seus próprios termos. A mensagem do Evangelho é muito clara: não há aproximação de Deus exceto por meio daquilo que Jesus conquistou através da morte na cruz.

Jesus lhe disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo. 14:6)

“… E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (At. 4:12)

“… Com efeito, quase todas as cousas, segundo a lei, se purificam com sangue, e sem derramamento de sangue, não há remissão.” (Hb. 9:22)

“… mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (I Pe. 1:19). (cf. também Lc. 22:30; At. 20:28; Rm. 3:25; 5:9; Ef. 1:7).

Como Deus foi gracioso ao buscar Caim e gentilmente confrontá-lo com sua raiva pecaminosa! Como foi clara a mensagem de restauração e o aviso sobre o perigo que ele enfrentava! Mas o conselho de Deus foi rejeitado.

Esta semana um amigo meu me chamou a atenção para a sabedoria da repreensão de Deus. Como teria sido fácil para Deus corrigir Caim comparando-o com Abel. Essa é a maneira que nós pais muitas vezes usamos na disciplina de nossos filhos. Mas Deus não disse: “Por que você não me adora como seu irmão Abel?” Deus chamou a atenção de Caim para o padrão que Ele tinha estabelecido, não para o exemplo de seu irmão. Mesmo assim, Caim fez a ligação. A oferta de Caim não foi aceita, a de Abel foi. Deus gentilmente admoestou Caim e o instruiu que o jeito de receber a aprovação de Deus era se submeter ao padrão divino de aproximação de Deus. Caim concluiu que a solução era eliminar a competição – assassinar seu irmão.

Uma coisa deve ficar clara. Não foi só o sacrifício que foi o problema. Muito mais, foi a pessoa que procurou apresentar a oferta. Moisés nos diz:

“Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn. 4:4b-5a)

A fonte do problema era Caim, e o sintoma foi o sacrifício.

O verso 7 está impregnado de implicações:

“Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” (Gn. 4:7)

O jeito de se restabelecer de sua depressão era mudar sua atitude. Ele se sentiria melhor à medida em que fizesse melhor. Em certo sentido Caim estava certo ao ficar zangado consigo mesmo. Ele estava errado em sua animosidade diante de seu irmão e diante de Deus.

Se Caim preferia ignorar a suave cutucada de Deus, que fique então completamente ciente dos perigos à sua frente. O pecado jazia esperando por ele como um animal à espreita. Queria controlá-lo, mas ele devia dominá-lo.63 Caim tinha que tomar uma decisão e ficaria responsável por sua escolha. Ele não precisava sucumbir ao pecado, da mesma forma que não precisamos, porque Deus sempre nos dá graça suficiente para resistir à tentação (I Co. 10:13).

Quando os dois homens foram para campo aberto (aparentemente onde não haveria testemunhas, cf. Dt. 22:25-27), Caim matou seu irmão. Agora Deus veio a Caim para julgá-lo:

“Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?” (Gn. 4:9)

A insolência de Caim é incrível. Não só ele mente ao negar qualquer conhecimento sobre o paradeiro de seu irmão, mas parece censurar a Deus pela pergunta. Pode até mesmo haver um jogo sarcástico nas palavras para dar a impressão de: “Não sei. Deverei eu pastorear o pastor?”64

O solo foi amaldiçoado por causa de Adão e Eva (Gn. 3:17). Agora a terra é manchada com o sangue de um homem, e que foi espalhado por seu irmão. Esse sangue agora clama a Deus por justiça (4:10). Deus, então, confronta Caim com seu pecado. O tempo para arrependimento já passou e agora a sentença é dada a Caim pelo Juiz da terra.

Não é o solo que é amaldiçoado novamente, mas Caim:

“És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue de teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará ele a sua força; serás fugitivo e errante pela terra.” (Gn. 4:11-12)

Caim tinha sido abençoado com um “polegar verde”. Ele tentou se aproximar de Deus através do fruto de seu trabalho. Agora Deus o amaldiçoou bem onde residia sua força e seu pecado. Nunca mais Caim seria capaz de se sustentar pelo cultivo do solo. Enquanto que Adão teve que obter seu sustento pelo suor de seu rosto (3:19), Caim não poderia nem sobreviver pela agricultura. Para ele a maldição do capítulo três foi intensificada. Para Adão a agricultura foi difícil; para Caim foi desastrosa.

A resposta de Caim à primeira repreensão de Deus tinha sido sombria e silenciosa, seguida pelo pecado. Caim não está mais silencioso uma vez que sua sentença foi pronunciada, mas não há indicação de arrependimento, só pesar.

“Então, disse Caim ao Senhor: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo. Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará.” (Gn. 4:13-14)

As palavras de Caim soam familiares a qualquer pai. Às vezes uma criança está sinceramente triste por sua desobediência. Em outras está apenas triste por ter sido pega, e lamenta amargamente a severidade do castigo que vai receber. Tudo o que Caim faz é repetir amargamente sua sentença, e expressar seu medo de que os homens o tratem da mesma maneira que ele tratou seu irmão.

Deus afirmou a Caim que, ainda que a vida humana significasse pouco para ele, Ele a valorizava muito. Ele sequer permitiria que o sangue de Caim fosse então derramado.65 Não podemos ter certeza da exata natureza do sinal que foi colocado em Caim. Pode ter sido uma marca visível, mas o mais provável é que tenha sido algum tipo de acontecimento que confirmasse a Caim que Deus não permitiria que ele fosse morto.66

O verso 15 tem duplo propósito. O primeiro é assegurar a Caim que ele não morreria de uma morte violenta pelas mãos de um homem. O segundo é uma clara advertência a qualquer um que considerasse tirar sua vida. Note que as palavras: “Assim, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes.” (Gn. 4:15), não são ditas para Caim, mas de Caim. Deus não disse: “qualquer que te matar”, mas “qualquer que matar a Caim”.

Uma genealogia parcial é dada da linhagem de Caim. Creio que Moisés a empregou para evidenciar a maldade de Caim (e a pecaminosidade do homem iniciada na Queda) em seus descendentes, e para servir como contraste à genealogia de Adão através de Sete no capítulo cinco.

Caim habitou na terra de Node. Depois do nascimento de seu filho, Enoque, Caim edificou uma cidade que chamou pelo nome de seu filho. Parece que a fundação desta cidade foi um ato de rebelião contra Deus, que tinha dito que ele seria fugitivo e errante (4:12).

Lameque manifesta a raça humana em seu nível mais baixo:

“Lameque tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava Zilá. Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado. O nome de seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta. Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro; a irmã de Tubalcaim foi Naamá. E disse Lameque às suas esposas: Ada e Zilá, ouvi-me; vós, mulheres de Lameque, escutai o que passo a dizer-vos: Matei um homem porque ele me feriu; e um rapaz porque me pisou. Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete.” (Gn. 4:19-24).

Lameque aparece para ser o primeiro a se afastar do ideal divino para o casamento como descrito no capítulo dois. Uma esposa não era suficiente para ele, assim ele teve duas, Ada e Zilá.

Esperamos que Moisés só tenha palavras de condenação para Lameque. Certamente nada de bom poderia vir de tal homem. E mesmo assim, é da sua descendência que vêm as grandes contribuições culturais e científicas. Um filho tornou-se o pai dos pastores nômades, outro foi o primeiro de uma linhagem de músicos, e outro foi o primeiro dos grandes trabalhadores em metal.

