Evolução: “Uma Teoria em Crise” – Livro de Michael Denton PhD

Michael John Denton é um PhD

Estudou medicina na Universidade Bristol e desenvolvimento biológico no Kings College, Universidade de Londres, onde ganhou um PhD em 1974. Michael Denton é bioquímico e geneticista, professor da Universidade de Otago (Nova Zelândia) e antigo diretor do Centro de Genética Humana de Sidney, dirige um programa internacional de investigação sobre este tema, sob a égide do National Institute of Health, americano. É um dos especialistas mundiais em doenças genéticas dos olhos.

Ele era um Senior Research Fellow em Genética Humana da Universidade de Otago 1990-2005

 

Nota: O doutor Denton é biólogo molecular e doutor em medicina. Não é criacionista, e nenhum de seus argumentos nem evidências se relaciona com considerações religiosas.

Evolução – Uma Teoria em Crise (1)
Resenha do livro por John W. Oller, Jr., Ph.D.

Tradução do inglês: Santiago Escuain
Tradução ao português: Emerson H. de Oliveira

O Livro de 1986 de Michael Denton, Evolution:

A Theory in Crisis (Evolução: Uma Teoria em Crise), é uma crítica secular contra o darwinismo ortodoxo.

É reflexiva, lógica, empírica e bem escrita.

A Theory in Crisis (Evolução: Uma Teoria em Crise) o livro que Explodiu as polêmicas sobre a origem e desenvolvimento da vida, entrou para a história pois foi a primeiro a provar que a Teoria da Evolução de Darwin é Falsa.

Denton é respeitoso e equilibrado, mostrando um raro conhecimento. Distingue entre microevolução e macroevolução.

O primeiro tem lugar dentro dos genótipos. Os tentilhões dos Galápagos estudados por Darwin ilustram a microevolução, o mesmo que o suplantamento circunpolar entre espécies de gaviotas, e as muitas variedades de moscas da fruta nas ilhas Havaí.

No entanto, a criação seletiva das galinhas, pavões, gado, cavalos, cães, gatos e muitos outros animais domésticos dão resultados similares em menos tempo.

A macroevolução, o segundo conceito, é o que deveria ter ocorrido se a evolução tivesse chegado a primeira célula, ou saltasse através dos genótipos, digamos, que de um réptil a uma ave.

Enquanto e microevolução é evidente na distribuição geográfica de muitas espécies vivas (2) e na criação seletiva, ele sustenta só a teoria especial de Darwin, a da variação dentro dos genótipos.

Mas a teoria geral, a mudança através dos tipos (ou macroevolução) exige a mudança a outro em vez de um movimento lateral.

Para a macroevolução, o problema é como puderam surgir formas de vida viáveis totalmente desenvolvidas por acaso.

Denton cita a Monod, que disse: “O puro acaso está na origem de cada inovação, de toda criação na biosfera. O puro acaso, absolutamente livre, mas cego” (3).

Supõe-se que o acaso deu origem ao primeiro organismo – talvez uma bactéria, uma alga ou protozoário.

 

Lançado em 1986 até hoje é citado como referencia por aqueles que contestam a ortodoxia Darwinista, esse livro abalou as frágeis bases aos quais a TE era mantida

Posteriormente, segundo propõe a teoria, a mudança se desenvolveu em complexos invertebrados e plantas, seguidos pelos peixes, anfíbios, répteis, aves e, por último, os mamíferos.

Segundo Denton, a prova de uma seqüência assim exige ao menos um dos dois tipos de evidência: ou uma cadeia ininterrupta de fósseis de transição, de intermediários sobreviventes ou reconstruções plausíveis de tais séries juntos com seus respectivos nichos ecológicos.

A dificuldade está em mostrar como cada elo da cadeia poderia ser viável no tempo suficiente para que pudesse estabelecer á segunda.

Só através do estabelecimento de séries completas de transição pode tornar plausível a hipotetizada continuidade da hierarquia – desde já, a prova empírica é uma exigência muito mais difícil de suprir.

Aqui, o que se trata é de mera plausibilidade. Se estas transições jamais ocorreram, deveria existir formas intermediárias nos fósseis e nos organismos vivos.

Os limites claramente marcados deveriam ser mais exceção do que a regra.

Ainda que Darwin esperasse que chegariam a aparecer transições fósseis, não foi assim. Só apareciam casos triviais de microevolução, dificilmente rivalizando com a criação seletiva. E não foi possível nenhuma medição precisa da distância entre as classes existentes mesmo já passados mais de cem anos.

Michael Denton, um autentico e honesto cientista

Vejamos o Celacanto.

Na base da evidência fóssil, os evolucionistas criam que se tratava de um intermediário entre os peixes e os anfíbios.

As reconstruções mostravam o Celacanto com características anfíbias e ictíneas. Posteriormente se descobriram Celacantos vivos no Oceano Índico perto da cidade do Cabo, África do Sul. Eram peixes.

As reconstruções haviam sido erradas. O que demonstra que os fósseis constituem uma pobre base para inferências detalhadas sobre os elos propostos entre as classes.

No entanto, Denton observa que os avanços na microbiologia possibilitam chegar a um novo tipo de evidência.

Agora é possível comparar diretamente os blocos básicos de construção – as proteínas – dos seres vivos. Denton observa que as proteínas determinam “toda a biologia de um organismo, todas suas características anatômicas, suas funções fisiológicas e metabólicas.…” (4) É difícil crer que a estrutura proteínica e a evolução puderam carecer de relação. Denton escreve:

“A seqüência aminoácida de uma proteína de dois organismos diferentes pode ser facilmente comparada alinhando as duas seqüências e contando a quantidade de posições em que diferem as cadeias.(5)

E estas diferenças podem ser quantificadas de uma maneira exata e provem um enfoque inteiramente novo para a medição das diferenças entre espécies…

Ao prosseguir o trabalho neste campo, se tornou claro que cada proteína particular tinha uma seqüência ligeiramente diferente nas espécies diferentes e que espécies estreitamente relacionadas tinham seqüências estreitamente relacionadas.

Quando se comparam as seqüências de hemoglobina de mamíferos diferentes, como o homem e o cão, a divergência seqüencial era ao redor de vinte por cento, enquanto que ao comparar-se a hemoglobina de dois espécies dissimilares como o homem e a carpa, se encontrou que a divergência seqüencial era ao redor de cinqüenta por cento.(6)

Estas comparações possibilitam a comprovação de hipóteses sugeridas pela ortodoxia neodarwinista.

Por exemplo, suponhamos que as bactérias tenham estado presentes por muito mais tempo que as espécies multicelulares, p.e., os mamíferos.

Suponhamos que as bactérias estejam mais estreitamente relacionadas com as plantas que com os peixes, anfíbios e mamíferos, nesta ordem.

Se é assim, deveríamos ver evidência destes fatos nas seqüências de aminoácidos das proteínas comuns.

Por exemplo, todos os grupos mencionados empregam citocromo C, uma proteína empregada na produção de energia.

As diferenças nesta proteína deveriam concordar com uma seqüência evolutiva.

No entanto, a comparação do citocromo C bacteriano as proteínas correspondentes no cavalo, atum, bicho da seda, trigo e levedura mostram que estas últimas são todas eqüidistantes do da bactéria.

A diferença entre a bactéria e a levadura não é menor que entre a bactéria e o mamífero, ou entre quaisquer das outras classes.

Tampouco muda a coisa se escolhemos outras classes ou proteínas diferentes.

As classes tradicionais de organismos são identificáveis através da hierarquia tipológica e as distâncias relativas entre as mesmas resultam similares, com independência das hipotéticas seqüências evolutivas.

Por exemplo, Denton observa que os anfíbios não se encontram entre os peixes e os vertebrados terrestres. Ao contrário da teoria ortodoxa, os anfíbios estão a mesma distância dos peixes que os répteis e os mamíferos.(7)

Em todas as comparações, as hipóteses do evolucionismo geral resultam falsas.

Escreve Denton:

A descoberta realmente significativa que vem à luz ao comparar as seqüências aminoácidas das proteínas é que é impossível dispô-las em nenhuma classe de série evolutiva.(8)

O resultado disto é que todo o conceito de evolução se derruba (9) [devido a que] a pauta de diversidade ao nível molecular se conforma a um sistema hierárquico sumamente ordenado. Cada classe é, ao nível molecular, singular, isolada e carente de relação mediante intermediários.(10)

Além disso, os ajustes acidentais do desenho que exige o evolucionismo geral são desastres lógicos. As mutações aleatórias devidas a radiação, a erros de cópia ou outras fontes propostas, raramente resultam em ajustes viáveis de design e nunca em designs perfeitos mais avançados.

A evidência a favor de uma evolução geral está totalmente ausente e as predições em base da teoria resultam falsas. Darwin confessou que:

“O sinal das formas específicas e o fato de que não estejam amalgamadas entre si mediante inumeráveis formas de transição é uma dificuldade muito evidente”.(11)

Contudo, ele insiste em uma mudança gradual devido a seleção natural que, ao seu entender, não pode produzir modificações grandes ou repentinas; só pode atuar mediante passos curtos e lentos.(12)

Mais de um século depois, o registro fóssil segue sem ajustar-se a ortodoxia darwinista.

Ironicamente, foi ao admitir este “segredo profissional da paleontologia” (13) que o professor Stephen Jay Gould, de Harvard, adquiriu fama e glória.

A partir de Darwin, os investigadores chegavam a abismos intransponíveis por todas partes da hierarquia biológica. No entanto, pretendiam que estes abismos não existiam. Isto preparou a cena para a teoria dos saltos de Gould – idéia esta que Darwin havia negado de modo expresso.

A idéia de Gould é semelhante às fantasias de Fred Hoyle (14) e de Francis Crick (15) sobre as civilizações extraterrestres.

Enquanto Gould, junto com seu colega Niles Eldredge, propõe milagrosos saltos repentinos no progresso evolutivo,(16) Hoyle e Crick propõe a panspermia – sementes de vida procedentes de alguma civilização extraterrestre.

Todas estas teorias servem só para se desviar do problema.

Denton as nega, e conclui que um design perfeito implica uma suprema inteligência. Mas, ao contrário de Gould, Eldredge, Hoyle e Crick, não alcança sua própria proposta a partir de uma imaginação desbocada, mas por uma implacável aplicação da lógica.

Ele observa que o problema do desígnio e sua solução encontram uma analogia quase perfeita na dificuldade de gerar textos em um idioma determinado.

Enquanto que a quantidade de textos possíveis é grande, a quantidade de cadeias de letras carentes de sentido e muito maior nas ordens de infinitude.

É tirar muito por baixo dizer que a probabilidade de gerar por acaso inclui um texto gramatical de só uns poucos centos de palavras é desprezivelmente pequena.

Qualquer cadeia de linguagem com sentido implica inteligência.

Da mesma maneira, as seqüências viáveis do material da vida estão em uma proporção infinitesimal frente a todas as possíveis seqüências.

A questão é como poderia surgir por acidente uma seqüência viável.

Denton considera as probabilidades. Cita a Hoyle e Wickramasinghe, que estimam que a probabilidade de que uma só célula vivente surgisse espontaneamente a existência em 1 entre 1040.000 chances – “uma probabilidade impossivelmente pequena…mesmo se todo o Universo consistisse de sopa orgânica”.(17)

Referindo-se logo a “elegância e gênio de uma qualidade absolutamente transcendente, que de tal maneira milita contra a idéia do acaso…” ele pergunta:

“É verdadeiramente crível que uns processos do acaso tenham podido construir uma realidade, cujo mais mínimo elemento da mesma – uma proteína ou gene funcional – é complexa até mais além… de qualquer coisa produzida pela inteligência do homem?”(18)

Ao final, sugere Denton, os defensores da ortodoxia evolucionista são como a rainha Vermelha de Alice no País das Maravilhas. Quando Alice protestou que de nada servia crer em coisas impossíveis, a rainha lhe disse:

“Vejo que não tens muita prática… quando eu tinha sua idade, o fazia meia hora por dia. Vá! Às vezes eu acreditava em até seis coisas impossíveis antes do café da manhã!” (19)

 

Documentário – “De Sapo a Príncipe – Lenda da Evolução” –

Com participação de Michael Denton

 

Darwin errou, e errou feio! Mentia as pessoas sem querer…
 
Darwin… mas que macacada!! (Risos)

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REFERENCIAS

1. Este artigo é uma resenha do livro de Michael Denton, Evolution: A Theory in Crisis, Bethesda, Maryland: Adler and Adler, 1986, 368 págs. Existe en francês: Evolution: Une Theorie en Crise, 1988, Londreys – 31, Rue de Bièvre, 75005 París, Francia, 384 págs.

2. La distribución geográfica de los organismos fue, dice Denton, la principal inspiración de Darwin: <>. Véase Charles Darwin, The Origin of Species, 6(a) edición, 1872, reeditada en New York: Collier, 1962, pág. 25 (citado por Denton, op. cit., pág. 45).
3. Jacques Monod, Chance and Necessity (Azar y Necesidad), Londres: Collins, 1972, pág. 110 (citado por Denton, op. cit., pág. 43).
4. Denton, op. cit., pág. 303.
5. Ibid., pág. 275.
6. Ibid., pág. 276.
7. Ibid., pág. 285.
8. Ibid., pág. 289.
9. Ibid., pág. 291.
10. Ibid., pág. 290.
11. Veja Charles Darwin, op. cit., pág. 307 (citado por Denton, op. cit., pág. 56).
12. Veja Charles Darwin, op. cit., pág. 468 (citado por Denton, op. cit., pág. 57).
13. Stephen Jay Gould, The Panda’s Thumb, New York: Norton, 1980, pág. 181 (citado por Denton, op. cit., pág. 194).
14. Fred Hoyle, The Intelligent Universe, Londres: Michael Joseph, 1983. Veja também Fred Hoyle y Chandra Wickramasinghe, Evolution from Space, Londres, Dent, 1981.
15. Francis Crick y L. E. Orgel, <>, Icarus 19, 341-346; Veja também Francis Crick, Life Itself, New York: Simon and Schuster, 1981.
16. Niles Eldredge y Stephen Jay Gould, <>, in T.J.M. Schopf, ed., Models in Palaeobiology, San Francisco: Freeman, 1973, págs. 82-115.
17. Hoyle, F. y Wickramasinghe, C. 1981. Evolution from Space. Londres: Dent and Sons, pág. 24 (citado por Denton, op. cit., pág. 323).
18. Denton, op. cit., pág. 342.
19. Lewis Carroll, Alice Through the Looking Glass, Londres: Macmillan, 1880, pág. 100 (citado por Denton, op. cit., pág. 342).

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http://seteantigoshepta.blogspot.com/2009/08/pagina-de-indice-todos-os-artigos-que.html

 

fonte do texto : http://seteantigoshepta.blogspot.com.br/2009/02/evolucao-uma-teoria-em-crise-livro-de.html

Como a Evolução substituiu a Criação para explicar a origem da vida?

INTRODUÇÃO
 
Francis Bacon
Muitas vezes, quando olhamos para os livros e compêndios científicos, temos a ideia de uma ciência que parece transcender a existência humana e suas contradições. Esse posicionamento, que coloca a ciência como isenta dos outros acontecimentos da vida humana, encontra uma de suas fontes nos escritos de Bacon (século 16), que afirmava ter a ciência somente bondade e neutralidade, inerentes ao próprio processo, e que qualquer mal que ela causasse seria consequência de sua má utilização.

Tal tradição seguiu ganhando adeptos e foi reforçada por Galileu, na mesma época, o qual afirmava que a ciência não deve estar sujeita a nenhuma limitação. Os cientistas deveriam ter o direito de buscar e praticar a verdade científica sem se preocuparem com suas possíveis consequências sociais perturbadoras. Por isso, ela foi sempre tratada de maneira asséptica e completamente afastada de outras variáveis que não dissessem respeito exclusivamente aos resultados empíricos que confirmassem ou não os seus estabelecimentos teóricos eminentemente racionais. 

 
Dessa maneira, recebemos os fatos e informações científicas protegidos pelo véu da atemporalidade e da neutralidade, como se fossem verdades absolutas. Informações isoladas, por mais atuais que sejam, já não satisfazem mais. É necessário perceber que a ciência não é algo acabado e sim um processo, sujeito a inúmeras influências que nem sempre estão comprometidas com a busca do conhecimento, mas que representam interesses de grupos particulares.

Este artigo abordará o desenvolvimento do darwinismo, um tema importantíssimo para a Igreja Adventista do Sétimo Dia, devido às suas implicações contrárias à Palavra de Deus. Queremos analisar o contexto econômico e social que favoreceu a substituição do relato bíblico da criação pela teoria da evolução nos meios acadêmicos na Inglaterra, durante o século 19, e verificar o efeito negativo dessa substituição no desenvolvimento da própria Biologia abordando a questão das origens.

Uma questão que invariavelmente é colocada por aqueles que se dedicam ao estudo das origens é saber qual ou quais as causas que levaram à rejeição do relato bíblico da criação e à aceitação da teoria evolucionista sobre a origem da vida. Durante muito tempo, a narrativa bíblica era aceita pela maioria das pessoas, mas hoje vemos um quadro diferente. Muitos cientistas veem um universo governado por leis naturais que não necessitam da ação de um Criador, e a teoria da evolução é aceita como sendo capaz de explicar a origem da vida em nosso planeta. Mas como ocorreu essa mudança ao longo do tempo?

Antes que a teoria evolucionista fosse aceita, vários conceitos, baseados em crenças religiosas, tiveram que ser descartados. A teoria geocêntrica, a fixidez das espécies e uma natureza perfeita são exemplos de ideias errôneas que foram defendidas como verdades absolutas e inquestionáveis. Quando Galileu apoiou a teoria do heliocentrismo proposta por Copérnico, colocou por terra o geocentrismo e abriu um precedente de que a verdade nem sempre residia no que a igreja ensinava. 

 
Mais tarde, a ideia de uma natureza perfeita e de que os próprios organismos não sofriam nenhum tipo de modificação ao longo do tempo foi totalmente descartada na revolução darwiniana. Dessa maneira, muitos estudiosos apontam para a igreja dominante como responsável pela mudança da criação pela evolução, sendo incapaz de separar a realidade bíblica de suas próprias especulações. 
Esses fatos históricos podem ser considerados como causas importantes que levaram à aceitação da teoria da evolução. Entretanto, a maneira isolada como são apresentados e desvinculados do seu contexto social e econômico não consegue demonstrar a verdadeira dimensão da realidade dessa mudança. Afinal de contas, ideias preconizadas pela igreja durante séculos por mais absurdas que fossem, não poderiam ser substituídasmeramente por outras, sem que houvesse uma tensão entre os interesses da igreja e os interesses de um grupo opositor. É exatamente esse conflito de interesses que acaba se refletindo em outras áreas, incluindo a área acadêmica, onde a produção do conhecimento pode ser subsidiada por um grupo em particular a fim de atender aos seus interesses.

Essa conclusão é apoiada numa compreensão da ciência introduzida por Thomas Kuhn, em 1962, com a publicação do livro The Structure of Scientific Revolutions [A Estrutura das Revoluções Científicas]. Essa influente obra causou imediata controvérsia ao introduzir uma visão subjetiva e irracional do empreendimento científico.

 
Thomas Kuhn
Kuhn propôs que a ciência, em vez de representar o acúmulo de conhecimento objetivo, é mais a adequação de dados sob conceitos amplamente aceitos denominados de paradigmas. Os paradigmas são visões abrangentes que podem ser tanto falsas quanto verdadeiras, mas aceitas como verdade. Nesse sentido, focalizam atenção sobre conclusões que concordam com o paradigma e restringem inovações fora dele. Tais conceitos estabelecem os limites para o que Kuhn chama de “ciência normal”, em que os dados são interpretados dentro do paradigma aceito.

Às vezes, temos uma mudança de paradigma à qual Kuhn chama de “revolução científica”. A mudança de um paradigma para outro é bastante difícil, uma vez que há uma enorme inércia intelectual a ser superada. Kuhn também desafiou a acariciada ideia de progresso da ciência, declarando:

“Podemos, para ser mais precisos, ter que renunciar a noção implícita ou explícita de que as mudanças de paradigma transportam os cientistas e aqueles que aprendem com eles para mais e mais perto da verdade.”

As ideias de Kuhn geraram considerável agitação e até mesmo reformas na história, filosofia e sociologia da ciência. Muitos sociólogos veem um forte componente sociológico governando tanto as perguntas quanto as respostas que a ciência gera. O conceito de que a comunidade científica regula o tipo de questões que os cientistas formulam, bem como as respostas que aceitam, não se enquadra na imagem que muitos cientistas têm de sua ciência como uma busca aberta pela verdade. Mesmo assim, a ideia de influência sociológica na ciência tem obtido considerável aceitação.

Em seu ensaio seminal “Dois dogmas do empirismo”, Willard Van Orman Quine desenvolveu os argumentos do físico e filósofo francês Pierre Duhem, e o resultado de seu estudo veio a ser conhecido como a “tese Duhem-Quine”. A tese afirma que se dados e teorias incompatíveis mostram-se em conflito não se pode concluir que determinada afirmação teórica seja a responsável por isso e que, portanto, deva ser rejeitada.

As análises de Quine são responsáveis pelo que se chama “tese da indeterminação”. Trata-se de um ponto de vista particularmente associado com a aplicação de perspectivas sociológicas às ciências naturais. Segundo essa tese, existiriam, em princípio, duas ou mais teorias que poderiam ser aplicadas mais ou menos adequadamente aos fatos observados. A escolha de determinada teoria poderia ser explicada com base em fatores sociológicos como, por exemplo, os interesses de um grupo em particular. Podemos aplicar esse pensamento à controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo para explicar a origem da vida, e afirmar que a escolha, tanto dos argumentos teológicos quanto científicos, não pode ser feita apenas com base na racionalidade humana. Por isso, temos que considerar os aspectos sociais e econômicos que serviram de pano de fundo para esta controvérsia.

 
OLHANDO UM POUCO MAIS PARA A HISTÓRIA

Por que um governo, como o brasileiro, destina recursos para a pesquisa de microrganismos que realizam fermentação alcoólica? O imediato aproveitamento desses microrganismos para a produção de álcool, economizando divisas com combustível importado, seria uma boa explicação. No entanto, se o micróbio não tiver aplicação econômica imediata, pode parecer que a pesquisa não tem vínculo algum com interesses que permeiam a sociedade; seu único objetivo seria o de ampliar os horizontes do conhecimento humano. Para ilustrar o que acabamos de dizer, tomemos como exemplo um caso ocorrido no século 19 e que foi objeto de consideração por Bizzo.

 
Louis Pasteur
Na mesma época em que Pasteur apresentava seus resultados sobre a geração espontânea na França, na Inglaterra começavam os estudos de um microrganismo que se originaria por geração espontânea a partir do lodo oceânico. Por qual razão aquele país destinava recursos para o estudo desse misterioso microrganismo? Não existiam razões econômicas diretas que justificassem essa iniciativa, pelo menos nos mesmos moldes dos micróbios fermentadores da atualidade. Seria apenas para ampliar os horizontes do conhecimento humano? Na tentativa de reaproximar a Ciência e a História, Bizzo procura compreender esse fato dentro do contexto histórico e social em que ocorreu.

Em meados do século 19, a Inglaterra foi palco de acontecimentos que tiveram repercussão em muitas outras áreas do planeta. No campo da Biologia, o fato mais marcante foi, sem dúvida, o estabelecimento da teoria da evolução. Ela permitiu que um grande número de informações fosse reinterpretado à luz da nova doutrina. Um dos princípios desta teoria dizia que os agentes que atuaram na transformação das espécies no passado ainda estariam atuando no presente. A questão da descendência entre as espécies remetia para um problema fundamental: como teria se originado o primeiro ser vivo do planeta? 

 
Como os evolucionistas descartavam qualquer tipo de intervenção divina nos processos biológicos, supunham que o primeiro ser vivo tivesse aparecido por geração espontânea, através da combinação de compostos químicos elementares. De acordo com aquele princípio, se esse processo de origem de micróbios ocorreu no passado, ele ainda continuaria a ocorrer no presente.
 
Mas Pasteur tinha comprovado experimentalmente que a geração espontânea era um mito. O argumento dos evolucionistas utilizava outro princípio retirado do darwinismo. Era praticamente impossível demonstrar experimentalmente a geração espontânea, porque os micróbios assim formados seriam muito primitivos e estariam sendo constantemente eliminados pelos micróbios já evoluídos, melhor adaptados às condições ambientais atuais. 
 
No entanto, alguns cientistas postulavam a existência desses micróbios gerados espontaneamente em ambientes onde não existisse competição, desde que estivessem intocados durante milhares de anos. Em 1866, Ernest Haeckel apresentava em seu livro Morfologia Geral dos Organismos uma descrição minuciosa do que seriam esses micróbios. Eram um pouco mais simples do que uma ameba, mas não apresentavam a estrutura central, o núcleo, que lhe era característica. Seu protoplasma era gelatinoso e amorfo, possuindo algumas granulações. Haeckel chegou até a designar um novo reino para abrigar esses microrganismos mais simples que a ameba. 
 
Bathybius haeckelii
Era o reino Monera. No ano seguinte, Thomas Huxley, que se notabilizara pela defesa pública de Darwin, teve a ideia de procurar esses micróbios em amostras de lodo oceânico, que tinham sido recolhidas pelo navio Cyclops alguns anos antes. Como elas tinham sido cuidadosamente preservadas em álcool, Huxley presumiu que os seres vivos eventualmente presentes nas amostras poderiam ainda ser encontrados em bom estado. Para seu espanto, muitos micróbios foram encontrados. Mas o que era realmente espantoso era a notável semelhança com os desenhos proféticos de Haeckel. Em sua homenagem, ele os chamou de Bathybius haeckelii.

Nos anos seguintes, muitas pesquisas foram desenvolvidas, comprovando a existência do micróbio numa série de lugares e criando toda uma terminologia para designar as granulações citoplasmáticas. Nos mais importantes encontros científicos da época foram apresentados trabalhos sobre o Bathybius, existindo relatos de sua ocorrência até em rochas do pré-cambriano do Canadá. Assim, além de ser o mais simples dos seres vivos, ele também seria o mais antigo. Em outras palavras, estava comprovada que a evolução tinha começado por esse organismo.

Embora sua ocorrência fosse verificada facilmente em amostras de lodo oceânico conservadas em álcool, ninguém tinha conseguido capturar o Bathybius vivo. Assim, não existiam informações sobre seu modo de vida, alimentação, reprodução, etc. Uma famosa expedição inglesa partiu, em 1872, no navio Challenger, para explorar o Atlântico, o Índico e o Pacífico, percorrendo locais em que já havia sido relatada a ocorrência do Bathybius.

Apesar de todo o esforço, nenhum micróbio foi encontrado no material fresco. No entanto, analisando-o depois de adicionado o álcool, os naturalistas de bordo ficaram simplesmente chocados. Com a adição do álcool, os tais “microrganismos” apareciam. O químico que fazia parte da tripulação analisou a composição do material e constatou que se tratava simplesmente de um composto de cálcio, que assume estado coloidal na presença de álcool. Apesar de ter sido comunicada a descoberta do equívoco, numa reunião científica muito prestigiada, ela não foi aceita por muitos pesquisadores, entre eles Haeckel. Lenta e silenciosamente, o Bathybius foi sendo esquecido. Posteriormente, o termo monera foi reabilitado, designando hoje o grupo das bactérias, seres vivos de estrutura celular mais simples.

O QUE HÁ POR TRÁS DA HISTÓRIA?
 

 
 
Thomas Huxley
Qual a razão de se investirem tantos recursos em pesquisas e até mesmo em expedições marítimas para estudar esse “microrganismo”? A resposta a questão não pode ser procurada fora do contexto do darwinismo e das relações sociais nas quais ele emergiu. Na Inglaterra, o darwinismo teve uma importância muito grande, fornecendo elementos para a consolidação e justificação de práticas sociais particulares. A Igreja Anglicana, por exemplo, detinha todo o sistema educacional do país. Os professores das universidades, como Cambridge, onde Darwin estudou, eram todos ligados ao clero. A teologia era disciplina obrigatória.

O desenvolvimento do capitalismo exigia, no entanto, um novo perfil educacional para o país. Interpretações da natureza de cunho científico, que entrassem em contradição com os ensinamentos religiosos praticados na época, interessavam muito à classe burguesa que estava em ascensão. Para ela era importante convencer os ingleses de que o clero não tinha vocação educacional. Enquanto se discutia à boca pequena se o Bathybius existia mesmo ou não, o parlamento inglês designava uma comissão para apresentar propostas de reformulação do ensino superior. Thomas Huxley fazia parte desta comissão.

O darwinismo oferecia ainda outra vantagem à burguesia além da sua utilidade anticlerical. Os organismos competiam por recursos sempre limitados e, justamente por isso, evoluíam com o passar das gerações. Isso constituía um apelo muito forte: o binômio “escassez-evolução” poderia se transformar em outro mais interessante: “miséria-progresso”. Na sociedade inglesa daquela época, os cidadãos viviam em condições muito precárias, principalmente os trabalhadores. Eles tinham sido atraídos do campo para as cidades. O sofrimento da miséria era anestesiado, em grande parte, pela ideia de progresso futuro. O conceito central do darwinismo, a competição, era muito útil à classe dominante, principalmente quando contraposto à ideia de solidariedade. Com ele era possível enfrentar os movimentos paredistas sem derramamento de sangue.

Pesquisas como a do Bathybius não tinham importância econômica direta, muito menos com a ampliação do conhecimento, mas contribuíam para justificar práticas sociais de um grupo particular. Em outros países como a Itália e Alemanha, naquela mesma época, esses elementos anticlericais burgueses tinham também sua utilidade. Na França, por outro lado, a queda da Bastilha tinha tido um significado de ruptura muito grande em relação ao sistema medieval. Logo no início do século 19, Napoleão tinha tomado para o estado as funções educacionais. 

 
Na época de Pasteur, o problema maior da burguesia francesa era conquistar a estabilidade política. O clero não atrapalhava tanto quanto os anarquistas e os outros combatentes do estado burguês. Não admira, portanto, o fato de Pasteur estar desenvolvendo pesquisas sobre a fermentação do vinho e produção de vacinas, enquanto os ingleses procuravam seu Bathybius.

Ao analisarmos esses fatos, podemos tirar uma lição importante. Devido à complexidade do fenômeno das origens, duas ou mais teorias antagônicas podem explicar os mesmos fatos ocorridos na natureza, e a rejeição de uma ou outra pode estar ligada a interesses que necessariamente não estão preocupados somente com a ampliação dos horizontes do conhecimento ou com alguma aplicação econômica direta. A necessidade da burguesia em conquistar o espaço educacional para a ampliação dos seus interesses foi determinante para dar toda a força ao darwinismo e romper definitivamente com o poder eclesiástico.

NA CONTRAMÃO DO DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA 

 
A aceitação da teoria da evolução teve um efeito negativo sobre o desenvolvimento de outra teoria biológica, o paradigma mendeliano da herança, cujos princípios não apresentavam certa relevância aos interesses da burguesia naquele momento. Mendel explicou seus resultados experimentais com ervilhas a partir das seguintes premissas: 
  1. As características hereditárias são condicionadas por pares de fatores hereditários (atualmente conhecidos como genes); 
  2. Plantas puras são portadoras de apenas um tipo de fator, enquanto que as híbridas são portadoras de dois tipos (um dominante e outro recessivo); e
  3. Cada gameta é portador de apenas um fator para cada característica.
Esse trabalho, considerado atualmente como um dos mais importantes no desenvolvimento da biologia moderna, ficou relegado ao esquecimento por quase 40 anos entre os naturalistas do século 19, até que Hugo de Vries e Karl Correns, em 1900, se deram conta de que Mendel já havia resolvido o problema que eles estavam investigando. As razões pelas quais não se prestou atenção a um trabalho tão rigoroso e inovador como experimentos sobre vegetais híbridos têm sido objeto de um longo debate entre historiadores e epistemólogos da biologia, gerando grande quantidade de trabalhos. 
 
Gregor Mendel
O trabalho de Mendel foi lido em algumas sessões da Sociedade de História Natural de Brünn, nos meses de fevereiro e março de 1865, e publicado nas atas da sociedade do ano seguinte, e distribuído para 134 instituições científicas, incluindo universidades e duas prestigiosas sociedades inglesas com sede em Londres, a Royal Society e a Linnean Society. Apesar de sua ampla divulgação, o trabalho de Mendel ficou relegado ao esquecimento até o inicio do século 20.

Por que as importantes descobertas de Mendel não foram reconhecidas por um longo período de tempo, após seus estudos estarem completos e publicados? Na segunda metade do século 19, outras áreas da biologia tiveram seu desenvolvimento tais como a citologia, a sistemática e a própria evolução darwiniana. Mas o fenômeno da hereditariedade ainda era interpretado de diversas maneiras.

O livro de Charles Darwin, Origem das Espécies, exerceu grande influência sobre os pesquisadores da época. Darwin deu continuidade a certos aspectos da evolução que não tinham sido tratados adequadamente e dividiu cada capítulo da Origem para formar outras obras. Sobre a origem da variação e sua consequente transmissão, Darwin produziu uma obra em dois volumes, The Variation of Animals and Plants Under Domestication [A Variação dos Animais e Plantas Domesticados], que teve sua primeira edição publicada em 1968. No segundo volume, ele discute as causas da variação e sua herança, apresentando a hipótese da pangênese.

De acordo com essa hipótese, todas as unidades do corpo contribuem para a formação do novo ser, ou seja, todas as partes do corpo produzem minúsculas partículas, as gêmulas, características daquelas partes. Essas gêmulas reúnem-se nos gametas e são transmitidas para as gerações seguintes, sendo que algumas podem ficar dormentes e outras, apresentar certa predominância. Essa ideia fora amplamente difundida até o final do século 19, porém Darwin não foi o primeiro autor a descrevê-la, mas o primeiro a elaborar um mecanismo que explicasse a herança de caracteres adquiridos, baseado na ideia acima.

A hipótese da pangênese só pôde ser descartada, em 1892, quando August Weismann expôs sua teoria do plasma germinativo que, não contemplando a herança dos caracteres adquiridos até então aceita, apresentou fortes argumentos contrários. Após o descobrimento do trabalho de Mendel, o número de pesquisas nessa área cresceu muito e, em 1915, Bateson publicou um livro de 400 páginas, intitulado Princípios Mendelianos da Hereditariedade, no qual ele enumera uma vasta quantidade de pesquisas realizadas desde 1900. 

 
Por outro lado, o evolucionismo darwiniano começou a entrar em declínio até a década de 1930, quando passou por um recrudescimento. A ênfase dada à hipótese da pangênese que explicava parcialmente os fatos, e aceita por aqueles que esposavam a ideia lamarquista da herança dos caracteres adquiridos, entre eles o próprio Darwin, pode ser considerado como um dos fatores que contribuíram para que os pesquisadores da época não reconhecessem o trabalho de Mendel como sendo mais consistente com os fatos observados em relação à variação das espécies.

CONCLUSÃO

A partir das considerações acima, podemos concluir que o surgimento da vida na Terra, devido à sua natureza histórica e não reproduzível, não pode ser explicado por apenas uma narrativa. Durante muito tempo, a cosmovisão bíblica era amplamente aceita, mas a partir de meados do século 19, com o surgimento do darwinismo, esse quadro
mudou drasticamente.

 
A teoria da evolução, apesar de não explicar o surgimento da vida, teve a sua aceitação nos meios acadêmicos, não só pelas ideias errôneas defendidas pela igreja, mas também por servir aos interesses da burguesia que ansiava por espaço nas instituições de ensino. Além disso, a atenção que foi dada à teoria da evolução, na segunda metade do século 19, prejudicou o desenvolvimento da ciência, ao desviar a atenção da maioria dos pesquisadores de uma rota que levaria ao estabelecimento mais rápido do paradigma mendeliano da herança.

A partir de uma compreensão histórica fundamentada no ensino bíblico do grande conflito, podemos compreender esses fatos como uma derivação da luta sobrenatural entre Cristo e Satanás. Cada um exercendo sua influência de maneira imperceptível, procurando atingir seus objetivos na história que caminha para seu clímax escatológico. É importante notar a relação desse período histórico com a pregação da tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14, conclamando todos os homens a adorarem o Criador, pois é chegada a hora do seu juízo. Esse período marca também o surgimento do movimento adventista.

 
 
Autor:
Wellington dos Santos Silva, Doutor em Patologia Molecular, Professor de Biologia e Genética Humana na Faculdade Adventista da Bahia e de Ciência e Religião no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia do Nordeste
 
Fonte:
PAROUSIA: Criacionismo, p. 47-55, 1° Semestre, 2010. Disponível em: <http://circle.adventist.org/files/unaspress/parousia2010014709.pdf&gt; Acesso em: 17 fev. 2012.
 
 
 

Gênesis e Ciência

Nosso objetivo é demonstrar que osdados científicos contidos no primeiro capítulo do livro de Gênesis, podem ser aceitos como fatos literais. Não há necessidade, de em nome da ciência, contender que esses dados devem ser considerados como alegorias.Aqueles que apóiam uma interpretação critico-histórica alegam que os escritores se valeram de quatro fontes: Jehovah, Elohim, Deuteronômio e Sacerdotal. Os seguidores dessa teoria afirmam que a maior parte das informações contidas nesses capítulosforam escritas num período muito posterior ao indicado pela interpretação literal. 

Geralmente, esse método crítico-histórico, é aceito porque ele tenta, adequar o livro de Gênesis à uma estrutura compatível com o modelo da teoria evolucionista. Neste estudo, partimos do princípio de quedados científicos reais concordam com uma interpretação literal do livro de Gênesis. Apenas quando os dados científicos encontrados na natureza são interpretados segundo o modelo evolucionista é que eles parecem conter erros. Quando os relatos do livro de Gênesis, são aceitos como fatos literais, um grande amontoado de dados científicos emerge. Eles servem como um incentivo para um estudo científico aprofundado. Esperamos que os leitores reconheçam o valor desta porção das escrituras para estudos científicos e para fortalecimento da fé cristã.

Introdução O Significado de “Espécie” Dinossauros
Um Encargo Científico Baramin Dinossauros na Bíblia
O Tempo Classificação A Divisão da Terra
A Trindade em Gênesis Adaptação Ao Meio Ambiente Admitindo a Culpa
Distinção Entre Criação e Preservação Teoria das Tabuinhas A esposa de Caim
Criação Progressiva “Toledoth” ou “Geração” O Sacrifício de Abel
Teoria da Lacuna A Genealogia de Terah Fumaça Ascendente?
A Teoria do Dia-Era Genealogias de Ismael e Isaque A Maldição de Caim
Problemas Científicos Esaú e Jacó Biblia e Ciência
Expressão Perigosa Genealogias em Rute Mateus Estabelece a Criação
Third Day Catastrophe Prova de Autenticidade Genealogias Consecutivas
Coberta de Vapor D’água / Nenhuma Chuva Antídoto Eficiente Explicação das Lacunas
Os Quatro Rios do Éden A Imagem de Deus Gênesis Cinco
Objetivo do Programa Espacial Conhecimento Intuitivo e Fala Os Textos Massoréticos e a Septuaginta
Comissão para Pesquisa Espacial Efeitos do Pecado Sobre a Natureza Texto Massorético
Os Elementos do Espaço Governam o Tempo Gênes e Salvação Cainã
Luzeiros Educação Sexual O Tamanho da Arca de Noé
Os Signos do Zodíaco O Sexo é uma Benção Entrando na Arca
Anjos e Demônios Promessa antes da Maldição As Águas Prevaleceram 150 Dias
Criação dos Anjos? – Quando? A Partir da Bíblia Identificação do Monte Ararate
Anjos Caídos A Origem das Raças Alterações Geológicas
Gigantes em Gênesis 6:4 O Potencial da Célula Humana Referências

Um Encargo Científico

Em Gênesis 1:28, nós lemos que Deus ordenou à Adão e Eva : “ Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Este mandamento foi dado antes da entrada do pecado no mundo, mas se estendeu ao período após o pecado ter contaminado a humanidade e a natureza e é válido até os dias atuais. 