Precisamos fazer uma pausa para observar que mesmo o homem em seu pior estado não está desabilitado a produzir aquilo que é considerado benéfico à raça humana. Também devemos nos apressar a dizer que as contribuições do homem podem rápida e facilmente ser adaptadas para a ruína dos homens. A música pode atrair e seduzir os homens ao pecado. A habilidade do trabalhador em metal pode ser usada para produzir utensílios de pecado (por exemplo ídolos, cf. Ex. 32:1 e ss).

Para um ímpio, a linhagem de Caim foi a origem de muitas coisas elogiáveis. Mas os verdadeiros frutos do pecado são revelados nas palavras de Lameque às suas esposas. Adão e Eva haviam pecado, mas arrependimento e fé estão implícitos depois que sua sentença foi pronunciada. Caim assassinou seu irmão Abel, e, apesar de não ter se arrependido totalmente, não podia defender seus atos.

Lameque nos leva ao ponto da história do homem onde o pecado não é apenas cometido descaradamente, mas com prepotência. Ele se vangloriou de seu assassinato para as suas mulheres. Mais que isso, ele se gabou de que seu pecado foi cometido contra um rapaz que simplesmente o ferira. Este assassinato foi brutal, ousado e vão. Pior de tudo, Lameque mostra desdém e desrespeito para com a Palavra de Deus: “Se Sete vezes se tomará vingança de Caim; de Lameque, porém, setenta vezes sete.” (Gn. 4:24).

Deus tinha pronunciado estas palavras para garantir a Caim que ele não seria morto pelas mãos de um homem. Ele também preveniu aos homens sobre a gravidade de tal ato. Estas palavras foram pronunciadas para mostrar o fato de que Deus valorizava a vida humana. Lameque as torceu e distorceu como ostentação de sua violenta e agressiva hostilidade para com os homens e para com Deus. Aqui o homem rapidamente mergulha no fundo do barril!

Um Vislumbre de Graça
(4:25-26)

Em Romanos capítulo cinco o apóstolo Paulo tem muito a dizer sobre a queda do homem no livro de Gênesis. Mas, neste mesmo capítulo, encontramos estas palavras de esperança: “mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm. 5:20).

O pecado certamente abundou na linhagem de Caim, mas o capítulo não termina sem um vislumbre da graça de Deus.

“Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou. A sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor.” (Gn. 45-26)

Eva esperou pela salvação através de seu primeiro filho, Caim. Certamente não viria dele ou de seus des-cendentes. Nem poderia vir de Abel. Mas um outro filho foi dado, cujo nome, Sete, significa “apontado” (ou nomeado). Ele não foi apenas um substituto para Abel (verso 25), ele foi o descendente através do qual nasceria o Salvador.

Sete também teve um filho, Enos. Começava a ficar claro que a libertação que Adão e Eva esperavam não seria breve, mas, no entanto, era certa. E assim foi que naqueles dias os homens começaram “a invocar o nome do Senhor” (verso 26). Entendo que este foi o começo da adoração coletiva.67 Em meio a uma geração perversa e deformada havia um remanescente de fé que confiava em Deus e esperava por Sua salvação.

Conclusão

O Novo Testamento vai muito além de nosso melhor comentário sobre este capítulo e nos informa sobre seus princípios e aplicações práticas.

Este relato não é simplesmente um registro da história de dois homens que viveram há muito tempo atrás e num lugar muito distante. Minha Bíblia me informa que ele é uma descrição de dois caminhos, o caminho de Abel e o caminho de Caim.

“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Coré.” (Jd. 11)

Judas adverte seus leitores a respeito daqueles que são falsos crentes (verso 4). Eles não são salvos, mas se esforçam para se passar por crentes e perverter a verdadeira fé e desviar os homens de vivenciar a graça de Deus. No verso 11 estes homens são descritos como sendo iguais a Caim. São rebeldes que se escondem sob a bandeira da religião, como ele.

Deixe-me apenas dizer que o mundo hoje está cheio de religião, e o inferno estará cheio de religiosos. No entanto, há uma diferença substancial entre aqueles que são justos e aqueles que são religiosos. Aqueles que são verdadeiramente salvos são os que, como Abel, se aproximam de Deus como pecadores, e que compreendem o fato de que só através do sangue derramado do Cordeiro perfeito de Deus, o Senhor Jesus Cristo, serão salvos. Todos os outros tentam ganhar a aprovação de Deus oferecendo o trabalho de suas mãos. O “caminho de Caim” é uma fila interminável daqueles que querem alcançar o céu “do seu jeito” e não do Seu jeito.

A ironia do caminho de Caim é que ele é marcante. Ainda que pareçam oferecer a Deus boas obras, seus corações estão corrompidos.

“Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta: que nos amemos uns aos outros; não segundo Caim, que era do Maligno e assassinou a seu irmão, e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.” (I Jo. 3:11-12)

Aqueles que são maus não podem permanecer com aqueles que são verdadeiramente justos. Eles proclamam amor fraternal mas falham ao praticá-lo. Não é de se estranhar, então, que os líderes religiosos da época de Jesus O rejeitaram e O entregaram à morte com a ajuda dos gentios. Isto é o que João explicou em seu evangelho.

“A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela… a saber, a verdadeira luz que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem. O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam.” (Jo. 1:4-5; 9-11)

Para aqueles que andam no caminho de Caim há pouca razão para esperança. Podem existir vantagens ilusórias de cultura ou tecnologia, mas, no final das contas, devem ter a mesma a sorte de Caim. Devem passar seus dias longe da presença de Deus e perceberão, afinal, que seus dias na terra são cheios de tristeza e pesar.

Nós podemos nos regozijar, pois há um caminho melhor, o caminho de Abel.

“Pela fé, Abel ofereceu a Deus, mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala.” (Hb. 11:4)

“Para que dessa geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo; desde o sangue de Abel até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a Casa de Deus. Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a esta geração.” (Lc. 11:50-51)

“E a Jesus, o Mediador da nova aliança, e ao sangue da aspersão que fala cousas superiores ao que fala o próprio Abel.” (Hb. 12:24)

O que fez diferença entre Caim e Abel foi a fé. Abel não confiou em si mesmo, mas em Deus. Seu sacri-fício foi um sacrifício melhor porque evidenciava sua fé e refletia que o objeto de sua fé era Deus. Sem dúvida ele também tinha alguma compreensão do valor do sangue derramado de uma vítima inocente.

Mas Abel foi mais do que um exemplo de um crente primitivo, ele foi, de acordo com nosso Senhor, um profeta. Talvez por sua coragem no falar, mas certamente por suas obras, ele proclamou a seu irmão o caminho de acesso a Deus. Ele também foi profeta ao predizer em sua morte o destino de muitos que viriam tempos depois pregar a palavra de Deus aos não crentes.

Embora Deus valorizasse o sangue de Abel que foi derramado por sua fé, ele não deve ser comparado àquele sangue mais excelente que foi derramado por Jesus Cristo. O sangue de Abel foi um testemunho de sua fé. O sangue de Cristo é o agente purificador pelo qual os homens são purgados de seus pecados e libertos do castigo da eterna separação de Deus. Você já veio a confiar no sangue de Jesus como agente de Deus, Seu único agente pelo seu pecado? Por que não fazê-lo hoje?


60 Cf. H. C. Leupold, Exposition of Genesis (Grand Rapids: Baker-Book House, 1942), I, p. 189.

61 Literalmente, Eva replicou: “Consegui um filho, o Senhor”. Ela acreditava ter gerado o Salvador? Claro, isto é possível. Talvez o mais provável seja que ela tenha reconhecido que Deus a capacitou a dar à luz a uma criança, uma criança através da qual sua libertação logo pudesse vir.

62 “A oferta aqui é minha, a qual no caso humano era um presente de admiração ou lealdade e, como termo ritual, poderia descrever um animal ou, com mais freqüência, uma oferta de cereais (p. e. I Sm. 2:17; Lv. 2:1)” Derek Kidner, Genesis: An Introduction and Commentary (Chicago: Inter-Varsity Press, 1967), p. 75.

63 Estas palavras são quase idênticas àquelas do verso 16 do capítulo três: “Teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”. Deus está sugerindo aqui que a mesma tentação (ou, pelo menos o mesmo tentador) que Adão e Eva falharam em resistir é agora enfrentada por Caim?

64 Gerhard VonRad, Genesis (Philadephia: The Westminster Press, 1972), p. 106.

65 A pena capital não foi instituída por Deus até o capítulo nove. Parecia que “uma sentença de vida” como errante e vagabundo, fosse maior punição para Caim do que condená-lo à morte.

66 VonRad sugere uma tatuagem ou algo semelhante (página 107). A mesma palavra para sinal é encontrada em 9:13 e 17:11.

67 “Desde que este chamado pelo uso do nome implique em adoração pública, temos aqui o primeiro registro de adoração pública regular. A adoração particular é pressuposta como precedente. A grande importância da adoração pública, tanto no caso de necessidade pessoal, como também no caso de confissão pública, é belamente exposta por este breve registro.” Leupold, p. 228.

A Queda do Homem (Gênesis 3:1-24)

Se a queda do homem ocorresse em nossos dias, mal se poderia imaginar as conseqüências. Acho que a União Americana dos Direitos Civis imediatamente abriria um processo – contra Deus, e em defesa de Eva e seu marido, Adão (a ordem dos dois não é acidental). O processo provavelmente se fundamentaria com base em um despejo ilegal. “Afinal”, seria dito, “este alegado ato pecaminoso foi consumado na privacidade do jardim, e com o consentimento de dois adultos.” Mas, acima de tudo, seria dito que o castigo foi totalmente desproporcional ao crime (se é que de fato houve algum). Deus poderia realmente estar falando sério na denúncia feita neste relato? Por causa de uma simples mordida em algum “fruto proibido” o homem e a mulher são despejados e sofrerão as conseqüências por toda a vida? E mais que isso, por causa desse único ato, o mundo inteiro e toda a raça humana continuarão a sofrer seus males, até nós?

Aqueles que não levam a Bíblia a sério, ou literalmente, têm um pouco de dificuldade neste ponto. Simplesmente anulam o terceiro capítulo de Gênesis, como se fosse uma lenda. Para eles é simplesmente uma história simbólica que se esforça para explicar as coisas como elas são. Os detalhes da queda não apresentam nenhum problema pois não são fatos, mas ficção.

Os evangélicos provavelmente tendem a se consolar com a lembrança de que isto aconteceu há muito tempo atrás e num lugar muito distante. Uma vez que a queda ocorreu há tantos anos atrás, não nos sentimos inclinados a encarar as conseqüências que nos fulminam desta passagem.

Mas, muitas questões sérias se levantam em relação ao relato da queda do homem. Por que, por exemplo, Adão deve assumir a responsabilidade principal quando Eva é que é o personagem principal da narrativa? Para colocar a questão em termos mais contemporâneos, por que Adão leva a culpa quando foi Eva quem manteve o diálogo?

Além do mais devemos refletir sobre a gravidade das conseqüências do homem partilhar o fruto proibido à luz do que parece ser um assunto um tanto trivial. O que foi tão ruim nesse pecado que propiciou uma resposta tão dura de Deus?

A estrutura dos primeiros capítulos de Gênesis requer esta descrição da queda do homem. Em Gênesis capítulos um e dois lemos sobre a criação perfeita que recebeu a aprovação de Deus como sendo “boa” (cf. 1:10/12/18/21). No capítulo quatro encontramos ciúme e assassinato. Nos capítulos seguintes a raça humana vai de mal a pior. O que aconteceu? Gênesis três responde esta questão.

Assim, este capítulo é essencial porque explica o mundo e a sociedade como os vemos hoje. Ele nos informa sobre as estratégias de Satanás para tentar aos homens. Explica as razões para passagens do Novo Testamento que restringem as mulheres de assumirem cargos de liderança na igreja. Ele nos desafia a considerar se continuamos ou não a “cair” como o fizeram Adão e sua esposa.

No entanto, este não é um capítulo que nos arrependeremos de ter estudado. Ele descreve a entrada do pecado na raça humana e a gravidade das conseqüências da desobediência do homem. Mas, além da pecaminosidade do homem e das penalidades que ela exige, há a revelação da graça de Deus. Ele busca o pecador e lhe providencia uma vestimenta por causa do pecado. Ele promete um Salvador através do qual todo este trágico evento será tornado em triunfo e salvação.

O Pecado do Homem
(3:1-7)

De repente, abruptamente e sem nenhuma introdução, aparece no verso um a serpente. Estamos preparados para encontrar Adão, Eva e o jardim, pois já os vimos antes. Diz-se que a serpente é uma das criaturas de Deus, então, devemos pensar nessa criatura literalmente. Apesar de ter sido uma cobra real, a revelação posterior nos informa que o animal estava sendo usado por Satanás, que é descrito como dragão e serpente (cf. II Coríntios 11:3 e Apocalipse 12:9, 20:2).

Ainda que possamos desejar conhecer as respostas para as questões ligadas à origem do mal, Moisés não tinha a intenção de nos fornecê-las aqui. O objetivo de Deus é nos mostrar que somos pecadores. Ir mais adiante só nos leva a tirar o foco de nossa atenção da nossa responsabilidade pelo pecado.

Repare especialmente na abordagem de Satanás. Ele não se aproxima como um ateu, ou como alguém que desafiaria logo de cara a fé que Eva tinha em Deus.54 Satanás pode se manifestar como uma Madalyn Murray O’Hair, mas, com mais freqüência, como um “anjo de luz” (II Coríntios 11:14). Satanás muita vezes fica atrás do púlpito, segurando uma Bíblia em suas mãos.

A formulação das perguntas de Satanás é significativa. A palavra “de fato” (verso um) está exalando insinuação. O efeito é este: “Certamente Deus não poderia ter dito isto, poderia?” Também o termo Deus (“Deus disse” – verso um) é interessante. Moisés vinha usando a expressão “O Senhor Deus”, Yahweh Elohim:

“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito” (Gênesis 3:1). Mas quando Satanás se referiu ao Senhor Deus ele simplesmente o fez como Deus. Esta omissão é indicativa da atitude rebelde de Satanás diante do Deus Todo-Poderoso.