Nós chamamos a isso de “Encargo Científico”. O termo “ciência” possui várias definições, mas atualmente, esse termo está restrito à algo experimental, que pode ser repetido, predito e, também,falsificado. Tudo isso se aplica a “sujeitar a terra”. A ciência permite ao homem fazer uso das riquezas que Deus colocou na terra e no espaço para seu benefício. Um manuseio adequado da ciência resulta de seguirmos as escrituras.

Numa edição de 1967 da revista “Science”, Lynn White Jr. Escreveu um artigo intitulado: “As Raízes Históricas de Nossa Crise Ecológica”, no qual ele afirma que o mandamento dado por Deus à humanidade em Gênesis 1:28 é responsável pela nossa atual crise ecológica. Ele afirma que em seu “sujeitar”, os Cristãos têm causado problemas ecológicos.O DR. John Klotz, em seu artigo “A Crise Ecológica”, admite que o homem vem cometendo abusos contra a natureza. Entretanto, não é verdade que o homem não deva fazer uso da natureza, pois isso,seria rejeitar toda a ciência.

Em seu livro “A Poluição e a Morte do Homem”, o DR. Francis Schaeffer cita não apenas Lynn White, mas também Richard Means, que escreveu para o “ Saturday Review” aproximadamente na mesma data. O Dr. Schaeffer salienta que esses autores interpretaram as palavras “sujeitar” e “dominar” em Gênesis 1:28 como uma permissão para o homem explorar a natureza. Ele faz referência à muitas instruções dadas aos israelitas em respeito a viver em harmonia com a natureza. Como por exemplo, o ano sabático – A terra podia ser explorada por seis anos , mas o ano sétimo era o ano de descanso. Cada 49º ano era o ano do Jubileu. Durante o período do jubileu a terra também descansava por um ano. Klotz diz que White e seus amigos não leram além do primeiro capítulo de Gênesis. Não devemos fazer mal uso da natureza, mas devemos fazer uso dela; Isso é ciência.

Muitas pessoas acreditam que as escriturassão danosas à ciência. Isso foi enfatizado há 80 anos atrás, quando Andrew K. White escreveu “A BatalhaEntrea Ciência e a Religião”.Conhecemos um professorde biologia de uma universidadeque escreveu as palavras “Deus” e “Ciência” no quadro negro. Ele afirmou que a partir do momento em que Deus foi introduzido na ciência, ela, foi, objetivamente, removida. Ele sentia, em nome da ciência, que ele tinha que manter Deus, o autor da ciência, fora dela. Por outro lado, muitos teólogos, (e cristãos leigos) acreditam que a igreja não é lugar para a ciência. Seu argumento favorito é: “A Bíblia não é um livro de ciência.” Ambas as posições têm sido tão fortemente defendidas que os cristãos ficam chocados ao descobrir que Gênesis 1:28 é um encargo científico.

O Tempo

Escrevendo em “A Flecha do Tempo e a Evolução,” Harold Blum reconhece que a segunda lei da termodinâmica (também conhecida como a lei da entropia) é uma lei fundamental do universo. Ela é contrária ao modelo apresentado pelos evolucionistas – de que desde que haja tempo suficiente, tudo irá, automaticamente melhorar. Mas, então, Blum prossegue e diz: “ O tempo é o herói da estória.”Desde que haja tempo o bastante, o improvável se torna provável, e até mesmo, virtualmente correto. Isso é referir-se a poderes sobre o tempo que sópertencem a Deus. Romanos 1:25 diz que a essência do paganismo consiste em adorar a criatura ao invés do Criador.

Os evolucionistas são forçados a aceitar a posição proposta por Blum. Visto que a segunda lei da termodinâmica não pode ser ignorada, o tempo é introduzido – infinitos períodos de tempo. O tempo é, portanto, esticado. Em 1959, o homem-macaco, considerado como o elo perdido entre o homem e o macaco foi datado em meio milhão de anos. Apenas 11 anos mais tarde, ele já era considerado como tendo 14 milhões de anos. Com o passar dos últimos cem anos, a idade da terra foi dobrada a cada 15 anos. Este é um abuso de tempo e é idolatria.

Mas o tempo é valioso. O tempo foi a primeira criação de Deus. È errado traduzir o primeiro verso de Gênesis como : “Quando era o princípio, Deus criou.”O Original Hebreu não contém artigo. Por se tratar de uma declaração única, um artigo não é necessário.. O tempo não é eterno, mas foi criado por Deus no princípio do processo de criação.

O tempo possui duas qualidades. Uma é que ele serve como um sistema de fluência, indo de uma parte a outra. Com base em outras partes das escrituras, parece que este aspecto do tempo cessará de existir, porque nós lemos em apocalipse 10:6 que no céu “não haverá mais demora.” Entretanto, nós lemos em Isaias 30:8 que Deus ordenou ao profeta que escrevesse um livro “para que fique até o último dia; para sempre e perpetuamente.” 

Alguns aspectos do tempo ainda continuarão a existir na vida futura. Uma resposta à nossas perguntas pode ser encontrada em Eclesiastes 3:1-9, onde encontramos sete parelhas de versos: “há tempo de matar e tempo de curar; tempo de rire tempo de chorar, etc.” Essa declarações descrevem o sistema ordenado do tempo. O tempo parece ser um sistema ordenado fundamental do universo. Você é capaz de imaginar um Deus desorganizado no céu? Portanto, o tempo como um sistema ordenado, talvez continue a existir na eternidade. Muitas vezes o próprio conceito de tempo esta relacionado à responsabilidade. Aqueles que acreditam que já se passaram milhões de anos e que milhões de anos ainda estão por vir,estão aptos a perder seu senso de responsabilidade.

O tempo é valioso. Tanto como um sistema de fluência como um sistema ordenado. No salmo 90:12, o salmista pede a Deus que numere seus dias para que alcance um coração sábio. O Apóstolo Paulo, escrevendo em Efésios 5:16 nos encoraja a “remir o tempo.”Não devemos desperdiçar nosso tempo, porque ele nos foi dado por Deus. As disciplinas da ciência em geral, incluindo aquelas que lidam com o tempo, serão melhoradas se trabalharmos com os conceitos de tempo adequados.

A Trindade em Gênesis

Em Gênesis 1, nós encontramos três referências à Trindade. A palavra para Deus no plural, Elohim, é usada com um verbo no singular (Bara – criar) no primeiro verso. Seria um erro de concordância ter um sujeito no plural com um verbo no singular; entretanto, Deus é três em um (I João 5:7-8). É por isso que temos um sujeito no plural com um verbo no singular

O Pai é mencionado no primeiro verso: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” No verso dois, o Espírito Santo é mencionado na sentença: “E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.” O Filho é mencionado na expressão: “E Deus disse,” por isso o evangelista escrevendo em I João 1:1 identifica a palavra de Deus como sendo Jesus Cristo, a segunda pessoas da Trindade. Outra referência à Trindade é encontrada em Gênesis 1:26 onde lemos “façamos o homem.”

Em seu livro A serpente era mais Sábia, Richard Hanson afirma que o uso da palavra Deus no plural juntamente com um verbo no singular em Gênesis 1:1 e em Gênesis 1:26 “façamos o homem”,é meramente uma indicação da majestade de Deus. Ou, indica que os hebreus conceberam sua idéia de Deus a partir de muitos deuses de seus vizinhos pagãos. É preciso, entretanto, interpretar o nome de Deus no plural (Elohim), em conexão com João 5:29. O Próprio Jesus disseque as Escrituras testificam dele (nos dias de Jesus as Escrituras eram o Velho Testamento). Para descobrirmos Cristo no Velho Testamento é necessário que também descubramos a Trindade.

Alguns eruditos encontram no mundo natural, muitas semelhanças com a Trindade. Em seu livro A “Cosmologia Bíblica e a Ciência Moderna,” Henry Morris encontra um referência à Trindade na tríade “espaço,” “massa-energia,” e “tempo.” O espaço é medido em termos de uma dimensão, visto em duas dimensões e experimentado em três dimensões. Ele também encontra uma tríade no tempo: Passado, presente e futuro. Esses são fatos interessantes, mas não explicam como Deus pode ser completamente um e completamente três ao mesmo tempo. Isto está acima de qualquer coisa na natureza esó pode ser especificamente revelado na Bíblia Sagrada.

A expressão “A Bíblia não é um livro de ciência”, pode ser, nesse caso, aplicada corretamente. Visto que a Trindade está além do conhecimento que temos sobre natureza e ciência, é a Escritura que revela a Trindade. Existem instruções na Bíblia que o mundo natural não é capaz de revelar e que não podemos aprender do que é comumente chamado de ciência. Uma expressão útil seria: “ Dê um pouco mais de tempo à ciência e ela concordará com a Bíblia.”

 

Distinção Entre Criação e Preservação

Robert L. Reymond, Professor de estudos do Velho Testamento, na Universidade de Bob Jones em Greenville, S.C., é autor do livro “Uma Visão Cristã da Ciência Moderna” Ele diz que a palavra “criar” (bara em hebraico) significa não apenas criar algo do nada, mas também significa fazer algo pela primeira vez. Quando Deus criou Adão, (Gen. 1:27) Ele formou seu corpo do pó da terra, significando que ele usou material pré-existente.

Dr. Raymond Surburg, um professor aposentado de Estudos do Antigo Testamento do Seminário de Concórdia em Fort Wayne, enfatiza que “bara” significa criar algo do nada. Essa declaração é encontrada em Darwin, Evolução e Criação e em Evidênciasda Criação. Ele cita o Salmo 33:6-9, onde lemos que os céus foram criados pela Palavra de Deus (a partir do nada) e Romanos 4:17 onde lemos que Deus chamou à existência aquilo que não existia. Em Hebreus 11:3, lemos que é pela fé que entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus (novamente, a partir do nada). A declaração em Atos 17:28 : “Porque nele vivemos e nos movemos e existimos…”significa que toda nossa existência depende da vontade de Deus. Foi a vontade de Deus, comunicada através de sua Palavra, que criou tudo a partir do nada, pela primeira vez.

A premissa de que tudoformou a si mesmo é essencial à teoria da evolução. Esta é uma tentativa deliberada de excluir Deus. Em Gênesis 2:1 lemos: “Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados.” Isso implica que o processo de criação havia sido concluído e que Deusinstituiu processos de preservação que podemos observar e estudar. O segundo não precisa ser idêntico ao primeiro.

Em Eclesiastes 1:9 lemos:“ Não há nada novo debaixo do sol.” Isso significa que, quando lemos em Gênesis 2:1 que ao fim dos seis dias a criação foi “terminada”,nada de novo tem sido criado desde então. O que dizer então de desenvolvimento e adaptações ao meio ambiente? O estudo da genética revela o tremendo potencial que reside em uma única célula viva. Todo o código genético para cada pessoa quejá viveu o irá viver sobre a terra residiam dentro do esperma de Adão e do óvulo de Eva. Os espermatozóides de todos os seres humanos do mundo poderiam ser colocados em meio dedal, de acordo com alguns dos mais proeminentes geneticistas. e.g., Theodosius Dobzhansky. Com nosso conhecimento atual no campo da genética, compreendemos que foi possível para Deus colocar o potencial para todas as pessoas através da história nos genes de Adão e Eva quando Ele os criou. Isso inclui o potencial para formação de todas as raças. Desse modo, Salomão pode dizer que: “Não há nada novo debaixo do sol.”

Em Colossenses 1:16 aprendemos que Deus também criou os anjos. Os gnósticos, contra quem o apóstolo Paulo estava escrevendo na carta aos Colossenses,afirmavam que Cristo não era Deus, mas apenas um anjo que pertencia a uma certa hierarquia. Não o consideravam nem mesmo pertencendo à mais alta hierarquia. Paulo afirmou que Cristo criou os anjos. A palavra grega para criar “Ktisis,” é a palavra equivalente para o hebraico criar “bara”. Paulo continua no próximo verso que “todas as coisas subsistem por Ele”. Dessa formanotamos uma distinção entre criação e preservação, com Cristo no controle de ambos os processos.

Uma distinção similar é feita em Hebreus 1:2-3, onde lemos que Cristo criou o mundo e sustenta todas as coisas pela Palavra do seu poder. Isso novamente, demonstra que há uma diferença entre criação e preservação. A palavra de Deus faz os dois. Mas aquilo com que lidamos hoje através de nossas ciências, é apenas preservação. 

Ao lermos pela primeira vez o Salmo 104, ele parece ser um Salmo da criação. Os eventos dos cinco dias da criação aparecem em sua respectiva ordem, exceto que os eventos que tomam parte no sexto dia da criação (criação dos animais e do homem) são mencionados já em conexão com o terceiro e quarto dia. Conforme estudamos essas sentenças descobrimos que elas podem ser construídas no presente, significando que o Salmo é um Salmo que se refere à preservação, baseado na criação.

No Salmo 104:30, lemos: “Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra.” Em Isaías 48:7 lemos: “Elas são criadas agora…” talvez isso signifique que cada pessoa que é concebida sua alma é criada por Deus. O corpo físico é a continuação dos genes de Adão, mas a alma é uma nova criação.

Criação Progressiva

Em Abril de 1979, o Dr. Robert Cochran, um padre católico, publicou em um folheto ciacionista que ele acreditava em uma criação progressiva, ou seja, de que Deus criou tudo o que existe através de processos evolutivos. Outros afirmam que não é importante se a criação foi um ato ou um processo. Mas, quando as Escrituras fazem uma clara distinção entre o ato da criação e o processo de preservação, não podemos aceitar a idéia de um processo de criação progressiva.

Basicamente, os evolucionistas estão, sem querer, provando que existe uma diferença entre criação e preservação. Eles postulam um mundo que chegou ao que é hoje através de processos observáveis atualmente – através do tempo e do acaso. Nenhuma dessas forças têm poder criativo. O evolucionista então agarra-se a longos períodos de tempo – um tempo em que não havia ninguém para aprovar ou desaprovar suas idéias. Com os computadores sofisticados de hoje, esses imensos períodos de tempo podem ser simulados, mas nenhum poder de produzir algo novo foi encontrado neles.

Teoria da Lacuna (1)

De acordo com a Teoria da Lacuna, o relato em Gênesis 1:2 de que a terra estava “sem forma e vazia” indica que existiu um pré-mundo que fora destruído. Em Isaías 45:18 lemos que “Deus criou aterra não para que fosse um caos mas para que fosse habitada.” O que leva as pessoas a acreditarem que “sem forma e vazia,” em Gênesis 1:2, é uma referênciaa restauração de um mundo que havia sido criado previamente. [E que fora, por alguma razão destruído.] Nota do tradutor. O Principal defensor da Teoria da Lacuna é o Dr. Arthur Custance que apresenta sua teoria em seu livro “Sem forma e Vazia.” Ele afirma que as pessoas passaram a aceitar a Teoria da Lacuna desde logoapós o tempo de Cristo. Ela é encontrada na “Criação de Haydn”no “Paraíso Perdido de Milton” e no “Inferno de Dante.”Nos tempos modernos,essa teoria tornou-se popular a partir de 1830, quando Chambers a colocou nas notas de rodapé da Bíblia Scofield. A teoria envolve a idéia de que o pré-mundo era habitado por anjos e, quando alguns anjos pecaram e se tornaram demônios, (baseado em Judas 6), este pré-mundo foi destruído. Então, a cerca de 6.000 anos atrás, Deus criou o mundo atual. Alguns proponentes da Teoria da Lacuna afirmam queos dinossauros e homens das cavernas habitavam esse pré-mundo.

A Teoria da Lacuna enfrenta sérios problemas quanto à doutrina bíblica da perfeição. Em Gênesis 1:31 lemos que quando Deus terminou sua obra Ele contemplou tudoo que Ele tinha feito e viu que era “muito bom.” Deus não poderia ter dito tal coisa se um pré-mundo iníquo tivesse sido previamente destruído.

A Teoria da Lacuna necessita de uma tradução de Gênesis 1:2 mais ou menos assim: “E a terra TORNOU-SE sem forma e vazia,” ao invés de “a terra ERA sem forma e vazia.” O Dr. Custance tenta provar que sua tradução esta correta de uma maneira muito erudita, mas que não funciona. O verbo é perfeito e não pode tornar-se imperfeito. Ele afirma que devido ao verbo ser seguido de “waw” (palavra hebraica para a conjunção “e”), o verbo se torna imperfeito. Entretanto, Frederick Ross demonstra que uma sentença perfeita continua sendo uma sentença perfeita mesmo contendo uma conjunção. O Dr. Bernard Northrup (estudioso do Antigo Testamento), também afirma que uma conjunção não altera umasentença perfeita. A Teoria da Lacuna também tem sido refutada pelos Drs. Henry Morris, John Withcomb, e Weston Fields. Em seus livros “O Dilúvio de Gênesis,” “A Terra Primitiva,” “A Cosmologia Bíblica e a Ciência Moderna,” e “Sem forma e Inabitada,”demonstram cientificamente que a Teoria da Lacuna é desnecessária e teologicamente insustentável. Os monstros pré-históricos podem ser colocados em um espaço de tempo de apenas alguns milhares de anos.

A Teoria da Lacuna vem sendo aceita por muitos Cristão fundamentalistas – que aceitam as Escrituras como sendo inerrantesMas através dos excelentes ensinos de proeminentes criacionistas, muitas dessas pessoas a estão descartando 

(1) Essa teoria afirma que existe uma lacuna de tempo de milhares, milhões ou até mesmo bilhões de anos entre os versículos 1 e 2 do primeiro capítulo do livro de Gênesis.

A Teoria do Dia-Era

Algumas pessoas não aceitamuma interpretação literal dos capítulos 1 a 11 do livro deGênesis, simplesmente porque Não conseguem acreditar que Deus criou o mundo em seis dias literais. Alguns afirmam que cada dia da criação foi um grande período de tempo enquantooutros afirmamque Deus revelou em seis dias o que ele havia realizado em um longo período de tempo. O Salmo 90:4 e II Pedro 3:8 são freqüentemente citados, pois eles dizem que um dia é para Deus como mil anos e mil anos, como um dia.Ainda outros sugerem (devido ao fato de não serem mencionados manhã nem tarde) que o sétimo dia ainda está em progresso. Se este é o caso, afirmam eles, então, cada dia da criação pode ter sido um longo período de tempo.Alguns afirmam que devido ao fato de os corpos celestes não haverem sido criados até o quarto dia, os tre primeiros dias podem ter coberto longos períodos de tempo. Eles assim o dizem por acreditarem que os dias da criação forma regulados pelos corpos celestes.

Eis, abaixo, os argumentos em favor da criação em seis dias literais, cada dia contendo 24 horas e com o tempo total entre o período de criação e a presente data sendo de apenas alguns milhares de anos:

(1)O significado comum da palavra “dia” é de um período de 24 horas. O tempo compreendido entre um e outro alvorecer. Isto não é negar que a palavra “dia” não seja também usada com vários outros significados, mesmo nos dois primeiros capítulos de Gênesis. Em Gênesis 1:5, quando Deus chamou a luz “dia” e as trevas “noite,” a porção do dia tinha, certamente, menos de 24 horas. Talvez tivesse 12 horas. Também quando em Gênesis 2:4 lemos “…no dia em que o Senhor criou os céus e a terra…,” um período de mais de 24 horas é compreendido. Comparando Gênesis 2:4 com Números 7:84, podemos inferir que a palavra “dia,” mais provavelmente faça referência ao período de seis dias da criação. Em Números 7 lemos que os líderes das tribos de Israel ofereceram sacrifícios em cada um dos 12 dias sucessivos. Todo o período de sacrifícios é referido no final do capítulo como “no dia em que” os sacrifícios foram feitos. Essa passagem se assemelha muito à Gênesis 1 e Gênesis 2:4. Moisés foi o autor tanto de Gênesis como de Números.

(2) Também encontramos a expressão “tarde e manhã’ que é o modo hebreu de e fazer referênciaa umperíodo de 24 horas. O dia era considerado de um a outro entardecer, desse modo era natural usar a expressão “tarde e manhã.” Isto restringe a palavra “dia” a um período de 24 horas quando usada em conexão com os seis dias da criação.

(3) Note as palavras “primeiro,” segundo” e “terceiro,” etc. De acordo com o Dr. Raymond Surburg, em seu livro “Darwin, Criação e Evolução,” a palavra “dia” é usada 1.480 vezes no Antigo Testamento. Sempre que ela é usada com um numero, ela designa um período de 24 horas.

(4) Em Gênesis 1:4 lemos que o sol, a lua e as estrelas foram criados para designar dias, estações e anos. Certamente isso significa que um dia é menos do que uma estação e menos do que um ano.

(5) talvez, o mais consistente argumento para “dia” significando um período de 24 horas, seja encontrado emÊxodo 20:11, onde os Israelitas foram instruídos a trabalhar seis dias e descansar no sétimo. O escritor explica que assim como Deus criou a terra em seis dias literais e descansou no sétimo, também Israel deveria descansar no sétimo dia. 

Problemas Científicos

Também existem alguns problemas científicos com o conceito de que cada um dos dias da criação compreendia longos períodos de tempo. As plantas foram criadas no terceiro dia e os corpos celestes, no quarto dia. Como é que as plantas poderiam ter sobrevivido por mil anos ou até mais, como alguns afirmam, sem a luz e energia provinda do sol que só foi criado no quarto dia? Em seu Livro Cosmologia Bíblica e Ciência Moderna,o DR. Henry Morris apresenta uma lista de razões pelas quais os dias da criação não podem ter sido longos períodos de tempo.

Expressão Perigosa

Os criacionistas muitas vezes são interrogados porque Deus não poderia ter feito uso de milhões de anos em Sua Criação.Em seu livro “A Bíblia, A Ciência Natutral e a Evolução,” Russel Maatman afirma que o universo deve ter bilhões de anos porque algumas estrelas estão bilhões e anos luz distantes da terra.; assim, são necessários bilhões de anos para que a luz dessas estrelas cheguem até nós. O Profeta Jeremias afirma que o universo é infinito (Jer. 31:37). 

Alguns vão além, em uma discussão com um geólogo que lecionava na Universidade do Grand Canyon em Phoenix, ele nos disse que foram necessários milhões de anos para a formação do Grand Canyon e que isso atribuía mais poder à Deus do que se ele o tivesse criado (o Grand Canyon) do nada.

Third Day Catastrophe

Grupos de Ciência-Bíblica têm descido ao fundo do Grand Canyon centenas de vezes. Embora as rochas do fundo do Grand Canyon estejam entre as mais antigas conhecidas, elas não têm dois bilhões de anos como os evolucionistas afirmam. Elas foram formadas no terceiro dia da criação, quando Deus separou a terra seca das águas, fazendo com que surgissem as montanhas e vales (Salmos 104:8). Essas rochas não apresentam fósseis, porque nenhuma forma de vida havia ainda sido criadas.

Durante o Dilúvio, 1656 anos mais tarde, lemos em Gênesis 7:11 “… e romperam-se todas as fontes do Grande abismo.” Essas rochas do Grand Canyon, apresentam sinais de extrema violência. Durante o estágio inicial do Dilúvio, essas rochas foram violentamente comprimidas, com algumas das rochas sedimentares se transformando no que os geólogos chamam de Xisto de Vishnu. Parte da lava que se solidificou após ser expelida de dentro do planeta também foi reestruturada pela violência. Parte da lava que se solidificou antes de atingir a superfície se transformou em granito de Zoroastro. Essas rochas possuem coloração vermelha ou rosada. Todos os três tipos forma moldados violentamente e agora nós encontramos essas rochas na superfície.

Coberta de Vapor D’água / Nenhuma Chuva

No livro, O Dilúvio de Gênesis, os autores Morris e Whitcomb, formularam uma teoria que teve grande aceitação no meio científico. Ele sugeriram que antes do Dilúvio, uma camada de vapor d’água envolvia aterra e que durante o Dilúvio, ela entrou em colapso, precipitando-se sobre a terra. Essa água encontra-se agora nos oceanos, que de acordo com os autores, são muito maiores que no mundo pré-diluviano. Eles também afirmam que a atmosfera da terra atualmente, não contém água suficiente para produzir uma inundação global. Se a umidade da atmosfera fosse igualmente distribuída, só haveria o suficiente para produzir duas polegadas de água pelo mundo todo.

Em apoio à teoria da camada de vapor d’água, a expressão “sobre a expansão” de Gênesis 1:7 é citada. No verso 6 lemos que o firmamento fazia divisão entre as águas. No verso 7 as águas sobre a expansão são mencionadas. Mas os cientistas não têm conhecimento de água sobre a expansão. Cientificamente, não existe nenhum modo de demonstrar que existia água em qualquer outro lugar exceto dentro da atmosfera terrestre.

The present atmosphere at the stratosphere level is cold, but above the stratosphere temperatures are warm, well above the boiling point of water. According to Morris and Whitcomb, it would be possible to sustain a tremendous quantity of water in the region above the stratosphere if it were in vapor form. Temperatures in the upper atmosphere remain at a high level both day and night, precluding any possibility of vapor condensation during night periods. 

Existem, entretanto, críticas à essa teoria, mesmo entre os cientistas criacionistas. O Dr. Robert Kofahl, palestrando em uma convenção da Bible Science Association em 1976, salientou um problema quanto à emissão da luz. Com aquela quantidade de água na atmosfera, o nitrogênio presente no ar teria um efeito narcótico sobre as pessoas, diz ele. Ele também acredita que o tecido vivo não poderia tolerar os efeitos da pressão do oxigênio à níveis acima de 0.65 atmosferas parciais. A pressão adicional de 30 atmosferas, diz ele,comprimiria nossa presente atmosfera a uma camada de apenas 1000 pés de espessura. Para impediro vapor de se condensar em líquido sob tal pressão, a temperatura não poderia ser menorque234ºc.

Outros que se opõem a este modelo, incluem os Drs. Whitelaw e Glen Morton. Uma recente defesa desse modelo foi feita por Joseph Dillow em seu livro “As Águas Acima.” Ele faz referência a um estudo clássico realizado em alemãoporEmdem e revisado por Goody, Paltridge e Platt. Seus estudos indicam que a temperatura não teria que ser, necessariamente tão alta. Também no mundo pré-diluviano haveria nuvens acima da atmosfera. De acordo com Morton seria impossível que nuvens se formassem sob uma espessa camada de vapor d’água. Dillow afirma que Morton calculou apenas a temperatura da base e não estruturas de temperatura vertical. Dillow afirma que a coberta de vapor d’água reduziria a incidência de luz solar em 35%. Ele também responde às objeções dos Drs. R.H. Brown e Robert Whitelaw de que a temperatura seria muito elevada:

“A resposta a esse problema é que devido à presença de uma camada de nuvens, próximo à base da coberta, faria com que as características do campo radioativo fossem completamente diferentes mudados, o que resultaria em uma inversão térmica maciça.”
Dillow sugere que havia três camadas de nuvens sob a coberta e que havia poucas cadeias de montanhas. De acordo com ele, a parte mais baixa da coberta estaria a cerca de 30.000 pés de altitude, evitando-se a possibilidadeser barrada por montanhas.A quase total ausência de cordilheiras significa menos ventos e menor e correntes de ar. Dillow diz que o único modo de uma coberta de vapor d’água ser capaz de ter-se mantido acima da atmosfera primitiva seria eliminando a turbulência convectiva ( que gera calor através do movimento) e reduzir a difusão de correntes de ar. Tal turbulência teria feito com quea coberta se dissipasse rapidamente.

Outra objeção àteoria da coberta de vapor d’água é que a pressão faria com que a a água se condensasse em chuva. De acordo com os cálculos de Dillow, haveria inversão térmica suficiente para fornecer o calor necessário para mantera água em estado de vapor. A principal característica do modelo de Dillow é que não haveria turbulência, poucas tempestades, e não haveria ventos fortes. Ele acredita que tais condições eram possíveis. Porque uma coberta de vapor d’água explicaria porque as pessoas viviam tanto e porque os répteis e dinossauros atingiam tal tamanho e até mesmo porque os pterodátilos voavam. Nós vivemos em um mundo diferente hoje, porque Pedro escreve em II Pedro 3:6 “O mundo que então existia, pereceu.”

Os Quatro Rios do Éden

Durante séculos as pessoas vêm tentando encontrar o local exato do Jardim do Éden, em locais diferentes como Flórida e Iraque (antiga Babilônia).

Será que osquatro rios mencionados em Gênesis 2:11-14, significam alguma coisa hoje? Será que o Dilúvio de Gênesis mudou tanto o curso dos rios que eles não podem mais ser identificados hoje? O Rio Hiddekel (v.14) é geralmente identificado com o atual Tigre e o Eufrates ainda tem o mesmo nome. Esses rios estão hoje fluindo sobre um leito repleto de sedimentos. Esse solo deve ter sido depositado durante o terceiro dia da semana da criação, mas muitos acreditam que ele foi depositado durante o Dilúvio de Gênesis.Entretanto, eles dizem, que, embora os rios apresentem os mesmos nomes, eles não são idênticos àqueles mencionados em Gênesis cap. 2.

Tenha-se em mente que Moisés escreveu para as pessoas de sua época e, embora aceitemos a teoria das tabuinhas de barro, onde Adão registrou os nomes dos quatro rios, Moisés foi o responsável pelo livro inspirado. Em muitas tabuinhas nós vemos que Moisés mudou os nomes de várias cidades, ou colocou-os entre parênteses, porque seus nomes haviam mudado desde o tempo em que talvez Adão tenha escrito suas tabuinhas.Contudo, Moisés queria identificar esses rios para as pessoas de sua época, cerca de 1.500 AC. Aproximadamente 2.500 anos Após a criação. Se ele mencionou os rios Tigre e Eufrates, certamente ele estava tentando fazer uma conexão com os rios Tigre e Eufrates de sua época.

Num vídeo da série “A Evolução e a Bíblia,” intitulado “No Início”, oDr. Harold Clark sugere que os quatro riso faziam parte deum sistema de circulação de águassem a necessidade de haver chuvas. Em sua opinião, esse sistema circulatório de rios era o modo mais eficiente de manter a temperatura de todo oglobo em níveis moderados. Poderiam esses quatro rios ter circulado todo o globo em uma época em que havia apenas uma porção de terra seca e apenas um oceano?

À luz da localização definida por Moisés dos rios Tigre e Eufrates, podemos identificar o primeiro rio do Éden como sendo o rio Indo na Índia ou o rio fase ao leste da Síria.. O rio íon é geralmente identificado como o rio Nilo. Desse modo, o jardim do Éden, deve ter sido localizado onde é hoje o Mar Vermelho, ou, talvez, um pouco ao sul do Iraque. O nome dos rios são significativos. “Pisom” significa “abundante em águas” e rodeava a terra onde se encontravam ouro, bdélio, e pedras preciosas. O Segundo rio, Giom, significa “rebentação” ou “profundo” e. Hiddekel significa “rápido” ou “intrépido” e Eufrates significa “calmo”. Esses nomes descrevem os vário tipos de rios que conhecemos hoje.

Isso nos faz lembrar de Apocalipse 22:1 onde lemos: “O rio puro da água da vida, claro como um cristal, saía do trono de Deus e do Cordeiro. “ Isso nos faz lembrar de Cristo que é a água da vida (João 4:14).

Objetivo do Programa Espacial

Quando os astronautas americanos aterrissaram na lua em junho de 1969, Walter Kronkite entrevistou o comandante da NASA em Houston , Texas. Em resposta à pergunta sobre o objetivo da expedição, o porta voz da NASA disse que era descobrir vida na lua e determinar sua idade. Foram esses objetivos atingidos? A resposta foi “NÂO.” Kronkite então perguntou se os bilhões de dólares gastos como o projeto haviam sido desperdiçados. Não apenas não existe vida na lua como hoje sabemos que o planeta Marte também não é capaz de abrigar vida. Suas muitas crateras indicam pouca atmosfera; meteoros atravessam sua fina atmosfera e colidem contra a superfície do planeta. As sondas Viking, lançadas no início doas anos 70, provaram que não existia nem mesmo vida em forma de bactériaem Marte. A lua e Marte eram os principais candidatos onde se pudesse encontrar alguma forma de vida em nosso sistema solar. O que existe além dosistema solar é mera suposição.

De acordo com Gênesis 1:14 –16, os corpos celestes foram criados no quarto dia da semana dacriação (após a criação do planeta terra) e foram criados para servirem como sinais, para controlar o tempo e para servirem como luminares. Todos esses três propósitos beneficiam o planeta terra. Assim, de acordo com a bíblia, o principal propósito de nosso programa espacial deve ser beneficiar os habitantes do planeta terra.

Líderes do programa espacial estão agora fazendo propaganda sobre os benefícios do programa espacial para nós. Satélites de previsão do tempo e de comunicações são alguns dos resultados. 

Em meados dos anos 60, foram desenvolvidos os chips necessários para miniaturizar os instrumentos que seriam levados a bordo das naves para o espaço. Eles revolucionaram nosso estilo de vida.

Se os líderes do programa espacial tivessem desde o início, nos informado dos benefícios do programa espacial ao invés de enfatizar a procura por prova de evolução no espaço, o programa teria economizado 100 bilhões de dólares e teria obtido muito melhores resultados. Mesmo em nosso programa espacial nós necessitamos da direção das Escrituras.

Comissão para Pesquisa Espacial

Em 1969, um cristãoda Pensilvânia, escreveu para contestar nossa posição a respeito do programa espacial em nosso periódico “Bible-Science Newsletter.” Ele citou o Salmo 115:16 o qual se refere aos céus dos céus como pertencendo ao Senhor, enquanto que a terra foi feita para os filhos dos homens. Este homem acreditava que era pecado o homem se aventura no espaço. Ele também se opôs a declaração do então presidente Nixon que disse que a aterrissagem na lua tinha sido o maior acontecimento da história. A crucificação e ressurreição de Cristo deveriam ocupar esse lugar, disse ele.

Nós concordamos que o homem não foi feito para sobreviver no espaço. Para suas aventuras no espaço ele deve levar consigo o ambiente terrestre – roupa espacial, comida, água, e até mesmo oxigênio. O Homem também não possui guelras e nem por isso é pecaminoso explorar o mundo marinho. Foi dado à Adão um encargo científico de sujeitar e dominar a terra e isso inclui a exploração espacial. A declaração em Salmo 115:16 de que os céus dos céus pertencem ao Senhor, é uma referência ao trono espiritual de Deus que se encontra além do espaço.

Os Elementos do Espaço Governam o Tempo

Existe uma diferença entre tempo solar e tempo estelar. Escrevendo em “Testemunha no Céu,” o Dr. Thoburn Lyon, afirma que, conforme aterra revolve ao redor do sol, o sol parece estar em movimento em relação às estrelas. Devido a esse movimento aparente, uma rotação da terra em relação ao sol, requer quase quatro minutos adicionais de uma rotação em relação às estrelas. Assim, um“dia”de tempo estelar, é quatro minutos mais curto do que um “dia” solar. Devido às estrelas estarem mais distantes, os astrônomos consideram o tempo estelar como mais preciso. Isto está de acordo com Gênesis 1:4 que declara que um dos propósitos dos elementos no espaço é fazer distinção entre dias, estações e anos; em outras palavras, governar o tempo.

As zonas de tempodependem dos elementos do espaço. Conforme a terra gira, o sol (aparentemente) passa através de zonas de tempo separadas a distância de 15º, ou cerca de 1Km e ½.As zonas de tempo dos Estados Unidos são conhecidas como Atlântica, Central, Ocidental, Montanhosa e Pacífica. Ao viajar para o leste você perde um dia. Durante o verão os dias são mais longos que as noites.Existe uma linha imaginária em Greenwich que serve como padrão para dividirmos o tempo solar. Essas linhas imaginárias são chamadas de meridianos. 

Quando lemos na bíblia que Adão viveu por 930 anos e que Matusalém viveu por969 anos, nós acreditamos que esses anos eram períodos de 12 meses como nos dias atuais. 

Luzeiros

O Terceiro propósito dos corpos celestes, de acordo com Gênesis 1: 15, é servir como luzeiros. A luz já havia sido criada quando ao quarto dia esses corpos foram criados. O salmista escreveu no Salmo 19:6 que nada se furta ao calor do sol indicando que o sol é a fonte de todo calor e luz. A luz limpa, purifica, cura e transforma.

Existe uma controvérsia sobre como a luz poderia ter existido antes da criação dos corpos celestes. De acordo com Apocalipse 22:5, na Nova Jerusalém, não haverá necessidade da luz do sol porque o Próprio Deus a alumiará com sua luz. As Escrituras sugerem que os corpos celestes foram criados para beneficiar a terra, enquanto que a evolução postula que a terra é apenas um pontinho no vasto espaço. 

Os Signos do Zodíaco

Muitos argumentos favoráveis à astrologia são apresentados por Joseph Goodavage, autor do livro “Astrologia, A Ciência da Era Espacial.” Isso inclui afirmações tal como a que dois gêmeos compartilham a as mesmas sensações e experiências e que pessoas nascidas sob o mesmo signo, embora em locais diferentes, terão as mesmas experiências. Goodavage aceita as afirmações da evolução quanto aidades imensas para os supostos fósseisde ancestrais do homem, e de que existe vida em Marte. Ele defende a astrologia a partir de um ponto de vista científico, embora os mais proeminentes cientistas rejeitem todas as formas de astrologia.

O Primeiro propósito para o qual os corpos celestes foram criados é o de servir como “sinais.” As estrelas são utilizadas para guiar os viajantes. Também existem os sinais espirituais. A estrela da manhã representa Cristo em Apoc. 22:16 e em II Pedro 1:19. A estrela de Jacó é mencionada por Balaão em Num. 24:15-19, como uma referência a Cristo. Os reis magos foram conduzidos à Belém por uma estrela (Mateus 2:2). Os signos do zodíaco são mencionados em Jó 38:32.

Será que isso significa que as estrelas podem controlar nossas vidas como afirmam os astrólogos? A Escrituras condenam todas as formas de se tentar predizer o futuro através das estrelas. O Profeta Jeremias advertiu o povo hebreu a não enveredar pelos caminhos dos povos pagãos da terra de Canaã e a não desmaiarem ante os sinais dos céus (Jer. 10:2). Isaiaszombou dos astrólogos que tentaram ajudar Israel em suas dificuldades (Is. 47:13). Daniel foi capaz de interpretar o sonho de Nabucodonosor quando todos os astrólogos haviam falhado (Daniel 1:20 e 4:7). Israel foi advertido a não adorar os exércitos dos céus (Dt 4:19)

Entretanto, muitos autores explicam como os signos do zodíaco fazem referência à nossa salvação. Joseph Seiss é o autor do livro “O Evangelho nas Estrelas,” E.W. Bullinger escreveu “O Testemunho das Estrelas,” e Howard Rand escreveu um guia para os cristãos utilizarem os signos do zodíaco intitulado “As Estrelas Declaram a Obra de Deus.” Em seu livro “A Voz de Deus nas Estrelas,” Kenneth Fleming faz referência a Francês Rolleston que em 1863 publicou “Mazaroth” (palavra hebraica para signos do zodíaco e que aparece em Jô 38:32), atribuindo significados cristãos às estrelas.

De acordo com esses autores, a constelação de Virgem e de Touro, referem-seao Sacrifício de Jesus pela humanidade. Libra refere-se ao julgamento final por Cristo, enquanto que Leão faz referência a Jesus reinando como um leão. A Serpente ou Dragão, representam o Diabo. Órion significa “vindo como luz”. Órion é apenas um dos muitos corpos celestes que representam uma pessoa poderosa vindo em direção à terra para triunfar sobre o inimigo da humanidade. Jô 38:32-31 fala sobre os signos do zodíaco (mazzaroth), como tendo também sido criados por Deus. O salmista diz que Deus criou as estrelas e colocou-as em seu lugar (Salmo 8:3). Elas não “caíram” em seus lugares acidentalmente. Deus deu nome às estrelas (Salmo 147:4). No relato da criação, Adão deu nomeaos animais, mas Deus deu nome às estrelas.

De acordo com Fleming, quando lemos no Salmo 19:1 que os céus proclamam a glória de Deus, isso é uma referência à glória de Cristo, também nos signos do zodíaco. Ele não menciona o Salmo 50:6 e 97:6 onde lemos que os céus proclamam a “justiça de Deus.” Comparando essa expressão com Romanos 1:17, onde o apostolo Paulo diz que a justiça de Deus é revelada de fé em fé, compreendemos que essa justiça não advém de guardarmos os dez mandamentos, mas, é aceitar pela fé a justiça de Cristo que guardou os dez mandamentos por nós. Embora admitamos que o evangelho encontra-se apenas na bíblia, (João 6:63), podemos afirmar que os céus proclamam o evangelho através dos signos do zodíaco. Só porque os as forças do mal fazem mau uso dos signos do zodíaco através da astrologia, não significa que os cristãos não possa usa-los para fortalecer sua fé. Através deles somos levados a uma melhor compreensão do porque eles foram criados.

Anjos e Demônios

Discutimos anteriormente sobre a “Teoria da Lacuna.” Aqueles que acreditam que as palavras “sem forma e vazia” indicam que existiu um pré-mundo (Gen 1:2), também acreditam que os anjos viveram nele. Escrevendo em “O Livro de Gênesis e a Evolução,” o Dr. M.R. De Haan argumenta contra a evolução mas aceita a teoria da lacuna e a destruição de um pré-mundo onde habitavam anjos que passaram a ser demônios (Judas 6). Mesmo algumas pessoas que rejeitam a Teoria da Lacuna aceitam a posição de que os anjos existiam antes da criação do mundo.

Uma passagem freqüentemente usada em defesa dessa posição encontra-se no livro de Jô 38:6-7, onde lemos que os filhos de Deus estavam presentes quando na fundação do mundo e que as estrelas da manhã cantavam de alegria. Alguns acreditam que tanto “filhos de Deus” como “estrelas” referem-se à anjos. Outros acreditam que seja apenas uma referência às estrelas. Nossa preferência é a de que a expressão “filhos de Deus” refere-se a anjos e que “estrela” refere-se aestrela mesmo. A partir desse ponto de vista, isso significaria que os anjos e as estrelasforam criados antes da criação do mundo. Em seu livro “Foi Assim que Deus Disse?”A. O.Schnabel nota que a palavra hebraica para estrelas “cantando” (ranan) significa “guinchar.” Ao ouvir o barulho das estrelas através de radiotelescópios, descobriu-se que é assim mesmo que elas se comportam – emitindo guinchos.

Tudo depende de como é interpretada a palavra “fundamentos.” Isso pode ter sido quando Deus separou a porção seca do meio das águas, no terceiro dia da criação. Ou quando ele criou o sol, a lua e as estrelas no quarto dia, porque o planeta terra teria então sido posicionado em relação a outros elementos no espaço. No Salmo 104:4 lemos “Faz dos ventos os seus mensageiros e de seus ministros um fogo abrasador,” aparentemente no segundo dia. Se isso assim for, então os anjos poderiam de fato gritar de alegria quando os fundamentos do mundo foram estabelecidos no terceiro dia. Se os fundamentos foram estabelecidos no quarto dia, quando os corpos celestes foram posicionados em relação ao planeta terra, as estrelas também poderiam cantar de alegria.

Criação dos Anjos? – Quando?

Em Col. 1:16 o apostolo Paulo nos diz que os anjos foram criados por Cristo; desse modo, eles são seres criados. De acordo com Êxodo 20:11 tudo o que foi criado, foi criado dentro do período dos seis dias da criação. Portanto eles são seres criados.

Anjos Caídos

Quando foi que os anjos caíram para se tornarem demônios? Em Gênesis 1:31, lemos que quando Deus terminou sua criação ele disse que era tudo “muito bom.” Isso incluiria os anjos e excluiria a existência dos demônios. No segundo capítulo de Gênesis, não é feita nenhuma referência ao pecado. Parece que os anjos pecaram entre os capítulos dois e três de Gênesis e, logo após, Satanás tentou Adão e Eva.

Os anjos possuem poderes muito maiores que os dos seres humanos. Pedro apresenta o Diabo como um leão que ruge (I Pedro 5:8)e o salmista faz referência ao seu poder no Salmo 103:20. De acordo com o Salmo 91:11-12, os anjos nos tomam pela mão para proteger-nos. Entretanto, parece que os anjos têm menos valor do que os seres humanos. O que podemos inferir dos capítulos 1 e 2 de Gênesis é que Deus criou as criaturas mais importantes (homem e mulher) por ultimo. O Salmo 91 demonstra que os anjos foram criados para servir à humanidade

Gigantes em Gênesis 6:4

Isto leva á discussão a respeito da menção de “Gigantes” em Gênesis 6:4, onde lemos que “os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens.” Existem muitas pessoas, particularmente aqueles que acreditam em um mundo governado por Deus durante mil anos, antes de ser destruído, que crêem que a expressão “filhos de Deus” refere-se à anjos caídos que desposaram as filhas dos homens. Por isso a sua descendência teria sido de gigantes. Esta posição é mantida mesmo em face da declaração em Mateus 22:30 de que os anjos nem se casam nem são dados em casamento. A melhor interpretação seria que “filhos de Deus” eram homens justos que desposaram as injustas “filhas dos homens.”A palavra Nephilim (traduzida como gigantes) também pode ser traduzida como “pessoas violentas” ao invés de gigantes. É provável que quando os justos se uniram aos injustos, a violência tenha tomado conta da terra. Surgiram ditadores que oprimiam as pessoas. Um exemplo disso foi Ninrode que viveu após o Dilúvio (Gênesis 10:8). Também Davi agradeceu a Deus por ter-lhe livrado das mãos de homens violentos (Salmo 18:48). Algumasdas características da justiça são a misericórdia e a bondade e a procura de obter resultados por meio da persuasão. Contrário à isso, são as características da injustiça de se tentar obter resultados através força, da violência, opressão e assassinato. Este parecia ser o estado do mundo pré-diluviano, que incorreu na ira divina, fazendo com que Deus ordenasse o Dilúvio, através do qual o mundo que então existia, pereceu (II Pedro 3:6). È minha opinião pessoal que as pessoas que viveram antes do Dilúvio, e que atingiram idades de até 900 anos, eram bem maiores que as pessoas de hoje.Visto que a palavra “Nephilim” também pode ser traduzida como “violento”, ela não precisa ser, necessariamente uma referência ao tamanho físico, mas à violência. O conceito de violência continuou quando lemos em Gênesis 6:4 que após os filhos de Deusterem conhecido as filhas dos homens, surgiram os homens “poderosos” (varões de fama) (geborah em hebraico).

It is a mark of righteousness to be kind and merciful and to seek to achieve results by persuasion. Contrary, it is a mark of evil to rely on violence and force, oppression and murder. This seems to be the state of the world prior to the Noahic flood, incurring God’s anger and prompting Him to unleash the flood which resulted in the world “that then was” to perish (II Pet. 3:6). It is our personal opinion that people who lived to an age of 900 years before the Flood also may have been much larger in size. The word “giant” need not then be a reference to huge size, but rather to violent men. The concept of violence is continued when we read in Gen. 6:4 that after the sons of God married the daughters of men, there arose “mighty” men (geborahin Hebrew). 

O Significado de “Espécie”

Existe uma confusão quanto ao significado da palavra “gênero” traduzida como espécie. Esta palavraaparece vezes em Gênesis. As classificações atuais não correspondem ao significado da palavra “gênero.”

Os cientistas usam as palavras Filo, Gênero e Espécie, mas nenhuma delas corresponde à palavra “MIYN” (em hebraico)O Dr. Frank Marsh, um biólogo, tem devotado considerável tempo pesquisando o assunto e compartilha de suas descobertas em seus livros “Evolução, Criação e Ciência;”“Estudos Sobre Criacionismo;”“A vida, O Homem e o Tempo” e, também, “Variação e Fixidez na Natureza.” Sobre este ultimo assunto, John Mackay da Austrália tem uma fita de áudio interessante.

È da opinião de Marsh que os nossos métodos de classificar plantas, animais, insetos, humanos, etc. é baseado principalmente em conceitos evolutivos. O grande classificador original, Carlos Lineu, era um criacionista. Suas classificações vêm sendo alteradas para servirem de base à evolução, diz Marsh.

No que diz respeito às espécies, cada um tem uma opinião diferente. Um criacionista pode deixar um evolucionista confuso ao pedir por uma definição das espécies. Por outro lado, devido a ser difícil explicar cientificamente o que é espécie, os evolucionistas podem deixar os criacionistas confusos ao pedirem uma explicação em termos científicos modernos sobre a que a palavra “gênero” traduzida como espécie se refere. 

Em seu livro “A Evolução e a Fé Cristã” o Dr. Bolton Davidheiser se refere a rachadores e ajuntadores. Os rachadores classificam como espécies aquilo que não são enquanto que os ajuntadores juntam varias espécies no que eles chamam de espécies politípicas. Marsh diz que a palavra bíblica “gênero”combina melhor com essa ultima definição.

Baramin

Marshfaz referência à palavra Baramin que significa “espécie criada.” Se aceitarmos a posição de que os processos de criação diferem dos processos de preservação, o que observamos na ciência hoje não é idêntico ao que aconteceu durante a semana de criação. Devido à ciência moderna depender totalmente do processo de preservação, não há como definirmos a palavra “espécie” de Gênesis que está associada ao processo de criação. Além do mais, se acreditamos que quando Deus criou todas as coisas, ele dotou todas as criaturas de uma capacidade para o desenvolvimento, compreendemos que se torna difícil, para uma ciência que se limita a observar o que esta acontecendo agora, definir a palavra “espécie” em Gênesis. Deus colocou em suas criaturas a capacidade de se adaptarem; assim, podemos dizer que “não há nada de novo debaixo do sol.”

Classificação

John Mackay diz que os cientistas classificam os seres vivos pela estrutura, aparência, diferenças, similaridades e pelos genes. Ele diz que a palavra “espécie” em Gênesis se refere a uma classificação feita tendo em vista o propósito pelo qual os seres vivos foram criados.

Adaptação Ao Meio Ambiente

Seria bom enfatizar a importância do emprego da palavra”semente” em Gênesis 1:11-12.Esta é a porção hereditária das plantas, que a possibilita passar adiante, informações para que as próximas gerações possuam as mesmas características. Animais, Peixes, pássaros e humanos também compartilham dessa qualidade única. Esta é uma explicação muito diferente da fornecida pelos evolucionistas de que a variedade de espécies na natureza é devida ao meio ambiente. Eles dizem que as mudanças ocorrem devido à mutações e à seleção natural. Isto faz com que uma espécie se desenvolva em outra, dizem eles. São observadas tanto variações entre as espécies como adaptações à natureza, mas jamais se observou que o meio ambiente possa produzir algo por si mesmo. 

Seguindo o conceito criacionista de que os processos de criação diferem dos processos de preservação, é sugerido que Deus, dotou cada criatura, na ocasião de sua criação, da capacidade de adaptação ao meio ambiente. 

Teoria das Tabuinhas

Já nos referimos anteriormente ao método crítico-histórico no qual é sugerido que os primeiro cinco livros da Bíblia foram escritos a partir de quatro fontes diferentes e que eles foram finalmente compilados por seu ultimo revisor, cerca de 900 anos AC. O Próprio Senhor Jesus declarou que Moisés foi o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia, 1.500 anos antes de seu nascimento. O método crítico-histórico é amplamente ensinado e aceito e considerável tempo é dedicado a ele na maioria dos seminários. Esta é uma tentativa de aplicar a evolução aos textos e Moisés ao invés de aceitar que são divinamente inspirados. Aqueles que assim acreditam, afirmam que qualquer afirmação cientifica que esses livros contenham esta ultrapassada e especialmente os primeiros 11 capítulos do livro de Gênesis. Ao invés de aceitar o conceito da Trindade, eles afirmam que o plural em Gênesis 1:26 (façamos) é devido à influência dos vizinhos pagãos dos hebreusque adoravam vários deuses. Consideram os primeiros 11 capítulos do livro de Gênesis como poéticos e afirmam que eles não são nem factuais nem científicos. Esta é uma maneira conveniente de harmonizar as Escrituras com a teoria pagã da evolução.

Existem duas maneiras de contestar a interpretação crítico-histórica em relação ao Pentateuco. Uma, é apontar demonstrar cientificamente seus erros e provar que a Bíblia é factual. Outra, é apresentar uma posição igualmente erudita, também dependente de fontes, que assegure que esses capítulos foram divinamente inspirados e que Moisés é o seu autor final. Esta é a teoria das tabuinhas.

“Toledoth” ou “Geração”

Em meados os anos 30, P.J. Wiseman estava engajado em uma exploração arqueológica na Babilônia (atual Iraque). Ele descobriu muitas tabuinhas de argila seladas com a palavra “Toledoth”, seguida da impressão de um selo real. Visto que poucas pessoas sabiam escrever na época da confecção das tabuinhas, elas as assinaram com selos ou anéis. È por isso que faraó deu a José o seu anel real (Gen. 41:42). Wiseman preparou a seguinte lista na qual a palavra “toledoth” (geração) aparece em Gênesis:

2:4 “Estas são as gerações dos céus e da terra.”

5:1 “Este é o livro das gerações de Adão.”

6:9 “Estas são as gerações de Noé.”

10:1 “Estas são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé.”

11:10 “Estas são as gerações de Sem.”

11:27 “Estas são as gerações de Terá.”

25:12 “These are the generations of Ishmael.” 

25:19 “Esrtas são as gerações de Isaque.”

36:1 “Estas são as gerações de Esaú.”
Wiseman ficou extasiado ao encontrar similaridades entre as genealogias de genesis e as contidas nas tabuinhas encontradas na Babilônia. Quase tudo o que era mencionado em determinada tabuinha parecia ter acontecido durante o tempo de vida de seu autor. A primeira genealogia (dos céus e da terra) foi escrita pelo próprio Deus. A segunda genealogia, por Adão, de acordo com esta teoria. Incluído nesta tabuinha, esta um registro do filho de Sete e, figurando as tabuinhas das idades de Gênesis 5. Podemos inferir que esta tabuinha foi escrita 320 anos após a criação.Na tabuinha de Noé Gênesis (5:1-6:9) encontramos uma lista dos patriarcas pré-diluvianos, escritas para preservar seus nomes e idades por alguém que tinha tido um conhecimento pessoal a respeito deles. (Embora Adão tivesse morrido antes de Noé ter nascido). Os filhos de Noé escreveram suas tabuinhas a partir de um conhecimento em primeira mão (Gênesis 6:9-10:1). Sem tinha conhecimento pessoal dos eventos ocorridos em Gênesis 10:1 a 11:10, tendo vivido por 500 anos após o Dilúvio.

A Genealogia de Terah

Algumas dificuldades são encontradas ao sugerirmos que os autor da tabuinha em Gênesis (11:10 –11:27) foi escrita por Terah..Primeiro porque Terah é taxado como uma pessoa iníqua. Em Josué 24:2, fica claro que ele era em idólatra. E porque a tabuinha de um idólatra seria usada como fonte para Moisés? Também, alguns dos patriarcas mencionados nessa genealogia morreram muito antes de Terah. De acordo com a datas de nascimento fornecidas nessa genealogia, Terah nasceu 221 anos após o Dilúvio e, se ele morreu aos 225 anos ele morreu 426 anos após o Dilúvio. Mas Sem, que é mencionado nessa genealogia, viveu 500 anos após o Dilúvio, muito depois da morte de Terah. Arfaxade morreu 440 anos após o Dilúvio, também após a morte de Terah. Também Sala teria morrido 470 anos após o Dilúvio e Éber 531 anos após o Dilúvio. Nem é lógico presumir que Terah escreveu essa genealogia no ano anterior à sua morte.

Uma solução seria que Moisés teria usado essas fontes para seu relato inspirado por Deus. Como autor desses livros, ele teria tido o privilégio de adaptar esses materiais ao seu relato. Por exemplo, em Gênesis 14 onde aparece uma lista dos reis da Babilônia, que se uniram para destruir Sodoma e Gomorra e que lista as cidades destruídas, encontramos os nomes de algumas dessas cidades entre parênteses. Bela aprece como (Zoar) Gen. 11:11.“ E Sem viveu, após ter gerado a Arfaxade, 500 anos, e teve filhos e filhas.” Porque os anos de Sem não foram totalizados? Talvez Moisés não tenha feito mais mudanças do que o necessário, considerando a genealogia como um escrito inspirado. Todos os patriarcas haviam morrido na época de Moisés e ele foi capaz de relatar a idade que tinham quando morreram.

Genealogias de Ismael e Isaque

A próxima genealogia (11:19 – 25:12) é conhecida como a genealogia de Ismael. De acordo com Gálatas 4:22, Ismael representa a Lei, ou a carne, enquanto Isaque representa a promessa e envio do Espírito. Desse modo, Ismael parece ser uma infeliz escolha para se escrever sobre ávida de Abraão. Entretanto, Isaque é representado nas Escrituras como tendo um caráter um tanto fraco, embora ele seja representado em Gálatas 4 como o representante da salvação pela graça. Ele viveu até 180 anos e ele pode ter sido fraco ou ineficiente durante os últimos anos de sua vida. Ismael é representado como uma pessoamais forte. É possível, como Wiseman sugere, que os meio-irmãos fossem os responsáveis pelo registro escrito da vida de Abraão. Parece que esses registros foram feitos na ocasião da morte de Abraão pra assegurar que as genealogias seriam passadas adiante.Ao invés de escrever sobre si mesmo, Isaque sugeriu que Ismael escrevesse sobre ele e então, em uma breve genealogia (Gênesis 25:12-19), Isaque atualizou as genealogias por ocasião da morte de Abraão. Nós não vemos nenhum problema em Ismael ter escrito uma genealogia inspirada, mesmo nos tempos antes de Moisés.

Esaú e Jacó

As próximas genealogias são ainda mais estranhas. A parte principal da vida de Jacó, de acordo com a teoria das tabuinhas, foi escrita por Esaú. Em Hebreus, Esaú é tido como fornicador e em Romanos 9:13, como aborrecido por Deus. Como poderia tal pessoa ter escrito parte das Escrituras inspiradas (Gen. 25:19-36:1)? Á Esaú também é atribuída a autoria de outra Tabuinha; Gên. 36:1 a 36:9. De acordo com essa teoria, Jacó escreveu a seção de Gen. 36:9 à 37:2 na qual ele lista a genealogia de Esaú. Novamente parece que os irmãos escreveram as tabuinhas por ocasião da morte de seu pai. E novamente, a preocupação foi a de listar as genealogias. Seria natural esperar que um irmão escrevesse sobre o outro ao invés de sobre si mesmos. Eles haviam se reconciliado após o retorno de Jacó de Harã. Nenhum dos escritores da Bíblia era perfeito. Foi a direção e operação miraculosa do Espírito Santo que fez com que não cometessem erros.

Genealogias em Rute

Outro problema surge ao se afirmar que a palavra para “gerações”se encontra no fim de uma tabuinha enquanto que em Rute 4:18 a palavra encontra-se no começo de uma lista. O livro de Rute talvez tenha sido escrito por Samuel, pelo menos 500 anos mais tarde. O costume pode ter mudado com o passar dos anos.

Prova de Autenticidade

Wiseman fornece o que ele considera como provas de que essas tabuinhas são autênticas e que elas foram utilizadas por Moisés ao compilar os livros Bíblicos. Os Babilônios juntaram frases paraunir as tabuinhas numa seqüência. Algo semelhante aos números de páginas de nossos tempos. Geralmente, o que estava escrito no fim de uma tabuinha repetia-se na próxima. Esse padrão foi encontrado em todas as tabuinhas.

Wiseman também salienta que existem muitas palavras babilônias no primeiro capítulo de Gênesis e muitas palavras egípcias nos últimos 14 capítulos.Ele também menciona que Moisés mudou o nome de algumas cidades, indicando que as tabuinhas existiam antes dele escrever o Pentateuco. A narrativa revela certa familiaridade com as circunstâncias e detalhes concernentes aos eventos ocorridos indicando queforam escritas por pessoas preocupadas em registrar a ocorrência desses eventos.

Em Gênesis 10:19, lemos que os Cananeus eram de Sidom: “E foi o termo dos Cananeus desde Sidom, indo para Gerar, até Gaza,; indo para Sodoma e Gomorra…” indicando que essa cidades (Sodoma e Gomorra) ainda existiam no tempo de Abraão. Sem deve ter escrito essa tabuinha antes de sua destruição,antes dos tempos de Moisés. Expressões geográficas primitivas eram conhecidas apenas no tempo de Abraão e mais tarde eles tinham nomes bem conhecidos tais como “Terra do Sul” (Gen. 20:1 e Gen. 24:62) e “Terra do Leste” (Gen. 35:6). Novamente, isso indica uma fonte antiga.

A conclusão lógica é a de que essas tabuinhas foram inspiradas por Deus e que elas constituíam as Escrituras Sagradas antes do tempo de Moisés. As pessoas dessa época também necessitavam da palavra escrita.Moisés efetuou algumas mudanças, pois ele era o responsável por sua transmissão à futuras gerações. Elenão fez mais alterações do que o necessário. Ele também repetiu os antigos nomes quando ele adicionava nomes novos. As gerações de Sem são encontradas tanto em Gen. 10:22-29 como em Gen. 11:10-18. A corupção da terra e as declarações a respeito de sua destruição são encontradas tanto em Gen. 6:5-8 como em Gen. 6:9-13. Estas não constituem repetições desnecessárias, mas ele deixou duas tabuinhas separadas intactas.

Antídoto Eficiente

Wiseman dedica grande parte de seu livro ao Método Crítico-histórico.Necessitamos não apenas demonstra suas fraquezas, mas fornecer um antídoto eficiente. E isso nós encontramos na teoria das tabuinhas, uma postura erudita que fornece as fontes e que concorda com a inerrância bíblica.

A Imagem de Deus

Richard Hanson, autor do livro “A Serpente Era Mais Esperta,” afirma que a expressão “ à imagem de Deus” (Gênesis 1:26) refere-se à Deus dando ao homem domínio sobre a terra em Gen. 1:28. Outros afirmam que imagem de deus refere-se à postura ereta do homem. Outros, ainda, afirmam que isso é uma referência à alma do homem. Nós providenciamos aqui, duas passagens do Novo Testamento que explica isso (Efésios 4:24 e Colossenses 3:10). A primeira passagem indica que o homem foi formado conforme a justiça e santidade de Deus e a segunda que o homem é semelhante à Deus em conhecimento. Isso indica que a imagem de Deus consistia em santidade e conhecimento intuitivo.

O aspecto mais importante dessa imagem era a santidade do homem. Quando ele comeu do fruto proibido, ele perdeu essa imagem e a morte entrou no mundo (Rom 5:12) Na apenas a humanidade tem que morrer como tambémtoda a natureza está sujeita a degeneração, morte e decadência, como aprendemos em Salmos 102:2. Embora Deus não possa se satisfazer com nada menos do que a perfeição, ele não destruiu de imediato o universo decaído. Ele esperou até que pudesseimplementar seu plano para restaurar a perfeição original, um plano que envolvia enviar seu próprio filho ao mundo para morrer e ressuscitar como pagamento pela pena do pecado. Em cristo, a imagem de Deus é restaurada, pela fé, neste mundo e no mundo por vir.

Conhecimento Intuitivo e Fala

Um outro aspecto da imagem de Deus era o conhecimento perfeito. Em I Cor. 13:12 lemos que agora conhecemos em parte mas chegará o tempo em que conheceremos, como também somos conhecidos. Adão deu nome à todos os animais no dia em que foram criados (Gen 2:20). Ele não aprendeu a falar gradualmente, no início emitindo sons guturais como um animal como os evolucionistas afirmam. Isso era parte do conhecimento perfeito que ele possuía antes de pecar. Ele não perdeu a capacidade de falar ou o conhecimento que possuía, totalmente. Mas ele passou a não ter mais a capacidade de conhecimento e fala que ele possuía antes de pecar.

 

Efeitos do Pecado Sobre aNatureza

Por ter sido criado à imagem de Deus, o homem era a coroa da criação. Podemos, sem reservas, afirmar que Deus criou a melhor e mais valiosa das criaturas por último. Isso significa que toda a natureza foi criada para o benefício do homem e que era seu dever exercer domínio sobre ela. Acontece que , mais tarde, quando o homem pecou, seu pecado afetou toda a natureza. Imediatamente, espinhos e cardos infestaram o solo (Gen. 3:18). Adão trabalhou no suor de seu rosto. A partir de Rom. 8:20, aprendemos que a criação (natureza) ficou sujeita à vaidade devido à maldade do homem.

Em Eclesiastes 1:2 e 12:8 lemos que tudo é vaidade porque o coração do homem é irremediavelmente mau. Devido ao pecado, tudo se desgasta como a roupa que usamos (Salmo 102:26). Até mesmo os corpos celestes são impuros (Jó 15:15 e 25:5).

Uma matéria do Periódico Bible-science sugere que devido a haver crateras na lua, o pecado maculou até o espaço. Há mais destruição e colapso no espaço do que possamos sequer imaginar na terra. Um médico da Nova Guiné, ao ler essa matéria, ficou chocado. Mas devemos reconhecer os efeitos do pecado no mundo natural.Existem duas leis na natureza –a lei da ordem e finalidade e alei da maldição da morte e destruição.

  Em II Cor. 5:7 aprendemos que vivemos por fé e não por vista. Se soubéssemos exatamente como era a vida animal antes da queda do homem e se soubéssemos como era a natureza antes da lei da entropia passar a operar, nós já estaríamos, certamente, vivendo no paraíso. Neste mundo nós vivemos pelas fé. De acordo com a definição moderna de ciência, ela é limitada ao que vemos, ela não pode descrever a perfeição do mundo físico antes do pecado ter entrado no mundo.

Gênes e Salvação

O Dr. Arthur Custance, escrevendo em “O Nascimento Virginal e a Encarnação,”(pág. 203), sugere uma razão pela qual Deus formou Eva da costela de Adãoao invés de tê-la formado separadamente. Através desse processo, Eva foi dotada dos mesmos genes de Adão e, conseqüentemente, toda a raça humana, deriva de uma única cadeia genética. Em termos modernos isso seria semelhante a uma “clonagem. Talvez Deus tenha feito algo semelhante quando ele formou Eva a partir da costela de Adão.

Custance salienta que devido a Eva ter sido formada a partir da costela de Adão, ela possuía os mesmos genes que ele. Isso significa que todasas pessoas no mundo, passado presente e futuro, descendem dos mesmos genes. Isso também significa quequando Jesus nasceu, ele também possuía genes da mesma fonte. Assim, ele foi capaz de ser nosso substituto, não apenas em espírito, mas também em carne.

Algumas pessoas acreditam que o perdão de Jesus é apenasespiritual e não se aplica ao nosso corpo. Eles estão interpretando mal os primeiros dois capítulos de I Coríntios e Romanos 6:8. Não é verdade que tudo o que diz respeito ao corpo é pecaminoso, porque o corpo foi feito para glorificar a Deus.

Educação Sexual

Phoebe Courtney, a editora chefe conservadora da revista “Independent American” e autora do livro “Cuidado com o Treinamento de Sensibilidade”,e “A Controvérsia da Educação Sexual”, diz estar preocupado com a educação sexual nas escolas.O treinamento de Sensibilidade, diz ela, é psicologia de massa. Essencialmente a idéia é boa, porque os problemas emocionais de algumas pessoas podem ser tratados mais eficientemente através de terapias de grupo do que individualmente. Mas do modo como o treinamento de sensibilidade é conduzido, é feito um esforço para livrar as pessoas de problemas sexuais ao se falar sobre eles. E els falam tanto desse assunto que acabam por destruir o código moral divino no que diz respeito ao sexo e ao casamento. Quando a confiança no código moral divino é abalada, essas pessoas estão prontas para serem doutrinadas no evolucionismo, socialismo e comunismo.

 

O Sexo é uma Benção

Enquanto viviam no jardim do Éden, Adão e Eva não tinham vergonha de sua nudez. Imediatamente, após pecar, eles procuraram cobrir seus corpos e Deus fez roupas de peles para eles. O sexo não é pecado, mas o pecado o corrompeu. 

De acordo com Mateus 2:30 não haverá casamentos no céu. Entretanto, pecados relacionados ao sexo são punidos nesta vida em grau muito maior do que alguns outros pecados.Davi tomou a mulher de outro homem e planejou sua morte. Ele se arrependeu, mas ele sofreu com problemas familiares pelo resto de sus vida, particularmente com seu filho Absalão. O ato que no casamento resulta em bênçãos, quando cometido fora do casamento leva a problemas e a doenças debilitantes. 

O apóstolo Paulo escreveu que é vergonhoso falar sobre essas coisas que são feitas em segredo (Efésios 5:12). Quando feito da maneira correta, o sexo é uma benção, mas o perigo da educação sexual nas escolas é que, geralmente, a autoridade dos padrões divinos sobre oque é certo ou errado é negada. Porque os pais falharem em dar uma educação sexual adequada aos seus filhos,não significa que as escolas devam faze-lo. A questão é que os pais não estão ensinando o que os educadores desejam ensinar. Em muitos casos, o objetivo é destruir os padrões judaico-cristãos, de certo e errado.

Promessa antes da Maldição

Algumas pessoas se afastam de Deus porque elas não conseguem entender como um Deus bom pode permitir o mal no mundo. Há muito tempo atrás, Martinho Lutero, em seu comentário sobre o livro de Gênesis, disse que há uma razão pela qual Deus primeiro deu à Adão e Eva a promessa de um salvador, antes de amaldiçoa-los.Note que Adão culpou Eva e Eva culpou a serpente. Juntamente com As punição à serpente, Deus prometeu um salvador que pisaria a cabeça da serpente. Apenas após essa promessa da palavra de Deus, esta Semente da mulher, Deus proferiu sua maldição sobre Adão e Eva como castigo por seus pecados. Se Adão e Eva tivessem recebido a maldição primeiro, eles poderiam ter entrado em desespero e ter cometido suicídio imediatamente. É difícil entender a necessidade do mal neste mundo, mas sem o evangelho, seria impossível entender. Através do evangelho ficamos sabendo que enquanto Deus permite o mal neste mundo, sabemos que Deus quer o nosso bem e que ele fez a coisa mais grandiosa de todas, providenciando uma solução. Essa solução pode não corresponder à nosso orgulho humano, mas o problema é que nosso orgulho é em si pecaminoso.

A Partir da Bíblia

Essencialmente, essa promessa antes da maldição,essa superioridade do amor de Deus em Cristo, deve partir da Bíblia. A natureza pode revelar a gloria de Deus como diz o salmo 19:1, mas ela não revela o evangelho.Ele deve vir da Bíblia. A natureza, com sua gloria, em ultima análise, pode levar-nos apenas ao pessimismo. Tudo se desgasta e se corrompe. Nós precisamos de mais esperança do que a que encontramos na natureza ou através de seu estudo pela ciência. Tendo essa promessa, nós não deveríamos separa-la da natureza, mas usa-la em nossas vidas cotidianas e em todos os nossos estudos sobre a natureza e outras ciências.

A Origem das Raças

O Dr. Henry Morris em seu livro “A Bíblia tem a resposta,” afirma que os evolucionistas são racistas. Devido ao fato de eles acreditarem ter evoluído a partir de formas de vida inferiores, eles acreditam que algumas pessoas são mais evoluídas que outras e que, portanto, superiores. Qualquer conceito de uma pessoa ser superior à outra leva ao racismo. Entre os evolucionistas que eram racistas encontram-se Darwin, Karl Marx, Nietzsche, Sir Arthur Keith, Adolf Hitler e Cecil Rhodes.Mas também é verdade que alguns cristãos (e criacionistas) são racistas e eles tentam encontrar apoio bíblico para seu racismo. Isso inclui uma interpretação deturpada da maldição proferida sobre Canaã que alguns relacionam com a maldição proferida contra Canaã em Gênesis 9:25. Afirmam que Cão foi amaldiçoado e que, portanto, toda a raça negra foi amaldiçoada também. Canaã, o quarto filho e cão, foi aquele que foi amaldiçoado e essa maldição se cumpriu quando os Cananeus se tornaram escravos dos Judeus. Até que eu saiba, os cananeus foram totalmente exterminados. Eles continuaram em sua imoralidade sexual sendo considerados através da história como a nação mais promíscua que já existiu, pois eles combinavam religião com imoralidade sexual, onde as sacerdotisas viviam em adultério e fornicação em meio aos bosques que circundavam seus lugares sagrados. Embora a filosofia da evolução tenda ao racismo, muitas pessoas racistas têm sido aquelas que aceitam a inerrância das escrituras.Baseado nisso é compreensível que a pergunta mais freqüente dirigida àqueles quepalestram sobre ciência bíblica seja: “Como se originaram as raças?”A explicação evolucionista de que o meio ambiente produziu as raças não passa no teste.

Uma resposta é encontrada no Salmo 104:24 onde lemos sobre a multiforme sabedoria de Deus. Deus estabeleceu “espécies” inflexíveis em Gênesis 1, mas ele também um Deus da variedade que criou o que nos parece ser um sem limite de variedades de espécies dentro de cada espécie. Isso também se aplica a raças de pessoas. Devido à nossa posição de que o processo de criação difere do processo de preservação, nós acreditamos que Deus, a criar Adão e Eva, dotou-os do potencial para produzir todas as raças. Assim como Deus dotou os animais e plantas com a capacidade de adaptação ao meio ambiente, também Ele dotou os humanos com essa mesma capacidade, incluindo a capacidade de produzir raças variadas. No incidente da torre de Babel, nós encontramos uma das razões pela qual existem várias raças e línguas. Talvez a diferença entre as línguas sejam mais importantes do que as diferenças entre as raças. A linguagem expressa o pensamento das pessoas e foi através de sua palavra que Deus criou o mundo e o preserva (Heb 1:2-3)

O Potencial da Célula Humana

Cada célula humana fertilizada contém 46 cromossomos, cada uma delas contendo 2000 genes, num total de 100.000 genes. Isto em si apresenta o potencial para a formação do código genético de todas as raças e indivíduos presentes no mundo hoje. Mas isso não é tudo. Agora, sabemos que também existe um código no corpo da célula viva, o citoplasma, e sequer nós entendemos isso. Sabemos que devemos considerar o código genético em três dimensões, na apenas em duas. Quanto mais aprendemos, mais entendemos como foi possível para Deus dotar a célula humana originalcom o potencial para a formação de todas as raças, bem como todas as demais características. Desde então, Deus vem se utilizando desse potencial. Desse modo, as raças surgiram a partir de um código genético original que Deus estabeleceu para a adaptação ao meio ambiente. Desse modo, uma raça não é nem superior nem inferior à outra. 

Dinossauros

Uma pergunta freqüentemente feita aos criacionistas é “quando e onde os dinossauros viveram?” Também; “Como Noé colocou dinossauros na Arca?” Se aceitarmos o modelo de coberta de vapor d’águapara o mundo pré-diluviano, e se aceitarmos que no mundo pré-diluviano as pessoas viviam ate cerca de 900 anos, a questão dos dinossauros é facilmente explicada. Os dinossauros são répteis e os répteis nunca param de crescer. Algumas tartarugas das ilhas Galápagos tem mais de 150 anos de idade e pesam cerca de 300 Kgporque elas vêm crescendo durante toda as suas vidas. Às vezes, a idade de um crocodilo pode ser determinada por seu tamanho, e sabe-se que já foram encontradas algumas cobras com mais de 20 metros de comprimento, porque elas continuam a crescer durante a vida toda. Algumas vezes os répteis vivem tanto quanto as pessoas. Se as pessoas do mundo pré-diluviano viviam cerca de 900 anos, então, os répteis também viviam por longos anos.Um réptil que continuasse a crescer por 900 anos seria enorme em tamanho. 

No Monumento Nacional do Dinossauro, próximo à fronteira dos estados de Utah e Colorado, foram encontrados mais fosseis de dinossauros do que em qualquer outra parte – quase 450.000 Kg deles. Esses fósseis se encontram na formação Morrison. Alguns geólogos criacionistas acreditam que as rochas paleozóicas são depósitos de sedimentos ocasionados pelo Dilúvio e que todas asoutras rochas acima delas são pós-diluvianas. A formação Morrison, de acordo com eles, é pós Diluviana. Desse modo, os dinossauros viveram tanto antes como após o Dilúvio.

Estudiosos da Bíblia salientam que em Gênesis 6-8, todaávida não preservada na arca pereceu. Nós lemos que tudo o que tinha fôlego de vida e que habitava a terra seca morreu. Entretanto nada é mencionado a respeito das criaturas marinhas. É muito provável que algumas criaturas marinhas tenham sobrevivido ao Dilúvio e que alguns dinossauros tenham sido capazes de flutuar durante este período. Répteis de sangue frio são capazes de sobreviver sem comida por um ano ou mais. Este modelo permite aos dinossauros serem a forma de vida dominante na terra imediatamente após o Dilúvio.

Dinossauros na Bíblia

Acreditamos que os dinossauros são mencionados na Bíblia. A descrição de Behemoth em Jó 40:15-24 assemelha-se à descrição de um dinossauro herbívoro enquanto que a descrição de um Leviatã em Jô 41, assemelha-se à descrição de um dinossauro carnívoro. Influenciados pelas idéias evolucionistas de que os dinossauros viveram na terra por milhões de anos antes do aparecimento do homem, alguns comentaristas bíblicos acreditam que o “Behemoth” seja um hipopótamo e que oLeviatã seja um crocodilo do Rio Nilo. Tem-se acreditado que os dinossauros não poderiam ter vivido durante os tempos bíblicos e que, também certamente não no tempo de Jó, que deve ter sido, aproximadamente, 300 anos após o Dilúvio.

A Divisão da Terra

Um modelo proposto pelos estudiosos, é que Deus primeiro separou as pessoas na terra através de uma divisão de línguas, descrita em Gênesis 11:1-9. Deus pode ter reforçado essa separação através de uma divisão continentalno tempo de Pelegue (que significa “canal divisor de porções de terra”). Durante o tempo requerido para a vida animal sair da Arca e espalhar-se sobre a terra, os dinossauros podem ter se espalhado por toda a parte, e durante algum tempo, terem sido a forma de vida dominante sobre a terra. Isso demonstraria a providência divina e explicaria o conhecimento de Jó sobre os dinossauros.

Admitindo a Culpa

Em seu livro “Viagem para Longe de Deus”, Robert Benedict explica porque alguns cientistas continuam atados às teorias da evolução apesar dela já ter sido contestada. Sir Arthur Keith, famoso paleontólogo britânico, admite que a evolução é não-comprovada e não-comprovável, mas eles a aceitam porque a única outra alternativa é a criação e aceitar a criação é inconcebível. Mas porque é inconcebível?

Benedictcita H. G. Wells, que declarou que se os homens e os animais evoluíram, não houve pais ancestrais e, portanto, não houve jardim do Éden e nem queda do Homem devido ao pecado. E se não houve queda devido ao pecado, toda a trama do Cristianismo – pecado e redenção- desmorona como uma torre de cartas. Devido ao Neo-Darwinismo com suas mutações e mutação gradual ser não-confirmável, alguns evolucionistas agora propõem uma evolução pontuada, como foi proposto por Gold-schimidt em sua teoria chamada “Monstro esperançoso”., que afirma que, há muito tempo atrás… um réptil pôs um ovo e, inadvertidamente, uma ave adulta surgiu desse ovo, possuindo em seus genes potencial para gerar todas as demais espécies de aves. É difícil dizer o que a mamãe réptil pensou de sua prole. Isto é semelhante ao conceito criacionista, mas, ainda assim, é inconcebível para alguns cientistas evolucionistas aceitarem o relato criacionista. O Dr. A.E. WilderSmith diz que é porque essas pessoas não conseguem pensar claramente, mas, a verdadeira razão , é porque eles se recusam a aceitar a existência de Deus.Isso demonstra que o Homem, é por sua natureza, um inimigo de Deus (Rom 8:7) e é nascido em pecado (SL 51:5). Esta indisposição em admitir a culpa pode ser rastreada até o Jardim do Éden. Adão culpou Eva e, esta, culpou a serpente. É uma característica herdada devido ao pecado.