A abordagem inicial de Satanás não é para negar, mas para enganar; não para levar à desobediência, mas para causar dúvidas. Satanás chegou até Eva como um questionador. Ele distorceu deliberadamente o mandamento de Deus, mas de maneira a sugerir “Posso estar errado, assim, corrija-me se estiver enganado.”

Ora, Eva nunca teria começado esta conversa. Era uma completa subversão da ordem de autoridade de Deus. Essa ordem era Adão, Eva, criatura. Adão e Eva expressavam o governo de Deus sobre Sua criação (1:26). Eva não hesitaria em censurar tal conversa se não fosse pela maneira como ela foi iniciada por Satanás.

Se Satanás tivesse começado por desafiar o mandamento de Deus ou a fé que Eva tinha nEle, sua escolha teria sido bem fácil. Mas Satanás expressou o mandamento de Deus de forma enganosa. Ele colocou a questão como para parecer que estivesse mal informado e precisasse ser corrigido. Poucos de nós podem evitar a tentação de falar aos outros que estão errados. Assim, por curiosidade, Eva começou a trilhar o caminho da desobediência enquanto supunha que estava defendendo a Deus da serpente.

Você percebeu que Satanás sequer mencionou a árvore da vida ou a árvore do conhecimento do bem e do mal? Que ataque sutil! Sua pergunta trouxe a árvore proibida ao centro do pensamento de Eva, mas sem mencioná-la. Ela o fez. Com sua pergunta Satanás não somente envolveu Eva no diálogo, mas também levou seus olhos à generosa provisão de Deus e fez com que ela pensasse somente na Sua proibição. Satanás não deseja que conside-remos a graça de Deus, mas que meditemos rancorosamente nas Suas proibições.

E é exatamente isto o que, imperceptivelmente, toma conta dos pensamentos de Eva. Ela revela sua mudança de atitude através de muitas “escorregadelas freudianas”. Enquanto Deus disse: “De qualquer árvore do jardim comerás livremente” (2:16), Eva disse: “Do fruto das árvores do jardim podemos comer” (3:2). Eva omitiu o “qualquer” e o “livremente”, as duas palavras que enfatizavam a generosidade de Deus.

Da mesma forma, Eva teve uma impressão distorcida da severidade de Deus na proibição do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Ela expressou a instrução de Deus nestas palavras: “Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.” (3:3) Mas Deus tinha dito: “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (2:17)

Apesar de exagerar a proibição ao ponto de até mesmo tocar a árvore ser ruim, Eva inconscientemente subestimou o julgamento de Deus ao omitir a palavra “certamente”, e ao falhar em informar que a morte viria no dia da transgressão. Em outras palavras, Eva enfatizou a severidade de Deus, mas subestimou o fato de que o julgamento era certo e seria rapidamente executado.

O primeiro ataque de Satanás à mulher foi como um questionador religioso, num esforço para criar dúvidas acerca da bondade de Deus e para fixar a atenção dela no que era proibido contra tudo o que era dado livremente. O segundo ataque é ousado e audacioso. Agora, em lugar de dúvida e decepção há negação, seguida de calúnia ao caráter de Deus: “Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.” (3:4)

As palavras de advertência de Deus não eram para ser entendidas como promessa de castigo, mas como simples ameaça de uma divindade egocêntrica.

Podemos estranhar a negação categórica de Satanás, mas, em minha opinião, foi exatamente isto que enfraqueceu a oposição de Eva. Como alguém poderia estar errado se tinha tanta certeza? Hoje, meu amigo, muitos são convencidos mais pelo tom categórico de um professor do que pela honestidade doutrinária de seu ensinamento. Dogmatismo não é garantia de acuidade doutrinária.

O golpe fatal de Satanás está registrado no verso cinco: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” (3:5)

Muitos tentam determinar exatamente o que Satanás está oferecendo no verso cinco. “Se vos abrirão os olhos”, Satanás lhes assegura. Em outras palavras, eles estão vivendo num estado incompleto, inadequado. Mas, uma vez que o fruto fosse comido, entrariam num novo e mais alto nível de existência: se tornariam “como Deus”.55

Da forma como entendo a assertiva de Satanás, a afirmação é deliberadamente vaga e evasiva. Isto estimularia a curiosidade de Eva. Conhecer “o bem e o mal” pode ser conhecer tudo.56 Mas, como Eva poderia compreender os detalhes da oferta quando ela ainda não sabia o que era o “mal”.

Um de meus amigos me diz que as mulheres são, por natureza, mais curiosas que os homens. Não sei se é mesmo assim, mas sei que tenho uma curiosidade bem aguçada também. O mistério desta possibilidade de conhecer mais e viver nalgum plano superior certamente convida à especulação e consideração.

Encontrei no livro de Provérbios uma ilustração desta cena sobre a curiosidade humana:

“A loucura é mulher apaixonada, é ignorante, e não sabe cousa alguma. Assenta-se à porta de sua casa, nas alturas da cidade, toma uma cadeira, para dizer aos que passam e seguem direito o seu caminho: Quem é simples, volte-se para aqui. E aos faltos de senso diz: As águas roubadas são doces, e o pão comido às ocultas é agradável.” (Pv. 9:13-17)

A mulher tola é por si mesma ingênua e ignorante, embora atraia suas vítimas ao lhes oferecer uma nova experiência, e o fato de isso ser ilícito simplesmente aumenta o apelo (versos 16 e 17). Essa é a espécie de oferta que Satanás fez a Eva.

Satanás, creio eu, deixa Eva e seus pensamentos neste ponto. Sua semente destrutiva foi plantada. Embora ela ainda não tenha comido do fruto, já começou a cair. Ela entrou em diálogo com Satanás e agora está acalentando pensamentos blasfemos acerca do caráter de Deus. Ela está contemplando seriamente a desobediência. O pecado não é instantâneo, mas seqüencial (Tiago 1:13-15), e Eva está bem no seu caminho.

Repare que a árvore da vida não é nem mesmo mencionada ou considerada. As duas árvores estavam diante de Eva, a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Aparentemente não foi uma escolha entre uma ou outra. Ela só viu o fruto proibido. Somente ele mostrou ser “bom para comer e agradável aos olhos” (verso 6), e, no entanto, em 2:9 é dito que todas as árvores tinham tais características em comum. Mas Eva só tinha olhos para o que era proibido. E esta árvore oferecia alguma qualidade misteriosa de vida que atraía a mulher.

Satanás mentiu descaradamente ao assegurar a Eva que ela não morreria, mas simplesmente falhou ao lhe dar uma boa impressão em sua promessa daquilo que o fruto proibido ofereceria. Tendo estudado a tal árvore por algum tempo (imagino), ela finalmente decidiu que os benefícios eram muito grandes e as conseqüências muito absurdas e, por isso, improváveis. Naquele momento ela pegou o fruto e o comeu.

Alguém pode balançar a cabeça diante da atitude de Eva, mas o estranho mesmo é que Adão, aparentemente sem hesitação, sucumbiu ao convite de Eva para compartilhar de sua desobediência. Moisés empregou 6 versos e 3/4 para descrever o engano e a desobediência de Eva, mas apenas uma parte de uma sentença para registrar a queda de Adão. Por que? Embora não seja tão categórico nesta possibilidade quanto já fui, duas palavras de Moisés poderiam nos dar a resposta: “com ela” (verso 6).