A esposa de Caim

Uma pergunta desnecessária que ainda persiste é “Onde Caim encontrou sua esposa?”Adão e Eva tiveram muitos filhos, e fica óbvio que irmão e irmãs casaram-se entre si. No início da raça humana, não havia ainda uma carga genética que pudesse gerar características indesejáveis, tais como acontece com os descendentes de parentes próximos que casamentre si hoje em dia. A Lei de Moisés em Levítico, capítulo 20, proibindo o casamento entre parentes próximos, não se aplicava aos membros da primeira família humana. Também, se havia mesmo uma coberta de vapor d’água no mundo pré-diluviano, a terra seria atingida por muito menos radiação do que recebe hoje, e haveria poucas mutações.

Em seu livro “A Bíblia Tem a Resposta”, Dr. Morris nos fornece cálculos matemáticos que sugerem que se as pessoas viveram por cerca de 900 anos, e se os casais tiveram muitos filhos, no tempo da morte de Caim, teria havido uma população de muitos milhões de pessoas. As sagradas Escrituras não indicam quando Caim se casou, mas encontrar uma esposa não teria sido problema para ele.

O Sacrifício de Abel 

Caimera lavrador do solo e seu nome significa “possessão”. O Nome Abel significa “vaidade”, e ele era um pastor de ovelhas. Eva notou em Caim a mesma inclinação para o pecado que ela e Adão tinham esabia que ele não seria o Salvador prometido em GN 3:15. Sendo sábia, ela chamou ao segundo filho “vaidade”. E pode ser que ele não tenha recebido tanta atenção por parte da mãe quanto Caim. Emoções humanas, orgulho pecaminoso, e discriminação estavam envolvidos nas vidas de Caim (lavrador do solo) e Abel (pastor de ovelhas) Estas ocupações podem ser classificadas como as precursoras da ciência moderna e podemos notar as mesmas emoções e atitudes hoje em dia.

No exercício de sua religião, tanto Caim como Abel trouxeram ofertas ao Senhor, talvez até mesmo à porta do jardim do Éden onde estava o querubim com sua espada flamejante. Deus então aceitou o sacrifício de Abel mas rejeitou o sacrifício de Caim. TalvezCaim, por ser mais velho, se considerasse superior ao seu irmão. E, talvez, ele também acreditasse que uma oferta de vegetais fosse mais valiosa do que um cordeiro. Por todo o Velho Testamento um cordeiro era a figura do Salvador Prometido ((Is. 53:7 e João 1:29) e sem dúvida, Deus já havia requerido de antemão uma oferta de um cordeiro para encorajar a fé em um Messias futuro. Isso deixou Caim irado e talvez ele tivesse considerado comer carne um erro porque não se comia carne quando seus pais estavam no Jardim do Éden . Um cordeiro eraconsiderado “uma oferta pelo pecado” e uma oferta de grãos era considerada “uma oferta de ação de graças”. Caim era orgulhoso demais parae estava muito zangado para dar atenção ao que o Senhor lhe comandara e, enciumado, matou seu irmão, tornando-se assim o primeiro assassino da história.

Fumaça Ascendente?

Muitos artistas têm representado estes sacrifícios com a fumaça da oferenda de Abel subindo em espirais em direção ao céu, enquanto que a de Caim se direciona para baixo. Talvez, não houvesse fumaça alguma na oferenda de Caim. Nós ignoramos como Deus fez saber que Ele se agradou da oferenda de Abel e se desagradou da de Caim. Mas nós sabemos que uma oferenda por perdão e uma oferenda pelo pecado eram tão necessárias quanto são agora.

A Maldição de Caim

No livroCriação: Acaso ou Projeto? O Dr. Harold Coffin sugere que os desertos resultam do pecado do homem. O meio ambiente havia mudado e junto com essa mudança, as forças inerentes de variação e adaptabilidade das plantas, animais e humanos passaram a desempenhar seus papéis. O Dr. Harold Clark expressa uma opinião similar em seu livro Gênesis e Ciência. Ele questiona se os desertos já existiam na ocasião da criação original ou se foi o resultado do pecado do Homem e sua destruição do equilíbrio da natureza.

Como parte da maldição lançada sobre Caim por ter assassinado seu irmão Abel, o solo passaria a reter sua força. Caim tinha sido agricultor durante toda sua vida e agora o solo nãomais produziria em abundância. O sacrifício de Abel tinha sido um cordeiro que representava o Salvador prometido. Mas Caim ofereceu os frutos do solo, talvez, devido a seu orgulho. Em conseqüência disso, Caim deveria viver como um vagabundo e fugitivo. Teria sido esse o começo do deserto do Oriente Médio e o modo de vida Árabe, nômades vivendo em tendas?

Caim temia ser morto pelo assassinato que ele tinha cometido, porque, não havia ainda um governo estabelecido para lidar com criminosos e os indivíduos poderiam assumir a responsabilidade. Para evitar isso, Deus colocou uma marca em Caim. Que marca era aquela nós não sabemos. Alguns comentaristas acreditam que era uma fisionomia feroz que amedrontava as pessoas

Biblia e Ciência

Sempre há uma certa pressão para separar a Bíblia da ciência e para separar a religião cristã das coisas materiais. Na maldição cainita, podemos observar umaestreita relação entre moralidade e natureza. Devido ao pecado de Caim, o solo não mais daria sua força (Gn 4:12). Precisamos superar essa separação artificial. Em Col. 1:20 nós lemos que o sangue de Jesus reconcilia “todas as coisas” em si mesmo ao reconciliar as pessoas.

Mateus Estabelece aCriação

O Dr. John Whitcomb, escrevendo em seu livro A Terra Primitiva, nota que Jesus estabeleceu a criação quando ele falou do casamento e condenou as leis liberais do divórcio (Mt 19: 4-9). Nós também lemos que Deus criou a Adão e Eva como macho e fêmea. Se eles tivessem evoluído de um animal ancestral, eles ainda seriam macho e fêmea. Aplicação é que Adão e Eva não evoluíram, mas quando deus os formou do pó da terra eles eram novas criaturas.

Adão e Evacarregavam em seus genes o potencial para gerar todas as demais raças. Não houve nenhum desenvolvimento de uma espécie para outra, nem de animal para humanos. Deus criou a raça humana através de um ato especial de criação, diferente do processo utilizado para a criação dos animais. Em Gn 2:7, nós lemos que Adão foi formado do pó da terra. Alguns evolucionistas afirmam que isso significa o reino animal, porque os animais também foram criados a partir do solo (Gn 2:19). O Dr. Whitcomb, demonstraa falácia de tal afirmação porque Adão foi amaldiçoado após ter pecado, também em que o solo produziria espinhos e cardos e que Adão retornaria ao pó. Como poderia Adão se transformar em um animal? O “pó da terra,” em Gn 2:7, não é uma referência aos animais dos quais Adão e Eva, supostamente, evoluíram. Este é mais um exemplo a que as pessoas irão recorrer em suas tentativas de conciliar as escrituras com a teoria da evolução. Os textos em Mt 19:4-9 e Gn 2:7 não permitem tal interpretação.

Houve uma criação súbita de vida animal e outra criação , em separado de vida humana. O ser humano é é único e possui características que nenhum outro animal possui, conforme aprendemos em I Cor. 15:39.

There was a sudden creation of animal life and another creation of the human race. Man is unique and possesses characteristics which no animal has, as we learn from I Cor. 15:39

Genealogias Consecutivas

No ensaio “Uma Avaliação Críticada Cronologia de Usher,” do livro Estratos de Rocha e o Relato Bíblico, o Dr. Fred Kramer, argumenta que podem existir lacunas nas genealogias dos capítulos 5 e 11 de Gênesis. Ele aponta para a indicação do nome de Cainan em Lucas 3:36, extraído da do texto da Septuaginta. Este trechoé omitido no texto massorético mas pertence á bíblia por estar presente no livro de Lucas que é inspirado. Kramer também salienta que em Mateus, 14 gerações são listadas de Abraão a Davi,14 gerações de Davi até o cativeiro babilônico, e 14 gerações do cativeiro até Cristo. Na cronologia, Mateus omite Aazias,Joás e Amazias em uma cronologia e Jeoaquim em outra. Dez gerações são listadas em Gn 5, 10 e 11, e novamente, parece ser um número arredondado. Em Hb 7:9-10, lemos que quando Melquisedeque encontrou Abraão, Leví estava nos lombos de seu pai Abraão. Contudo sabemos que Leví era filho de José que era filho de Jacó, que era filho de Isaque, filho de Abraão. Este é um exemplo onde um descendente é considerado um filho e, portanto, é comum encontrarmos algumas lacunas nas genealogias, diz o Dr. Kramer.

Emborao Dr. Kramer não concorde com o Dr. Whitcomb, e Morris que também permite lacunas nas genealogias listadas no livro “ O Dilúvio de Gênesis”, Kramer não admite grandes lacunas, nem mesmo 5.000 anos. Ele cita I Crônicas 23:15 e 26:24, onde Gerson e Eliézer são listados na genealogia de Moisés. Shebuel foi um oficial de Davi e o período entre Moisés e Davi, cobre mais de 400 anos. Para Kramer, é ilógico que tenha havido apenas três gerações durante um período de 400 anos.Ele acredita que muitas gerações foram omitidas nas genealogias e que isso era uma prática comum no Velho Testamento.

Outros, notam problemas com relação à idade de Abraão. De acordo com o discurso de Estevão (Atos 7:14), Abraão partiu para Canaã, após seu pai, Terá, ter morrido. Em GN 11:26, lemos que Abraão, Naor e Harã já eram nascidos quando Terá tinha 70 anos e em GN 11:23, nós lemos que Terá tinha 205 anos quando morreu. Portanto, se Abraão já era nascido quando terá tinha 70 anos, e se ele partiu após a morte de seu pai, Terá, então, Abraão tinha 135 anos quando ele partiu para Canaã. Entretanto, nós lemos em GN 12:4, que ele tinha apenas 70 anos. Para muitos, isso é uma prova de que nós não podemos exigir genealogias consecutivas nos capítulos 5, 10 e 11 de Gênesis. Uma explicação é oferecida por P.J. Wiseman que afirma que Terá escreveu sua tabuinha quando ele tinha 70 anos. Talvez, a melhor explicação, seja que em sua tabuinha, terá tenha registrado o ano de nascimento de Naor, mas que todos seus três filhos são mencionados. 

O filho mais proeminente (Abraão), não o primogênito, é mencionado. Isto ocorre novamente em GN 6:10, onde à primeira leitura, parece que Sem, Cão e Jafé, nasceram no mesmo ano (como trigêmeos). Mas podemos notar em GN 9:24, que Cão é chamado de caçula e em GN 10:21 nós lemos que Jafé é o mais velho. Também lemos que Arfaxade nasceu dois anos depois do Dilúvio, quando Sem tinha 100 anos. Entretanto, Sem não poderia ter nascido no mesmo ano que Cão e Jafé. Obviamente, Jafé nasceu primeiro, então Sem e depois Cão, o último,cem anos antes do Dilúvio. 

Explicação das Lacunas

O que nós estamos dizendo é que existem maneiras de explicar o que parecem ser lacunas nas genealogias. C.G. Ozanne, em seu livro “Os Primeiros 700 Anos”, as explica muito bem, indicando que Mateus tinha uma razão para apresentar suas 14 exatas genealogias. Os nomes que ele omitiu eram de pessoas que, por razões morais, não pertenciam à lista genealógica.Mateus teve o privilégio de listar as genealogias desta maneira. Em Gênesis não há motivos paraexcluir certas pessoas. São possíveis três gerações vivendo no Egito, porque o tempo desuas gerações era maior do que as nossas e eles permaneceram no Egito por um período de 210 a 300 anos. Em GN 15:16 lemos que os israelitas deveriam retornar do cativeiro na quarta geração.

Ozanne também argumenta que haviam 8.600 descendentes de Coate na época do Êxodo. Coate, o filho de Leví que se mudou para o Egito, era pai de quatro filhos: Anrão, Isar, Hebron e Uziel. Se Anrão tinha 55 anos quando se mudou para o Egito, e se 40 anos constituem uma geração, e se haviam sete machos por família, haveria muito mais descendentes do que os 1250 necessários para a parte de 8600 de Anrão. Devemos levar em conta que as mulheres tinham filhos até idades avançadas, que a poligamia era praticada e que os israelitas eram tremendamente férteis (Êxodo 1:7).

Outra pessoa que destacou a fidedignidade das genealogias consecutivas em Gênesis foi Eugene Faulstich. Um ex- engenheiro eletrônico, O Senhor o levou a vender sua prósperafábrica para que pudesse dedicar-se integralmente ao estudo dos números na Bíblia. Ele colocou as datas encontradas na Bíblia em um computador e ajustou-as de acordo com o calendário lunar hebraico. Como resultado, ele chegou a datas exatas para os eventos mencionados nas escrituras. As genealogias consecutivas se ajusta à todos seus estudos e comparações e ele não encontrou nada tão exato quanto as datas bíblicas. Ele ainda não publicou muito material, mas, publicou um livro intitulado: “Um Computador Examina a Bíblia.”

Gênesis Cinco

Isso também responde à pergunta sobre as longas vidas dos patriarcas, relatado em GN 5. Adão viveu até 930 anos e Matusalém até 969. Nove patriarcas são mencionados neste capítulo, incluindo Noé, mas excluindo Enoque que foi levado ao céu sem experimentar a morte.A idade média desses patriarcas é de 912.2/9 anos. Estes anos foram contados da mesma maneira que os nossos porque eles foram medidos pelos elementos do espaço e nós sabemos que não houve nenhuma variação significativa. De fato, Eugene Faulstich enviou um questionário para um bem conhecido astrônomo pra determinara posição dos planetas no quarto dia da semana da criação. Faulstich forneceu a data que ele havia determinado em seu estudo computadorizado das datas bíblicas e o astrônomo descobriu que naquela data particular,( que de acordo com Faulstich era o quarto dia da criação), os planetas estavam em perfeito alinhamento. Essa foi aúnica e primeira vez que isso aconteceu, em toda a história. Embora pareça impossível de acordo com nossa experiência, precisamos aceitar os anos de Gênesis 5 como corretos.

Se havia mesmo uma coberta de vapor d’água no mundo pré-diluviano, ela seria , então, responsável pelos períodos de vida mais longos devido a haver menos radiação e, sem haver chuvas, os minerais encontrados no solo não teriam sidos levados pelas águas. As datas são mais exatasbíblicas do que aquelas obtidas através de métodos como carbono 14, potássio/argônio e outros métodos de datação radioativa.

Os Textos Massoréticos e a Septuaginta

Em sua tentativa de estabelecer a idade da terra ew a data do dilúvio de Noé, Richard Teachout, autor do livro “O Dilúvio de Noé – 3.398 AC,” e ªM. Rehwinkel, autor do livro “A Idade da Terra,” seguem o texto da Septuaginta. Esta é uma tradução grega a partir dos textos em hebraico do Velho Testamento, produzida em cerca de 25 AC. .Nessa tradução, o nome de Cainan é inserido entre os nomes de Arfaxade e Sela eo tempo de sua vida é apresentado como 460 anos. Lucas também inclui este nome na genealogia de Jesus em Lucas 3:36. No texto da Septuaginta, são adicionados 100 anos às vidas de Arfaxade, pelegue, Réu e Serugue. 156 anos são adicionados á vida de Naor e 26 anos à vida de Selá. A idade de Éber é reduzida em 60 anos. Tudo somado, são adicionados 1000 anos em comparação com outros textos bíblicos. Esse texto estabelece a idade da terra em cerca de 7.000 anos e datao dilúvio em 3.398 AC. O texto massorético data o dilúvio em 2.350 AC. Teachout acredita que o texto da Septuaginta seja o mais correto, devido a ser um texto mais antigo que o massorético. O registro mais antigo do texto massorético é de aproximadamente 100 AC . Teachout também segue a septuaginta porque Lucas e outros escritores do Novo Testamento, aparentemente utilizaram-na como fonte.

Texto Massorético

Por outro lado, C.G. Ozanne, tem um ponto de vista totalmente oposto em seu excelente livro “Os Primeiros 700 Anos.” De acordo com Peter Ruckman em seu livro “Que Bíblia é a Palavra de Deus?” a septuaginta é uma falsificação dos tempos alexandrinos no Novo testamento. Eugene Faulstich acredita que quando a Septuaginta foi traduzida (70 eruditos trabalhando em cerca de 250 AC), cada civilização disputava pára ver qual seria a mais antiga. Os Babilônios contendiam que eles eram a civilização mais antiga. Na septuaginta os Hebreus adicionaram 1.000 anosao texto massorético para se apresentarem como civilização mais antiga ainda. Estes dois pesquisadores acreditam que a septuaginta é racionalista e não é tão digna de confiançaquanto o texto massorético. Muitas pessoas não acreditam que Abraão poderia ter vivido 350 anos após o Dilúvio. Entretanto, os tabuinhas de Ebla, descobertas recentemente, revelam que lá existia uma civilização completa 200 anos após o Dilúvio.Assim, este argumento está desaparecendo. 

Ozanne acredita que os tradutores da Septuaginta tentaram amenizar o problema no texto Massorético de que Éber viveu até 464 anos enquanto que, seu filho, Pelegue, viveu apenas 239 anos. Isso foi conseguido ao se atribuir a Éber 404 anos e a Pelegue 339 anos. Isso tudo não é necessário se considerarmos que houve uma separação continental nos tempos de Pelegue. A separação de uma simples massa de terra nos continentes atuais alteraria tanto o clima do planeta que a média de vida seria grandemente reduzida. Isso então poderia ser a causa da diferença de 200 anos dos tempos de vida de Éber e Pelegue.

Cainã

O problema de Cainã em Lucas 3:36 é um problema confuso. Lucas, por inspiração divina, incluiu este nome que na Septuaginta aparece entre os nomes de Sala e Éber. Se foi permitido um nome extra, então, Éber não é realmente o filho de Sala, mas seu filho. Então,devemos permitir outros netos e as genealogias não são consecutivas. Isto excluiria uma datação exata. Alguns dizem que o nome de Cainã, foi inserido por um copista em Lucas 3:36, mas, a crítica textual não vê dessa maneira. Uma possível explicação é queCainã e Eber eram irmãos gêmeos, e um deles, não foi mencionado no texto massorético. Entretanto nós lemos em Lucas que Éber era filho de Cainan e que Cainan era filho de Selah.Isso exclui a possibilidade deles serem irmão gêmeos. De acordo com o texto massorético, Selah tinha 35 anos quando Éber nasceu, e, uma podemos conjeturar que Selah tinha 17 anos quando Cainan nasceu e que Cainan tinha 18 anos quando Éber nasceu.Mas esta explicação, ainda deixa Éber como neto de Selah e, de acordo com o texto massorético, Éber era filho de Selah.
Deve haver uma explicação mas nós ainda não encontramos nenhuma. Nossa experiência nos mostra que quando há um aparenteerro nas escrituras, é apenas isso, “aparente.” Em nossa opinião, o texto massorético é o mais confiável. Mas acreditamos que Lucas 3:36 é inspirado; ainda estamos buscando uma explicação satisfatória.

O Tamanho da Arca de Noé

Muitas pessoas afirmam que a Arca de Noé não era suficientemente grande para poder comportar todos os animais necessários para repovoara a terraapós o Dilúvio e nem para armazenarcomida para Noé e sua família. Estas objeções são listadas por Morris e Whitcomb em “O Dilúvio deGênesis.”
A afirmação deJan Lever, professor de Geologia na Free University em Armsterdã, de que a expressão “sete de cada” em GN 7:2,3 significa, na verdade, 14 pares. Ele afirma que atualmente existem 15.000 espécies de pássaros; isso significa que 210.000 pássaros teriam de ter sido colocados na Arca.
Morris e Whitcomb argumentam que pode ter havido apenas 8.600 espécies de pássaros; e quea expressão “sete de cada” é uma referênciaapenas a animais considerados cerimonialmente limpos e que havia muitos animais impuros a bordo.

Em seu livro “O Dilúvio, Local ou Global?”O Dr Arthur Custance afirma que haveria um problema para fornecer água potável para a família de Noé e para os animais a bordo. Morris e Whitcomb dizem que a chuva forneceria água suficiente. Custance também diz que o ar nas regiões acima das montanhas teria sido rarefeito demais para alguns animais, o que Morris e Whitcomb rejeitam dizendo que a pressão atmosférica depende do nível dos oceanos e a Arca encontrava-se ao nível do mar.

O Dr. Ernst Mayr, classificador de espécies proeminente, listou um total de um milhão de espécies animais. Morris e Whitcomb excluíramtodas as formas de vida marinha e agruparam as demais em 35.000 espécies, reconhecendo a habilidade de diversificação das espécies principais. Considerando o tamanho médio dos animais como sendo do tamanho de uma ovelha, eles calcularam que 240 animais poderiam ter sido abrigados em um espaço do tamanho de um vagão de trem. A Arca, por sua vez, tinha espaço suficiente para abrigar o conteúdo de 522 vagões . Assim sendo, seriam necessários apenas 146 vagões para comportar todas as 35.000 variedades de animais, deixando dois terços da Arca para armazenamento de comida, água, etc. Outro problema seria cuidar de tantos animais. Talvez o Senhor tenha–os induzido à hibernação, reduzindo assim a um mínimo suas necessidades de cuidados.

Outra pergunta freqüente é: “Como os dinossauros forma preservados na Arca?” Os dinossauros são uma forma de vida marinha e talvez não tenha sido necessário entrarem na Arca. Ou, talvez, tenham sido colocados a bordo apenas dinossauros jovens de tamanho pequeno, ou alguns de variedades menores. A extinção dos dinossauros não se deve à falta de terem sido preservados na Arca, ma sim ao fato de sua inabilidade em lidar com as condições climáticas após o Dilúvio.

Em 1883, um grupo de Turcos descobriu a Arca no Monte Ararate. Tinha havido um verão extremamente quente e grandes avalanches de neve soterraram muitos vilarejos. Nas montanhas, o gelo e a neve que haviam derretido expuseram parte da Arca. Dentro da Arca foram encontradas celas de 5 metros de altura, suficientemente grandes para abrigar animais enormes.

Entrando na Arca

Dissemos que apenas 35.000 espécies ou variedades de criaturas vivas entraram na Arca para serem preservadas. Mas 35.000 é um número considerável. A pergunta é: “Como Noé fez para reuni-los todos?”
Como um canguru da Austrália poderia atravessar o OceanoPacífico para chegar até a Arca? Talvez houvesse apenas um continente antes do Dilúvio e os animais não precisaram atravessar longos espaços de água.

Também devemosreconhecer que, muito do que se diz respeito à Arca de Noé é sobrenatural. Deus trouxe os animais para a Arca, conforme GN 6:20 e 7: 9-15 nos ensina. Elesvieram sozinhos. Noé não precisou arrebanha-los. Mesmo hoje em dia, os pássaros possuem instintos de migração e viajam através de vastos oceanos sem se perderem. Deus poderia ter usado um instinto semelhante para conduzir os animais à Arca. Isto é sobrenatural e supercientífico. Nós não somos capazes de entender muitas coisas que observamos em nossos dias; porque, então, deveríamosesperar entender tudo o que aconteceu durante o Dilúvio? Devemos dar espaço para a ocorrência de milagres. Mesmo que, haja uma linha tênue entre o que chamamos natural e sobrenatural .

As Águas Prevaleceram 150 Dias

Durante o Dilúvio a, choveu por 40 dias e 40 noites (Gn 7:12) e as águas prevaleceram sobre a terra por 150 dias (Gn 7:24). As águas aumentaram depois que as chuvas cessaram (Gn 7:17); as águas continuaram a subir e prevaleceram por 110 dias após a chuva ter parado. Finalmente, todos os grandes montes abaixo dos céus foram cobertos ea água atingiu a profundidade e 15 cúbitos (acima das montanhas mais altas) o suficiente para a Arca flutuar sobre as montanhas mais altas (Gn 7:20).

Em seu livro, “O Dilúvio Bíblico e a Era do Gelo,” Donald Patten, sugere que isso é uma referência ás marés. As marés vêm e vão, aumentam e diminuem. Em Gn 8:3, lemos que “as águas iam se escoando continuamente da terra” durante o processo de enxugamento,e na opinião de Patten, a Arca não aportou até que as enormes marés entrassem em ação. Ele também sugere que a Arca foi conduzida às altas montanhas na região de Ararate,ao invés de flutuar corrente abaixo, em direção ao oceano.

Os críticos de Patten o acusam de negar o Dilúvio verdadeiro e de substituí-lo por marés. Outra idéia é fornecida por Charles Morse emum ensaio intitulado “A Fonte das Águas e a Força Motriz do Dilúvio de Gênesis,” publicado em Julho de 1971, no Periódico bíblia-ciência. Ele acredita que deus tenha causado uma fissura nas profundezas do oceano para fazer com que a água subisse 2 km ou mais, assim, cobrindo de água todas as massas de terra . Ele continua com a sugestão de que seis meses mais tarde, Deus causou outra fissura, nas profundezas das massas de terra faz3ndo com que a água fosse drenada.

O Dr. WalterBrown tem outra opinião, apresentada em seu manual para seminários criacionistas intitulado “No Princípio.”Ele acredita que os continentes se separaram durante o Dilúvio e em seu período de recesso ao invés de um período posterior, devido à uma era do gelo que, alguns dizem,ocorreu na época de Pelegue (Gn 10:25).

Qualquer que seja a posição que tomemos quanto ao “romper das fontes do grande abismo”, é aparente que mudanças geológicas drásticas ocorreram abruptamente. Conforme estudamos a gargantas do Grand Canyon, no Arizona, podemos perceber como Deus permitiu que a crosta terrestre fosse mutilada e partida por ocasião do rompimento das fontes do Grande Abismo (Gn 7:11). O Dr. Clifford Burdick, geólogo, acredita que antes do Dilúvio, havia um balanço perfeito entre as placas continentais da terra. Quando as fontes do Grande Abismo se romperam, milhares de vulcões entraram em erupção por todo o globo terrestre e as placas continentais começaram a se partir, formando o que nós chamamos hoje de“anel de fogo” dos oceanos ou falhas.Burdick também acredita que antes do Dilúvio, não havia erupções vulcânicas nem terremotos.E#lê acha que os terremotos formaram as ilhas Galápagos eo arquipélago do Havaí!

O Dr. Bernard Northrup descreve as dunas de areia do oeste Americano em seu livreto “ O Que Você Deveria Saber Sobre Dinossauros.” Existem imensos depósitos de areiano Parque NacionalZion no sul de Utah e também próximo a Vernal, Utah, onde um grande número de esqueletos de dinossauros têm sido encontrados. Estes depósitos geológicos de areia, estendem-se através dos estadosde Utah e Colorado, até a Califórnia.Calcula-se que exista areia na extensão franciscana da Califórnia, suficiente para cobrir todos os Estados Unidos com uma camada de 200 metros de profundidade. E existe mais areia lá do que do que em todo o oeste americano. De onde veio toda essa areia.

O Dr Northup faz referência aos versículos bíblicos onde lemos que Deus fez com que um vento soprasse sobre a terra, enxugando-a . O Dr. Northrup, estudioso do Antigo testamento, sugere que esse versículo deveria ter sido traduzido como “vai e vem”. Esses versículos descrevem ventos com velocidades incríveis, que varreram areia de umada terra para outra. Os padrões de rochas formadas pela ação do vento no Parque Nacional Zion e também a formação rochosa de Coconino, no Grand Canyon, parecem ser boas evidências da existência desses ventos. A maior parte dos ossos de dinossauros descobertos encontram-se nessas formações eólicas. Isso significa que os Dinossauros poderiam ter sido destruídos rapidamente, e, portanto, longos períodos de tempo não seriam necessários.

 

Identificação do Monte Ararate

No primeiro capítulo do livro “A Arca de Noé: Fato ou Fábula?(1953)”,Violet Cummings, discute a controvérsia sobre a localização do Monte Ararate. Seria mesmo o Monte Ararate atual o mesmo Monte Ararate em que Arca de Noé veio a repousar? Esta informação encontra-se resumida num artigo de Walter Lang, intitulado: “A Testemunha do Monte Ararate”, publicado na Revista “Five Minute” em Julho-agosto de 1974. também existe um excelente documentáriointitulado “O Dilúvio e Arca de Noé,” por Dabney. 

O inglês James Bryce , reportou à Sociedade Geográfica Real de Londres que em 1876, ele encontrou madeira trabalhada no Monte Ararate, a qual ele acreditava ser um pedaço da Arca. Sir Henry Rawlinson, afirmava que a montanha onde a Arca havia repousado ficava um pouco mais ao sul, e outros concordavam que uma montanha ao sul do Lago Van, chamada de Judi Dagh, localizada na fronteira entre a Turquia e o Iraque era o verdadeiro Monte Ararate. Em 1970, um arqueólogo chamado Albrecht apareceu com a idéia de que o Monte Ararate ficava no centro da Turquia. 

A Senhora Cummings responde a essas objeções de varias formas. Mas, principalmente destacando que muitas pessoas que afirmam ter visto a Arca, dizem tê-la visto no Monte Ararate Atual. Conhecida como Agri Dagh pelos turcos que significa “montanha dolorosa.”

Em 1856 três cientistas britânicos e dois guias armênios, afirmam ter encontrado a Arca. Em 1883, um grupo de Turcos afirma, terem entrado na Arca.Em 1887, o príncipe Nouri diz tê-la encontrado em sua terceira tentativa. Um armênio que agora vive em Chicago afirma que quando era garoto, viu a Arca em varias ocasiões. Em 1915-1916, um grupo de cem russos explorou os compartimentos da Arca. Jacob Radtke, de Alberta, Canadá, afirma ter visto a Arca quando ela tinha 18 anos, quando era um soldado servindo no exército russo, enquanto combatia os turcos. Ele diz que havia uma estrada de ferro primitiva que serpeava pela encosta da montanha e que ele e mais 500 soldados avistarama Arca enquanto viajavam em vagões abertos. Não existem evidências da estrada hoje, mas, livros os de história a mencionam e existem vestígios de madeira trabalhada na montanha que podem ter sido dormentes dos trilhos.Em 1932, Carveth Wells, encontrou madeira trabalhada e em 1936,Sir Hard Wicke afirmou ter encontrado vigas de madeira na montanha. Um fazendeiro Turco chamado Reshit, avistou a Arca em 1948 e em 1954, George Greene tirou fotos da Arca do alto de um helicóptero. Em suas expedições de 1955 e 1969, Fernando Navarra da França, afirma que ele viu a Arca e que retornou ao seu país com um pedaço de viga de madeira. Todas essas testemunhas apontam o atual Monte Ararate como onde a Arca repousa. 

Alterações Geológicas

O Dr. Clifford Burdick, geólogo, estudou a montanha em 1966, 1969 e 1971. Ele encontrou evidências devastas alterações geológicas. A Montanha original demonstra um profundo corte. Este corte foi produzido pelo Dilúvio. A partir da fenda, estudando a natureza das rochas, podemos determinar a altura da montanha original. O Dr. Burdick acredita ter evidências de que a montanha se estendia a uma altura de 6.000 metros. Sua altura atual é de 5.000 metros. Também existem evidências no topo da montanha de que ela foi coberta de água. Existem indícios de lava solidificada de forma circular, o que indica que a lava foi expelida de debaixo d’água. Também existem rochedos em sua calota de gelo, a partir de 4.000 metrosque foram originados pela lava e água que jorravam juntos. Esta montanha, mais do que qualquer outra, vem sofrendo alterações e fornece evidências de que vastas alterações ocorreram no passado.Ela já não é mais “muito boa” como quando Deus a criou. Ela é uma evidência do pecado humano sobre a natureza e aponta para a necessidade de uma arca mais importante de todas, Jesus Cristo. Apenas pela morte substitutória de Jesus Cristo, a perfeição da criação poderá ser restaurada.

rushing water. This mountain, more than most, is changing and offers evidence of vast changes in the past. It is not “very good” as everything was when God finished creating it. It is evidence of the effect on nature of human sin and points to the necessity of the most important Ark of all, Jesus Christ. Only through the substituted atonement of Jesus Christ can the perfection of creation be restored. 

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MUTAÇÃO E SELEÇÃO NATURAL: FATORES EVOLUTIVOS?

 

 INTRODUÇÃO

De acordo com a teoria da evolução, a vida na terra começou com a evolução da célula, a partir da qual se desenvolveram os organismos mais simples. Estes deram origem aos organismos mais complexos. Todos os novos genes e novas informações surgiram por mutação e recombinação. As mutações ocorrem ao acaso. A maioria delas são deletérias e diminuirão a adaptação dos organismos ao meio ambiente. Novas combinações do material genético são formadas através da recombinação de genes que ocorre na meiose, durante a reprodução sexuada. A seleção natural elimina as mutações deletérias e preserva as combinações disponíveis que estão melhor adaptadas ao ambiente.

Pode-se então perceber que, segundo a teoria da evolução, a mutação e seleção natural constituem-se nos principais fatores evolutivos. Mas será que elas somente seriam capazes de, a partir de organismos unicelulares, originar toda a grande variedade de seres vivos que temos hoje?

 MECANISMOS EVOLUTIVOS

Existem quatro explicações normalmente oferecidas para a variação observada dentro de uma espécie e entre espécies diferentes: influências ambientais, mutação, recombinação e seleção natural.

 Influências ambientais

Respostas a diferentes fatores ambientais podem produzir diferenças entre indivíduos, mas isso não ocorre devido a novos genes, mas sim devido à expressão de genes que já estavam presentes. Por exemplo, os abetos Englemann existentes nas Montanhas Rochosas atingem 25 metros na altitude de 2700 metros, mas apresentam formas anãs grotescas na altitude de 3000 a 3300 metros. A variação ambiental não afeta a linhagem, isto é, se as sementes forem plantadas em outro ambiente, as plantas se desenvolverão de acordo com o novo ambiente, e não com o velho.

  Mutação

A mutação pode ser definida como um evento que dá origem a alterações qualitativas ou quantitativas no material genético. Podem ser de dois tipos:

-Mutação gênica ou mutação de ponto

São alterações muito pequenas que não afetam os cromossomos de maneira visível, pois envolvem alterações num número reduzido de nucleotídeos da molécula de DNA. Podem ser substituições de bases ou adições ou deleções de nucleotídeos na molécula de DNA.

-Mutação cromossômica ou aberração cromossômica

São mutações que alteram de maneira visível ao microscópio, seja o número, seja a estrutura dos cromossomos.

As aberrações cromossômicas podem ser:

1. Numéricas: envolvem alterações no número cromossômico. Estas podem ser subclassificadas em euploidias e aneuploidias.

Euploidias – um indivíduo ou célula diplóide normal tem dois genomas (2n). Euplóides são células ou organismos nos quais o número de genomas (n) ocorre em múltiplos inteiros (n, 3n, 4n, 5n, etc.).

Aneuploidias – neste tipo de modificação, o número de cromossomos do genoma fica alterado, formando complementos somáticos que são múltiplos irregulares do genoma característico da espécie. Assim, o indivíduo tem cromossomos a mais ou a menos em um dos pares, mas não em todos.

2. Estruturais: afetam a estrutura dos cromossomos, ou seja, o número ou o arranjo dos genes nos cromossomos. Podem ser subclassificadas em:

Deficiência ou deleção – é a perda de uma porção maior ou menor do cromossomo, resultando na falta de um ou mais genes.

Duplicação – é o produto da presença de uma porção extra de cromossomo, resultando na repetição de um ou mais genes.

Inversão – ocorre quando, num determinado segmento de cromossomo, houver duas fraturas, seguidas da subsequente soldadura do fragmento mediano, agora, porém, colocado em posição invertida.

Translocação – ocorre quando os fragmentos de um cromossomo são transferidos para outro cromossomo não homólogo.

O fenômeno da mutação é um componente da maior importância do modelo evolucionista. Este precisa pressupor algum mecanismo que produza o processo ascendente requerido em termos de complexidade, que caracteriza o modelo em sua dimensão mais ampla. E a mutação é supostamente este mecanismo.

Porém, alguns fatos experimentais sobre as mutações devem ser considerados:

1. As mutações são feitas ao acaso, e não dirigidas.

Não há forma alguma de controlar as mutações, para fazer com que elas produzam as características que possam ser necessárias. A seleção natural precisa simplesmente aproveitar-se do que der e vier.

2. As mutações são raras.

A freqüência estimada da maioria das mutações nos organismos superiores é de uma em dez mil a uma em um milhão por gene por geração.

3. A maioria das mutações é deletéria.

As aberrações cromossômicas geralmente têm efeitos bastante drásticos sobre os indivíduos que as possuem. Com relação às aberrações numéricas, as alterações fenotípicas produzidas pela adição ou subtração de um cromossoma (aneuploidia) são tão drásticas que tornam estes tipos de aberrações praticamente sem importância na evolução. Euploidias são muito raras em animais, mas em vegetais podem originar novas espécies. As aberrações cromossômicas estruturais também podem ter efeitos bastante graves. Pequenas deficiências podem comprometer substancialmente a viabilidade de seus portadores. Já as duplicações são mais comuns e menos prejudiciais que as deficiências. Segundo alguns autores, as duplicações fornecem um meio de introduzir novos genes numa população. Estes novos genes poderiam sofrer mutação sem causar grandes danos ao organismo, pois as enzimas indispensáveis estão sendo sintetizadas pelo gene não alterado.

A maioria das milhares de mutações gênicas estudadas é deletéria e recessiva. É altamente improvável que uma mutação possa ser construtiva. Mudanças casuais em qualquer sistema complexo integrado provavelmente perturbarão o sistema. Por exemplo, mutações nos genes das moscas das frutas podem causar perda ou redução das asas, mudanças na cor dos olhos e outras. O fato de que as mutações são normalmente neutras ou deletérias contradiz o ponto de vista de que as mutações constituem um mecanismo para o avanço de uma espécie.

Apesar de que a maioria das mutações torna os organismos menos eficientes, sendo assim desvantajosas, existe a possibilidade de desenvolver novas características desejáveis através da indução de mutações, principalmente em plantas. Por exemplo, já foram obtidos mutantes de cevada que apresentam aumento na produção, resistência a doenças causadas por fungos, caule mais rijo, aumento no conteúdo de proteínas e sementes sem casca.

Algumas mutações são neutras, ou seja, não diminuem a sobrevivência das espécies.

Para que uma espécie se torne mais complexa, é necessário mais que uma simples mutação em um gene: são requeridos novos genes. Mas adicionar simplesmente um novo gene pode não funcionar. Genes não trabalham isolados. Ao contrário, o conjunto de genes de um organismo trabalha junto para produzir o organismo. Um novo gene precisa interagir apropriadamente com todos os outros genes para que o organismo sobreviva. Além disso, vários novos genes seriam necessários para produzir uma nova estrutura e um organismo mais complexo. Cada novo gene requereria um gene regulador. Além disso, cada novo gene teria que operar em um determinado momento no desenvolvimento para que a nova estrutura se desenvolvesse corretamente. Não parece razoável esperar que mesmo um novo gene apareça por acaso, quanto mais diversos genes altamente coordenados trabalhando juntos para produzir uma nova estrutura.

Recombinação

Recombinação é a mistura de genes que ocorre durante a meiose, para formação dos gametas. Essa recombinação é responsável pela singularidade de cada indivíduo de uma mesma espécie. A probabilidade de que dois indivíduos da mesma irmandade sejam iguais é praticamente zero.

 

Seleção natural

Segundo a teoria da evolução, a mudança começa com o material genético fornecido por mutações casuais e recombinação. A seleção natural é o processo chave que age sobre a casualidade da mutação e seleciona as características apropriadas para melhorar a adaptação dos organismos. A maioria das mutações é deletéria, mas a seleção natural é efetiva em eliminar as mutações mais destrutivas e preservar as benéficas. Consequentemente o efeito resultante é para cima, melhorando a adaptação ao ambiente, e consequentemente levando à produção de novos genes, novas adaptações e mesmo novos sistemas de órgãos.