“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido (que estava com ela), e ele comeu.” (Gênesis 3:6).

Seria possível que Eva não estivesse sozinha com a serpente?57 Poderia ser que Moisés, por estas duas palavras “com ela”, estivesse nos informando que Adão esteve presente durante todo o acontecimento, mas não abriu a boca? Se ele esteve lá, ouvindo cada palavra e assentindo com seu silêncio, então não é de se estranhar que ele simplesmente pegou o fruto e o comeu quando lhe foi oferecido por Eva.

É algo análogo a quando eu e minha esposa estamos sentados na sala de casa. Quando a campainha toca, minha esposa se levanta para atender, enquanto continuo assistindo ao meu programa de TV favorito. Posso ouvir ao longe minha esposa atendendo ao vendedor de aspiradores e escutar com crescente interesse seu plano de vendas. Não quero parar de assistir ao meu programa, assim deixo que a conversa continue, mesmo que minha esposa esteja fazendo um carnê. Se ela viesse à sala e me dissesse “Você tem que assinar aqui também”, não seria nenhum choque se eu assinasse sem protestar. Por falha minha permiti que minha esposa tomasse uma decisão e eu resolvi segui-la.

Se Adão não esteve presente durante todo o diálogo entre a serpente e sua esposa, alguém ainda poderia conceber como isso pôde ter acontecido. Eva, independentemente, poderia ter comido o fruto e então se apressado a contar a seu marido sobre sua experiência. Posso bem imaginar que Adão gostaria de saber duas coisas. Primeiro, ele gostaria de saber ela se sentia melhor – isto é, se o fruto tinha produzido algum efeito benéfico sobre ela. Segundo, ele gostaria de saber se teve algum efeito prejudicial. Afinal de contas, Deus tinha dito que morreriam naquele dia. Tivesse ela achado o fruto agradável e até agora não sentisse nenhum efeito maléfico, Adão certamente estaria inclinado a seguir o exemplo de sua esposa. Que trágico erro!

Os versos 7 e 8 são particularmente instrutivos, porque nos ensinam que o pecado tem suas conseqüências assim como seu castigo. Deus ainda não prescrevera qualquer castigo para o pecado de Adão e Eva, e mesmo assim as conseqüências já estavam inseparavelmente ligadas ao crime. As conseqüências do pecado aqui mencionadas são vergonha e separação.

A nudez que Adão e Eva compartilhavam sem culpa era agora a origem da vergonha. A doce inocência foi perdida para sempre. Lembre-se, não havia outro homem no jardim, só eles dois. Mas estavam com vergonha de encarar um ao outro sem roupa. Não só não podiam encarar um ao outro como o faziam antes, mas eles temiam encarar a Deus. Quando Ele veio para ter a doce comunhão com eles, esconderam-se de medo.

Deus tinha dito que, no dia em que comessem do fruto proibido, morreriam. Alguns se confundem com esta promessa de julgamento. Embora o processo de morte física começasse naquele dia fatídico, eles não morreram fisicamente. Vamos relembrar que a morte espiritual é a separação de Deus.

“Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” (II Ts. 1:9)

Não é de se surpreender que a morte física de Adão e Eva não ocorresse imediatamente, isto é, agora havia a separação de Deus. E esta separação não foi imposta por Deus, mas foi introduzida pelo próprio homem.

Preciso me desviar um pouco para dizer que a morte espiritual vivenciada por Adão e sua esposa é a mesma que ainda temos hoje. É a alienação do homem de Deus. E é isso que o homem prefere. É a sua escolha. Inferno é Deus dar aos homens as duas coisas – o que eles querem e o que eles merecem (cf. Ap. 16:5-6).

Deus Procura, Prova e Sentencia o Homem
(3:8-21)

A separação que Adão e Eva causaram é aquela que Deus procura preencher. Deus procurou pelo homem no jardim. Enquanto as perguntas de Satanás foram planejadas para causar a queda do homem, as perguntas de Deus buscam sua reconciliação e restauração.

Repare que nenhuma pergunta é feita à serpente. Não há intenção de restauração para Satanás. Sua condenação está selada. Tome nota também da ordem ou seqüência aqui. O homem caiu nesta ordem: serpente, Eva, Adão. Isto é o oposto da seqüência de comando dada por Deus. Enquanto Deus questionou por ordem de autoridade (Adão, Eva, cobra), Ele sentenciou pela ordem da queda (cobra, Eva, Adão). A queda foi, em parte, o resultado da reversão da ordem de Deus.

Adão é o primeiro a ser procurado por Deus com a pergunta: “Onde estás?” (verso 9). Adão relutantemente admitiu seu medo e vergonha, provavelmente esperando que Deus não o pressionasse nesse caso. Mas Deus sondou mais profundamente, procurando uma confissão do pecado: “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses?” (verso 11).

Jogando pelo menos uma parte da responsabilidade sobre o Criador, Adão desembuchou: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.” (verso 12)

A implicação de Adão era que ambos, Eva e Deus, deviam partilhar da responsabilidade pela queda. Sua parte foi mencionada por último e com tão poucos detalhes quanto possível. E sempre será assim com aqueles que são culpados. Sempre encontramos circunstâncias atenuantes.

“Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o seu espírito.” (Pv. 16:2)

Então Eva é questionada: “Que é isso que fizeste?” (verso 13)

Sua resposta foi um pouco diferente (em essência) da resposta de seu marido: “A serpente me enganou e eu comi.” (verso 13)

Era verdade, é claro. A serpente a enganou (I Tm. 2:14) e ela comeu. A culpa de ambos, apesar do débil esforço feito para desculpar, ou, no mínimo, diminuir a responsabilidade humana, foi claramente estabelecida.

Creio que deva ser sempre assim. Antes do castigo poder ser aplicado, o delito deve ser comprovado e admitido. De outra forma o castigo não terá seu efeito corretivo sobre o culpado. As penalidades agora são prescritas por Deus, dadas na seqüência dos acontecimentos da queda.

A Serpente Sentenciada (versos 14-15)

A serpente é a primeira a quem Deus se dirige e estabelece o castigo. A criatura, como um instrumento de Satanás, é amaldiçoada e sujeita a uma existência de humilhação, rastejando-se no pó (verso 14).

O verso 15 se dirige à serpente por trás da serpente, Satanás, o dragão mortífero: “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo…” (Ap. 12:9)

Haverá, antes de mais nada, uma hostilidade pessoal entre Eva e a serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher” (verso 15).

Tal inimizade é fácil de se compreender. Mas esta oposição se ampliará: “entre a sua descendência e o seu descendente” (verso 15)

Aqui, creio que Deus se refere à luta através dos séculos entre o povo de Deus e os seguidores do diabo (cf. Jo. 8:44 e ss).

Finalmente, há o confronto pessoal entre o descendente de Eva58, o Messias, e Satanás. “Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (verso 15)

Neste confronto Satanás será mortalmente ferido, enquanto que o Messias receberá um golpe doloroso, mas não fatal.