Um exemplo de seleção que ocorre em condições naturais é o do melanismo industrial. Um dos exemplos clássicos envolvendo mudanças causadas por seleção natural é o que se refere ao aumento de formas melânicas em populações de mariposas. Na mariposa Biston betularia, até a primeira metade do século XIX, a única forma conhecida era branco acinzentada, salpicada de pontos pretos. Exemplares escuros eram encontrados muito raramente. Em Manchester, Inglaterra, a primeira referência de um exemplar escuro data de 1848. Entretanto, em 1895, aproximadamente 98% dos exemplares coletados eram escuros. O que aconteceu para ocasionar essa mudança? Com a industrialização crescente de várias regiões inglesas, a fuligem produzida pelas fábricas enegreceu lentamente muros e troncos de árvores. Num ambiente sem fuligem, as mariposas claras confundem-se melhor com os troncos das árvores, que são cobertos por liquens. Ao contrário, as de cor escura são enxergadas pelos pássaros, predadas mais facilmente e têm menores chances de transmitirem seus genes a seus descendentes. Quando, porém, o ambiente fica enegrecido pela fuligem, a situação se inverte: as mariposas escuras se escondem melhor dos predadores, sobrevivem e se reproduzem com maior freqüência do que as claras. A cor escura, neste caso, acaba por predominar na população. Hoje já se sabe que a cor da mariposa é hereditária e depende de um par de genes, sendo a variedade escura condicionada por um gene dominante.

As observações da seleção natural, ao invés de mostrarem que ela é capaz de produzir mudança genética ilimitada, revelam os seus limites potenciais para mudança. No caso das mariposas descrito anteriormente houve apenas uma alteração na freqüência do gene para cor.

Outra observação da seleção natural mostra o seu potencial limitado para mudanças. Os famosos tentilhões de Darwin, localizados nas Ilhas Galápagos, são classificados em treze espécies colocadas em dois gêneros, e são sempre usados como exemplo de seleção natural e irradiação adaptativa. Estes tentilhões, em lugar de apresentar fortes argumentos a favor de um mecanismo para grandes mudanças, são uma ilustração de mudança limitada. Apesar de os tentilhões serem diferentes entre si com relação aos seu bicos e plumagens, eles são muito semelhantes internamente, e realmente não são muito diferentes um do outro. As várias espécies de tentilhões foram capazes de se estabelecer graças à sua habilidade de encontrar e preencher um nicho ecológico vazio.

O criacionismo sugere que a mutação e seleção natural não são capazes de produzir um aumento na complexidade originando novos genes e órgãos. Elas só são capazes de mudar os animais dentro das restrições de seu potencial genético original. A seleção natural age também como um freio, para eliminar muitos dos indivíduos que foram enfraquecidos pelas mutações e assim diminuir as forças destrutivas que se originam da mutação.

Essa interpretação da seleção natural feita pelo criacionismo não é realmente uma idéia nova ou radical, e não vai contra os dados disponíveis. Muitos cientistas não criacionistas se questionam se a seleção natural pode realmente fazer algumas das coisas que a teoria da evolução afirma que ela faz. Eles não sugerem que os animais foram criados, mas que o processo tradicional da mutação de ponto e seleção natural não é o processo que gera mudança evolutiva significativa. O criacionismo reconhece que a seleção natural é uma força significativa, mas sugere que ela não é capaz de gerar novas estruturas significativas, e que não há outro mecanismo evolutivo que possa fazer isso.

Mesmo que a mutação ou a recombinação realmente pudessem produzir algo verdadeiramente novo, para que sobre isso a seleção natural agisse, essa novidade quase certamente seria rapidamente eliminada. Uma nova característica estrutural ou orgânica que conferisse uma vantagem verdadeira na luta pela existência – por exemplo, uma asa para um animal anteriormente terrestre, ou um olho para um animal até então sem olhos – seria inútil ou até mesmo prejudicial, enquanto não estivesse plenamente desenvolvido. Não haveria razão para que a seleção natural favorecesse uma asa incipiente ou um olho incipiente ou qualquer outra característica incipiente. Indivíduos com órgãos incipientes sem utilidade estariam em desvantagem, e poderiam ser eliminados pela seleção natural. Não obstante, de alguma forma, se o modelo evolucionista é válido, as asas “evoluíram” em quatro ocasiões diferentes ( em insetos, répteis voadores, aves e morcegos) e olhos “evoluíram” independentemente pelo menos três vezes. Salisbury comentou este fato notável como se segue: “A minha última dúvida refere-se à chamada evolução paralela… Até algo tão complexo como o olho apareceu várias vezes, por exemplo, nas lulas, nos invertebrados e nos artrópodes. Já é suficientemente difícil prestar esclarecimento acerca da origem de tais coisa uma vez, mas o pensamento de produzi-los várias vezes, de acordo com a teoria da evolução, faz com que a minha cabeça gire.” Além disso, um órgão não precisa apenas estar completo: ele precisa trabalhar em harmonia com outros órgãos. Que vantagem haveria se um olho pudesse ver um inimigo se aproximando mas se não houvesse conexões nervosas para produzir uma resposta?

 CONCLUSÃO

 

Mutação e seleção natural são fatores que podem gerar diversidade em populações naturais, levando provavelmente, aliadas a outros fatores, à formação de novas raças e espécies, ou seja, mudança genética limitada. Mutação e seleção natural podem modificar informações, mas elas não podem criar novas informações. Portanto, estes fatores nunca poderiam levar a um aumento de complexidade, indispensável para a teoria da evolução. E não existe nenhum mecanismo genético plausível que possa levar a este aumento de complexidade.

 

BIBLIOGRAFIA

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fonte: http://origins.swau.edu/papers/evol/marcia3/defaultp.html

Darwin: a vida de um ex-macaco

 
Na fase mais recente da História da humanidade, a ciência, que deveria ser uma das mais belas expressões do espírito, acabou sendo transformada num instrumento a serviço dos mais baixos níveis de fetichismo materialista, havendo chegado ao extremo de negar a própria existência do espírito humano. Compete agora ao homem do terceiro milênio detectar e combater as causas de tamanha decadência.

Uma dessas causas foi sem dúvida o pensamento de Charles Darwin (1809-1892), mentor de uma teoria sobre a origem e a evolução das espécies que acabou se tornando um dogma quase absoluto entre leigos e especialistas no assunto. Em oposição a seus antecessores, Darwin apresentou argumentos inteiramente mecanicistas para explicar a origem e o processo de evolução dos seres vivos, alegando que a competição e o acaso constituem as regras que definem a sobrevivência e que o homem não passa de uma versão um pouco mais complexa que o macaco. Além disso, a teoria de Darwin, por apresentar os argumentos certeiros para validar planos de dominação e de exploração sistematizada das massas, prestou-se a alimentar toda a violência que se manifestaria depois através de ideologias como o Nazismo, o Sionismo e o Comunismo. E, como se não bastasse, agravou ainda em grande medida os conflitos entre o homem e a Natureza.

Emitidas em meados do século retrasado, as idéias de Darwin foram em suma uma das principais causas do devastador processo de materialismo que impregnou e contaminou todo o século XX e que se estendeu ao XXI, contribuindo para levar o homem a um lamentável embrutecimento intelectual e espiritual. Tão deplorável foi seu legado que, a partir do momento em que começou a produzir sua obra, nem ele próprio conseguiu escapar aos seus nefastos efeitos. Durante os cinqüenta anos que ainda lhe restaram de vida, o naturalista padeceu de uma série de distúrbios físicos em função dos quais viveu momentos de verdadeiro suplício. Além disso, sofria de grande instabilidade emocional e psíquica e vivia angustiado por uma insatisfação existencial profunda que o acompanhou até o final de seus dias.

Embora constitua um verdadeiro despropósito do ponto de vista espiritual e já tenha sido refutada até mesmo por meio de evidências científicas, a teoria darwiniana ainda hoje é ensinada e apresentada em escolas e universidades do mundo inteiro como a chave da compreensão do enigma da vida. De fato, quase unânime é a aclamação de que a mesma goza já há quase dois séculos, mas começa hoje a vir à tona o fato de que, inconsistente e falaciosa como poucas, ela é na verdade um castelo de areia que as ondas já começam a fazer ruir.

O surgimento da ciência moderna e o mistério da origem da vida


O insondável mistério da origem da vida e da exuberante diversidade de espécies que habitam a Terra estimulou a fantasia e a imaginação dos povos desde tempos remotos. Em praticamente todas as culturas, o milagre da vida foi reconhecido como o mais belo e expressivo sinal da existência de uma força superior criadora. Na sociedade ocidental, no entanto, difundiu-se desde a Idade Média, impulsionado pela Igreja Católica, um materialismo pseudo-religioso que, tendo admitido a lógica aristotélica e as alegorias da Bíblia como as únicas vias possíveis de acesso à Verdade, fez com que essa natural capacidade do homem de curvar-se diante da magnificência da obra da criação acabasse contaminada por uma série de dogmas. A partir de então, como se sabe, a ciência permaneceu dominada durante cerca de um milênio pela influência cerceadora do Catolicismo.

O surgimento da ciência moderna nos séculos XVI e XVII, cujo marco principal é sem dúvida a revolução copernicana, contribuiu para trazer à tona os equívocos e interesses que se ocultavam por trás dos preceitos da Igreja. Inspirados pelas profundas mudanças no pensamento e na forma de vida que eram trazidas pela ciência, surgiram pensadores reformadores nas mais diversas áreas do conhecimento humano. Refutar os dogmas católicos, e em muitos casos até a própria Bíblia, tornou-se uma atitude de praxe, um passo considerado necessário para quem quisesse romper com um passado de estagnação e alargar as fronteiras do conhecimento.
Mas os homens da época não se deram conta de que, diante do surgimento das novas ciências e as descobertas das leis fundamentais que regem o universo físico, encontravam-se numa situação crucial de escolha : se não adotassem uma postura de admiração e respeito pela revelação da beleza e da ordem do Cosmos, e se com o auxílio do conhecimento adquirido não produzissem senão obras que se harmonizassem com essa ordem, tenderiam a usar suas descobertas para fins políticos e para a acumulação de capital através da exploração desmesurada dos recursos naturais. Caso a primeira opção tivesse se concretizado, ter-se-ia aproveitado a oportunidade histórica de dissipar o materialismo que durante tanto tempo havia obscurecido o discernimento de grande parte da humanidade. No entanto, prevaleceu a segunda.

Então, se concebida da maneira correta, a teoria darwiniana certamente teria servido para fazer frente ao materialismo que já então se verificava, e teria contribuído assim para o processo coletivo de sensibilização do espírito humano. Isto porque, apesar desse materialismo, até meados do século XIX a origem da vida ainda era considerada pela maioria como um mistério que extrapolava o alcance da lógica e do intelecto. Aconteceu porém exatamente o contrário: embora a ciência da época preservasse ainda alguns vestígios de suas raízes espirituais, Darwin rompeu com todas elas. E indo mais longe que seus antecessores, apresentou uma explicação exclusivamente mecanicista para a existência dos seres vivos tal como os conhecemos. Segundo ele, estes seriam o produto de um processo de evolução biológica das espécies regido pelas leis da probabilidade e por cruéis regras de competição numa luta pela sobrevivência que levaria à seleção dos mais aptos. E, nesse processo, o homem não passaria de um animal entre outros, apenas um pouco mais complexo que os demais em decorrência do aprimoramento físico e mental de um ancestral dos macacos.

Devido a suas premissas, a teoria de Darwin projetou uma visão deturpada e tendenciosa da existência, e prestou-se assim a banalizar ao extremo a razão de ser do homem neste mundo. No plano social, ela foi muitas vezes usada para justificar a tradicional exploração dos pobres (os “fracos”) pelos ricos (os “fortes”). Afinal de contas, se o homem não passava de um animal, qualquer restrição moral frente às injustiças sociais deixava de fazer sentido. Não é de estranhar, portanto, que a classe burguesa tenha acolhido as idéias do naturalista com tão grande entusiasmo, contribuindo desse modo para que seus postulados se difundissem e viessem a ter uma influência decisiva no processo de embrutecimento cultural, intelectual e espiritual que o homem vinha sofrendo há séculos.

Os precursores de Darwin

 

Caricatura histórica de C. Darwin


A ciência pré-darwiniana reconhecia a infinita diversidade de seres vivos que existem. Bastante influenciada pelo mito bíblico da origem do mundo, ela os considerava como produtos prontos resultantes da obra da criação divina. Ainda no século XVIII, Linné professava o princípio da imutabilidade das espécies, segundo o qual elas teriam sido criadas desde o início com as características que apresentam hoje (“Species tot sunt, quot formae ab initio creatae sunt” ).

O homem ainda sentia dentro de si a certeza inabalável de que ele se diferenciava dos mamíferos mais desenvolvidos por algo além de um grau mais desenvolvido de complexidade biológica ou física. As teorias da imutabilidade das espécies prestavam-se a justificar essa distinção do homem em relação às outras criaturas: se, assim como estas, ele era uma obra à parte, então não havia razão para supor que compartilhasse com elas qualquer característica. Segundo essa concepção pseudo-religiosa, admitir a existência de uma origem comum para todos os seres vivos seria o mesmo que equiparar o animal ao homem, atitude que entrava em choque com os fundamentos teóricos da Igreja.

Outros povos que não os ocidentais possuíam acerca do assunto concepções mais elaboradas, se bem que dotadas de origem antes mitológica que científica (embora não por isso se encontrassem menos próximas da verdade). O chinês antigo, por exemplo, fala sobre a unidade da natureza, e não sobre diversidade. O mito de criação de algumas tribos indianas, por sua vez, admite uma forma de evolução, pois diz que os vários tipos de plantas e animais surgiram dos mais simples seres aquáticos. Os indianos, reconhecendo que toda percepção de sentidos é maya (isto é, ilusória) e que, portanto, nos induz a equívocos, consideraram já desde a Antigüidade que as diferenças físicas entre os seres vivos limitam-se ao âmbito das aparências.

O fato é que, tradicionalmente, as culturas orientais sempre tenderam a considerar o conjunto dos seres (incluindo-se o homem) como uma unidade. Mas, embora isto possa parecer um paradoxo do ponto de vista da lógica cientificista que infelizmente ainda impera na civilização contemporânea, o fato não implicava a inexistência de distinções entre o homem e os demais seres. Aquelas culturas tampouco consideravam que as diferenças se restringissem apenas ao nível físico, o que é claramente ilustrado no fim da história da criação nos Vedas , em que se lê:

“Depois de nascidos, Ele observou os seres e disse: ‘Quem aqui quer se declarar diferente?’ – Ele reconheceu, então, o Homem como o mais brâmane .”

A passagem, como se vê, sugere fortemente que o principal fator a distinguir o homem dos demais seres seja sua supremacia espiritual.

Já na cultura ocidental a discussão se dava principalmente entre os que defendiam a imutabilidade das espécies e os assim chamados evolucionistas, que acreditavam num desenvolvimento que partia da unidade rumo à diversidade. O poeta alemão Goethe, influenciado talvez pelas culturas orientais, decidiu-se a favor dos evolucionistas e deu forma poética à idéia da evolução:

“Todos os seres são similares e nenhum se parece com o outro; e assim o coral aponta para uma lei secreta, um enigma divino.”

Um século depois de Goethe, a teoria da evolução na versão de Charles Darwin era apresentada ao Ocidente. A “lei secreta” a que o poeta alude viu-se então reduzida ao status de mera lei mecanicista determinada pela competição entre os seres vivos em sua luta pela sobrevivência. À medida que essa concepção era aceita, difundia-se mais e mais a idéia de que o enigma divino tivesse finalmente sido decifrado. Nem mesmo o avô de Charles Darwin, o naturalista e poeta Erasmus Darwin, compartilhou de tamanha presunção científica. Embora fosse um evolucionista convicto, ele reconhecia a existência de uma força superior misteriosa, conforme o atesta a seguinte passagem de sua Zoonomia:

“O mundo é desenvolvido, não criado; surgiu, gradativamente, a partir de um pequeno início, aumentou devido às forças básicas que nele se incorporaram e cresceu, ao invés de ter sido criado de uma vez por qualquer força. A idéia do infinito poder do grande arquiteto, da causa de todas as causas, do pai de todos os pais, do Ens-Entium, está acima de qualquer suspeita. Quando quisermos comparar o infinito, então deve existir uma força maior que o infinito, que seja a causa dos efeitos e os próprios efeitos.”

Outro naturalista célebre, o francês Jean Baptiste Pierre Antoine de Monet (1744-1829), cavaleiro de Lamarck, um dos precursores diretos de Charles Darwin, proclamara em seu Philosophie Zoologique a evolução dos seres vivos mais simples para todas as espécies hoje existentes. Contudo, diferentemente de Darwin, Lamarck pressupunha a existência de uma “causa ativa nos organismos, uma ordem estabelecida pelo Criador de todas as coisas, uma necessidade interna de ambicionar sempre níveis mais elevados de evolução”.

As inconsistências da teoria de Charles Darwin


“Um sapo ser beijado por uma princesa e transformado em príncipe é conto de fadas. Agora, um suposto unicelular ao longo de bilhões de anos transformar-se em Australopithecus e depois em Charles Darwin, isto sim é considerado ciência!”
(Enézio E. de Almeida Filho)

Foi inspirado nas idéias de Malthus , clérigo e economista político do século XVIII, e também em Lyell e Lamarck, que o naturalista Charles Darwin elaborou sua teoria evolucionista, segundo a qual os seres vivos tendem a reproduzir-se em progressão geométrica e a luta entre eles impede que o número de indivíduos exceda determinados limites através da eliminação dos menos aptos.

De acordo com Darwin, ao longo do tempo as espécies tendem a gerar indivíduos com pequenas variações em relação a um padrão genérico, e apenas as variações dos mais aptos são legadas às gerações futuras (na luta pela sobrevivência, os demais seriam eliminados naturalmente ou mortos antes de se reproduzirem). Somando-se sem cessar durante gerações, estas variações dariam origem a uma variação maior e mais relevante na espécie, concretizando assim a evolução. Ainda segundo o naturalista inglês, a primeira forma de vida, surgida de uma “sopa química”, teria sido mero fruto do acaso. E a partir dela, através dos processos de evolução e seleção natural, ter-se-iam originado todas as demais espécies, cada vez mais desenvolvidas e complexas.

É verdade que o documento fóssil aponta para a existência de uma sucessão hierárquica das formas de vida ao longo do tempo: na maior parte dos casos, quanto mais antiga, menos desenvolvida é a espécie na escala biológica. Sobre essa evidência, principalmente, é que os darwinistas têm se apoiado para defender suas idéias. No entanto, esse mesmo registro, juntamente com alguns ramos da Biologia Molecular e da Bioquímica, têm revelado também diversas evidências de que, na realidade, a teoria de Darwin se encontra permeada de falhas e contra-sensos.

Inexistência dos seres híbridos


Se da evolução de uma forma de vida primitiva – algo comparável a uma ameba – tivesse resultado a grande variedade de organismos que há hoje, teriam que ter existido então, necessariamente, milhares de formas de transição entre uma coisa e outra. O próprio Darwin disse que esta talvez fosse a objeção mais óbvia e mais séria a sua teoria, pois a confirmação da mesma ficou condicionada à descoberta dos elos perdidos. Ele pensou que com o passar do tempo e o achado de mais fósseis suas idéias seriam comprovadas, mas aconteceu justamente o contrário: dois séculos se passaram e nenhum fóssil de ser híbrido foi encontrado, e quanto mais fósseis são descobertos mais hipóteses de seqüências evolutivas estão sendo descartadas ou modificadas.

Afirmam os biólogos italianos G. Sermont e R. Fondi que “cada vez que se estuda uma categoria qualquer de organismos e se acompanha sua história paleontológica (…) acaba-se sempre, mais cedo ou mais tarde, por encontrar uma repentina interrupção exatamente no ponto onde, segundo a hipótese evolucionista, deveríamos ter a conexão genealógica com uma cepa progenitora mais primitiva” . Assim, foram encontrados por exemplo fósseis de inúmeras espécies de invertebrados do período Cambriano, mas, em contrapartida, nenhum fóssil de algum espécime que representasse um estágio de transição entre esses invertebrados e os unicelulares do período Pré-cambriano foi descoberto. Além disso, não se pode considerar um animal com características de duas espécies distintas como um elo entre ambas enquanto não forem identificados os demais estágios intermediários.

Inexistência de variações em inúmeras espécies


Outro ponto a ser questionado é o fato de que inúmeras espécies atuais não apresentam qualquer variação em relação aos mais remotos antecessores seus de que se tem notícia. Veja-se por exemplo o caso do peixe celacanto, que existe há pelo menos trezentos milhões de anos e nunca conseguiu transformar-se sequer num anfíbio. Tampouco o foraminífero, organismo unicelular existente desde o Pré-cambriano, evoluiu jamais para pluricelular. Além disso, é improvável do ponto de vista científico e impossível do ponto de vista filosófico que hoje outro mamífero avance em direção à forma humana, que uma ameba evolua até a de peixe ou ainda que o homem se torne um “super-homem”, pelo menos no que concerne ao nível físico, da mesma forma que não há motivo para supor que as escamas dos répteis tenham evoluído até se tornarem penas e não há nenhuma prova de que um ancestral do macaco tenha dado origem ao homem.

Origem genética de mudanças observadas


Pesquisas genéticas comprovam que as mudanças sofridas por uma espécie não decorrem simplesmente do processo de competição, mas que elas já estavam gravadas de antemão em seu material genético. A genética sugere ainda que o soletrar químico dos ácidos nucléicos é que dê origem a diferentes espécies.

Através de suas experiências o biólogo T. Morgan constatou que as mutações ocorrem, mas que na maior parte dos casos elas são prejudiciais ao organismo. Ele concluiu também que elas não impulsionam a evolução, pois nunca desenvolvem um órgão ou função nova. O que provoca as mudanças são os erros de leitura do DNA, e estudos demonstram que, em geral, a seleção natural não opera no sentido de provocá-las, mas que ocorre exatamente o contrário: ela tende a manter a estabilidade morfológica da espécie ao longo do tempo, uma vez que a predominância de características mais favoráveis num determinado meio tende a tornar os indivíduos mais parecidos entre si. Se, tal como Darwin afirmou, apenas os providos dessas características tendessem a deixar descendência, não haveria então transformação, porque o estágio de transição por eles representado constituiria uma séria desvantagem biológica. A seleção natural não favoreceria, por exemplo, os que estivessem com um órgão em formação.

O biólogo australiano Michael Denton , por sua vez, pergunta quais seriam as possíveis formas intermediárias entre uma ramificação reptiliana de pulmão sem saída e o pulmão de passagem livre da ave. Desse modo, ele sugere a improbabilidade de que, como sustentam os evolucionistas, os répteis tenham evoluído através de uma série de variações até a forma de aves. Se essa hipótese fosse correta, esperar-se-ia então que tivesse existido uma forma intermediária entre a ave e o réptil, o que parece impossível em decorrência da incompatibilidade entre os órgãos desses animais. O que Denton defende é, em suma, que o modo de funcionamento de seus aparelhos respiratórios possui características tão diferentes entre si que se torna difícil imaginar que possa ter havido uma forma de transição com características orgânicas intermediárias. Não há nenhuma prova concreta de que essa forma tenha de fato existido. E, mesmo que tivesse, os órgãos dela teriam sido instáveis e não poderiam ter resistido a um processo de seleção natural.

Insuficiência da hipótese da utilidade funcional para explicar as formas


Darwin identifica a utilidade funcional como a lei que dá forma aos seres vivos, e a beleza destes como um simples artifício na luta pela sobrevivência. Dizia ele que “se os objetos belos tivessem sido criados apenas para deleitar o homem, deveria ser possível provar que antes do aparecimento do homem havia menos beleza na Terra” .

Para o naturalista inglês, as mais belas características presentes em algumas espécies de vertebrados, como por exemplo as escamas coloridas dos peixes na época do acasalamento, as penas de cores mais vivas de alguns pássaros machos ou o adereço decorativo na cabeça de alguns mamíferos, teriam apenas a função de estimular o interesse sexual dos espécimes do sexo oposto. Porém, já foi comprovado que, devido à configuração de seus olhos, os peixes nem sequer podem distinguir a diferença na cor das escamas. No caso dos pássaros, o macho conquista sua fêmea através do canto e não graças à cor da penugem. Além disso, os atrativos dos seres vivos em geral tendem a despertar a atenção dos predadores, o que, obviamente, não representa qualquer vantagem na luta pela sobrevivência. Portanto, do ponto de vista funcional a beleza dos seres vivos é algo realmente difícil de justificar, e se todas as características dos mesmos que os homens consideram belas tivessem obrigatoriamente que ter uma utilidade na competição pela vida então o mundo não poderia ser tão belo e diverso como é. Ou, pelo menos, dificilmente haveria nele tantas variedades distintas de pássaros coloridos…

A verdade é que a visão insensível de Darwin diante da beleza das formas vivas é no mínimo absurda. Se fôssemos seguir à risca seu princípio de que a existência do belo não pode ser explicada senão em termos de sua utilidade funcional, ao tentarmos “projetar” um animal voador que enxerga bem nunca chegaríamos a uma águia, mas talvez a algum avião de binóculos. Além disso, poderíamos nos perguntar como o Darwinismo explicaria que os supostos ancestrais das plantas e dos animais – os seres unicelulares – tivessem evoluído para formas magnificamente belas apesar de não possuírem órgãos de percepção que lhes possibilitassem apreciar a beleza uns dos outros, e de que modo as primeiras formas dotadas deste atributo teriam auxiliado os seres que as tivessem ostentado em sua luta pela sobrevivência.

É mesmo provável que a beleza dos seres vivos tenha outras funções além da estética, e não há razão para supor que ela exista meramente para deleitar e encantar os homens. Mas a pretensão darwinista de atribuir a ela apenas funções primárias, como se o belo não pudesse servir senão de estímulo para a alimentação e para a reprodução, é atualmente desacreditada por evidências experimentais. Sabe-se, por exemplo, que algumas plantas precisam da intermediação de insetos para poderem reproduzir-se, e durante várias décadas os darwinistas sustentaram que a beleza de suas flores apenas servia para atrair esses insetos e permitir por meio deles sua reprodução. No entanto, está hoje comprovado que os insetos em questão possuem olhos multifacetados e que, por esse motivo, são incapazes de distinguir as características estéticas das flores, de modo que não é pela beleza destas que eles são atraídos. Portanto, a beleza das formas vivas continua sendo mesmo um grande mistério…

A complexidade misteriosamente perfeita do DNA

No que toca à hipótese de Darwin de que a primeira forma viva teria surgido casualmente de uma “sopa química” rica em aminoácidos e outras substâncias, cabe considerar que, atualmente, tendo em vista todos os estudos já realizados sobre a estrutura das proteínas e do DNA, até os cientistas mais céticos estão se rendendo e assumindo que algo tão complexo e perfeito como a célula não poderia nunca ter se formado por acaso.

 


Os estragos do Darwinismo

 
Apesar de suas muitas incongruências, infelizmente a teoria evolucionista de Darwin difundiu-se como poucas e passou a ter grande aceitação em todas as áreas do conhecimento, inclusive nas ciências humanas. A partir de então, ocasionou grandes danos não apenas à própria ciência mas também à concepção do homem sobre si mesmo e sobre o universo como um todo.

As idéias do naturalista deram margem a que se cultivasse uma imagem deturpada da natureza social, metafísica e fisiológica do homem, e contribuíram para sustentar uma série de confusões no campo moral e espiritual. Por trás da imagem do cientista dedicado, do amante da Natureza e inocente colecionador de bichinhos singelamente guardados em caixinhas, escondia-se alguém disposto a deixar seu nome registrado nos anais da ciência mesmo à custa de disseminar pelo mundo as secreções de uma mente conturbada e agressiva.

Uma das filhas do Darwinismo é a Sociobiologia, uma “ciência” que pretende explicar todo comportamento social através da teoria da evolução e da seleção natural das espécies. Atributos e qualidades do homem como a inteligência, a linguagem, a consciência, o patriotismo, o patriarcado, a guerra, a desconfiança, entre outros, seriam determinados biologicamente com alguma finalidade evolutiva. Segundo os sociobiólogos, a sociedade humana estaria sujeita às mesmas leis dos formigueiros e o homem seria movido por seus instintos de sobrevivência. As guerras? Uma questão natural de sobrevivência! As injustiças sociais? Ah, eis aí uma manifestação, também natural, da supremacia do mais forte e da decorrente derrota do mais fraco!

Dá-se portanto que, no contexto da Sociobiologia, todos os males da humanidade recebem uma explicação “natural”. Resta saber apenas se seus seguidores são capazes de explicar também as tendências boas do ser humano. Por que razão, mesmo tendo uma anatomia compatível com um regime onívoro, escolhe ele às vezes ser vegetariano? E qual a explicação para que se arrependa, se envergonhe, perdoe e ame? Ora, se um homem opta por dizer a verdade mesmo sob risco de perder o emprego ou de sofrer por isso algum outro tipo de represália ele certamente não o faz guiado pelo instinto de sobrevivência. Os sociobiólogos não saberiam o que dizer a este respeito, nem tampouco conseguiriam explicar a existência da própria revista Humanus ou qualquer atitude que tenha se originado na consciência espiritual do homem. E isso por negarem sua origem divina, sinal de que ainda não puderam senti-la…

E como se não bastasse a Sociobiologia, o Darwinismo gerou ainda a Psicologia Evolucionista, que tenta explicar todo comportamento individual humano através de razões biológicas darwinistas. Também para os seguidores desta linha tudo tem uma explicação natural. Segundo eles, a depressão origina-se na frustração que o indivíduo sente por não poder dar vazão a seu instinto de sobrevivência, e o meio de combatê-la seria extravasar os próprios impulsos (através de atitudes como, por exemplo, a de acertar um soco no nariz do chefe no trabalho). Para os psicólogos evolucionistas, o ciúme, por sua vez, é apenas uma manifestação natural de medo que um coitado sente de ser eliminado por alguém mais apto no processo de seleção natural. Já o infanticídio é considerado um ato instintivo de eliminação do excesso de proles na humanidade, e o estupro não passa de uma inocente alternativa natural que o macho encontra para vencer na competição com outros machos pelas fêmeas. A julgar pela Psicologia Evolucionista, qualquer crime é válido, por mais grave que seja, uma vez que a regra básica é fazer de tudo para ser incluído entre os mais “aptos” e sair-se “vencedor” na luta pela sobrevivência!

Mas, sem dúvida, o estrago maior do Darwinismo foi aquele que ele ocasionou ao legitimar implicitamente o terrorismo de Estado através da ideologia da supremacia do mais apto que o conceito de seleção natural encerra. O século XX, em particular, conheceu as mais sangrentas ilustrações desse fenômeno.

Veja-se por exemplo o caso do Nazismo. Em nome daquela que considerava ser a raça superior, Hitler recorreu à teoria da eugenia, que não é senão mais uma filha do evolucionismo. Francis Galton, o homem que a formulou, era primo de Darwin e acreditou que para melhor promoverem o progresso os homens deveriam substituir as forças cegas da seleção natural por uma “seleção consciente”. Seguindo essa lógica, o Estado deveria propiciar a formação de uma elite genética através de medidas de controle científico, favorecendo a um só tempo a procriação dos “superiores” e a eliminação dos “inferiores”. Esse modo de pensar, como se sabe, provocou nada menos que o holocausto nazista. Em 1908, o inglês Leonard Darwin, filho de Charles, fundava a Eugenics Society, entidade destinada a defender os postulados da eugenia, dando assim continuidade à tradição familiar de afronta aos princípios humanistas.

E adepto do Darwinismo foi também Karl Marx, que se baseou no modelo de história natural proposto por Darwin para explicar as relações humanas ao longo da História. Basta substituir a luta entre as espécies pela luta de classes e as mutações genéticas por mutações econômicas para ter uma idéia bastante completa daquilo que o pai do Comunismo professou. Não é à toa que ele quis dedicar seu tão comentado O Capital antes a Darwin que a Hegel, em cuja dialética os marxistas costumam dizer que seu método se fundamenta. Aplicando as idéias darwinistas diretamente ao plano da economia social, o Marxismo acabou conduzindo a Rússia à revolução bolchevique, uma das mais sangrentas de toda a História, fazendo assim com que se instaurasse nesse país um dos maiores e mais radicais sistemas de terrorismo de Estado, o Stalinismo, causa direta do extermínio de milhões de pessoas.

A ideologia darwinista da supremacia racial, da luta pela sobrevivência e da seleção do mais apto encarnou-se ainda no Sionismo político. O Sionismo parte do pressuposto de que o mundo é um conglomerado de “subespécies humanas”, uma das quais é representada pelo povo judeu, e de que, no mais autêntico espírito darwinista, todas elas lutam entre si para sobreviver. Somente a mais apta sobrevive, e a “aptidão” se traduz aí em esperteza política e, em muitos casos, no uso da violência contra outros povos.

Para os sionistas de direita, como o atual primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, qualquer tentativa de relacionamento pacífico com outros povos é considerada um sinal de fraqueza capaz de colocar toda a “subespécie judaica” em risco de extermínio. Para os de esquerda, como por exemplo o ex-primeiro-ministro desse país Itzhak Rabin, tentativas do gênero não respondem a um sentimento de fraternidade pelo povo vizinho. Assim como seus colegas de direita, também eles atendem ao instinto de sobrevivência, com a diferença de que vêem nos acordos de paz o método certo para pôr fim à ameaça de extermínio da “subespécie”. Em ambos os casos, o respaldo científico para as idéias defendidas é fartamente fornecido pelo Darwinismo, do qual se lançou mão para descarregar contra os árabes na Palestina os efeitos da mais cega prepotência sem ter por isso que sentir remorso ou a necessidade de prestar contas ao mundo. E foi ainda sob os auspícios de Charles Darwin que se deu a criação do “Estado judeu”, por meio da qual oficializou-se em âmbito político e jurídico a suposta supremacia racial do povo judeu. Através da “lei do retorno” então decretada, garantiu-se a seus membros uma série de direitos privilegiais por sobre os membros de outros povos, decisão que, como é sabido, submeteu milhões de refugiados palestinos a uma situação de vida infra-humana.

E, finalmente, também o Capitalismo se serviu das idéias de Darwin para justificar alguns de seus mais lamentáveis aspectos. Nada mais óbvio, já que, a julgar pela teoria darwinista, não há razão para ver na mais desumana concorrência econômica algo além de uma simples manifestação da luta pela sobrevivência. Não por acaso, já houve quem considerasse Charles Darwin o único profeta seguido de fato na América. Em nenhuma outra cultura se verifica tão abertamente quanto na americana o desprezo pelo loser, o derrotado – entendido como aquele que não alcança sucesso profissional ou comercial – nem tampouco a reverência ao mais apto, o winner – aquele que alcançou esse mesmo sucesso, quase sempre afrontando interesses e direitos alheios. Incapazes de reconhecer na Natureza a obra de uma inteligência superior, e vendo nela não mais que um sistema governado por leis mecanicistas e pelo acaso, os capitalistas sentiram-se bem à vontade para saqueá-la e para saquear também outros homens e povos, tudo em nome do mais inocente “instinto de sobrevivência”.

Em suma, o que se observa é que Darwin mantém relação com as correntes de pensamento que mais negativamente influenciaram a consciência moral de culturas inteiras, o que contribuiu para que muitos passassem a considerar a esperteza, a dissimulação, a capacidade de enganar e até mesmo a propensão à violência como os mais naturais e justificáveis atributos humanos.

 

– Mambo, sabe da última? Tem gente por aí que anda dizendo que o homem descende do macaco…
– Há, há, há… Mas que ignorância!!! Eles não souberam interpretar a teoria darwinista.
– Que que é isso… Hoje em dia, qualquer chimpanzé sabe que não foi isso que Darwim quis dizer. Ele não disse que o homem descende do macaco, e sim que ambos, nós e os homens, descendemos de um ancestral comum.
– Por suposto, os homens não são filhos do macaco, são apenas irmãos…

 

Por que o Darwinismo se mantém?

Mas se abundam as evidências de que a teoria de Darwin seja falha em sua descrição dos fatos e danosa no que respeita às tendências que estimula, por que então em alguns meios ela continua a ser amplamente aceita e defendida até os extremos do fanatismo?

Uma das razões disso é sem dúvida a presunção científica, que tão bem caracteriza as sociedades ocidentais dos séculos XIX e XX e em função da qual o homem tende a supor-se capaz de compreender através do intelecto todo fenômeno natural. A experiência comprova que a ciência materialista se mostra disposta a admitir alguma incoerência aqui ou acolá sempre que a teoria em questão venha a respaldar uma interpretação de mundo tipicamente atéia. Aos adeptos dessa pseudo-ciência, a tentação de dispor de uma concepção de vida que acene com a possibilidade de que todo e qualquer mistério da Natureza seja abarcado pela mente humana tem falado mais alto que o próprio anseio da busca pela verdade, característica suprema da verdadeira ciência. Contentam-se eles em ver a ciência divorciada da religião, e, nesse sentido, ninguém até hoje os satisfez mais plenamente que o inglês Charles Darwin. Numa de suas cartas a Marx, aquele tão proeminente cientista ateu que atendia pelo nome de Engels soube expressar com singular franqueza o regozijo que diante das idéias do naturalista sentiu: “O Darwin que estou lendo agora é magnífico”, afirmou ele, “a religião não estava destruída em algumas partes, e agora isso acaba de acontecer”.

Outro fator que propiciou ao Darwinismo manter-se em pé até os dias de hoje é certamente a dificuldade que alguns cientistas têm de reconhecer que estiveram enganados. Considere-se a este respeito a observação do biólogo Richard Darkins de que “é absolutamente seguro dizer que se você conhece alguém que não acredita na evolução, essa pessoa é ignorante, estúpida ou insana”; o filósofo Michael Ruse, por sua vez, alardeia: “A evolução é um fato, fato, FATO!”. Mas, longe de caracterizar o espírito genuinamente científico, a opção de não rever os fatos por receio de descobrir que se estava equivocado é atitude que merece ser identificada com o mais rasteiro fanatismo. Afinal, não menos digno é o comportamento de muitos ferventes seguidores de algumas seitas pseudo-religiosas que têm por hábito ocultar suas dúvidas por trás do véu da retórica.

E considere-se ainda que também a forma como a mídia tem se posicionado em relação à teoria de Darwin tem contribuído para que o dogmatismo por esta fomentado sobreviva. Inexplicavelmente, o jornalismo científico omite do público há pelo menos dez anos a existência de evidências suficientes capazes de deitar por terra os principais alicerces teóricos do Darwinismo.

No beco sem saída

Embora grandes tenham sido os danos que Charles Darwin ocasionou ao mundo através de sua teoria da evolução, a principal vítima desta foi sem dúvida ele próprio. A partir do momento em que o naturalista começou a emitir suas primeiras idéias a respeito do assunto, uma série de problemas passaram a se fazer presentes em sua vida: ele se precipitava em direção a um poço do qual já não conseguiria sair. O desejo de ver aclamado como fiel expressão da verdade aquilo que seu próprio espírito não pode ter reconhecido como verdadeiro havia-o colocado num beco sem saída. A certa altura, o próprio Darwin o admitiu:

“Estou consciente de que me encontro num atoleiro sem a menor esperança de saída. Não posso crer que o mundo, tal como o vemos, seja resultado do acaso; e, no entanto, não posso considerar cada coisa separada como desígnio divino.”

Ainda jovem, Darwin foi mandado por seu pai a Cambridge para estudar Teologia. Mas ele próprio não alimentava nenhum interesse particular pelo assunto nem tampouco dava mostras de qualquer vocação espiritual, o que não deixa de prenunciar sua tendência a ocupar-se com questões que extrapolavam sua capacidade de compreensão. Algum tempo depois, aquele que se tornaria “o pai do Evolucionismo” abandonava seus estudos teológicos, e mesmo antes de tê-lo feito já rompia de vez com a vida austera que implicavam, caindo num outro extremo. É o que relatam os biógrafos Adrian Desmond e James Moore:

“Obcecado consigo mesmo e cheio de autopiedade, Darwin estava nas últimas. (…) Ele ria e afastava suas mágoas com uma turba de companheiros de bebida. (…) Herbert e Whitley estavam ‘dando algumas festas muito alegres’, com até sessenta homens em cada bebedeira. Eles fumavam, contavam piadas, jogavam e desfrutavam de lubricidade abundante. Nas manhãs que se seguiam, Darwin punha-se sóbrio de novo, lendo ‘Declínio e Queda do Império Romano’, de Gibbon, o tônico perfeito para um ordenado excessivamente indulgente consigo mesmo. Isso tornou-se um hábito regular. (…) Eram duas da manhã e tudo estava negro como piche antes que ele rastejasse de volta para a faculdade, violando o toque de recolher. O banimento, sabia, estava agora por um triz.”

Não se pode descartar a hipótese de que o álcool tenha contribuído para alimentar a concepção materialista de mundo que Darwin manifestou depois através de sua teoria. Um indivíduo alcoolizado tende facilmente ao atrevimento, e a defesa sistemática e doutrinária do materialismo, assim como a de outro dogma qualquer, constitui necessariamente uma atitude atrevida.

Outro episódio capaz de ilustrar o estado em que se encontrava o suposto decifrador do enigma da origem da vida, admirador e amante da natureza, foi a constituição do “Clube dos Glutões”, que ele presidia. Semanalmente, Darwin e seus amigos se reuniam para comer “carnes bizarras”, “uma ave ou animal raro que um deles houvesse caçado e que fosse desconhecido ao paladar humano” . Eis como ele demonstrava seu grau de respeito à Natureza.

O naturalista sofreu de uma série de distúrbios que o atormentaram dos trinta aos oitenta anos, precisamente o período da vida em que ele se dedicou aos estudos que o conduziram ao panteão da fama. Há bastante controvérsia no que se refere ao assunto. Fala-se em doença de Chagas, de Meniére, em síndrome do pânico e indigestão nervosa, e há até quem acredite que Darwin talvez sofresse de todos esses males ao mesmo tempo, uma vez que nenhum deles abarca todos os sintomas que ele apresentava. O autor da teoria da evolução das espécies padecia de um mal-estar constante: tinha insônia, dores de cabeça, taquicardia, zumbidos nos ouvidos, espasmos, falta de coordenação motora, vômitos freqüentes, calafrios, tremores e convulsões musculares; além disso, sentia fraqueza, vertigens e tonturas, e era acometido de ataques violentos de náusea, forte ansiedade e crises de choro histérico. Apresentava ainda manchas negras ao redor dos olhos e sofria crises de depressão profunda .

Tais sintomas colocavam Darwin de cama às vezes por meses a fio, e ele se desesperava por perder em função deles, segundo ele próprio dizia, quatro quintos de seu tempo. Aquele que foi unanimemente proclamado um dos mais notáveis pensadores de todos os tempos não conseguia trabalhar mais que duas ou três horas por dia e estava completamente debilitado no final de sua vida.

Costuma-se pensar no desequilíbrio orgânico de Darwin como mera obra do acaso. E assim fazem sobretudo os que mais se deixaram influenciar por seu materialismo, aqueles mesmos que aceitam sem pestanejar a explicação darwiniana de que por obra do acaso teriam surgido igualmente as primeiras formas de vida na Terra. Mas é possível considerar a questão de outro ângulo: não terá sido o constante mal-estar do naturalista um alarme da natureza a indicar-lhe que de algum modo ele a estava afrontando? Ou ainda: não terá seu tormento correspondido a uma oportunidade de que ele refletisse sobre aquilo que vinha professando, concedida pela mesma inteligência superior cuja existência suas idéias tendiam a negar?

Se assim foi, então o fato é que Darwin não soube aproveitar essa oportunidade: ele deixou o mundo que pretendera explicar sem haver encontrado a cura ou mesmo algum alívio para seu mal, e sem ter conseguido encontrar tampouco o conforto de que seu espírito tanto carecia. Embora no intuito de curar-se tenha recorrido aos mais variados subterfúgios – como rapé, bismuto, ópio, correntes elétricas na barriga, açoito com toalhas molhadas, entre outros – o naturalista se esqueceu de uma prática elementar, a de cultivar o atributo exclusivamente humano da humildade. Talvez por isso é que, afinal, ele se supusesse tão próximo do macaco. O próprio Darwin relata que publicar seu livro “foi como confessar um crime” , mas, esquecido de que o reconhecimento do erro é também uma forma de encontrar alívio, jamais demonstrou qualquer arrependimento por tê-lo cometido. O que ele fez não foi confessar, e sim propagar seu crime pelo mundo afora.

O cientista vivia isolado em sua casa, tinha fobia social. Costuma-se atribuir esse seu isolamento ao conflito interno em que ele viveria por temor à iminente reação de amigos religiosos e conservadores diante de sua teoria da evolução das espécies. Que ele vivia em conflito ninguém haverá de negá-lo, mas bem mais plausível parece supor que o mesmo se devesse apenas à influência de seus pensamentos sobre seu espírito. Como um homem que tinha fobia dos outros homens pode ter se julgado capaz de explicar a origem e evolução dos seres vivos e da própria humanidade? Melhor teria sido para o mundo e principalmente para o próprio Darwin se, ao invés de ter tido a presunção de compreender a Natureza através do prisma intelectual, ele tivesse simplesmente se rendido a seus encantos e dedicado a vida a apreciá-la.

É interessante destacar ainda que o naturalista que levou Darwin a sentir-se motivado a apresentar ao público sua teoria, o inglês Alfred Russel Wallace, o qual, após ter lido o famoso ensaio de Malthus, redigiu ele próprio um manuscrito sobre a adaptação dos seres vivos ao meio através da eliminação dos inaptos na luta pela existência, fez tudo isso durante um acesso de febre intermitente.

G. Pickering, um médico inglês, escreveu um livro intitulado As doenças criativas em que defende que a má saúde física e mental de algumas pessoas contribuiu para que elas entrassem para a História. No que se refere a Darwin, Pickering sustenta que seu isolamento social teria lhe possibilitado dispor de tempo para suas meditações sobre a teoria da evolução, a cuja elaboração o naturalista dedicou nada menos que vinte e cinco anos. Seguindo mais ou menos a mesma linha, não faltou também algum desvairado que atribuísse a suposta genialidade de Darwin a seu gosto pela bebida, como se fosse possível esperar do álcool alguma influência positiva sobre a faculdade da razão.

A noção segundo a qual perturbações físicas e mentais poderiam favorecer a formação dos grandes gênios da humanidade responde com assombrosa exatidão à lógica do mundo às avessas que o próprio Darwinismo ajudou a disseminar. Viu-se anteriormente que, se levadas às últimas conseqüências, as idéias de Darwin permitem concluir que o crime seja uma necessidade para a sobrevivência, e não mais absurdo que isso é supor que um homem precise estar doente para poder trabalhar.

Se tão despropositadas idéias são amplamente difundidas e aceitas ao redor do mundo, isso apenas evidencia o estado de confusão aguda em que se vê mergulhada ainda a maior parte da humanidade. Mas àqueles que se rendem facilmente à palavra de um pensador enfermiço e dado à prática do consumo de álcool vale lembrar que o Homem que mais se destacou na História, tendo-a inclusive dividido em duas etapas, desfrutou sempre de perfeito estado de saúde física, mental e espiritual.

 

 Ok, my friend Charles, já entendi:
Você é hoje o que eu serei amanhã!

O evolucionismo espiritual

De todas as idéias de Darwin, aquela que mais negativamente repercutiu na consciência moral dos homens foi a de que o ser humano e o macaco teriam partido de um mesmo tronco ancestral. Depreende-se da teoria do naturalista que, em essência, pouca coisa os diferenciaria, sendo que as distinções entre ambos se restringiriam apenas aos níveis físico e mental.

Darwin sustentava que “uma diferença de grau não justifica a colocação do homem num reino à parte”. E é verdade que, se se considerar a “diferença de grau” do mesmo modo que ele o fazia, isto é, levando em conta somente esses dois níveis, a afirmação até faz sentido. Mas o fato é que há um terceiro nível a considerar, o qual ele ignorou por inteiro: o espiritual. Que as espécies podem sofrer modificações orgânicas através dos tempos é algo que não se pode contestar, mas pensar em evolução exclusivamente nesses termos equivale a uma visão por demais restrita da realidade. Nenhum conceito de evolução será completo se não levar em conta a dimensão espiritual.

Assim, pode-se falar em dois tipos de evolução: a material e a espiritual. A primeira é aquela de que Darwin trata em sua teoria, embora, a rigor, a eleição do termo evolução nesse caso não se revele adequada, uma vez que não necessariamente a adaptação de uma espécie ao meio implicará em avanço ou aperfeiçoamento, tal como a palavra em questão faz supor. O fato de que as mariposas da Inglaterra tenham se tornado predominantemente escuras na época da Revolução Industrial não é propriamente um indício de que elas tenham melhorado em qualquer aspecto que seja, mas sugere apenas que os índices de poluição do ar na região haviam sofrido um aumento significativo . Nesse sentido, convém considerar até que ponto é válido falar em evolução quando aquilo que está em pauta é meramente a consolidação de um mecanismo adaptativo de sobrevivência.

Já no que respeita à evolução espiritual, vale dizer que é a mais autêntica forma de evolução presente na natureza. É próprio do grau espiritual de um animal tirar a vida de outro para poder sobreviver, mas não é próprio do grau espiritual do homem matar para beneficiar-se. Ou, pelo menos, isso não é próprio de um homem que já se humanizou. Se um homem mata, rouba, mente e é dado a cometer toda classe de desvios, pode-se dizer que ele não evoluiu, que se encontra ainda num estágio espiritual próximo àquele que é característico dos animais. E se um homem que se encontrava em tão grande atraso se sensibiliza e começa a agir de uma nova forma, mais humana e digna, nada mais justo que dizer então que ele evoluiu.

Dentre todos os seres que habitam o mundo, o homem é o único capaz de evoluir a ponto de alcançar a perfeição moral. Por esse motivo, pode-se dizer com toda razão que ele seja o herdeiro universal da consciência, ou ainda, conforme rezam os Vedas, o mais brâmane dos seres. É esta uma distinção que, por sinal, lhe confere o mais pleno direito de ser incluído num reino à parte, o reino hominal.

Foi sem dúvida por ignorar a visão espiritual da vida que Darwin optou por dedicar-se à elaboração de uma teoria que sugere ser a evolução material a única ou, pelo menos, a mais importante que existe. O homem não é animal, e o animal não é homem. O que mais senão um entranhado materialismo poderia levar alguém a negligenciar essa singela verdade? Não que, tal como o naturalista fez, um homem não possa supor-se um animal. Mas, nos casos em que há grande insistência em pensar assim, talvez o que se tenha seja simplesmente uma questão de identificação… Nesse sentido, cabe admitir que o próprio Darwin devesse considerar-se bastante similar aos macacos. Se ele tivesse compreendido que a perfeição reside na evolução – entendida no sentido espiritual – não teria lançado ao mundo a dogmática e irrefletida afirmação de que nem sempre é possível encontrar na Natureza a perfeição absoluta.

Ao recorrer à noção de que na luta pela sobrevivência a vitória seja dos mais aptos, Darwin vinculou a idéia de aptidão antes à de força que à de inteligência. Mas não há nenhuma evidência de que, por exemplo, um espermatozóide consiga sair-se vitorioso em sua corrida ao óvulo porque seja mais forte que os demais. Por que não supor que a fecundação seja levada a cabo pelo mais inteligente de todos? Tal suposição é das mais razoáveis, mas dificilmente chegaria a ela o autodenominado descendente de um molusco hermafrodita acéfalo.

Até as culturas mais antigas – como a dos sumérios, indianos, egípcios e chineses – compreenderam a evolução melhor que Darwin. Se por um lado percebiam a unidade de todos os seres da natureza como filhos de uma mesma deidade, reconheciam, por outro, o valor das heranças espirituais dos ancestrais e aceitavam que estas devessem ser cultivadas e aperfeiçoadas por cada indivíduo através da própria experiência antes que ele as transferisse aos descendentes. Essas culturas não perdiam de vista que, embora as formas de vida de hierarquia espiritual inferior – como os animais – compartilhassem com os homens de uma mesma origem e de um mesmo destino, e fizessem parte, portanto, assim como estes, de uma incomensurável união de espíritos, cabe ao ser humano, como membro do reino espiritualmente mais evoluído, procurar a sabedoria e a iluminação espiritual através do cultivo dos atributos elevados, como a disciplina, o respeito, a solidariedade, a coragem, a capacidade de ação e o amor.

No caminho inverso, o naturalista inglês trabalhou no sentido de fazer estremecer a confiança do homem nesses mesmos atributos e na própria dignidade humana. E assim como ele, outros profetas do materialismo – Marx, Freud, Einstein -, induzidos igualmente pela febre do intelectualismo e do racionalismo mental, também desviaram multidões inteiras da senda do autêntico humanismo e deram sua contribuição para a desertificação do espírito humano e a degradação moral das sociedades.

Como uma humanidade tão influenciada por dogmas científicos materialistas poderia estar preparada para contemplar o milagre da origem da vida e a própria Natureza? Como os homens que dela fazem parte poderiam encontrar a força de vontade necessária para, como dizia Schopenhauer, conseguir superar seus limites e formas e moldar seu ser? Através da evolução espiritual é certamente a única resposta possível. Mas, para poder alcançar a compreensão de tão constatável verdade, é preciso antes que essa mesma humanidade se dispa da arrogância de através da mente penetrar o insofismável.

Notas

1. Examinar se convém manter a construção condicional: “se não adotassem…”, e ao mesmo tempo falar em escolha.
2. “As espécies todas são como foram criadas desde o início”. LUDENDORFF, M. “Darwinismo e história da evolução” In: O triunfo da vontade da imortalidade. Munique: Verlag Hohe Warte, 1959
3. Rigveda, 1. Aitareya-Upanishad, 3. Khanda. Apud Ludendorff, M: “Darwinismo e história da evolução”, In: O triunfo da vontade da imortalidade. Munique: Verlag Hohe Warte, 1959
4. Qualidade do ser supremo impessoal, a fonte primeira e o objetivo derradeiro de todos os seres.
5. Darwin, Erasmus. Zoonomia; or, The Laws of Organic Life, Part I. Londres: J. Johnson, 1794.
6. Parts I-III. London: J. Johnson (1796) (2nd Ed.)
Lamarck, J. B. Philosophie zoologique, ou Exposition des considérations relatives à l’histoire naturelle des animaux. Paris: Dentu, 1809.
7. Trata-se das idéias contidas no Ensaio sobre o princípio da população (1798), em que Malthus considera que a população cresce num ritmo bem mais acelerado que os meios de subsistência.
8. G. Sermont e R. Fondi são autores de Dopo Darwin: crítica all’evoluzionismo.
9. Michael Denton é autor de Evolution: Theory in crisis
10. Ludendorff, M. “Darwinismo e história da evolução”, In: O triunfo da vontade da imortalidade. Munique: Verlag Hohe Warte, 1959
11. Vide Marx: o ideólogo do crime, na Humanus II (p.135).
12. Corrêa, Mauro. A farsa de Darwin. Extraído do site http://www.lepanto.org.br/Evolucion./html, da Frente
Universitária Lepanto, Post Modernidade n°7-2001.
13. Desmond, Adrian & Moore, James – Darwin: a vida de um evolucionista atormentado – São Paulo, Geração Editorial, 2000, p.86
14. Idem, p. 107
15. Dr. Heraldo Curti
16. O Estado de São Paulo 14/01/2001 – comentário do livro Darwin e a reconciliação do homem com a natureza.
17. Com esse aumento dos índices de poluição, o hábitat das mariposas tornou-se mais escuro e, em função disso, por uma questão de contraste, as mariposas claras acabaram ficando mais suscetíveis aos predadores e as escuras menos, daí que a população destas tenha passado a predominar na região. Trata-se de um exemplo clássico utilizado pela primeira vez em 1937 pelo biólogo E. B. Ford da Universidade de Oxford, Inglaterra (http://www.brooklyn.cuny.edu/bc/ahp/LAD/C20/C20_Biston.html).
18. Esclarecimento do Mestre Joaquim José de Andrade Neto publicado na obra Oaska, o Evangelho da Rosa, de Wânia Milanez, Sama Editora, 1988.

Bibliografia

Claret, Martin. O Pensamento vivo de Darwin, 1986
Ende, Michael. ” O Mito Moderno chamado ciência”, In: Einstein Roman 6: O deserto
da Civilização de Ende, 1991 – retirado do site http://www3.plata.or.jp/mig/einstein-uk.html
Ludendorff, M. “Darwinismo e história da evolução”, In: O triunfo da vontade da imortalidade. Munique: Verlag Hohe Warte, 1959
Pearcey, Nancy R. O Segredo sujo de Darwin, por revista World Magazine (Março 13, 2000)
http://www.terra.com.br/voltaire/artigos/darwin.htm. Darwin, o Marx dos americanos
http://www.cipc.bio.br/mundobio/evolucao/arquivo.php?file=8
critica.no.sapo.pt/lds_darwin.html
http://www.polbr.med.br/arquivo/wal0901.htm
http://www.logoshp.hpg.ig.com.br/duvida.htm de William A. Dembski. Traduzido por Emerson
de Oliveira.
http://www.scgd.hpg.ig.com.br/desnudandodarwin(a).htm
Revista Superinteressante – agosto 2001
A farsa de Darwin – extraído do site http://www.lepanto.org.br/Evolucion./html , da Frente
Universitária Lepanto, Post Modernidade n°7-2001, escrito por Mauro Corrêa.
Quem foi Charles Darwin? Texto extraído do livro One Long Argument: Charles Darwin
and The Genesis of Modern Evolutionary Thought, de Ernst Mayr Trad. Antonio
Carlos Bandouk. Retirado do site: intermega.globo.com/biotemas/charlesdarwin1.htm
E mais as fontes citadas nas notas.
Desmond, Adrian & James Moore. Darwin – a vida de um evolucionista atormentado:; tradução Cynthia Azevedo – 3ª edição revista e ampliada – São Paulo : Geração Editorial, 2000 – página 86
 

Professor da Unicamp defende design inteligente .

 
O Dr. Marcos Eberlin é presidente da Sociedade Internacional de Espectrometria de Massas e membro da Academia Brasileira de Ciências. Professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), é comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e autor de mais de 300 artigos científicos com mais de três mil citações. Realizou pós-doutorado na Purdue University, Estados Unidos, e orientou diversos mestres, doutores e pós-doutores. Nesta entrevista concedida ao jornalista Michelson Borges, o Dr. Eberlin procura desfazer alguns mal-entendidos sobre a Teoria do Design Inteligente, que ele defende:O que é exatamente a teoria do design inteligente (TDI)?

A TDI é uma teoria científica, defendida por uma comunidade crescente de cientistas gabaritados do mundo todo e de várias áreas, e que procura estabelecer metodologia científica robusta capaz de detectar sinais de inteligência na vida e no universo. Através desses métodos, a TDI reinterpreta todo o arsenal de dados riquíssimos e com detalhamento altíssimo disponíveis hoje sobre o funcionamento da vida e do universo. E a partir dessa análise cuidadosa, sem pré-conceitos, desapaixonada e racional, feita dentro de todo o rigor da metodologia científica que rege as ciências históricas, a TDI conclui, procurando seguir os dados aonde quer que eles levem, que esses dados apontam com muita segurança para uma mente inteligente e consciente como a única causa conhecida, necessária e suficiente para a vida e o universo. Ou seja, o design detectado no universo e na vida não é aparente ou ilusório, mas real e inteligente.

Alguns dizem que a TDI é um tipo de criacionismo. O que o senhor diz?

O criacionismo tem várias vertentes, mas a principal é aquela que assume que um Ser todo-poderoso projetou e criou o universo e a vida. O criacionismo bíblico vai muito mais longe e dá nome e endereço ao Criador; descreve Sua intenção e Seus métodos, e faz muitas outras afirmações que estão muito além da capacidade da Ciência de investigá-las, devido às muitas limitações da metodologia científica. Ou seja, o criacionismo parte de pressuposições filosóficas e teológicas, fecha com essas pressuposições e confere a elas racionalidade quando encontra na natureza e, eventualmente, na Ciência suporte às suas teses.

A TDI, porém, não tem absolutamente nada a ver com teses criacionistas, de qualquer vertente. Nelas não se inspira e não se apoia. A TDI busca, pura e simplesmente, da forma mais honesta possível, escrutinar os dados científicos brutos e interpretá-los corretamente, sem absolutamente nenhum pressuposto, nenhuma predefinição de como ou qual seria a nossa conclusão. Concluímos por uma mente inteligente como causa primeira da vida e do universo pela obrigação que todos os cientistas têm de seguir sempre as evidencias, as informações fornecidas pelas caixas-pretas da vida e do universo, deixando ao máximo nossa subjetividade, naturalista ou teísta, de lado. “Escutamos” o que as moléculas que sustentam a vida têm a nos dizer, o que os “ecos moleculares” ecoam, e nada mais! Os dados, as evidências, as interpretações desapaixonadas, esses são os líderes da TDI, sua regra de prática, sem fé!

Os dados, felizmente para os criacionistas e infelizmente para os naturalistas, aqueles obtidos de forma independente e despreconceituosa, coincidem com o cerne da visão criacionista. Isso é inquestionável. Por causa dessa coincidência, casual, alguns desinformados e outros mal-intencionados, por não gostarem da consequência da conclusão da TDI, tentam “colar” na TDI o rótulo de religião, para assim poder classificá-la (e não refutá-la) como pseudociência, tentando tirar o mérito da TDI não pela força dos argumentos, mas pela semântica subjetiva e efêmera de uma pseudoclassificação. Mas contra fatos não há pseudoargumentação ou gosto que resista! E o reconhecimento da TDI como teoria científica sólida é hoje crescente e inevitável.

O biólogo Henrique Paprocki disse recentemente que “o principal problema do Design Inteligente é montar sua teoria em cima de falhas na Teoria da Evolução”. O que você acha dessa declaração?

O Henrique, eu sei, conhece pouco sobre as teses e fundamentos da TDI, e por isso fez essa afirmação equivocada. Mas estou certo de que o que ele viu e ouviu durante o 3º Simpósio Darwinismo Hoje, no Mackenzie, o fará rever sua afirmação. A TDI se baseia em argumentos que, independentemente da existência de teorias concorrentes, apontam para uma mente inteligente como a única causa conhecida, necessária e suficiente da vida e do universo. Ou seja, é pelo nosso conhecimento, hoje muitíssimo amplo, de como a vida e o universo funcionam, que concluímos que a TDI é a melhor teoria sobre nossas origens. Porém, como há uma teoria alternativa, a teoria da evolução, temos por obrigação, e não opção, de examinar a fundo suas teses. E quando essa análise obrigatória é feita, sem o filtro naturalista, vemos claramente não somente falhas, mas sim a absoluta impossibilidade de que a vida e o universo possam ter sido fruto de processos naturais não guiados. Não são lacunas, falhas, mas sim, na realidade, verdadeiros “abismos” nos quais não há explicação convincente. É como dizer que chegamos à Lua pedalando, que lançamos o primeiro astronauta dentro de um barril (e que ele sobreviveu para contar os problemas enfrentados).

Na evolução química, por exemplo, elo fundamental do modelo evolucionista, percebemos a absoluta impossibilidade, chance zero mesmo, do acaso, da pré-destinação, da pseudo-seleção natural pré-biótica, ou da necessidade, ou qualquer combinação desses fatores, de ter criado o L.U.C.A., a primeira forma de vida, com todos os requisitos necessários para a manutenção e reprodução desse “ser nada rudimentar”. Ou seja, na comparação de duas alternativas, vemos uma coleção enorme de dados seguros e inquestionáveis apontando para a ação de uma mente inteligente e consciente. Por outro lado, vemos uma coleção enorme e crescente de “abismos” de impossibilidades e de uma fé cega na geração espontânea e na elaboração de explicações futuras que simplesmente teimam em não aparecer, enquanto os abismos se avolumam e se expandem.

Há quem argumente que a seleção natural favorece certos organismos, pois, na presença de antibióticos, as bactérias resistentes tendem a ser favorecidas. O que dizer disso? Isso prova a evolução?

A resistência de bactérias e vírus às drogas tem sido propagada com muito alarde pelos evolucionistas como prova da evolução. “Evolution in action”, dizem, em alta voz! Mas será que o discurso tem correspondido aos fatos? Será que é mais propaganda do que produto? Gato por lebre? A vida tem, sim, a capacidade de se diversificar, ninguém nega isso, este é o ponto que nos une. Mas tudo indica que essa capacidade de diversificação já está programada em nossos genes e outros registros de informação. E quando isso acontece, informação é gasta, diminui. Ou seja, na vida também “não há lanche grátis”! Vírus ou bactérias, quando adquirem resistência às drogas, o fazem à custa de informação, à custa de perda de informação genética. Geralmente desativam proteínas ou os mecanismos pelos quais as drogas os estavam atacando. Estratégia de guerra, e guerra de trincheira! Nenhuma nova proteína, nenhuma síntese “de novo” é produzida. Nenhum novo ciclo, nenhuma nova máquina molecular. A vida é, sim, flexível, adaptável, mas como sabemos, há sempre um preço a ser pago, e a moeda da vida é a informação.

Paprocki também disse que “Design Inteligente é ter fé, é crer. Ciência é evidência”. É assim mesmo?

A TDI é racionalidade pura, e emana do conhecimento e de fatos, de argumentos lógicos, suportados pela matemática, pela física, química, bioquímica e biologia, pela cosmologia, pela Ciência como um todo. Conheço muito bem a TDI, e nunca encontrei na teoria sequer um único vestígio de fé. Nenhum postulado que assuma qualquer princípio que não sejam aqueles sustentados no que conhecemos, em causas necessárias e suficientes para a complexidade irredutível, para a informação aperiódica funcional e para a antevidência genial que observamos em milhares e milhares de exemplos fornecidos pela vida e pelo universo.

A Ciência é evidência, sim, e a TDI é Ciência em sua essência. Mas a ciência naturalista que apoia e defende a evolução cega e não guiada, produto do tempo e mutações refinadas pela seleção natural, e que defende essa tese dentro das amarras do naturalismo filosófico, e com seus pré-conceitos que dizem quais as conclusões a que devemos chegar, esta, sim, precisa ter fé, e muita. Fé no tempo, fé na geração espontânea do L.U.C.A., fé em “lanche grátis”; fé na infusão extraordinária e “repentina” de informação na Explosão Cambriana; fé em que um dia os elos perdidos serão encontrados; fé no “mundo do RNA”; fé que as suas próprias equações matemáticas que mostram a inviabilidade de seus processos estejam elas mesmas erradas; fé que um dia explicações possam surgir, mesmo quando elas simplesmente parecem não existir. Fé, e um tipo de fé muito ruim, do tipo que eu me nego a ter! Fé sem fundamentos firmes; fé sem provas nas explicações que estão por vir.

A química, sua área de estudos, revela o design inteligente?

Muitos usam comparações morfológicas, comparam bicos de passarinhos, ossos, embriões, cores de asas de mariposas. Mas é através da química, em nível molecular, que entendemos mesmo como a vida e o universo funcionam. É através da Química que aprendemos a “língua” das moléculas e podemos assim traduzir corretamente os ecos moleculares, os quais transmitem os segredos de nossa existência. É através da Química que percebemos que a vida não é coisa de amador, não! Vida é coisa de profissional! E profissional gabaritado, especializado! Que orquestrou os diversos códigos e a informação zipada, encriptada e compartimentalizada do DNA, tipo hard-disk. A arquitetura top-down algorítmica da vida, sua lógica estonteante e hiperotimizada. E elaborou o código de especialização celular das histonas, baseado em reações químicas ultrassincronizadas e ajustadas. E elaborou os planos corporais que nem sequer sabemos onde e como estão armazenados.

Li uma vez que a “evolução espera que não saibamos química”. Mas por quê? Porque as moléculas falam e não mentem! E as moléculas da vida transmitem uma informação clara que derruba qualquer discurso fundamentado em oratória ou comparações superficiais, em sínteses alfabéticas de letras mitológicas tipo C → B → A catalisadas por cat1 e cat2. É quando perguntamos quem seriam A e B e os tais cat1 e cat2, que a explicação se desvanece. Porque em nível molecular a evolução simplesmente não fecha as contas, se mostra inviável, e é ao nível molecular que observamos, ainda mais claramente, as assinaturas da mente inteligente e consciente que, como causa primeira, orquestrou a vida e o universo.

A SCIENTIFIC DISSENT FROM DARWINISM – Uma dissidência CIENTÍFICA do darwinismo.

 Neste artigo eu postarei alguns nomes de cientistas que não adimitem o carater cientifico do neo darwinismo,com relação a seleção natural e mutações aleatórias…A lista completa de mais ou menos 800 profissionais das areas cientificas você pode conferir no link após a lista

 We are skeptical of claims for the ability of random mutation and natural selection to account for the complexity of life. Careful examination of the evidence for Darwinian theory should be encouraged.

 

“Nós somos céticos das afirmações da capacidade da mutação aleatória e seleção natural para explicar a complexidade da vida. Um exame cuidadoso da evidência para a teoria darwinista deve ser encorajado. “

 

This was last publicly updated December 2011. Scientists listed by doctoral degree

 

or

current position

 

 

 

Philip Skell* Emeritus, Evan Pugh Prof. of Chemistry, Pennsylvania State University Member of the National Academy of Sciences

Lyle H. Jensen Professor Emeritus, Dept. of Biological Structure & Dept. of Biochemistry University of Washington, Fellow AAAS

 

Maciej Giertych Full Professor, Institute of Dendrology Polish Academy of Sciences

 

Lev Beloussov Prof. of Embryology, Honorary Prof., Moscow State University Member, Russian Academy of Natural Sciences

 

Eugene Buff Ph.D. Genetics Institute of Developmental Biology, Russian Academy of Sciences

 

Emil Palecek Prof. of Molecular Biology, Masaryk University; Leading Scientist Inst. of Biophysics, Academy of Sci., Czech Republic

 

K. Mosto Onuoha Shell Professor of Geology & Deputy Vice-Chancellor, Univ. of Nigeria Fellow, Nigerian Academy of Science

 

Ferenc Jeszenszky Former Head of the Center of Research Groups Hungarian Academy of Sciences

 

M.M. Ninan Former President Hindustan Academy of Science, Bangalore University (India)

 

Denis Fesenko Junior Research Fellow, Engelhardt Institute of Molecular Biology Russian Academy of Sciences (Russia)

 

Sergey I. Vdovenko Senior Research Assistant, Department of Fine Organic Synthesis Institute of Bioorganic Chemistry and Petrochemistry

 

Ukrainian National Academy of Sciences (Ukraine)

 

Henry Schaefer Director, Center for Computational Quantum Chemistry University of Georgia

 

Paul Ashby Ph.D. Chemistry Harvard University

 

Israel Hanukoglu Professor of Biochemistry and Molecular Biology Chairman The College of Judea and Samaria (Israel)

 

Alan Linton Emeritus Professor of Bacteriology University of Bristol (UK)

 

Dean Kenyon Emeritus Professor of Biology San Francisco State University

 

David W. Forslund Ph.D. Astrophysics, Princeton University Fellow of American Physical Society

 

Robert W. Bass Ph.D. Mathematics (also: Rhodes Scholar; Post-Doc at Princeton) Johns Hopkins University

 

John Hey Associate Clinical Prof. (also: Fellow, American Geriatrics Society) Dept. of Family Medicine, Univ. of Mississippi

 

Daniel W. Heinze Ph.D. Geophysics (also: Post-Doc Fellow, Carnegie Inst. of Washington) Texas A&M University

 

Richard Anderson Assistant Professor of Environmental Science and Policy Duke University

 

David Chapman* Senior Scientist Woods Hole Oceanographic Institution

 

Giuseppe Sermonti Professor of Genetics, Ret. (Editor, Rivista di Biologia/Biology Forum) University of Perugia (Italy)

 

Stanley Salthe Emeritus Professor Biological Sciences Brooklyn College of the City University of New York

 

Marcos N. Eberlin Professor, The State University of Campinas (Brazil) Member, Brazilian Academy of Science

 

Bernard d’Abrera Visiting Scholar, Department of Entomology British Museum (Natural History)

John C. Walton Professor of Reactive Chemistry (Ph.D. & D.Sc.) University of St. Andrews (UK)

Fellow Royal Society of Chemistry

Fellow Royal Society of Edinburgh

Mae-Wan Ho Ph.D. Biochemistry The University of Hong Kong

Donald Ewert Ph.D. Microbiology University of Georgia

Russell Carlson Professor of Biochemistry & Molecular Biology University of Georgia

Scott Minnich Professor, Dept of Microbiology, Molecular Biology & Biochemistry University of Idaho

Jeffrey Schwartz Assoc. Res. Psychiatrist, Dept. of Psychiatry & Biobehavioral Sciences University of California, Los Angeles

Alexander F. Pugach Ph.D. Astrophysics Ukrainian Academy of Sciences (Ukraine)

Ralph Seelke Professor of Molecular and Cellular Biology University of Wisconsin, Superior

Annika Parantainen Ph.D. Biology University of Turku (Finland)

Fred Schroeder Ph.D. Marine Geology Columbia University

David Snoke Associate Professor of Physics & Astronomy University of Pittsburgh

Frank Tipler Prof. of Mathematical Physics Tulane University

John A. Davison Emeritus Associate Professor of Biology University of Vermont

James Tour Chao Professor of Chemistry Rice University

Pablo Yepes Research Associate Professor of Physics & Astronomy Rice University

David Bolender Assoc. Prof., Dept. of Cell Biology, Neurobiology & Anatomy Medical College of Wisconsin

Leo Zacharski Professor of Medicine Dartmouth Medical School

Joel D. Hetzer Ph.D. Statistics Baylor University

Michael Behe Professor of Biological Science Lehigh University

Michael Atchison Professor of Biochemistry University of Pennsylvania, Vet School

Thomas G. Guilliams Ph.D. Molecular Biology The Medical College of Wisconsin

Arthur B. Robinson Professor of Chemistry Oregon Institute of Science & Medicine

Joel Adams Professor of Computer Science Calvin College

Abraham S. Feigenbaum Ph.D. Nutritional Biochemistry Rutgers University

Yasuo Yoshida Ph.D. Physics Kyushu University (Japan)

Domingo Aerden Professor of Geology Universidad de Granada (Spain)

Kevin Farmer Adjunct Assistant Professor (Ph.D. Scientific Methodology) University of Oklahoma

D.R. Eiras-Stofella Director, Electron Microscopy Center (Ph.D. Molecular Biology) Parana Federal University (Brazil)

Neal Adrian Ph.D. Microbiology University of Oklahoma

Kerry N. Jones Professor of Mathematical Sciences Ball State University

Ge Wang Professor of Radiology & Biomedical Engineering University of Iowa

Moorad Alexanian Professor of Physics University of North Carolina, Wilmington

Richard Spencer Professor (Ph.D. Stanford) University of California, Davis, Solid-State Circuits Research Laboratory

Mark Krejchi Ph.D. Polymer Science & Engineering (Post-docs, Stanford & Caltech) University of Massachusetts

Braxton Alfred Emeritus Professor, Anthropology University of British Columbia (Canada)

R. Craig Henderson Associate Professor, Dept. of Civil & Environmental Engineering Tennessee Tech University

Michael J. Kavaya Senior Scientist NASA Langley Research Center

Wesley Allen Professor of Computational Quantum Chemistry University of Georgia

James Pierre Hauck Professor of Physics & Astronomy University of San Diego

Olen R. Brown Former Professor of Molecular Microbiology & Immunology University of Missouri, Columb

Eshan Dias Ph.D. Chemical Engineering King’s College, Cambridge University (UK)

Joseph Atkinson Ph.D. Organic Chemistry Massachusetts Institute of Technology

Dennis Dean Rathman Staff Scientist MIT Lincoln Laboratory

Richard Austin Assoc. Prof. & Chair, Biology & Natural Sciences Piedmont College

Raymond C. Mjolsness Ph.D. Physics Princeton University

John Baumgardner Ph.D. Geophysics & Space Physics University of California, Los Angeles

Glenn R. Johnson Adjunct Professor of Medicine University of North Dakota School of Medicine

George Bennett Associate Professor of Chemistry Millikin University

Robert L. Waters Lecturer, College of Computing Georgia Institute of Technology

David Berlinski Ph.D. Philosophy Princeton University

James Robert Dickens Ph.D. Mechanical Engineering Texas A&M University

Phillip Bishop Professor of Kinesiology University of Alabama

Jeffrey M. Jones Professor Emeritus in Medicine (Ph.D. Microbiology and M.D.) University of Wisconsin-Madison

Donald R. Mull Ph.D. Physiology University of Pittsburgh

John Bloom Ph.D. Physics Cornell University

William Dembski Ph.D. Mathematics University of Chicago

Ben J. Stuart Ph.D. Chemical & Biochemical Engineering Rutgers University

Raymond Bohlin Ph.D. Molecular & Cell Biology University of Texas, Dallas

Christa R. Koval Ph.D. Chemistry University of Colorado at Boulder

John Bordelon Ph.D. Electrical Engineering Georgia Institute of Technology

David Richard Carta Ph.D. Bio-Engineering University of California, San Diego

Lydia G. Thebeau Ph.D. Cell & Molecular Biology Saint Louis University

David Bossard Ph. D. Mathematics Dartmouth College

Robert W. Kelley Ph.D. Entomology Clemson University

David Bourell Professor Mechanical Engineering University of Texas, Austin

Carlos M. Murillo Professor of Medicine (Neurosurgery) Autonomous University of Guadalajara (Mexico)

Walter Bradley Distinguished Professor of Engineering Baylor University

Sami Palonen Ph.D. Analytical Chemistry University of Helsinki (Finland)

John Brejda Ph.D. Agronomy University of Nebraska, Lincoln

Bradley R. Johnson Ph.D. Materials Science University of Illinois at Urbana-Champaign

Rudolf Brits Ph.D. Nuclear Chemistry University of Stellenbosch (South Africa)

Gary Kastello Ph.D. Biology University of Wisonsin-Milwaukee

Karen Rispin Assistant Professor of Biology LeTourneau University

Frederick Brooks Kenan Professor of Computer Science University of North Carolina at Chapel Hill

Omer Faruk Noyan Assistant Professor (Ph.D. Paleontology) Celal Bayar University (Turkey)

Neil Broom Associate Professor, Chemical & Materials Engineering University of Auckland (New Zealand)

Malcolm D. Chisholm Ph.D. Insect Ecology (M.A. Zoology, Oxford University) University of Bristol (UK)

John Brown Research Meteorologist National Oceanic and Atmospheric Administration

Joseph A. Kunicki Associate Professor of Mathematics The University of Findlay

John Brumbaugh Emeritus Professor of Biological Sciences University of Nebraska, Lincoln

Thomas M. Stackhouse Ph.D. Biochemistry University of California, Davis

Nancy Bryson Associate Professor of Chemistry Mississippi University for Women

Walter L. Starkey Professor Emeritus of Mechanical Engineering The Ohio State University

Donald Calbreath Professor, Department of Chemistry Whitworth College

Pingnan Shi Ph.D. Electrical Engineering (Artificial Neural Networks) University of British Columbia (Canada)

John B. Cannon Ph.D. Organic Chemistry Princeton University

John L. Burba Ph.D. Physical Chemistry Baylor University

Stephen J. Cheesman Ph.D. Geophysics University of Toronto

Mike Forward Ph.D. Applied Mathematics (Chaos Theory) Imperial College, University of London (UK)

Lowell D. White Industrial Hygiene Specialist (Ph.D. Epidemiology) University of New Mexico

Brian Landrum Associate Professor of Mechanical & Aerospace Engineering University of Alabama, Huntsville

David Chambers Physicist Lawrence Livermore National Laboratory

Michael T. Goodrich Professor of Computer Science University of California, Irvine

T. Timothy Chen Ph.D. Statistics University of Chicago

Sarah M. Williams Ph.D. Environmental Engineering (emphasis in microbiology) Stanford University