Como esta profecia retrata lindamente a vinda do Salvador, Aquele que reverterá os acontecimentos da queda. Foi sobre isso que Paulo escreveu retrospectivamente no quinto capítulo de Romanos:

“Entretanto, reinou a morte desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. Todavia, não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.”

Apesar da profecia do verso 15 ser um tanto velada, ela se torna mais e mais evidente à luz da revelação subseqüente. É um tanto surpreendente, então, saber que os judeus, de acordo com o Targum, consideraram esta passagem como Messiânica.59

O Castigo da Mulher (verso 16)

Desde que Satanás atacou a raça humana através da mulher é apropriado, portanto, que Deus traga a salvação do homem e a destruição de Satanás através dela. Isto já foi revelado à Satanás no verso 15. Cada criança carregada pela mulher deve ter atormentado Satanás.

Ainda que a salvação viesse através do nascimento de uma criança, isso não seria um processo indolor. A sentença da mulher chega ao centro de sua existência. Trata do nascimento de seus filhos. Mas em meio às dores do trabalho de parto ela poderia saber que o propósito de Deus para ela estava sendo cumprido, e que, talvez, o Messias, nascesse através dela.

Somado às dores do trabalho de parto, o relacionamento da mulher com seu marido também foi prescrito. Adão deveria liderar e Eva deveria seguir. Mas tal não foi o caso na queda. Então, desta vez as mulheres seriam governadas pelos homens: “o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.” (verso 16)

Muitas coisas podem ser ditas a respeito desta maldição. Antes de mais nada, é algo que é para todas as mulheres, não apenas para Eva. Da mesma forma que todas as mulheres devem partilhar as dores de parto, assim também devem estar sujeitas à autoridade de seus maridos. Isto, de forma nenhuma, implica em alguma inferioridade por parte das mulheres. Nem justifica a restrição de votos ou recusa de equivalência salarial e assim por diante.

Para aqueles que se recusam a se submeter ao ensinamento bíblico concernente ao papel da mulher na igreja – que as mulheres não devem liderar ou ensinar aos homens, e mesmo não falar publicamente (I Co. 14:33b-36; I Tm. 2:9-15) – deixe-me dizer isto: o papel da mulher na igreja e no casamento não é restrito ao ensinamento de Paulo, nem é para ser visto como apenas relacionado ao contexto imoral de Corinto. É uma doutrina bíblica, que tem origem no terceiro capítulo de Gênesis. Essa é a razão pela qual Paulo escreveu:

“… conservem-se as mulheres caladas na igreja, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina.” (I Co. 14:34)

Para aqueles homens e mulheres que desejam desprezar a instrução de Deus, devo dizer que isso é precisamente o que Satanás deseja. Da mesma forma que ele atraiu a atenção de Eva para a restrição daquela única árvore, ele quer que as mulheres ponderem sobre as restrições impostas a elas hoje – “Livre-se de suas algemas”, ele incita, “Encontre sua auto-satisfação”, “Deus está privando você daquilo que é melhor”, ele sussurra. Isso é mentira! Os mandamentos de Deus têm razão, quer os compreendamos ou não.

Para os homens, apresso-me a acrescentar que este versículo (e o ensinamento bíblico sobre o papel das mulheres) não é um texto para provar a superioridade masculina ou alguma espécie de ditadura no casamento. Somos conduzidos pelo amor. Nossa liderança é para ser exercida com nosso próprio sacrifício pessoal, procurando o que é melhor para nossa esposa (Ef. 5:25 e ss). Liderança bíblica é aquela que segue o exemplo de nosso Senhor (cf. Fp. 2:1-8).

O Castigo do Homem (versos 17 a 20)

Da mesma forma que o castigo de Eva se relaciona ao centro de sua vida, assim também é o caso com Adão. Ele tinha sido colocado no jardim, mas agora terá que obter seu sustento do solo “pelo suor de sua fronte” (versos 17 a 19).

Você notará que, embora a serpente tenha sido amaldiçoada, aqui somente a terra é amaldiçoada e não Adão e Eva. Deus amaldiçoou Satanás porque Ele não pretendia reabilitá-lo ou redimi-lo. Mas o propósito de Deus em salvar o homem já tinha sido revelado (verso 15).

Adão não somente terá que lavrar o solo para obter seu sustento, mas ele finalmente retornará ao pó. A morte espiritual já aconteceu (cf. versos 7 e 8). A morte física começou. Distante da vida que Deus dá, o homem simplesmente (embora lentamente) retorna ao seu estado original – pó (cf. 2:7).

A reação de Adão ao castigo de Deus é revelada no verso 20 “E deu o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos.”

Creio que essa atitude evidencia uma fé singela por parte de Adão. Ele aceitou sua culpa e castigo, mas concentrou-se na promessa de Deus de que o Salvador viria através da descendência da mulher. A salvação de Eva (e a nossa também!) viria através de sua sujeição a seu marido e do nascimento dos filhos. O nome que Adão deu à mulher, Eva, que significa “viva” ou “vida”, mostrava que a vida viria através de Eva.

Deus não é apenas um Deus de castigo, mas de graciosa provisão. Assim, Ele fez para Adão e sua esposa roupas de peles de animais para cobrir sua nudez. Em minha opinião, a profecia da redenção através do derramamento de sangue implícita nesse versículo, não é um abuso.

A Dura Misericórdia
(3:22-24)

De maneira estranha a promessa de Satanás tornou-se verdadeira. Em certo sentido, Adão e Eva tinham se tornado como Deus no conhecimento do bem e do mal (verso 22). Ambos, o homem e Deus, conheciam o bem e o mal, mas de formas completamente diferentes.

Talvez a diferença possa ser melhor ilustrada desta maneira. Um médico pode conhecer o câncer em virtude de sua educação e experiência como médico. Isto é, ele tem lido e ouvido conferências a respeito de câncer, e o tem visto em seus pacientes. Um paciente, também, pode conhecer o câncer, mas como sua vítima. Enquanto ambos conhecem o que é o câncer, o paciente desejaria jamais ter ouvido falar sobre ele. Tal é o conhecimento que Adão e Eva vieram a possuir.

Deus prometeu que a salvação viria na época do nascimento do Messias, que destruiria Satanás. Adão e Eva poderiam ficar tentados a obter a vida eterna comendo do fruto da árvore da vida. Eles escolheram o conhecimento ao invés da vida. Agora, como os Israelitas tardiamente tentaram possuir Canaã (Nm. 14:39-45), assim o homem caído poderia tentar ganhar a vida através da árvore da vida no jardim.

Parecia que, se Adão e Eva tivessem comido da árvore da vida eles teriam vivido para sempre (verso 22). Esta é a razão pela qual Deus os lançou prá fora do jardim (verso 23). No verso 24 o “lançados prá fora” dos dois é chamado mais dramaticamente de “expulsos”. Colocados à entrada do jardim estão os querubins e a espada flamejante.

“Que cruel e rigoroso”, alguns seriam tentados a protestar. Num jargão legal atual, provavelmente seria chamado de “um castigo incomum e cruel”. Mas, pense por um instante antes de falar precipitadamente. O que teria acontecido se Deus não tivesse expulso este casal do jardim e proibido seu retorno? Posso responder com apenas uma palavra – INFERNO. O inferno está dando aos homens as duas coisas – o que eles querem e o que merecem (Ap. 16:6) para sempre. O inferno é passar a eternidade em pecado, separado de Deus.