Donald Clark Ph.D. Physical Biochemistry Louisiana State University

John Frederick Zino Ph.D. Nuclear Engineering Georgia Institute of Technology

Shing-Yan Chiu Professor of Physiology University of Wisconsin, Madison

Todd A. Anderson Ph.D. Computer Science University of Kentucky

John Cimbala Professor of Mechanical Engineering Pennsylvania State University

Chris Swanson Tutor (Ph.D. Physics, University of Oregon) Gutenberg College

Kieran Clements Assistant Professor, Natural Sciences Toccoa Falls College

John K. Herdklotz Ph.D. Physical Chemistry Rice University

Jan Chatham Ph.D. Neurophysiology University of North Texas

George A. Gates Emeritus Emeritus Professor of Otolaryngology-Head and Neck Surgery University of Washington

John Cogdell Professor of Electrical & Computer Engineering University of Texas, Austin

David R. Beaucage Ph.D. Mathematics State University of New York at Stony Brook

Leon Combs Professor & Chair, Chemistry & Biochemistry Kennesaw State University

Laraba P. Kendig Ph.D. Materials Science & Engineering University of Michigan

Nicholas Comninellis Associate Professor of Community and Family Medicine University of Missouri-Kansas City

William J. Arion Emeritus Professor of Biochemistry Cornell University

Stephen Crouse Professor of Kinesiology Texas A&M University

Cham Dallas Professor, Pharmaceutics & Biomedical Science University of Georgia

Charles N. Verheyden Professor of Surgery Texas A&M College of Medicine

Melody Davis Ph.D. Chemistry Princeton University

Thomas Deahl Ph.D. Radiation Biology The University of Iowa

Shun Yan Cheung Associate Professor of Computer Science Emory University

Robert DeHaan Ph.D. Human Development University of Chicago

Gage Blackstone Doctor of Veterinary Medicine Texas A&M University

Harold Delaney Professor of Psychology University of New Mexico

Jonathan C. Boomgaarden

Ph.D. Mechanical Engineering University of Wisconsin

Greg Tate Ph.D. Plant Pathology University of California, Davis

William Bordeaux Chair, Department of Natural & Mathematical Science Huntington College

Michael Delp Professor of Physiology Texas A&M University

Keith F. Conner Ph.D. Electrical Engineering Clemson University

David DeWitt Chair, Department of Biology & Chemistry Liberty University

Aaron J. Miller Ph.D. Physics Stanford University

Gary Dilts Ph.D. Mathematical Physics University of Colorado

Gerald Chubb Associate Professor of Aviation Ohio State University

Robert DiSilvestro Ph.D. Biochemistry Texas A & M University

Daniel Dix Associate Professor of Mathematics University of South Carolina 

 

veja a lista completa aqui >>>   http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB-download.php?command=download&id=660

O DESIGN INTELIGENTE NA BIOLOGIA: A SITUAÇÃO

Por:
Phillip E. Johnson
Think (The Royal Institute of Philosophy) – 19 de Fevereiro de 2007.
Tradução e Adaptação:
Maximiliano Mendes
Os indivíduos que compõem o Movimento do Design Inteligente (MDI) se uniram como conseqüência da publicação do meu livro Darwin on Trial [Darwin no Banco dos Réus] (Regnery 1991, IVP 1993). O propósito que define o MDI é promover o argumento de que o neo-Darwinismo falhou em explicar a origem dos sistemas informacionais complexos e das estruturas dos seres vivos, das primeiras células aos novos planos corporais. Isto faz com que seja razoável inferir que a evidência biológica, apesar da filosofia que domina esta ciência, sugere a necessidade de se considerar que alguma causa inteligente pode ter tido um papel indispensável na origem e
desenvolvimento da vida.
A alegação de que a ciência evolutiva descobriu e verificou um mecanismo que pode explicar a origem da informação e complexidade biológicas envolvendo apenas causas naturais (não-inteligentes) é apoiada por uma imensa extrapolação de uma evidência restrita a pequenas variações cíclicas em espécies fundamentalmente estáveis. O principal exemplo atual de um mecanismo neo-Darwiniano padrão envolve uma espécie de tentilhão em uma ilha do rquipélago das Galápagos. Dois cientistas de nome Grant publicaram um famoso estudo das variações dos bicos destes pássaros, posteriormente popularizado em um livro chamado O Bico do Tentilhão, escrito por Jonathan Weiner.
Os Grants mediram bicos de tentilhões ao longo de muitos anos. Em 1997, uma seca matou a maioria destas aves, e os sobreviventes tinham bicos levemente maiores que antes. A explicação provável era que os pássaros de bicos grandes tinham vantagem, pois eram capazes de comer as últimas sementes duras que restaram. Alguns anos depois as chuvas retornaram, e a média do tamanho dos bicos voltou ao normal. Não houve o aparecimento de nenhum órgão novo e não houve nenhuma mudança direcional de qualquer tipo, apenas um ciclo de vai-e-vem de bicos pequenos para bicos levemente maiores e de volta para bicos pequenos. Entretanto, este é na verdade o exemplo mais impressionante de seleção natural já observado produzindo mudanças que os Darwinistas foram capazes de corroborar, após aproximadamente um século e meio de buscas por evidências de que o mecanismo de variação aleatória com sobrevivência diferencial tem o poder transformador necessário para realizar tudo que os livros atribuem a ele.
A fim de fazer a estória parecer melhor, a National Academy of Sciences [Academia Nacional de Ciências, dos EUA] melhoraram alguns dos fatos em um livreto de 1998 chamado Teaching about Evolution and the Nature of Science [Ensinando sobre a Evolução e a Natureza da Ciência]. Esta versão da estória omite que os bicos voltaram ao normal e encorajava os professores a especular que uma “nova espécie de tentilhão” poderia surgir em 200 anos se a tendência inicial em direção ao aumento do tamanho dos bicos continuasse indefinidamente. Quando os nossos cientistas mais proeminentes têm de se utilizar do tipo de distorção que colocaria um investidor na cadeia, você sabe que eles estão tendo problemas para ajustar as evidências com a teoria que querem apoiar.
Há uma imensa lacuna entre as façanhas criativas que o mecanismo Darwiniano supostamente realizou para levar a vida de um ponto de partida unicelular, até os animais e plantas altamente complexos de hoje em dia, incluindo os humanos, e as modestas variações temporárias que na prática já foram observadas na natureza. Minha esperança era que a comunidade científica fosse concordar que é legítimo questionar se os mecanismos naturais (não-inteligentes) conhecidos podem produzir as imensas quantidades de informação genética que seriam necessárias para gerar novos tipos de organismos complexos, tendo em vista que o questionamento era baseado na evidência científica, e não em doutrinas ou escrituras religiosas.
O argumento a favor do design inteligente na biologia foi logo empregado em livros de dois autores altamente qualificados, o professor de bioquímica Michael Behe, autor de A Caixa Preta de Darwin, e o matemático e filósofo William Dembski, cujo livro The Design Inference [A inferência de Design] foi publicado após um processo de revisão por pares [peer-review] pela Editora da Universidade de Cambridge. (É possível encontrar livros de nível popular dele em livrarias online.) Muitos cientistas mostraram um interesse significativo por esses livros, como também pelo meu, e expressaram seu ceticismo sobre a alegação de que os mecanismos materialistas conhecidos poderiam explicar a origem da informação especificada complexa requerida para as intricadas atividades funcionais de uma célula viva, sem falar na informação necessária para coordenar as funções de trilhões de células envolvidas nos processos da vida de um animal multicelular.
Entretanto, para o meu desapontamento, as organizações científicas influentes formaram um sólido bloco de oposição à consideração sobre se a evidência aponta para o possível envolvimento de causas inteligentes na história da vida. Todavia, o assunto é tão fascinante, que as corporações científicas ortodoxas tiveram de tomar medidas árduas para impedir que ele surgisse na educação científica, e mesmo em jornais científicos.
Como demonstrado no caso do filósofo Anthony Flew (ver adiante), o argumento tem poder persuasivo. Se os pensadores independentes na ciência se sentissem livres para escrever sobre a possibilidade das causas inteligentes na história da vida sem sofrer as conseqüências adversas, a literatura profissional e popular sobre este tema iria provavelmente ser substancial e vigorosa. Este é o motivo daqueles que não querem que o conceito do design inteligente prospere julgarem ser necessário decretar regras explícitas a fim de não permitir que os cientistas e outros discutam a possibilidade de que há uma inteligência real por trás da complexa informação genética.
Eu esperava que a maioria dos cientistas pudesse ser persuadida a levar em consideração as objeções ao Darwinismo que dependem somente de lógica e evidências empíricas, direcionadas somente à adequação do mecanismo Darwiniano, ao invés das que defendem a cronologia do livro de Gênesis. Porém, isso não aconteceu. Os Darwinistas, incluindo muitos em posições de autoridade na ciência, reagiram estigmatizando o conceito do design inteligente em biologia como “criacionismo”, como se ele fosse outra tentativa de tentar defender a cronologia literal do livro do Gênesis, ao invés de ser um movimento científico que depende somente em evidências científicas e análise lógica. Embora o MDI não identifique o designer como nada mais que uma fonte de informação biológica, havia poucas dúvidas de que aqueles que crêem no Deus Cristão, eu inclusive, iriam considerar a aceitação científica do DI altamente animadora.
Isto foi o bastante para incitar os Darwinistas e outros secularistas a dispensar todo oconceito como “religião”, então, “não é ciência”, desta forma descartando o conflito de acordo com a conveniência deles, com base em um estereótipo ao invés de uma análise das evidências e argumentos específicos. A direção da comissão da American Association for the Advancement of Science [Associação Americana para o Avanço da Ciência] (AAAS) passou uma decisão declarando que a teoria do design inteligente não é ciência. Esta ação sinalizou que a comissão estava preocupada que, se fosse permitido aos editores e revisores [de periódicos científicos], bem informados, exercer sua ponderação ao revisar manuscritos para publicação, poderiam eventualmente aparecer na literatura profissional, alguns artigos discutindo de forma séria a possibilidade de que as causas inteligentes estiveram necessariamente envolvidas na geração de inovações biológicas.
Foi demonstrado em Outubro de 2004 que tal preocupação era real, quando um artigo de revisão do teórico do DI, Dr. Stephen Meyer, passou na revisão por pares feita por cientistas empregados em instituições tipicamente seculares e foi publicado no Proceedings of the Biological Society of Washington. Os Darwinistas ficaram tão alarmados pela publicação do artigo de Meyer que montaram uma campanha furiosa contra ele. O conselho diretor da sociedade ficou tão estupefato que repudiou o artigo como inadequado para publicação em seus Proceedings, citando a política da AAAS, e reassegurando aos críticos que “o tópico do design não será abordado em edições futuras”. Seguindo esta desaprovação, os Darwinistas montaram uma outra campanha furiosa para desacreditar o editor que tinha aprovado o artigo de Meyer para publicação, acusando-o de ser um criacionista da terra jovem enrustido.
A bagunça quase histérica sobre o artigo de Meyer teve alguns aspectos positivos. Os Darwinistas tem persistentemente criticado os teóricos do MDI de levarem seus argumentos diretamente ao público, o que implicaria que esses teóricos estão tentando evitar o exame detalhado e profissional que acompanha a publicação em periódicos científicos. A verdade é o oposto. Os teóricos do DI têm avidamente perseguido quaisquer oportunidades que eles possam encontrar para publicar em periódicos científicos cujos artigos passam pela revisão por pares. A história da publicação do artigo de Meyer, e o seu resultado, demonstram que tais publicações seriam possíveis, caso não estivesse havendo uma aplicação de políticas doutrinárias que barram a publicação de artigos em apoio ao design inteligente, e a conseqüente intimidação pública e profissional de editores que poderiam permitir essas publicações. O argumento dos Darwinistas para que o público se oponha ao Design Inteligente resumese a dizer que “Você tem de publicar nos periódicos profissionais antes de levar a teoria ao público, e nós temos uma regra que não permite que vocês publiquem na literatura profissional”. Então não há como os críticos do naturalismo evolucionista se estabelecerem. Se a publicação em periódicos fosse permitida, há razões para se crer que os cientistas se interessariam muito em trabalhar o tema. Mais de 60 cientistas ao redor do mundo pediram cópias do artigo de Meyer, mais um pacote de materiais de referência. Devido ao fato de que uma proibição de publicação estar em vigor, O DI não é discutido na literatura científica. Este silêncio imposto não nos diz nada sobre o que poderia estar acontecendo se os cientistas e editores fossem livres para agir de acordo com seus próprios julgamentos, sem medo de ser punidos por abordar tópicos proibidos.
Estou convencido de que, sob condições de liberdade intelectual, os cientistas e filósofos ficariam fascinados pela possibilidade de que causas inteligentes tenham sido fatores na origem e desenvolvimento da vida. E haveria uma discussão vigorosa acerca dos prós e contras sobre este assunto, tanto na literatura profissional quanto na popular.
Os que insistem que a ciência é, por definição, dedicada à busca e ao endosso de explicações naturalísticas para todos os fenômenos, descartam qualquer questionamento da sua premissa básica como “religiosamente” motivada, e daí, irracional – e até mesmo inconstitucional nos EUA (onde a maioria da população é, apesar disso, inclinada a questionar a premissa).
Mas as questões religiosas podem ser razoáveis e importantes. Aqui vai um exemplo: Eu repetidamente apresentei a questão: “Deus é real ou imaginário?” O naturalismo evolucionista classifica Deus entre os produtos subjetivos do cérebro humano, e assim, entre os produtos da própria evolução. Contudo, se Deus é verdadeiramente real e é o nosso criador, então impor uma definição de conhecimento baseada na suposição de que SOMENTE a natureza é real, e que Deus só existe no imaginário humano seria um grande erro. Certamente é racional, para as pessoas que acreditam que Deus é ou pode ser o criador, desafiar os que insistem que venhamos a aceitar que uma natureza nãointeligente fez todo o trabalho de criação. É racional argumentar que, ao invés disso, deveríamos analisar a evidência de forma imparcial, com o objetivo de chegar à verdade, mesmo que seja necessário haver um criador, para criar todas as maravilhas do mundo dos seres vivos. Se o mecanismo Darwiniano ou algum outro tipo de combinação de lei e acaso não é capaz de criar a informação necessária, então deveríamos reconhecer sua incapacidade e passarmos a considerar outras opções. O que nós não deveríamos fazer é apegar-nos a uma resposta inadequada porque temos medo de reconhecer que a incapacidade dela tenderá a nos levar em direção a Deus.
O objetivo do MDI é alcançar uma filosofia aberta da ciência que permite a consideração de uaisquer explicações em direção às quais a evidência pode estar apontando. Isto é diferente da filosofia restritiva atual que desconsidera a possibilidade de um criador poder ser o responsável pela nossa existência, mesmo se a evidência aponta nessa direção. O MDI, caso tenha sucesso ou não, contribuiu para um melhor entendimento da realidade. Ele tenta trazer à tona a questão fundamental da criação, ao visivelmente tornar o naturalismo evolucionista em um assunto de investigação crítica baseada nas evidências, ao invés de permitir que ele domine a priori como a posição filosófica inquestionável a qual a ciência deve aderir por definição. Por enquanto, os mandarins que falam pela ciência têm o apoio das cortes e da mídia em sua campanha de excluir quaisquer desafios contra a sua premissa básica da educação pública e exame científico.
Embora o dogma naturalista tenha dominado a educação pública por meio século, seus mandarins falharam em convencer o público americano a adotá-lo, e eu vejo muitos sinais de que o descontentamento com o naturalismo evolucionista está se espalhando através do mundo. Um esses sinais são os muitos idiomas para os quais alguns de meus livros já foram traduzidos, incluído o Francês, Espanhol, Português, Coreano, Chinês, Tcheco, Finlandês e Macedônio. Eu regularmente recebo perguntas até mesmo de pessoas das nações mais secularizadas do mundo, demonstrando ceticismo em relação ao naturalismo evolucionista. Nitidamente, os relatos sobre a morte de Deus foram muito exagerados. Com o crescimento mundial da religião teísta, especialmente em regiões onde a taxa de nascimentos está crescendo ao invés de diminuir, é somente uma questão de tempo até que o argumento a favor de um designer inteligente adentre
as discussões científicas e acadêmicas.
Outro sinal precoce da forma como o mundo está se direcionando veio em Dezembro de 2004, quando houve muitos comentários nos jornais e grupos de discussão da internet sobre o famoso filósofo ateísta Anthony Flew. Flew tinha acabado de anunciar que havia se convertido ao teísmo filosófico (embora não ao Cristianismo ou qualquer outra religião específica, pelo menos até agora), com base nas descobertas científicas e o raciocínio associado, que o convenceram de que há um designer inteligente do universo natural. Flew parece ter investigado o fenômeno do design no mundo natural por razões semelhantes às minhas. Ele queria decidir por si só, se as evidências e a lógica apontam na direção de uma inteligência criadora, ou se Deus é nada mais que uma idéia subjetiva, criada pela imaginação humana. Talvez estas questões sobre a realidade de Deus sejam de natureza religiosa, mas elas são importantes e merecem ser investigadas sem preconceitos ao invés de se proibir seu exame porque grupos poderosos definem ciência como comprometimento a priori com o naturalismo.
Embora Flew por enquanto não tenha aderido ao Cristianismo ou a qualquer outra religião, ele deu um salto gigante nessa direção. Em um artigo no London Independent de 27/12/2004, um teólogo de Oxford escreveu: “A que tipo de Deus [i.e., o designer de Flew] ele poderia estar se referindo? Seria um que criou as partículas elementares do universo, as forças fraca e forte, os átomos e as moléculas, e que, contudo, não esteja relacionado com o surgimento de uma humanidade inteligente? Ou poderia ser um Deus que foi inteligente o bastante para criar as galáxias, e sistemas incrivelmente intricados como o DNA, e, contudo, não inteligente o bastante para se comunicar com a humanidade? Embora Flew não acredite na Revelação, e possa não sentir que o livro de Gênesis propicie um relato útil da criação, ele também não parece ter exatamente este tipo de Deus minimalista em mente. Na verdade, quando pressionado sobre se a sua ‘Causa Primeira’ é onisciente, ele admite que uma Causa Primeira, se há uma, claramente produziu tudo o que está acontecendo, e isto implica que ‘no princípio’ houve uma criação.”
Eu concordo com este ponto, e a minha visão pessoal é que eu identifico o designer da vida como o Deus da Bíblia, embora a teoria do design inteligente, da forma que é, não exija isso. Os materialistas científicos resistem de forma impetuosa à análise sobre a existência de um designer do que vemos na natureza, em parte porque eles temem que mesmo a versão mais minimalista de uma divindade tenderá a ser entendida como o Deus da Bíblia, que se comunica com os humanos e se preocupa com o nosso comportamento. Talvez este medo seja justificado, mas e daí? Nós devemos considerar a possibilidade de que o Cosmos é governado por um Deus que se importa conosco, ao invés de proibi-la como uma idéia da qual deveríamos fugir.
O fato das autoridades Darwinistas acharem que o exame público de sua teoria é tão ameaçador me diz que há uma insegurança oculta em sua posição intelectual que irá eventualmente se tornar tão visível ao ponto de não mais poder ser escondida. Hoje em dia eu raramente vejo tentativas de se provar que o mecanismo Darwinista realmente tem o poder de criar as grandes inovações biológicas. Ao invés disso, os museus e revistas preferem apenas contar a estória da descendência comum, assumindo que a variação aleatória mais a seleção natural (reprodução diferencial) devem ter sido capazes de preparar qualquer design que tivesse de ser feito. Ao mesmo tempo, a maioria dos cientistas, embora guiados pelas suposições Darwinistas, continua
fornecendo cada vez mais evidências do enorme conteúdo informacional das estruturas vivas.
Até mesmo a suposição chave de que as similaridades genéticas são necessariamente herdadas de ancestrais comuns é negada quase diariamente pela invocação de algo chamado “transferência gênica lateral”, que explica as similaridades genéticas entre organismos que se acredita não compartilharem um ancestral comum. Atualmente, as regras autoritárias banem a hipótese do design inteligente das discussões científicas e a suprimem impetuosamente via processos judiciais. Uma cultura científica genuinamente confiável, que estivesse progredindo continuamente, confirmando suas teorias e resolvendo problemas não precisaria depender da intimidação para silenciar os dissidentes. Podem ainda ser precisos muitos anos de luta antes da hipótese do design real na biologia ser capaz de receber uma audiência justa, mas o dia desta udiência vai chegar, e eventualmente as pessoas irão se indagar sobre como uma teoria materialista tão instável como o Darwinismo foi capaz de cativar tantas mentes por tanto tempo.
Em meio a toda esta controvérsia, que futuro há para o conceito do design inteligente na ciência? O desafio do MDI ao naturalismo evolucionista está pelo menos sendo notado em todos os lugares, e parece que esse desafio deixou os líderes da elite Darwinista tão preocupados que eles julgam ser necessário tomar medidas visivelmente cruéis para manter o seu controle sobre o público e a discussão profissional. Dados de pesquisas de opinião reunidos ao longo de várias décadas e publicados em ligação com as eleições de 2004 convenceram quase todo mundo de que a maioria dos americanos é cética sobre o naturalismo evolucionista. Isto permanece verdade, apesar de meio século de esforços obstinados por parte dos educadores das áreas das ciências a fim de persuadi-los a aceitar a versão atual da teoria de Darwin e sua suposição de que o processo criativo que produziu os seres humanos e todas as outras formas de vida envolveu apenas causas não-inteligentes, como o acaso e leis da física, sem nenhum direcionamento ou
inteligência. Para muitos americanos, essa teoria parece muito com uma religião. Cada vez mais o Darwinismo é protegido pela intimidação e restrições legais muito semelhantes àquelas que seriam empregadas para proteger as doutrinas fundamentais de uma igreja estabelecida. É claro que os Darwinistas acreditam sinceramente que a teoria deles está correta. É nisso que os defensores de uma crença estabelecida sempre crêem.
Porém, o mundo está se movendo em algumas direções surpreendentes, e talvez o mais importante sobre o Darwinismo e a sua filosofia associada do naturalismo evolucionista não seja a posição de dominância cultural que ele ocupa, mas sim o número muito grande de pessoas, incluindo algumas muito bem instruídas, que ainda vêem que a explicação Darwiniana da vida omite algo de importância fundamental, mais especificamente, a inteligência que torna possível a vida da forma como a conhecemos. No fim das contas, a única questão importante não é sobre quão numerosas ou poderosas são as pessoas que sustentam certa posição agora, mas sim sobre quem está certo sobre o que é verdade e o que não é. Se os naturalistas evolucionistas estão certos sobre as causas não-inteligentes terem produzido toda a diversidade de formas de vida complexas que conhecemos, sem a assistência de uma inteligência, então certamente nossos cientistas, muito obstinados e inteligentes, encontrarão uma demonstração mais convincente do processo e do mecanismo, do que variações cíclicas nos bicos de uma espécie de tentilhão. Por outro lado, se mais investigações tenderem a confirmar que a vida requer quantidades extraordinárias de informação genética complexa e especificada, então, eventualmente, o problema não resolvido acerca de onde toda a informação veio irá tomar o seu lugar na vanguarda das discussões científicas e filosóficas.
Eu ainda estou convencido de que o possível papel das causas inteligentes na história da vida irá eventualmente se tornar um assunto que os cientistas mais proeminentes desejarão abordar de forma justa. Por enquanto as organizações científicas influentes estão comprometidas de forma apaixonada com as explicações que só levam em consideração as causas materiais, então eles rejeitam de imediato qualquer sugestão de que causas inteligentes também podem ter tido algum papel. Parece que o compromisso principal deles é o apoio ao materialismo, ao invés de seguir as evidências em direção a qualquer conclusão que elas levarem.

Tedeísmo: Perguntas e Respostas.

 

O QUE SIGNIFICA “TEDEÍSMO”?

O termo “TEDEÍSMO” é um neologismo criado a partir da sigla TDI – Teoria do Desenho Inteligente. Linguisticamente segue um critério há muito presente em nossa língua, como em FNM – “FENEMÊ” (nome de um antigo caminhão), em que se faz uso da pronúncia das letras que compõem a sigla TDI, ou seja: TE/DE/I = TEDEÍSMO. Tal vocábulo, portanto, não tem nenhuma implicação teológica ou religiosa. A idéia é simplesmente facilitar o diálogo entre darwinistas (ou evolucionistas), criacionistas com aqueles que se encontram “na terceira margem do rio”, metaforicamente os TEDEÍSTAS.

Já em relação à substituição de “design” por “desenho” trata-se de uma adequação lingüística ao vernáculo português, da mesma forma como fizeram os espanhóis: Teoría del Diseño Inteligente.

 

 

O QUE É O TEDEÍSMO?
O Tedeísmo argumenta que as máquinas biológicas (por exemplo: a visão, a coagulação do sangue, o transporte celular, os cílios, o flagelo, o sistema imunológico etc.), por sua complexidade irredutível, tem que ter sido planejadas – seja por Deus ou por alguma outra inteligência superior.

 

 

O TEDEÍSMO ESTÁ FUNDAMENTADO NOS LIVROS CONSIDERADOS SAGRADOS?
Não!

As raízes intelectuais da Teoria do Desenho Inteligente são diversas. Platão e Aristóteles, por exemplo, articularam ao seu tempo versões primitivas da teoria do desenho inteligente, da mesma forma como fizeram os grandes nomes da ciência moderna. O conceito de planejamento inteligente apenas começou a se afastar do seio da comunidade científica no princípio do século XX, após o neodarwinismo afirmar ser capaz de explicar o surgimento da complexidade biológica por meio de um processo NÃO-inteligente denominado Seleção Natural, que atuaria sobre mutações aleatórias.

Todavia, durante décadas recentes novas pesquisas e descobertas no campo da física, cosmologia, bioquímica, genética e paleontologia têm levado um número crescente de cientistas e teóricos da ciência a duvidarem da capacidade explicativa do neodarwinismo em relação à complexidade biológica, enfatizando o planejamento inteligente como a explicação mais plausível do ponto de vista científico.
QUEM TERIA SIDO O PLANEJADOR, SEGUNDO O TEDEÍSMO?
O Tedeísmo em nenhum instante discorre acerca da natureza do Planejador, nem faz qualquer tipo de especulação concernente ao seu nome, mas apenas se é possível ou não detectar o plano na natureza. E, como diz Michael Behe:
“Para se deduzir que houve um plano não é preciso ter um candidato para o papel de planejador. Podemos chegar à conclusão de que um sistema foi planejado pelo simples exame do mesmo, e podemos ter muito mais certeza sobre o planejamento em si do que sobre o planejador. Em vários dos exemplos dados acima, a identidade do planejador não era óbvia. Não temos ideia de quem arrumou a engenhoca no pátio de sucata, ou a armadilha de gavinhas, ou por quê. Não obstante, sabemos que todas essas coisas foram planejadas por causa da organização de componentes independentes para atingir certo fim.
A inferência de que houve um plano pode ser feita com bastante segurança, mesmo que o planejador seja figura muito remota.”
[…]

É possível concluir que alguma coisa foi planejada sem que saibamos absolutamente a identidade de quem a planejou. No que diz respeito ao procedimento, o plano primeiro precisa ser compreendido para que se possa f azer alguma outra pergunta sobre o planejador. A dedução de que algo foi planejado pode sermantidacom toda firmeza possível neste mundo, mesmo que não se saiba nada sobre o planejador” (“A Caixa Preta de Darwin”. Zahar Editor, 1997, p. 199).
No Tedeísmo a posição religiosa de seus proponentes NÃO tem qualquer relevância para a manutenção do seu status epistêmico. Obviamente, como é de praxe com todas as teorias que pretendam explicar a origem do Universo e da vida, o Tedeísmo tem sim implicações filosóficas e teológicas, mas isso também se observa em outras teorias, como a Teoria do Big Bang e a própria Teoria da Evolução. Assim, o fato de alguém acreditar, PELA FÉ, que o Planejador tenha sido o Deus da Bíblia ou o Alá do Alcorão, isso apenas refletirá sua crença pessoal, o que não diz absolutamente nada dos postulados do Tedeísmo. No darwinismo, por exemplo, existe determinada vertente que professa uma posição teísta, como é o caso de Francis Collins e Newton Freire-Maia, ambos cristãos. Embora o Tedeísmo seja agnóstico quanto à natureza do Planejador, isso não significa que seus proponentes não possam ter suas próprias crenças (ou descrenças).
O TEDEÍSMO É COMPATÍVEL COM A EVOLUÇÃO?
Isto vai depender do que se quer dizer com o termo “evolução”. Com o sentido de “mudanças através do tempo”, não há um conflito interno entre a Teoria da Evolução e a Teoria do Desenho Inteligente. O que o Tedeísmo contesta é que mecanismos cegos, como a Seleção Natural agindo sobre as mutações, sejam capazes de dá conta da imensa complexidade do Universo e dos seres vivos.
O TEDEÍSMO É O MESMO QUE CRIACIONISMO?
Não!
O Tedeísmo tem por finalidade detectar – empiricamente – se o “aparente desenho” da natureza, o qual é reconhecido virtualmente por todos os biólogos, seja de fato um desenho verdadeiro (produto de uma causa inteligente) ou se é apenas o resultado de um processo não direcionado como a Seleção Natural. Já o criacionismo fundamenta suas teses numa interpretação literal do relato bíblico do Gênesis. O Tedeísmo é estritamente agnóstico quanto a identidade do Planejador. Em outras palavras: não está preocupado em identificar a natureza do Planejador, mas apenas em detectar empiricamente o PLANO na natureza. Portanto, o Tedeísmo não tem por objetivo defender qualquer relato considerado sagrado.
Honestos críticos do Desenho Inteligente reconhecem que há sim distinção entre Tedeísmo e Criacionismo. O historiador da ciência Ronald Numbers, da Universidade de Wisconsin, é um crítico da Teoria do Desenho Inteligente, no entanto, de acordo com a Associated Press, ele “concorda que o rótulo criacionista não deve ser aplicado ao Tedeísmo”.
Então por que os darwinistas insistem em afirmar que ambos são da mesma estirpe?
Segundo Dr. Numbers, isto ocorre porque eles (os darwinistas) acreditam que esta seja “a maneira mais fácil de desprestigiar a Teoria do Desenho Inteligente”. Em outras palavras: trata-se de uma estratégia retórica dos darwinistas a fim de tentar suprimir o mérito científico e filosófico do Tedeísmo.
HÁ PESQUISADORES ERUDITOS NA COMUNIDADE CIENTÍFICA QUE APOIA O TEDEÍSMO?
Sim (veja, aqui, a relação completa dos dissidentes do darwinismo)
A Teoria do Desenho Inteligente é composta por doutores da ciência, pesquisadores, teóricos e um bom número de universidades, escolas, institutos de pesquisas em todo o mundo. Entre tais pessoas estão incluídas:
Michael Behe (bioquímico da Universidade de Lehigh);
Scott Minnich (microbiólogo da Universidade de Idazo);
Paul Chien (biólogo da Universidade de San Francisco);
Dean Keyton (biólogo emérito na Universidade Pública de São Francisco);
William Dembski (matemático da Universidade de Baylos); e,
Henry Schaefer (químico quântico da Universidade de Geórgia).PESQUISAS SOBRE O TEDEÍSMO PUBLICADAS EM PERIÓDICOS E MONOGRAFIAS SÃO REVISADAS POR OUTROS CIENTISTAS?
Não obstante a acirrada hostilidade impetrada pelos defensores do neodarwinismo contra os cientistas que apóiam o desenho inteligente, ainda assim muita coisa tem sido lançada em publicações revisadas por outros cientistas. Por exemplo: “A Inferência de Desenho!” (de William Dembski) e “A Caixa Preta de Darwin” (de Michael Behe). No âmbito dos periódicos, Michael Behe tem defendido o conceito de “complexidade irredutível” no periódico “Filosofia da Ciência”, publicado pela Universidade de Chicago. Outro periódico revisado, no qual se enfatiza a teoria do desenho, é “Progresso em Complexidade, Informação e Desenho”, composto por um conselho de 50 especialistas de diferentes áreas científicas relevantes, sendo que a maioria tem afiliação universitária. E, por fim, os trabalhos dos teóricos do Tedeísmo estão começando a ser citados por companheiros em periódicos revisados como a “Revisão Anual sobre Genética”.

POR QUE A ASSOCIAÇÃO AMERICANA PARA O AVANÇO DA CIÊNCIA (AAAS) PUBLICOU UMA RESULUÇÃO CONTRA O DESENHO INTELIGENTE?
Em 2002, o comitê da AAAS publicou uma resolução acusando a Teoria do Desenho Inteligente de não ser científica. Este processo deu-se com todas as armas, menos com aquelas relacionadas à ciência. Prova disso é que, após tal resolução ser publicada, perguntou-se aos membros do Comitê da AAAS quais livros e artigos escritos por cientistas do Desenho Inteligente eles teriam lido antes de tomarem tal resolução, e a resposta foi simplesmente que o assunto havia sido analisado por todo o grupo. Outros membros apenas disseram que havia lido cuidadosamente fontes identificadas na Internet. Em outras palavras, os membros do comitê da AAAS aparentemente votaram apenas para declarar a Teoria do Desenho Inteligente como não-científica sem pesquisar eles mesmos os livros acadêmicos e artigos apresentados pelos cientistas que fazem parte dessa teoria. Não custa lembrar que um bom número dos cientistas que apóiam o Tedeísmo é membro da AAAS, de modo que o Comitê da AAAS claramente não falou por todos os membros de sua organização.

O macaco na retórica darwinista.

“A impressionante semelhança física entre os diferentes tipos de macacos e os seres humanos já saltava aos olhos dos pensadores muito antes de Darwin entrar no cenário da história natural. Os naturalistas do Iluminismo com frequencia reconheciam essas semelhanças entre homens, macacos e antropoides, como era o caso do anatomista inglês Edward Tyson, que em 1699 escreveu um tratado sobre o chimpanzé intitulado Orang-outang, sive homo sylvestris. Nesse estudo Tyson chamava o chimpanzé de orangotango, ou pigmeu, e o incluía na série humana, sob o nome latino de Homo Sylvestris, ou, como muitas vezes os ingleses os chamavam, o ‘homem selvagem das matas’. Essa escolha implicava que as categorias de ‘humano’ e ‘orangotango’ podiam não ser completamente distintas (Ritvo, 2000: 848).

Com a sistematização taxonômica proposta por Carolus Linnaeus (1707-1778) no século XVIII, a espécie humana foi classificada como pertencente ao reino animal e à classe dos mamíferos, e locada junto aos macacos, antropoides, prossímios e morcegos na ordem que Lineu batizou de ‘primatas’ (Ritvo, 2000: 849). Antes de Darwin e do darwinismo, portanto, já havia o reconhecimento das semelhanças entre os humanos e os macacos, que eram incluídos em uma mesma categoria taxonômica, o que implicava um parentesco mais próximo dos homens com esses animais do que com qualquer outra espécie viva. Contudo, em contraste com o modelo darwinista que emergiria na segunda metade do século XIX, na concepção lineana essa proximidade de parentesco era encarada principalmente de um ponto de vista taxonômico, apoiado fundamentalmente em uma visão de mundo criacionista e fixista, baseada na noção estática de uma Grande Cadeia do Ser nos moldes aristotélicos, e não em uma visão que levasse em conta a transformação de espécies umas em outras (Ritvo, 2000: 851). Ainda assim, teses como a de Tyson e a de Lineu – e, posteriormente, a de Darwin – não gozaram de aceitação universal. Muitos naturalistas envolvidos com uma linha de pensamento teológico mais conservador relutavam quanto a serem inseridos em uma conexão direta com o reino animal, e se as semelhanças físicas eram inegáveis, o recurso era apelar para as diferenças no campo das faculdades mentais. A despeito do sólido status de Lineu como um grande sistematizador, a ordem taxonômica dos primatas, por ele proposta, era com frequencia rejeitada. O naturalista Thomas Pennant, numa obra intitulada History of quadrupeds, publicada em 1793, declarou que “minha vaidade não permitirá que eu seja classificado juntos com símios, macacos e morcegos”; outro pensador, W. Wood, em Zoography, or the beauties of nature displayed, um texto de 1807, argumentou que “talvez possamos ser perdoados pela repugnância que sentimos em colocar o macaco no topo da criação bruta, e assim associá-lo… com o homem” (ambos citados em Ritvo, 2000: 851). Além disso, mesmo entre aqueles que admitiam e propunham a inclusão do homem no reino animal e na ordem dos primatas parecia haver a preocupação em ressaltar diferenças anatômicas afirmativas da singularidade humana. A própria escolha, por Lineu, do nome da espécie como Homo sapiens enfatizava a sapiência humana como característica taxonômica distintiva, que o diferenciava dos demais primatas. Além disso, no século XIX havia um par mutuamente exclusivo de termos taxonômicos – hoje considerado obsoleto – que separava humanos de macacos e antropoides: esses últimos, por sua capacidade de usar os dedos dos pés em movimentos preênseis que os permitiam subir em árvores e manejar objetos, eram chamados de Quadrumana – que significa ‘quatro mãos’. Os homens, por sua vez, eram denominados Bimana (duas mãos), sendo, assim, encarados como uma espécie de primata mais sofisticado, com uma maior diferenciação anatômica nas extremidades de seus membros, em coerência com um caminhar ereto e mais elegante, e uma manipulação mais hábil do mundo exterior. Embora Thomas Huxley tenha desafiado essa forma arbitrária de classificação, demonstrando que os membros traseiros dos gorilas terminavam em pés, e não em mãos (Huxley, 1863), ainda assim vemos com frequencia o emprego do termo Quadrumana até mesmo em textos evolucionistas, como os do próprio Darwin.

De qualquer modo, desde antes do século XIX os macacos e antropoides já eram encarados como nossos possíveis ou prováveis parentes mais próximos, sendo objetos da atenção tanto de homens de ciência quanto do público leigo, e no período vitoriano os cidadãos europeus teriam pela primeira vez a oportunidade de ver com seus próprios olhos os grandes antropoides. Chegavam aos zoológicos londrinos os primeiros chimpanzés e orangotangos selvagens capturados em seus habitats naturais e trazidos de navio à Inglaterra, onde faziam grande sucesso como atrações públicas por alguns meses, antes de sucumbirem aos rigores do inverno europeu (Ritvo, 1987a: 31). Esses animais eram invariavelmente apresentados de maneiras que enfatizavam sua semelhança com os humanos: o público podia ver chimpanzés e orangotangos em suas jaulas sentados a uma mesa manejando garfos, bebendo xícaras de chá, dormindo sob cobertores. Esses animais recebiam nomes semelhantes aos dos humanos. No zoológico do Regent’s Park uma chimpanzé chamada Jenny era vista regularmente trajando uma camisola de dormir ou um roupão. Tommy, um chimpanzé que viveu nesse mesmo zôo em 1835 e 1836, era elogiado por sua ‘astúcia e sagacidade’, que muitos consideravam superior à do bebê humano e mesmo à de certos adultos. De outro chimpanzé, adquirido pelo Conde Fitzwilliam em 1849, se dizia que era capaz de caminhar de forma perfeitamente ereta e manipular objetos com a mesma habilidade que um ser humano, além de manifestar predileção por alimentar-se de bife e beber vinho (Ritvo, 1987a: 31).

Outra fonte de interesse do homem vitoriano eram os relatos de exploradores sobre a vida dos grandes antropoides nas selvas de onde eram nativos. Em 1861 o explorador franco-americano Paul Belloni du Chaillu publicava Explorations and Adventures in Equatorial Africa8, obra típica do século XIX, repleta de narrativas das aventuras e descobertas de um desbravador das selvas africanas. Nela du Chaillu relatava de forma tipicamente exagerada seus notáveis encontros com o gorila, animal praticamente desconhecido então do grande público. Esse livro tornar-se-ia um best seller comentado em toda imprensa, e a aparência e comportamento desse grande primata – então considerado o parente vivo mais próximo do homem – seriam objeto de grande curiosidade pública (Ellegard, 1990: 43). Embora relatos como os de du Chaillu apresentassem animais como o gorila na pele de uma fera perigosa, em descrições que valorizavam a bravura do explorador que os enfrentava em plena selva africana, também era comum nas narrativas sobre a vida selvagem desses animais a ênfase nas semelhanças comportamentais entre antropoides e humanos. Dizia-se que esses brutos eram capazes de manejar ferramentas primitivas, em relatos que chegavam ao ponto de descrever o uso de bordões de madeira por orangotangos, que usariam essas armas rústicas para atacar elefantes. Também se narrava que os orangotangos eram atraídos por mulheres, por vezes carregando-as à força. Um menino africano teria sido raptado por chimpanzés, e ao conseguir retornar teria relatado que fora muito bem tratado, especialmente pelas fêmeas (Ritvo, 1987a: 33).

Com o avanço do darwinismo, os primatas não-humanos adquiririam uma importância crescente na retórica evolucionista, em decorrência de sua posição na árvore filogenética na condição de parentes mais próximos não-extintos da espécie humana. Tanto suas estruturas anatômicas quanto suas faculdades mentais seriam arroladas na construção de um corpo de argumentos que visavam à corroboração da teoria darwinista da origem comum. O famigerado ‘debate do hipocampo’, no qual Thomas Huxley teria sido vitorioso ao demonstrar que o cérebro humano é muito mais semelhante ao dos grandes primatas do que estavam dispostos a admitir seus adversários criacionistas, é um bom exemplo de como os antropoides – no caso, o gorila – foram utilizados para reforçar as teses darwinistas. Além disso, também no campo das faculdades mentais os estudos evolucionistas recorreram fartamente ao comportamento dos primatas não-humanos. Nas páginas do Descent, Darwin (1874) apresenta inúmeros registros de evidências de inteligência, assim como de emoções similares às humanas em antropoides e macacos de várias espécies: a realização de um ato heroico por um pequeno macaco que arriscara a vida para proteger seu dono; o luto experimentado por uma mãe macaca com a perda de seu filhote; indivíduos criados em cativeiro que defendem seus donos de qualquer um que os ataque, defendendo também cães aos quais se afeiçoaram do ataque de outros cães; o enfurecimento ao perceberem que alguém ri deles; a excitação ou tédio; a aprendizagem da evitação de experiências dolorosas; o uso instrumental de pedras ou gravetos na função de martelos ou alavancas; a “ideia de propriedade”; a vingança de um babuíno contra um humano e posterior atitude de zombaria sempre que reencontrava essa pessoa; a capacidade de entenderem a maioria das coisas que lhes são ditas; o ciúme que alguns macacos sentem de seus donos, e assim por diante.

George Romanes, um darwinista particularmente dedicado ao estudo da mente animal, publicou mais de um livro específico sobre esse tema. Em Animal Intelligence, Romanes (1882 [1881]) dedica um capítulo especialmente aos primatas não-humanos. Nesse capítulo, Romanes afirma que, dentre as emoções, a simpatia é tão marcada nesses animais, que nenhum outro – nem mesmo o cão – os iguala nesse aspecto (Romanes, 1882 [1881]: 471), o mesmo valendo, no campo das faculdades do intelecto, para a racionalidade (p. 478). Outros atributos mentais que Romanes relaciona aos macacos e antropoides incluem: ‘solicitude e cuidados para com um companheiro morto” (p. 472); adoção de filhotes órfãos (p. 472); o prazer de brincar (p. 476); vingança e retaliação (p. 478); uso de ferramentas improvisadas (p. 480); hábito de castigar os filhotes (p. 482); uma intensa curiosidade (p. 495); a capacidade de descobrir e compreender certos princípios mecânicos básicos, tais como o do funcionamento de um parafuso (p. 497), e assim por diante.

No entendimento de Romanes, os primatas não-humanos eram de grande importância para o estudo da evolução das faculdades mentais. É por isso que, embora se refira a esses animais como “inúteis para todos os propósitos de trabalho ou arte, travessos como animais de estimação domésticos e em todos os casos, complicados de se manter”, Romanes encontra um propósito vital para o estudo dos macacos em geral. Afirmando que os primatas são “os mais próximos dos protótipos existentes da raça humana”, sustenta que esses animais são “de um ponto de vista evolutivo, os mais interessantes”, já que “em sua psicologia, assim como em sua anatomia, esses animais são os que mais se aproximam do Homo sapiens” (Romanes, 1882 [1881]: 471). Por esse motivo, Romanes conta que “considerando desejável para os propósitos desse trabalho”, pediu emprestado ao Sr. Sclater, um espécime vivo da coleção da Zoological Society. Seu pedido foi acolhido, e Romanes pôde levar um macaco da espécie Cebus fatuellus, que ele deixou sob a responsabilidade de sua irmã Charlotte, em cujo poder de observação o homem de ciência confiava plenamente. Levando a sério a missão a ela atribuída, Charlotte manteve um registro diário de anotações meticulosas do comportamento dessa mascote temporária com quem dividiu por algum tempo o lar, e que muito se afeiçoou à sua mãe inválida (Romanes, 1882 [1881]: 483). Na verdade, a ideia de tomar emprestado um macaco para observação não partira originalmente de Romanes. Sabendo da ovação recebida por seu discípulo e amigo em uma palestra por este proferida sobre a evolução humana por ocasião de um encontro da British Association em 1878, Darwin havia aconselhado Romanes a observar diariamente um macaco jovem, o conselho este que fora prontamente aceito (White, 2005: 72).

Podemos observar, assim, que com o advento do darwinismo os macacos e antropoides, que já eram objeto de interesse científico e do público leigo por suas contundentes similaridades com os seres humanos, experimentaram uma ascensão de seu status. De criaturas exóticas que pareciam representar caricaturas naturais do ser humano ou de parentes do Homo sapiens de um ponto de vista meramente taxonômico baseado em uma perspectiva fixista, esses animais se tornavam, nos discursos de Darwin e seus seguidores e aliados, em nossos parentes na carne e no espírito; na verdade, em nossos precursores mais imediatos, nossos antepassados na história da vida sobre a Terra. Essa formulação científica de um parentesco evolutivo entre macacos e homens não apenas desencadearia fortes reações emocionais entre leigos e especialistas, como também teria importantes implicações na valorização desse animal tanto em estudos evolutivos, como vimos acima, como também em estudos fisiológicos, conforme veremos adiante. Antes disso, porém, é preciso que nos debrucemos, ainda, na observação de dois outros animais grandemente valorizados na segunda metade do século XIX: o gato e o cão. Para uma melhor compreensão da inserção desses animais na cultura vitoriana faz-se necessário que se conheça um pouco do histórico do hábito, adquirido pelos britânicos, de criação de animais domésticos.”


É isso!

Fonte:
ANDRÉ LUIS DE LIMA CARVALHO: “ALÉM DOS CONFINS DO HOMEM: FRANCES POWER COBBE CONTRA O DARWINISMO NA CONTROVÉRSIA SOBRE A VIVISSECÇÃO NO REINO UNIDO – 1863-1904”. (Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz-Fiocruz, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutor. Área de Concentração: História das Ciências. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Waizbort). Casa de Oswaldo Cruz – FIOCRUZ. Rio de Janeiro, 2010.

Ateísmo Religioso

Paradoxal?

Não obstante pareça ser um jibóico paradoxo falar em ateísmo como fenômeno religioso, essa aparente contradição se desfaz rapidamente quando constatamos que um novo tipo de ateísmo, da mesma forma que algumas religiões, transformou-se numa verdadeira seita.

 

O ateísmo clássico, ou seja, o ateísmo como simples opção filosófica, cedeu espaço para uma nova vertente ateísta, muito bem tipificada na pessoa do zoólogo inglês Richard Dawkins. Trata-se de um tipo de ateísmo militante e combatente, que faz uso das mesmas armas e estratégias de determinadas seitas, dentre as quais, a manipulação ideológica e o forte apelo emocional.

 

São as principais características do novo ateísmo religioso:

1 – Forte aversão a Bíblia:
São capazes de perder noites inteiras em busca daquilo que consideram “contradições da Bíblia”. Fazem abundante uso dos trechos bíblicos os quais discorrem acerca da “ira e furor de Deus”; enfatizam exageradamente as passagens bíblicas as quais se chocam com aquilo que diz a ciência; ignoram a beleza poética de muitos livros bíblicos, como “Cânticos dos Cânticos” e se utilizam com frequencia de termos torpes quando se referem ao livro dos cristãos.

2 – Forte aversão à religião:
Acreditam que todo o mal existente na humanidade seja fruto das práticas religiosas, apesar de seguirem paradoxalmente pelo mesmo caminho. São incapazes de verem coisas boas na religião. Deleitam-se com os escândalos religiosos, utilizando-os como arma contra a própria religião. São intolerantes e imaturos culturalmente, uma vez que não conseguem encontrar um só benefício advindo da religião. Acreditam que eventos como os atentados suicidas são essencialmente frutos do fervor religioso, em vez de reações contra a opressão política e social. Para esses ateus religiosos, religião e ciência estão travando um duelo de vida e morte, no qual a ciência um dia triunfará como num “apocalipse”.

3 – Forte apego a Richard Dawkins:
Embora haja muitas exceções, os novos ateus religiosos mantêm um vínculo afetivo muito forte com esse ideólogo, vendo nele uma espécie de messias que, finalmente, veio destruir a “maléfica religião”. Dawkins de algum modo lembra o messianismo português às avessas, uma versão irônica de dom Sebastião à inglesa. É o líder carismático, o qual motiva e enche o brio dos novos ateus, conclamando a manifestarem seu ateísmo como a expressão plena da verdadeira liberdade. Aos poucos seu livro “Deus, um Delírio” torna-se numa espécie de “bíblia atéia”, com direito a maldições, “profecias” e os famigerados “memes”, que são os dogmas.

4 – O darwinismo como fenômeno ateísta:
Os ateus religiosos normalmente confundem o darwinismo como um fenômeno tipicamente ateísta. É por isso que a maioria deles não consegue manter uma postura amigável com os chamados evolucionistas teístas, esses da linha de Francis Collins. Dawkins, ao tratar desta vertente darwinista, afirmou numa entrevista à revista Veja: “Pessoalmente não consigo entender suas razões. Talvez seja um tipo de mente repartida: eles mantêm suas crenças religiosas em um nicho, e a ciência em outro. Sinceramente tenho dificuldade em simpatizar com esse tipo de coisa“. Outro aspecto, é que geralmente tais ateus confundem darwinismo (e conseqüentemente o ateísmo) com excelência científica. Dramático! ((rs))

Haveria ainda outras características, mas essas resume muito bem este novo fenômeno religioso denominado ateísmo religioso.

E que me desculpe esses ateístas, mas o ateísmo não é fundamental.

Poupe o Popper!

O filósofo da ciência Karl Raimund Popper, muito conhecido pela sua defesa da falseabilidade como um critério da demarcação entre a ciência e a não-ciência, tratando especificamente do darwinismo, o denominou de “programa metafísico de pesquisa: É metafísico por não ser suscetível de prova, escreve em sua “Autobiografia Intelectual” (p. 180). Popper chega a igualar as conseqüências do darwinismo na mentalidade do século XIX ao que o freudismo e o marxismo originaram no século XX, ou seja, teorias que pretendem explicar tudo mas que nada explicam.

Nessa sua mesma “Autobiografia Intelectual” ele aborda o assunto largamente. Em O darwinismo como programa metafísico de pesquisa pondera:

“Com efeito, admitamos que em Marte haja uma vida que consista em exatamente três espécies de bactérias com equipamento genético semelhante ao de três espécies terrestres. Estaria refutado o darwinismo? De modo algum. Diremos que essas três espécies, dentre as muitas formas de mutação, eram as únicas suficientemente bem ajustadas para sobreviver. E asseveraríamos o mesmo, se houvesse apenas uma espécie (ou nenhuma). Desse modo, ocorre que o darwinismo realmente não prevê a evolução da variedade. E, portanto, não pode explicá-la. Quando muito, pode prever a evolução da variedade “sob condições favoráveis. Entretanto, dificilmente se poderá descrever, em termos gerais, o que sejam condições favoráveis — só se poderá dizer que, estando elas presentes, surgirão formas várias. Entendo, todavia, que focalizei a teoria por seu melhor aspecto — quase pelo aspecto em que ela e mais suscetível de prova. Poder-se-ia dizer que ela “quase prevê” uma grande variedade de formas de vida. Em outros campos seu poder preditivo ou explicativo é ainda mais desapontador.

Concentremo-nos na “adaptação”. À primeira vista, a seleção natural parece explicá-la e, em certo sentido isso realmente ocorre; mas não de maneira que se possa considerar científica. Dizer que uma espécie hoje viva está adaptada a seu meio é, em verdade, quase tautológico. Com efeito, empregamos os termos “adaptação” e “seleção” de modo tal que se torna cabível afirmar que, se a espécie não se houvesse adaptado, ela teria sido eliminada por seleção natural. De outra parte, se uma espécie foi eliminada, isso deverá ter ocorrido pelo fato de ela se adaptar mal às condições. A adaptação (ou aptidão) é definida pelos modernos evolucionistas como um valor de sobrevivência, e pode ser medida em ter de êxito efetivo quanto à sobrevivência: dificilmente haveria possibilidade de submeter a prova uma teoria tão frágil quanto essa” (p. 181).

Fonte:
Karl Popper. “Autobiografia Intelectual”. Tradução: Leônidas Hegenberg e Octanny Silveira da Motta. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1977.

As dificuldades do darwinismo em relação aos critérios estabelecidos por Popper são várias. Por exemplo:

Darwin ao determinar a seleção natural fez uso da definição “a preservação das variedades favoráveis e a destruição das desfavoráveis“. No entanto, quem de fato são os “favoráveis” e os “desfavoráveis?” Alguém poderia simploriamente afirmar que os “favoráveis” são os que sobrevivem, e os “desfavoráveis” são os que não deixa sobreviver! Ou seja, em última análise, a seleção natural não significa a sobrevivência do “mais apto”, e sim a sobrevivência daquele que sobrevive. Ou seja, um raciocínio circular que não nos leva a lugar algum.

Outra questão diz respeito às explicações sobre a “seleção sexual”. Segundo Darwin o macho seleciona a fêmea em conseqüência de seus aspectos mais atraentes, e a fêmea, por sua vez, seleciona o macho por causa de sua força física e mental. A par disto, pode-se perguntar por que, afinal, os encantos das fêmeas e a força do macho são as características mais seletivas? Que critério pode ser realmente satisfatório para se definir, por exemplo, qual seja a fêmea mais bela? Não seria a beleza um conceito meramente subjetivo? E, como fêmea sabe verdadeiramente que um determinado macho é o mais saudável e o mais forte entre todos os demais? Não seria isso também um conceito subjetivo?

Outra fragilidade da teoria darwiniana consiste em querer explicar os sistemas complexos através de causas não-inteligentes. Mecanismos tais como o flagelo, os cílios, a coagulação do sangue, o sistema imunológico, entre outros, por sua irredutibilidade, jamais poderiam ter seguido por uma rota gradualista.

Pode-se ainda questionar a extrema incapacidade do darwinismo em fazer qualquer tipo de previsão acerca de como evoluirão as espécies. Também se questiona o fator “tempo”, afinal como é possível submeter à prova os processos de alterações das espécies ao longo dos milhões de anos que se passaram? E outra dificuldade no âmbito da falseabilidade relaciona-se com a quantificação da diversidade: quantas espécies é possível encontrar em determinadas épocas e ambientes?

E, por fim, e aqui talvez o mais dramático, refere-se ao poder explicativo da teoria darwinista ante os fenômenos biológicos em geral. Ou seja, ela é de tal forma formada por um conjunto de enunciados tão vasto e tão abrangente que é praticamente impossível fazer uma confrontação verdadeiramente definitiva com os diversos “dados” em questão (dados decorrentes da classificação, da paleontologia, da anatomia comparada, da genética, da embriologia, da biogeografia etc.).

A famigerada “cartinha”
Em 1980, sob intensa pressão e sob o risco de ser isolado pela academia, Popper escreveu uma carta na qual – timidamente – atenuou suas críticas ao darwinismo. No entanto, fora apenas uma correção tímida e mal explicada. Afinal, como Popper poderia ter mudado de idéia se nada de novo fora apresentado pelos darwinistas até então?

Sobre isto, é pertinente esta afirmação de Pierre Thuillier, em “De Arquimedes a Einstein”:
Mais tarde, Popper atenuou sua posição. Mas o tipo de desconfiança que formulara não deixou, com isso, de ter um sentido preciso: não é raro que o fornecimento de “provas” experimentais se revele extremamente delicado. O próprio Darwin sabia do que estava tratando: ele não afirmava que sua teoria estivesse “comprovada”, contentando-se em dizer que ela tornava inteligível grande número de ‘fatos” (o que é muito diferente…).” (p. 12).

E mais esta, de José Meira Penna:
“A euforia darwinista, que reinou até a Primeira Guerra Mundial, passou a declinar a partir de julgamentos mais críticos e é nesse ponto que entra em cena Popper. Num capítulo de seu livro “Inquérito inacabado”, sir Karl Popper (+ 1994) põe em dúvida o darwinismo na base do condicionamento científico daquilo que é testável, daquilo que pode ser provado empiricamente, daquilo que é suscetível de comprovação pela observação e pela experiência.

Segundo esse critério, o darwinismo não é uma teoria científica. Popper qualifica-o de “programa de pesquisa metafísica”. Confessando que, durante muito tempo, sentia relutância em admitir sua legitimidade científica, escreve sir Karl em sua Autobiografia: “Cheguei à conclusão que o darwinismo não é uma teoria científica testável, mas um programa metafísico de pesquisa — uma estrutura possível para teorias científicas suscetíveis de serem submetidas a teste”. Em suma: não é a teoria da evolução em si, a qual possui um tamanho poder de explicação e oferece tantas soluções para problemas de paleontologia, embriologia, anatomia, zoologia, geologia, botânica, etc., que dificilmente pode hoje ser contraditada. É o mecanismo darwiniano da “seleção natural” que se torna passível de julgamento porque arredio a toda prova empírica.

[…]

“Acentua Popper, corretamente, que o determinismo é muito pobre como explicação quando verificamos a enorme riqueza do repertório possível de reações de um organismo perante os problemas e desafios que enfrenta. “Creio que o darwinismo” — escreve Popper — “deve amplamente ceder lugar à idéia de que, em quase todos os estágios da vida, existe um repertório inteiro de reações concebíveis perante uma determinada situação. Popper compara o efeito do darwinismo nas mentes do século XIX ao que o marxismo e o freudismo causaram no século XX, “o efeito de uma conversão ou revelação intelectual, abrindo os olhos a uma nova verdade, escondida dos ainda não iniciados.”

[…]

“As teorias científicas são científicas na medida exata em que suas conseqüências podem ser falsificadas pela observação ou pela experimentação. Um cientista digno do nome é aquele que está pronto a abandonar sua mais querida teoria quando fica vulnerável à falsificação ou à refutação. Os mitos e as teorias pseudocientíficas não são susceptíveis de refutação desse tipo.

Certo: em sua autobiografia, Darwin sustentou haver sempre se empenhado em manter sua mente livre, de maneira a abandonar qualquer hipótese, por mais afeiçoado que dela fosse (e não podia resistir em formar uma hipótese sobre qualquer assunto), tão pronto os fatos demonstrarem a ela estarem opostos. Darwin era um homem honesto. Era um cientista sob muitos aspectos admirável em sua humildade, em sua capacidade de aceitar a concorrência de outras idéias e em sua modéstia no reconhecimento do mérito de rivais, como no caso de Wallace. Não obstante, temos que reconhecer que sempre se recusou a aceitar qualquer hipótese que contrariasse a teoria da seleção natural — a própria pedra angular de todo o edifício da evolução por ele magnificamente construído. A visão errônea da ciência, afirma Popper, atraiçoa-se no ímpeto de estar sempre certo, sempre com razão e com prova indiscutível.

[…]

“Disso concluímos que o darwinismo encontra dificuldade precisamente nesse terreno de sua “intestabilidade” e “irrefutabilidade”.

Fonte:
José Osvaldo de Meira Penna. “Polemos: uma análise crítica do darwinismo. Editora UnB (da Universidade de Brasília). Brasília, 2006.

Dialética erística

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre
 
Estratagemas dialéticosNa obra, Schopenhauer distingue os seguintes estratagemas dialéticos:

[editar] 1) “Ampliação indevida”

”Levar a afirmação do adversário para além de seus limites naturais, interpretá-la do modo mais geral possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la. Restringir, em contrapartida, a própria afirmação ao sentido mais estrito e ao limite mais estreito possíveis. Pois quanto mais geral uma afirmação se torna, tanto mais ataques se podem dirigir a ela.” [3] Exemplo:

A diz que as drogas devem ser legalizadas. B, então diz que, como os traficantes usualmente cometem homicídios, seqüestros, extorsões, etc, se as drogas forem legalizadas, os bandidos serão anistiados de todos esses crimes. Comentário: o argumento a favor da legalização propõe a anistia de um único crime: o comércio de determinadas substâncias. Nada foi dito em relação aos demais crimes, pois supõe-se que estes devam permanecer proibidos.

[editar] 2)”Homonímia sutil”

“Usar a homonímia para tornar a afirmação apresentada extensiva também àquilo que, fora a identidade de nome, pouco ou nada tem em comum com a coisa de que se trata; depois refutar com ênfase esta afirmação e dar a impressão de ter refutado a primeira.”[4] Exemplo:

Em artigo de 5/11/2010[5], Reinaldo Azevedo comenta o filme “Tropa de Elite 2”. No filme, o protagonista, Coronel Nascimento, refere-se diversas vezes ao “sistema”, o qual se propõe combater. Azevedo conclui, a partir disso, que o personagem passou a usar o discurso de esquerda, a qual também se propõe combater o tal “sistema”. Comentário: A esquerda usa a palavra “sistema” para se referir ao “sistema capitalista”[carece de fontes?], que consiste do livre mercado, propriedade privada, busca do lucro, etc. Já o Coronel Nascimento usa a mesma palavra para tratar da cultura da imoralidade e da impunidade, que permite que o crime se alastre, contando com o apoio de políticos e policiais corruptos, além dos próprios intelectuais de esquerda, que enxergam nos criminosos ora heróis, ora vítimas da sociedade capitalista.

[editar] 3)”Mudança de modo”

“A afirmação que foi apresentada em modo relativo … é tomada como se tivesse sido apresentada em modo absoluto, universalmente …, ou pelo menos é compreendida em um sentido totalmente diferente, e assim refutada com base neste segundo contexto.” [6] Isto faz com que “o adversário, na realidade, fala de uma coisa distinta daquela que se havia colocado. Quando nos deixamos levar por este ‘’estratagema’’, cometemos, então, uma ‘’ignoratio elenchi’’ (ignorância do contra-argumento).” [7]

[editar] 4)”Pré-silogismos

“Se queremos chegar a uma certa conclusão, devemos evitar que esta seja prevista, e atuar de modo que o adversário, sem percebê-lo, admita as premissas uma de cada vez e dispersas sem ordem na conversação”.[8] Segundo Olavo de Carvalho, esta técnica é comumente usada em processos “de manipulação da opinião pública”.[8]

[editar] 5)”Uso intencional de premissas falsas

Pode-se, para comprovar as próprias “proposições, fazer antes uso de proposições falsas, se o adversário não quiser aceitar as verdadeiras, seja porque percebe que delas a tese será deduzida como conseqüência imediata. Então adotaremos proposições que são falsas em si mesmas mas verdadeiras ‘’ad hominem’’, e argumentaremos ‘’ex concessis’’, a partir do modo de pensar do adversário.” [9]

[editar] 6)”Petição de princípio oculta”

“Ocultamos uma ‘’petitio principii’’, ao postular o que desejamos provar: 1) usando um nome distinto … ou ainda usando conceitos intercambiáveis …; 2) fazendo com que se aceite de um modo geral aquilo que é controvertido num caso particular …; 3) se, em contrapartida, duas coisas são consequência uma da outra, demonstraremos uma postulando a outra; 4) se precisamos demonstrar uma verdade geral e fazemos que se admitam todas as particulares (o contrário do número 2).” [10]

[editar] 7)”Perguntas em desordem”

“Quando a disputa é conduzida de modo rigoroso e formal e queremos fazer com que nos entendam com perfeita clareza, então aquele que apresentou a afirmação e deve prová-la procede contra o adversário fazendo perguntas para concluir a verdade a partir das próprias concessões do adversário.” E: “Fazer de uma só vez muitas perguntas pormenorizadas, e assim ocultar o que, na realidade, queremos que seja admitido”. [11]

[editar] 8)”Encolerizar o adversário”

“Provoca-se a cólera do adversário, para que, em sua fúria, ele não seja capaz de raciocinar corretamente e perceber sua própria vantagem.” [12]

[editar] 9)”Perguntas em ordem alterada”

“Fazer as perguntas numa ordem distinta da exigida pela conclusão que dela pretendemos, com mudanças de todo gênero; assim, o adversário não conseguirá saber aonde queremos chegar e não poderá prevenir-se.”[13]

[editar] 10)”Pista falsa”

“Se percebemos que o adversário, intencionalmente, responde pela negativa às perguntas cuja resposta afirmativa poderia confirmar nossas proposições, então devemos perguntar o contrário da proposição que queremos usar, como se quiséssemos que fosse aprovada, ou então, pelo menos, por as duas à escolha, de modo que não se perceba qual delas queremos afirmar.”[13]

[editar] 11)”Salto indutivo

Se o adversário já aceitar casos particulares, não “perguntar-lhe se admite também a verdade geral” derivada dos casos particulares; introduzi-la “como se estivesse estabelecida e aceita”.[14]

[editar] 12)”Manipulação semântica

Associar a um termo um conjunto de significados diferentes do original. Com isso, o termo já conterá, em si, a conclusão a que se quer chegar.

[editar] 13)”Alternativa forçada”

Apresentar ao adversário uma alternativa menos provável que sua própria.[15]

[editar] 14)”Falsa proclamação de vitória”

Veja: Falácia da falsa proclamação de vitória

[editar] 15)”Anulação do paradoxo

Para triunfar, faz-se uma redução ad absurdum.

[editar] 16)”Várias modalidades do argumentum ad hominem

Usar argumentos anteriormente defendidos pelo adversário para tentar refutar a tese presente. Exemplo:

Em um debate sobre cotas raciais em uma TV do Rio de Janeiro, Rodrigo Constantino comenta que Thomas Sowell fez um estudo sobre as ações afirmativas ao redor do mundo e constatou que elas só trouxeram mais desigualdade e privilégios para negros ricos. A réplica do adversário foi dizer que Thomas Sowell era ligado a um grupo da Universidade Stanford que apoia o Partido Republicano. Comentário: Segundo o critério do debatedor, o fato de alguém apoiar um determinado partido político de que se discorda é o suficiente para invalidar suas conclusões científicas.

[editar] 17)”Distinção de emergência”

Salvar-se “mediante alguma distinção sutil, na qual não havíamos pensado anteriormente, caso a questão admita algum tipo de dupla interpretação ou dois casos diferentes.”[16]

[editar] 18)”Uso intencional da mutatio controversiae

Estratagema que consiste em “interromper o debate a tempo” quando se está ameaçado de ser abatido, sair do debate “ou desviá-lo e levá-lo para outra questão”.[17]

[editar] 19)”Fuga do específico para o universal”

Por exemplo, “se temos de dizer por que uma determinada hipótese física não é crível, falaremos da incerteza geral do saber humano, ilustrando-a com toda sorte de exemplos.”[18]

[editar] 20)”Uso da premissa falsa previamente aceita pelo adversário”

Trata-se de “um uso da ‘’fallacia non causae ut causae’’”.[19]

[editar] 21)”Preferir o argumento sofístico

No debate com um adversário, a escolha de um (simples) argumento do tipo ad hominem pode ser mais eficaz do que tentar persuadir o adversário mediante longas explicações “sobre a verdadeira natureza das coisas”.[20]

[editar] 22)”Falsa alegação de petitio principii

Alegar que o adversário está fazendo uma petitio principii quando ele quer que admitamos algo que leve à formulação do problema.

[editar] 23)”Impelir o adversário ao exagero”

No calor do debate, levar o adversário a exagerar suas posições. Como o exagero costuma levar a contradições, podemos refutar essas contradições como se estivéssemos refutando o argumento original.

[editar] 24)”Falsa reductio ad absurdum

Tirar falsas conclusões absurdas dos argumentos do adversário. Com isso, refutam-se essas conclusões, fazendo tudo parecer uma reductio ad absurdum.

[editar] 25)”Falsa instância”

Usar um argumento que apenas parece contrário àquele que o adversário enunciou.

[editar] 26)”Retorsio argumenti

Usar o argumento do adversário contra ele próprio, quando isso for possível.

[editar] 27)”Usar a raiva”

Quando o adversário fica irritado com algum argumento nosso, devemos insistir nesse ponto, porque provavlemente ali há uma inconsistência.

[editar] 28)”Argumento ad auditores

Apresentar uma objeção falsa, mas cuja falsidade somente poderia ser percebida por um auditório capacitado no assunto em questão. Exemplo:

Todos os argumentos de ONGs e ambientalistas, que dizem que é preciso reduzir a emissão de gás carbônico a fim de reduzir o efeito estufa (e, consequentemente o aquecimento global). Comentário: As causas do aquecimento global (e até a própria existência de tal fenômeno) é um ponto de divergência entre os próprios cientistas que estudam o assunto. Mas o argumento é sempre apresentado à plateia leiga como fato consumado e sem margem para dúvidas.

[editar] 29)”Desvio”

Mudar de assunto fingindo que ainda se está rebatendo a questão do adversário. Ou mesmo, de modo insolente, atacar o adversário pessoalmente.

[editar] 30)”Argumentum ad verecundiam

Citar autoridades no assunto para refutar uma tese. Este estratagema funciona tanto melhor quanto menores forem os conhecimentos do adversário a respeito do que disse a autoridade invocada e quanto maior for a veneração dele diante de tal autoridade.

[editar] 31)”Incompetência irônica

Fingir que não entendeu o que o adversário disse e declarar isso ironicamente. Nas circunstâncias certas, isso faz o adversário parecer um idiota que não sabe organizar o raciocício ou que está simplesmente declarando algo patentemente falso.

[editar] 32)”Rótulo odioso”

Estratagema que visa reduzir uma afirmação do adversário “a uma categoria geralmente detestada”. Exemplo:

Nos debates dos candidatos à presidência da República Federativa do Brasil em 2010, a candidata Dilma Rousseff usou várias vezes um argumento ad hominem para desqualificar o adversário atribuindo-lhe o rótulo de “privatista”[carece de fontes?]. Comentário: como a palavra “privatização” está arraigada na mente dos brasileiros como uma espécie de roubo das riquezas brasileiras (não obstante o aumento de riqueza que as privatizações de fato proporcionaram[21]), os argumentos de José Serra já eram “refutados” in limine. Este exemplo é uma combinação dos estratagemas 32 e 12.

[editar] 33)”Negação da teoria na prática”

Aceitar os fundamentos de um argumento, mas negar que eles possam ser colocados em prática. Exemplo:

A diz que o Estado deve proibir as armas de brinquedo, pois estas estimulam a violência nas crianças. B contesta dizendo que, mesmo que isso seja verdade, é dever dos pais fazer essa vigilância. A rebate em tom irônico: “Ah, se na prática fosse assim…”. Comentário: o tom irônico é fundamental para dar força a este estratagema. O sarcasmo ajuda a esconder o sofisma: se na prática os pais não são capazes de cuidar de seus próprios filhos, tanto menos será o Estado, que tem provado consistentemente sua incompetência em toda as áreas, em particular na educação das crianças.

[editar] 34)”Resposta ao meneio de esquiva”

Estratagema que prevê não dar informação direta, mas esquivar-se com contraperguntas ou respostas indiretas.

[editar] 35)”Persuasão pela vontade”

Estratagema que funciona quando estão em jogo os interesses do adversário. Esse estratagema torna, nas poucas circunstâncias que funciona, todos os outros estratagemas supérfluos.[22]

[editar] 36)”Discurso incompreensível”

“Desconcertar, aturdir o adversário com um caudal de palavras sem sentido. Isto baseia-se em que, ‘normalmente o homem, ao escutar apenas palavras, acredita que também deve haver nelas algo para pensar’ (Goethe, ‘’Fausto’’”[23] (Veja, a esse respeito, por exemplo, as críticas de Alan Sokal contra o chamado Pós-modernismo.)

[editar] 37)”Tomar a prova pela tese”

Quando o adversário usa uma prova ruim para defender uma ideia valida, podemos nos aproveitar disso e provar que a ideia é invalida, a julgar pela refutação da tese apresentada. Um exemplo que Schopenhauer cita é o do argumento ontológico, como prova da existência de Deus.

[editar] 38)”Último estratagema: Ofensas pessoais”

Atacar o adversário pessoalmente, com grosseria e agressividade, quando o debate se mostra de todo perdido.

[editar] Crítica à edição de Olavo de Carvalho

Ao longo de suas notas e comentários, Olavo de Carvalho cai, ele mesmo, nas armadilhas erísticas de Schopenhauer: Quando Carvalho diz a respeito do estratagema 33 (“Isso pode ser verdade em teoria; mas na prática é falso”) que se trataria de uma “das sentenças prediletas do argumentador brasileiro em geral”, seria possível dizer que ele comete de ontologizar o “brasileiro” como se isso existisse; o problema corresponderia, portanto, a uma manipulação semântica (entre outras coisas hipotéticas, talvez).

[editar] Referências

  1. Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas (Dialética Erística). Introdução, Notas e Comentários de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. Capa do livro.
  2. Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão – em 38 estratagemas (Dialética Erística). Introdução, Notas e Comentários de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997. p.95.
  3. ’’idem’’, p.124.
  4. ’’idem’’, p.128.
  5. Reinaldo Azevedo. Capitão Nascimento foi fazer Ciências Sociais na USP ou na UnB e já está pronto para ser militante do PSOL. Que pena!.
  6. ’’idem’’, p.132-133.
  7. ’’idem’’, p.134.
  8. a b ’’idem’’, p.134-135.
  9. ’’idem’’, p.136.
  10. ’’idem’’, p.137-138.
  11. ’’idem’’, p.139.
  12. ’’idem’’, p.140.
  13. a b ’’idem’’, p.141.
  14. ’’idem’’, p.142.
  15. ’’idem’’, p.145.
  16. ’’idem’’, p.149.
  17. ’’idem’’, p.150.
  18. ’’idem’’, p.150-151.
  19. ’’idem’’, p.151.
  20. ’’idem’’, p.152.
  21. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1160
  22. ’’idem’’, p.176.
  23. ’’idem’’, p.178-179.

[editar] Bibliografia

[editar] Ligações externas

 
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Arthur Schopenhauer

Livros Sobre a Raiz Quádrupla do Princípio da Razão Suficiente · O Mundo como Vontade e Representação · Sobre a Liberdade da Vontade  · Sobre as Bases da Moralidade  · Parerga e Paralipomena Schopenhauer
Crítica Filosofia kantiana · Esquemas de Kant · Provas do postulado das paralelas
Filosofia Anti-natalismo · Estética · Dilema da marmota · A Arte de Ter Razão

Karl Popper e o Darwinismo como “Programa Metafísico de Pesquisa”

[…] “Quanto à própria teoria darwiniana, devo agora esclarecer que utilizo o termo “darwinismo” para indicar-lhe as versões modernas, que recebem denominações diversas, tais como “neodarwinismo” ou (dada por Julian Huxley) “Nova Síntese”. Ela envolve, em essência, os seguintes pressupostos ou conjecturas, a que adiante me referirei:

1. A grande variedade de formas de vida sobre a Terra origina-se de um número reduzido de formas, talvez de um único organismo: há uma árvore evolutiva, urna história da evolução.

2. Há uma teoria evolucionista que explica isso. Consiste sobretudo nas hipóteses abaixo:
(a) Hereditariedade: o descendente reproduz os organismos-pais, de maneira bastante fiel.
(b) Variação: há (entre outras, talvez) “pequenas” variações. As mais importantes dentre elas são as mutações “acidentais” e hereditárias.
(c) Seleção natural: há vários mecanismos através dos quais, não apenas as variações, mas todo o material hereditário é controlado por eliminação. Entre eles, estão os mecanismos que só permitem a disseminação das “pequenas” mutações; as “grandes” mutações (“monstros possíveis”) são, via de regra, letais e, por isso, eliminadas.
(d) Variabilidade: embora, em certo sentido — presença de diferentes competidores —, sejam as variações por motivos óbvios, anteriores à seleção, pode bem ocorrer que a variabilidade — o escopo da variação — seja controlada por seleção natural; com respeito, por exemplo, à frequência e extensão das variações. Uma teoria genética da hereditariedade e da variação pode chegar a admitir genes especiais a controlar a variabilidade dos demais genes. Podemos assim chegar a uma hierarquia ou, talvez, a estruturas de interação ainda mais complexas. (Não devemos recear as complexidades; sabemos que elas estão aí. Exemplificando: do ponto de vista de um adepto da teoria da seleção, somos compelidos a admitir que algo como o método do código genético de controle da hereditariedade é, por si mesmo, um produto inicial da seleção, e um produto altamente sofisticado.)

Os pressupostos (1) e (2) são, a meu ver, essenciais para o darwinismo (de par com alguns pressupostos acerca de um ambiente mutável, dotado de algumas regularidades). O ponto (3), a seguir, é uma reflexão que faço em torno do ponto (2).

(3) Ver-se-á que existe uma estreita analogia entre os princípios “conservadores” (a) e (d) e aquilo que denominei de pensamento dogmático; e, de modo semelhante, uma analogia entre os pontos (b) e (c) e aquilo que denominei pensamento crítico.

Quero agora apresentar algumas das razões que me levam a ver o darwinismo em termos de metafísica e de programa de pesquisa.

É metafísico por não ser suscetível de prova. Poder-se-ia pensar o contrário. Parece que ele assevera que, se algum dia encontrarmos nalgum planeta vida que satisfaça às condições (a) e (b), então (c) surgirá e trará, com o correr do tempo, uma rica variedade de formas distintas. O darwinismo, porém, não assevera tanto. Com efeito, admitamos que em Marte haja uma vida que consista em exatamente três espécies de bactérias com equipamento genético semelhante ao de três espécies terrestres. Estaria refutado o darwinismo? De modo algum. Diremos que essas três espécies, dentre as muitas formas de mutação, eram as únicas suficientemente bem ajustadas para sobreviver. E asseveraríamos o mesmo, se houvesse apenas uma espécie (ou nenhuma). Desse modo, ocorre que o darwinismo realmente não prevê a evolução da variedade. E, portanto, não pode explicá-la. Quando muito, pode prever a evolução da variedade “sob condições favoráveis”. Entretanto, dificilmente se poderá descrever, em termos gerais, o que sejam condições favoráveis — só se poderá dizer que, estando elas presentes, surgirão formas várias.

Entendo, todavia, que focalizei a teoria por seu melhor aspecto — quase pelo aspecto em que ela é mais suscetível de prova. Poder-se-ia dizer que ela “quase prevê” uma grande variedade de formas de vida. Em outros campos, seu poder preditivo ou explicativo é ainda mais desapontador. Concentremo-nos na “adaptação” À primeira vista, a seleção natural parece explicá-la e, em certo sentido, isso realmente ocorre; mas não de maneira que se possa considerar científica. Dizer que uma espécie hoje viva está adaptada a seu meio é, em verdade, quase tautológico. Com efeito, empregamos os termos “adaptação” é “seleção” de modo tal que se torna cabível afirmar que, se a espécie não se houvesse adaptado, ela teria sido eliminada por seleção natural. De outra parte, se uma espécie foi eliminada, isso deverá ter ocorrido pelo fato de ela se adaptar mal às condições. A adaptação (ou aptidão) é definida pêlos modernos evolucionistas como um valor de sobrevivência, e pode ser medida em termos de êxito efetivo quanto à sobrevivência: dificilmente haveria possibilidade de submeter a prova uma teoria tão frágil quanto essa” […]


Fonte:
Karl Popper: “Autobiografia Intelectual“. Tradução: Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Motta. Editora Culturix. São Paulo, 1977, p. 179-181