“Estes sofrerão penalidade eterna de destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” (I Ts. 1:9)

Deus foi misericordioso e gracioso ao colocar Adão e Eva prá fora do jardim. Ele os guardou do castigo eterno. Sua salvação não viria instantaneamente, mas no tempo certo; não com facilidade, mas através da dor – mas viria. Eles deveriam confiar Nele para alcançá-la.

Conclusão

Não posso evitar, mas lembro-me das palavras de Paulo quando leio este capítulo “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus.” (Rm. 11:22)

Há pecado, e há julgamento. Mas o capítulo está entrelaçado com graça. Deus buscou os pecadores. Ele os sentenciou também, mas com a promessa da salvação por vir. E guardou-os do inferno na terra; Ele lhes providenciou vestimentas para o tempo e completa redenção no tempo. Que Salvador!

Antes de concentramos nossa atenção na aplicação deste capítulo às nossas próprias vidas, consideremos por um instante o que esta passagem queria dizer ao povo nos dias de Moisés. Eles já tinham sido levados prá fora do Egito e a Lei já tinha sido dada. Eles ainda não tinham entrado na terra prometida.

O propósito dos livros de Moisés (os quais incluem Gênesis) é dado em Deuteronômio capítulo 31:

“Tendo Moisés acabado de escrever, integralmente, as palavras desta lei num livro, deu ordem aos levitas que levavam a Arca da Aliança do Senhor, dizendo: tomai este livro da lei e ponde-o ao lado da Arca da Aliança do Senhor, vosso Deus, para que ali esteja por testemunho contra ti. Porque conheço a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Pois, se vivendo eu, ainda hoje, convosco, sois rebeldes contra o Senhor, quanto mais depois da minha morte? Ajuntai perante mim todos os anciãos das vossas tribos e vossos oficiais, para que eu fale aos seus ouvidos estas palavras, e contra eles, por testemunhas, tomarei os céus e a terra. Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos tenho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, porque fareis mal perante o Senhor, provocando-o à ira com as obras das vossas mãos.” (Dt. 31:24-29)

Em muitos aspectos o Éden foi um tipo da terra prometida e Canaã um antítipo. Canaã, como o Paraíso, foi um lugar de beleza e abundância, uma “terra que mana leite e mel” (cf. Dt. 31:20). Israel experimentaria bênção e prosperidade enquanto fosse obediente à Palavra de Deus (Dt. 28:1-14). Se a lei de Deus fosse deixada de lado, experimentaria dureza, derrota, pobreza e seria levado prá fora da terra (28:15-68). Assim, Canaã foi uma oportunidade para Israel experimentar, em certo grau, as bênçãos do Éden. Aqui, como no Éden, o povo de Deus estava diante uma decisão a tomar: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal.” (Dt. 30:15).

Gênesis capítulo três está bem longe de ser meramente uma história ou história acadêmica. Foi uma palavra de advertência. O que aconteceu no Éden ocorreria novamente em Canaã (cf. Dt. 31:16 e ss). Eles seriam tentados a desobedecer, assim como o foram Adão e Eva. Sérias considerações deste capítulo e suas implicações eram essenciais ao futuro de Israel.

O capítulo é também claramente profético, pois Israel desobedeceu e escolheu o caminho da morte, como o primeiro casal no jardim. Como Adão e Eva foram lançados prá fora do jardim, Israel foi colocado prá fora da terra prometida. Mas há esperança também, pois Deus prometeu um Redentor, que nasceria da mulher (Gn. 3:15). Deus disciplinaria Israel e o traria de volta à terra (Dt. 30:1 e ss). Mesmo então Israel não seria fiel a seu Deus. Eles deviam olhar para a restauração final e definitiva que o Messias de Gênesis 3:15 traria. A história de Israel, então, está resumida em Gênesis 3.

Há muitas aplicações para nós. Não devemos ser ignorantes quanto às estratégias de Satanás (II Co. 2:11). O estilo de sua tentação é repetido no testemunho de nosso Senhor no deserto (Mt. 4:1-11; Lc. 4:1-2). E assim ele continuará a nos tentar.

Gênesis capítulo três é essencial aos cristãos de hoje porque ele sozinho define as coisas como elas são. Nosso mundo é uma mistura de ambos – beleza e crueldade, de encanto e de feiúra. A beleza remanescente é evidência da bondade e grandeza do Deus que criou todas as coisas (cf. Rm. 1:18 e ss). A feiúra é a evidência da pecaminosidade do homem (Rm. 8:18-25).

Do que posso dizer, o presente estado da criação de Deus foi um dos elementos cruciais na mudança de Darwin da ortodoxia à dúvida e negação. Ele não levou em conta a organização da criação e disse a si mesmo: “Oh, isto deve ter ocorrido por acaso”. Pelo contrário, ele olhou a crueldade e a feiúra e concluiu “Como poderia um Deus amoroso e Todo-Poderoso ser responsável por isto?” A resposta, é claro, é encontrada neste texto de Gênesis capítulo três: o pecado do homem virou a criação de Deus às avessas.

A única solução, pois, é Deus fazer algo para trazer redenção e restauração. Isto foi realizado em Jesus Cristo. O castigo pelos pecados do homem foi suportado por Ele. As conseqüências dos pecados de Adão não precisam nos destruir. A escolha com que somos confrontados é esta: Desejamos estar unidos com o primeiro Adão ou com o último? No primeiro fomos feitos pecadores e sujeitos à morte física e espiritual. No último nos tornamos novas criaturas, com vida eterna (física e espiritual). Deus não colocou duas árvores diante de nós, mas dois homens: Adão e Cristo. Devemos decidir com quem nos identificaremos. Num dos dois repousa nosso futuro eterno.

Há também muito a ser aprendido sobre o pecado. Essencialmente, pecado é desobediência. Repare que o pecado inicial não parecia muito sério. Podia-se pensar que fosse uma coisa trivial. A gravidade do pecado pode ser vista em dois fatos significativos, que estão claros no nosso texto.

Primeiro, o pecado é sério por causa de suas raízes. O comer do fruto proibido não foi a essência do pecado, mas simplesmente sua expressão. Não é a origem do pecado, mas seu símbolo. O partilhar daquele fruto é semelhante ao compartilhar dos elementos, pão e vinho, da mesa do Senhor, isto é, um ato que expressa algo muito mais grave e profundo. Assim, a raiz do pecado de Adão e Eva foi a rebelião, incredulidade e ingratidão. Seu ato foi uma escolha deliberada em desobedecer uma instrução clara de Deus. A recusa em aceitar com gratidão as coisas boas como provenientes de Deus e a única proibição como sendo boa também. Pior de tudo, eles viram a Deus como sendo mal, miserável e perigoso, como Satanás O retratou.

Segundo, o pecado é sério por causa dos seus frutos. Adão e Eva não experimentaram uma forma superior de existência, mas vergonha e culpa. Isso não lhes proporcionou mais prazer, mas estragou o que antes experimentavam sem vergonha. Pior ainda, causou a queda de toda a raça humana. Os primeiros efeitos da queda são vistos no restante da Bíblia. Vemos as conseqüências daquele pecado ainda hoje, em nossas vidas e em nossa sociedade. A conseqüência do pecado é o julgamento. Esse julgamento é agora e no futuro (cf. Rm. 1:26-27).

Deixe-me lhe dizer, meu amigo, que Satanás sempre enfatiza os prazeres presentes do pecado enquanto mantém nossa mente afastada de suas conseqüências. O pecado nunca é sem preço. É como andar na State Fair: o trajeto é pequeno mas o preço é alto – incrivelmente alto.

Mas, não vamos nos concentrar nos pecados de Adão e Eva. Não ficaríamos nem um pouco chocados ao compreender que as tentações para os homens hoje são as mesmas que no jardim. E os pecados também são os mesmos.

A Avenida Madison tem sido a causa de um grande mal. As propagandas nos levam a esquecer as muitas bênçãos que temos e a nos concentrar naquilo que não possuímos. Elas sugerem que a vida não pode ser completamente aproveitada sem algum produto. Por exemplo, dizem “Coca-Cola dá vida”. Não, não dá, simplesmente estraga seus dentes. E então somos persuadidos a não considerar o custo ou as conseqüências de agradarmos a nós mesmos com mais esta coisa tão necessária. A gente “põe no Cartão”.

Desconfio que um ligeiro sorriso esteja se formando em seu rosto. Você pode achar que eu esteja me afastando do assunto. Pense no que o Apóstolo Paulo nos diz acerca do significado das verdades do Velho Testamento para nossa presente situação:

“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem, como no mar, com respeito a Moisés. Todos eles comeram de um só manjar espiritual, e beberam da mesma fonte espiritual, porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão porque ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.” (I Co. 10:1-6)

O que afastou Adão e Eva de sua bênção eterna foi seu desejo de ter prazer à custa de incredulidade e desobediência. Tal, Paulo escreve, também foi o caso com Israel (I Co. 10:1-5). Enfrentamos as mesmas tentações hoje, mas Deus nos tem dado meios suficientes para termos vitória. Quais são estes meios?

(1) Devemos compreender que as negativas (não fazer, proibições) vêm das mãos de um Deus bom e amoroso.

“Nenhum bem sonega aos que andam retamente.” (Sl. 84:11)

(2) Devemos perceber que as negativas são um teste da nossa fé e obediência:

“Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem. Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. Sabe, pois, no teu coração que, como um homem disciplina a seu filho, assim te disciplina o Senhor teu Deus.” (Dt. 8:2-5)

Não fazer não é Deus deixar de nos abençoar, mas nos preparar para:

“Pela fé Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir prazeres transitórios do pecado; porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão.” (Hb. 11:24-26, cf. Dt. 8:6 e ss).

(3) Quando somos afastados daquelas coisas que pensamos que queremos devemos ser cuidadosos em não pensar no que é negado, mas no que nos é dado graciosamente, e por Quem. Então devemos fazer o que sabemos ser a vontade de Deus.

“Antes, como te ordenou o Senhor teu Deus, destrui-las-á totalmente: aos heteus, aos amorreus, Aos cananeus, aos ferezeus, aos heveus, e aos jebuseus, para que não vos ensinem a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois pecaríeis contra o Senhor vosso Deus.” (Dt. 20:17-18)

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” (Fp. 4:6-9)

Quase que diariamente nos encontramos repetindo os pecados de Adão e Eva. Pensamos no que não podemos ter. Começamos a desconfiar da bondade de Deus e de Sua graciosidade para conosco. Preocupamo-nos com coisas que realmente não têm importância. E, com freqüência, em incredulidade, tomamos o assunto em nossas próprias mãos.

Muitas vezes encontro cristãos contemplando seriamente o pecado, sabendo que é errado e percebendo que haverá conseqüências, mas supondo tolamente que o prazer do pecado é maior do que seu preço. Quanto engano! Esse foi o erro de Adão e Eva.

Possa Deus nos capacitar a louvá-lO por aquelas coisas que Ele proíbe e confiar Nele por aquelas coisas que precisamos e que Ele promete prover.


54 Gosto do jeito como Helmut Thielicke coloca isto:

“A abertura deste diálogo é perfeitamente religiosa, e a serpente se apresenta como um animal muito sério e religioso. Ele não diz: “Sou um monstro ateu e agora vou tirar seu paraíso, sua inocência e sua lealdade, e virar tudo de cabeça prá baixo.” Pelo contrário, ele diz: “Filhos, hoje vamos conversar sobre religião, vamos discutir sobre coisas atuais.” Como começou o mundo (Philadelphia: Fortress Press, 1961), p. 124.

55 Alguns indicam que “Deus” (“como Deus”) no verso 5, é o nome Elohim, que é plural. Sugerem que devemos traduzi-lo por “serão como deuses”. Tal possibilidade, enquanto gramaticalmente permissível, não parece digna de consideração. A mesma palavra (Elohim) é encontrada na primeira parte do verso 5, onde se refere a Deus.

56 No que diz respeito ao conhecimento do bem e do mal, deve-se lembrar que o hebraico yd’ (conhecer) não significa simplesmente conhecimento intelectual, mas num sentido mais amplo uma “experiência”, um “tornar-se íntimo de”, ou mesmo uma “habilidade”. “Conhecer, no mundo antigo, é também sempre ser capaz” (Wellhausen). E, segundo, “bem e mal” não podem ser limitados apenas ao reino moral. “Falar nem bem nem mal” significa não dizer nada (Gn. 31:24, 29; II Sm. 13:22); fazer nem bem nem mal significa não fazer nada (Sf. 1:12); conhecer nem bem nem mal (dito de crianças ou idosos) significa não entender nada (ainda) ou (mais nada) (Dt. 1:39; II Sm. 19:35) “Bem e mal” é então uma maneira formal de se dizer o que queremos dizer com nosso descolorido “tudo”; e aqui também deve-se tomar seu significado em todos os sentidos” . Gehard Von Rad, Genesis (Philadelphia: Westminster Press, 1961), pp. 86-87.

57 “Ela partiu o fruto, deu a seu marido e ele também comeu. Alguém poderia perguntar: Onde esteve Adão todo o tempo? A Bíblia não nos diz. Presumimos que estivesse presente, porque ela lhe deu o fruto: “seu marido estava com ela”. Nada mais podemos dizer pela simples razão de que a Bíblia não diz mais nada.” E. J. Young, In the Beginning (Carslile, Pennsylvania: The Banner of Truth Trust, 1976), p. 102

58 A palavra descendente (zera) pode ser usada tanto coletivamente quanto individualmente (cf. Gn. 4:25, I Sm. 1:11, II Sm. 7:12). Aqui em Gn. 3:15 é usada em ambos os sentidos, creio eu. Kidner afirma: “os últimos, como a descendência de Abraão, é coletivo (cf. Rm. 6:20) e, na batalha crucial, individual (cf. Gl. 3:16), uma vez que Jesus como o último Adão, resumiu a raça humana em Si mesmo.” Derek Kidner, Genesis (Chicago: Inter-Varsity Press, 1967), p. 71.

59 H. C. Leupold, Exposition of Genesis (Grand Rapids: Baker Book House, 1942), I, p. 170.